Capítulo Um

Já estava me cansando de tanto andar. Bebendo água a todo o tempo, e jogando-a em mim. Estava com muito calor, situação muito rara em Forks. Moro atualmente na casa de meu pai, Charlie. Havia muito tempo que não via minha mãe Renee, e estava planejando umas ferias com Ângela lá.

O calor e a sede me dominava. Mas eu não iria desistir de conhecer a flor que Ben e Jéssica falaram a semana inteira. E também, Mike confirmou para mim que perto havia uma nascente. Mas não estava aguentando. Minhas pernas tremiam, e minha respiração não estava controlada.

Precisava parar!

- Jess! - Ela estava ao lado de Mike tendo uma conversa nada decente. - Jess, estou cansada, vou para um pouco. Podem seguir, eu os alcanço rápido.

Ela iria protestar, mas minha cara não deveria estar muito boa. Não queria atrapalhar, afinal, nunca, em toda a historia da garota mais aventureira de Phoenix, minha cidade natal, eu fizera uma trilha. Eles estavam acostumados, com o calor, a sede.

Eu não acreditava que minha enorme e congelada garrafa de água, já teria acabado. Deveria ter pensado um pouco ao invés de me molhar toda. Minhas roupas pregavam de suor, e de água. Eu me sentia fedida.

Resolvi por fim, andar mais um pouco, por outro lado da pequena trilha. Tanto que finalmente achara a nascente que Mike me falara. Bebi água, muita água. Molhei-me mais. Era melhor me sentir molhada, do que suada e pregolenta. Sentei ao lado de uma rocha, na tentativa de minha roupa secar, pelo o menos um pouco. Tentativa inútil! O Sol estava muito fraco, com um brilho quase que nem dava para perceber. As nuvens do céu estavam escuras. E o tempo se fechando, era melhor, eu sair logo dali, foi a primeira coisa que pensei. Mike, Jess, Ângela, Tyler e Ben já deviam estar longe.

Um calafrio passou sobre mim. O medo, de estar nessa floresta, tão distante, tão enorme. Começava dos pés, passando pela minha espinha e enfim, percorrendo todo o copo. O pior de tudo, e que já estava escurecendo.

Eu era corajosa, destemida como meu pai vivia me dizendo. Mas o pior de tudo, e que a questão não era de ser corajoso ou não. Era de sobrevivência.

Eu não tinha QUALQUER meio de comunicação. E nada adiantaria, na floresta, sem sinal. Um vulto! Um vulto veio ate a mim. E me fez estremecer. Eu corri, e cai.

Era uma pegada. GIGANTE. E obvio que não era de humano. Tirando o fato, de que talvez essa tal pessoa fosse um enorme gigante, gordo e pezudo de numero 50.

Mas não. Era animal. Um lobo? Uma onça? Quem sabe?

O medo não passava. E quando vi que o vulto que se repetia a cada milésimo de segundo, havia parado, por pelo o menos esse tempo em que havia caído, assoprado o pequeno ferimento, e analisado a "pegada", havia parado. E eu agradecia por isso.

Então prossegui a minha "caminhada"... O ceu escuro demais, a floresta sombria, e percebia-se o afastamento dos animais. Os vagalumes que estavam me ajudando a iluminar o caminho (só a Lua nao ajudava) se afastavam. Era como se fosse um imã. Mas eu não liguei.

Estava concentrada em apenas uma coisa, que eu ate agora não sabia o que era. Talvez achar uma saída? Impossível. Ou talvez na esperança de como se fosse mágica achar um hotelzinho baratinho, para mim tomar um banho e descansar as minhas pernas por pelo o menos um instante. Ou, quem sabe um táxi idem, para me levar para casa, e eu abraçar meu pai e dormir em minha confortável cama.

Isso para mim, não existia. E por um momento eu me senti perdida. Perdida em uma imensa floresta. Sozinha no mundo. E o meu coração, desacelerava.

E pra mim, eu poderia morrer, porque não fazia tanta diferença.

Andei mais lentamente, e quando quase tudo estava desabando. Eu encontrei uma casa, linda, e perfeita, enorme e de vidro. E uma ponta de esperança me preencheu por completo.

Eu corri. Eu corri como nunca antes. Meu refugio feliz estava ali, pertinho de mim. A minha salvação.

Eu espiei um pouco, não tinha ninguém na sala. Mas todas as luzes estavam acesas, então não vi problema de tocar a campainha. E se a pessoa aparecer de pijama, diria "me desculpe, estou sem saber das horas, porque estou perdida nessa floresta mal assombrada." Falaria com muita, muita raiva.

E o tempo estava passando e as minhas esperanças foram diminuindo quando uma mulher de cabelos cor de bronze apareceu, ela era radiante. Uma mulher perfeita. E ao seu lado, um homem, perfeito como a outra. Ambos pálidos e olhos dourados. Um dourado que eu nunca vira antes.

- Ola - Disse sem graça, pelos tantos motivos - Hum... Eu me perdi. E não sei exatamente o que vim fazer aqui, mas...

- Entre garota, entre! - A moca me chamou e o homem assentiu. Incentivando-me a entrar.

Quando eu entrei na sala tinha mais cinco pessoas sentadas no enorme sofá. Eu reparei na sala. Era tão linda. E mal, percebi que todos eles estavam incomodados, e dois, tampavam o nariz. E nesse momento, eu me cheirei, eu sabia que não deveria ter vindo. Estava fedendo, ainda um pouco molhada. E eles?

Limpos e secos, salto alto para as duas mulheres, e os homens se vestiam como príncipes. Todos perfeitos, todos com olhos dourados. Menos dois. Um cabelo cor de mel e olhos pretos perfeitos. Ele era o mais lindo. Olhava-me intrigado e tampando o nariz. O outro, era imóvel, completamente estranho. Não era lindo como os outros, mas tinha certa beleza que se você reparasse perceberia. Ele era o loiro estranho. A garota que estava ao seu lado, deveria ser seu par. Ela era baixinha, tinhas cabelos curtos e repicados, perfeitos. Parecia uma fadinha. A outra loira que de tanta semelhança parecia irmã gêmea do loiro estranho. Ela me olhava com indiferença, e o outro. O enorme, e lindo, parecia ser um dos mais simpáticos.

Todos tinham um par, menos o bonitão, de cabelo cor de mel.

Naquela sala, todos me avaliavam. E isso me dava certo incomodo.

A vergonha me invadiu. Todas as minhas chances de ser mesmo corajosa como os outros dizem, voltaram. Eu era corajosa de estar ali. Pessoas tão diferentes. E eu uma formiga no meio dessas pessoas. Mas de repente como magia, eu me tranqüilizei, e me senti como se estivesse nas nuvens.

O loiro estranho se incomodou mais.

- Então... Venha cá comigo, vamos trocar de roupas e você precisa comer alguma coisa.

- NÃO -foi um pouco mais alto do que pensei. E me envergonhei, novamente - E que, eu só queria ir pra casa.

- Mas... Espere um pouco, você deve estar com fome, e sede... - Ela disse adivinhando completamente. A fome e sede me dominavam.

- Ok. - Disse um pouco nervosa. E ela me conduziu ate o segundo andar de sua imensa casa.

- Então... - Ela perguntou. - O que aconteceu?

- Eu... - Pensei um pouco em responder, eu não a conhecia, e não poderia lhe dar informações sobre a minha vida. - Estava em uma caminhada, e fui beber água, e me perdi.

- Ah! - Ela disse, como se não tivesse muito interessada. - Bom... Eu sou Alice. E você?

- Sou Isabella. Mas gosto de Bella. - Disse sorrindo e cumprimentando-a em um aperto de mão.

- Bella, tenho certeza que seremos grandes amigas. - Ela disse e eu sorri.

Algo nela me transmitia paz. E era algo muito bom, uma tranqüilidade quase que só existia nos meus sonhos. Eu sabia de uma forma ou de outra que podia acreditar nela.

Enquanto isso, Alice conversava comigo enquanto tomava banho. O bonitão de cabelos cor de mel se chama Edward. O loiro estranho que era realmente seu par era Jasper. Emmet e Rosalie outro par, o grandão e a loira gêmea do Jasper. Todos eram irmãos. Carlisle e Esme os que me atenderam, seus pais. Uma coisa que nunca pecaria pela minha cabeça, e claro. Eles são perfeitos, e nunca aparentariam ser pais de mais de cinco adolescentes.

Mas uma coisa me intrigava como irmãos poderiam estar namorando?

Porque eles me receberam dessa forma? Alguns bons, e outros ruins.

Havia várias perguntas em minha cabeça sem respostas.

Narrativa Charlie

Bella, a minha pequena, havia sumido. E eu sabia que nunca deveria ter deixado-a sair para uma trilha. Mike chegara preocupado em minha casa, quando chegava da delegacia, quando me dissera que Bella havia sumido e não conseguiam a encontrar por qualquer parte da floresta.

Meu coração parou no momento. E foi quando pensei que minha Bella, tão corajosa, mas ao menos tempo tão indefesa... Nessa floresta, sozinha!

Ainda não criei forcas para contar para Renee. E penso em ainda nem contar. Só depois de encontrar Bella, só depois.

Eu, meu amigo fiel Harry e mais a metade do pequeno corpo de policiais de Forks saímos para procurar Bella na floresta. E ainda estamos por aqui.

A única coisa que me mantinha vivo, era a chance de saber que Bella de uma forma ou de outra poderia estar viva.

Mas são tantos os assassinatos que estão acontecendo em Forks, e todos com indícios de não ser humano. Talvez o spray de pimenta que lhe dei poderia fazer diferença, ou não...