Espiando Você
Disclamer : Infelizmente Harry Potter e seu universo não me pertencem, é verdade, não fui tão rápida quanto J.K. Rowling.
Nota da Autora: Essa é uma fic que possui Slash e algumas palavras pesadas e cenas chocantes, por isso é melhor você ter muita certeza de que quer realmente se expor a esse tipo de Fic.
Que se Cumpra o Meu Destino.
Ela fora seqüestrada . Havia ouvido sobre isso, mas nunca esperava que ele fosse uma vitima disso. Ela lutaria na guerra, ela estaria ao lado dos irmãos e da Ordem, e nem tinha empunhado sua varinha e fora seqüestrada. Tinha sido na plataforma 9 e 1/2, logo que desembarcava do trem, tendo finalizado seu sétimo ano e estava relaxada e feliz, estaria com a família, entraria para a Ordem. Era uma adulta agora, estava pronta para a guerra, era nisso que acreditava. Nunca imaginou um ataque a plataforma 9 e 1/2, nunca imaginou que seria o alvo, tudo isso para ferir Harry Potter, tudo isso para abalar os Weasley.
Gina notou quando a transportavam para outro local, a cela mudou, agora as paredes pareciam feitas de pedra antiga e úmida, masmorras cheirando a mofo. Ouvia barulho de água pingando, e sentiu a umidade do ar, achou o mostro que a seqüestrara tinha finalmente abandonado-a para morrer, e quase sorriu por isso. Pela primeira vez, sentiu que a morte podia ser um alivio, podia ser um descanso.
Estava nua, presa, muito machucada e totalmente desesperada. Ela queria morrer, e queria de todo coração matar a Lúcio Malfoy, o Comensal sujo que a estuprara, que acabara com os sonhos dela. Ela que guardara sua virgindade esperando um amor verdadeiro, esperando o momento magico em que se entregaria ao homem que amaria por toda sua vida. E estava tudo acabado, como o sangue seco que sentia entre as pernas. Estava se sentindo suja, e sabia que nenhuma água poderia lavar essa sujeira. "Não, não sou eu que estou suja, não sou eu que sou um lixo, ele é que é. Eu não pedi por isso, não desejei isso. Eu sou a vitima, não a causadora, não vou deixar que ninguém me faça acreditar nisso", pensou a ruiva com um resquício de sanidade e coragem, tinha que acreditar nisso para não enlouquecer.
Gina ouviu passos apresados ecoarem pelos corredores das masmorras e rezou para que fosse alguém disposto a mata-la. Não ergueu a cabeça, estava cansada demais para isso. Ouviu a porta da cela ser aberta, e sentiu que alguém soltava suas mãos.
- Me mate - ela ordenou, juntando toda a coragem que tinha para mostrar-se orgulhosa, para mostrar que ele não tinha a quebrado totalmente. Não se humilharia mais, não pediria clemência ou imploraria para parar, não ela tentaria mata-lo, se ele a tocasse novamente ela o mataria. Não importava como, não importava se ele a matasse antes dela conseguir se vingar, ela tentaria.
- Você não vai morrer - sussurrou uma voz arrastada em seu ouvido - não depois do trabalho que tive para saber onde você estava e como salva-la.
Gina sentiu o homem envolve-la em uma capa preta, o tecido era fino e caro, mas era quente. O homem a pegou no colo e ela pode ver os loiros cabelos dele, ergueu mais a cabeça e olhou aquele rosto.
- Malfoy, por que esta me tirando daqui, seu pai...
Havia duvida na voz cansada da garota e Draco a olhou nos olhos.
- Meu pai é um monstro - ele falou frio - essa guerra acabou para ele, mas depois nós conversamos, pode dormir agora, esta em segurança comigo. Eu nos tirarei daqui.
Por um estranho motivo, Gina confiou no que o Príncipe da Sonserina falou. Ela não tinha mais nada a perder, dormir era tudo que ela queria. Se ele a matasse, pelo menos ela morreria dormindo. era muito sedutor se entregar ao sono do esquecimento, tentar apagar aquele pesadelo e fingir que era apenas isso, um pesadelo. Ela sabia lidar com eles, já tivera muitos depois que descobrira o diário de Tom. Sim, era um pesadelo e ela acordaria, suada e com medo, na sua cama na Toca ou na Torre da grifinória, e veria que estava segura e em paz, que tudo era fruto da sua imaginação e de algum medo inconsciente. Choraria uma ou duas lagrimas e iria tomar café, sentindo-se tola por temer algo que nunca aconteceria com ela.
Draco observou o machucado rosto da jovem em seus braços. Ela era linda e Draco nunca gostara de ver algo belo ser maltratado. Sabia que logo a casa estaria repleta de comensais, tinha de correr, se não matariam ele e a garota em seus braços. Tivera pouco empo para preparar sua fuga, mas fora muito eficiente. Sabia que só teria uma chance de salvar a jovem e se culpava por ter demorado demais, por não ter descoberto antes que a jovem fora pega por seu pai. Achava que ela tinha sido seqüestrada a mando de Voldemort e estava agora em um dos cativeiros do maluco, nunca cogitara a hipótese de seu pai ter agido por conta própria, só para se vingar de Potter e dos Weasley por terem mandado-o para prisão. Fora muito difícil para Lúcio comprar sua inocência, Narcisa doara uma grande quantia ao Ministério para que ele fosse libertado, e isso só foi conseguido depois de dois anos. Draco sabia que Azkaban tinha enlouquecido seu pais, e via que a mãe estava completamente insana também. Mas não tinha tempo para pensar sobre os loucos progenitores. Pegou a chave portal que enfeitiçara e segurou com força, rezando para dar tempo. Um pouco ant6es da chave ser acionada, ouviu o barulho da porta tombando, ainda pode abanar para os Comensais que invadia as masmorras. Com um sorriso superior, mandou um beijo para a tia, Belatriz, adorando ver a cara furiosa da mesma.
Draco aterrizou no chalé, logo Lupin chegaria ali, e Draco não queria que ele visse a pequena em seus braços assim, tão machucada e humilhada.
- Virgínia, Virgínia, acorde - ele falou suave, enquanto a carregava para o banheiro do chalé.
A garota pestanejou antes de acordar, os olhos se focaram nele, havia um certo pânico momentâneo que foi logo substituído por surpresa.
- Você sabe o meu nome...
- Sei, a muito tempo eu sei seu nome, pequena - Draco falou suave - agora eu vou preparar um banho para você enquanto tentamos consertar esses machucados, logo Lupin estará aqui e eu não quero que ele a veja assim, não quero que ninguém lhe veja assim.
- Um banho seria ótimo, me sinto suja, seu pai ele...
Gina começou a chorar e Draco delicadamente a deixou no balcão da pia, enquanto lhe entregava um lenço e enviava um feitiço para encher a banheira. Tirou a capa que envolvia Gina, essa pareceu nem notar que voltava a ficar nua na frente de um homem, a garota só chorava. Murmurou vários feitiços curativos no corpo e rosto de Gina. Compadecendo-se pela pele machucada e magoada, seu pai era um monstro. Nada que fosse humano podia causar esse estrago em algo tão doce e delicado como aquela garota. Depois de curar-lhe todos os machucados, a pegou nos braços novamente e a baixou delicadamente para dentro da água quente da banheira.
Draco viu que a garota não fazia menção de se lavar então começou o processo. Lavou os longos cabelos ruivos, tratando-os com carinho, desembaraçando-os com os dedos, delicadamente para não machucar a ruiva. Vendo que a garota não parava de chorar, começou a lavar o corpo da garota. Delicadamente passava a esponja na pele delicada e suave, temendo assusta-la. Quando acabou o de lava-la, murmurou um feitiço para esvaziar a banheira e encheu-a novamente, para enxaguar a garota e tirar qualquer vestígio de sujeira ou macula.
- Pronto, não esta mais suja, não resta mais nenhuma marca, mancha ou macula em você, pequena. Agora você esta limpa. Ele não merece que você se sinta suja, não merece que você se quebre ou se entregue pelo que ele fez. Isso não foi culpa sua, não é responsabilidade sua. Você não desejou, nem fez nada para que isso acontecesse. Ao contrario, lutou bravamente para que ele não consegui-se, eu sei e você sabe disso. Não teve como se defender muito, ele era mais forte e estava com a varinha, você estava desprotegida e ainda assim, fez um tremendo estrago nele. Foi muito corajosa, então pare de chorar e não pense nisso por enquanto.
Fez ela se erguer e a secou e envolveu em um roupão, carregou-a para um dos quartos, pousando-a delicadamente na cama e cobrindo-a com um coberta. Observou-a pegar no sono. Faziam apenas quatro horas que ela havia sido seqüestrada. Mas ela parecia cansada como se tivessem passado-se dias em horrores. Draco sabia que ela tinha sofrido demais, seu pai revelara muito antes de lhe falar que ela estava nas masmorras da Mansão. Agora aquele monstro desprezível estava morto, com as honras de Narcisa Malfoy que se rebelara contra o marido e as atrocidades dele. Os Malfoy podia ser uma família sangue-puros preconceituosa e Comensal, mas Narcisa ainda era contra a morte e tortura de sangue-puros. Agora ele era procurado por Voldemort e estava órfão, apesar te não ter sentido nada quando viu os pais se matarem em duelo em plena sala de jantar. Sofrera muito mais com a quebra de um dos espelhos da sala do que ao ver o corpo sem vida dos pais no chão, obviamente os comensais achariam que ele tinha matado a ambos, mas e dai, era até melhor que temessem ele um pouco. Na verdade, ele estive a ponto de mata-los mesmo, mas não sujaria suas mãos com eles, nunca sujaria suas mãos com o sangue de comensais, sabia que tinham coisas que eram piores que a morte e sabia como fazer isso acontecer.
Conjurou uma cadeira ao lado da cama e se sentou para observar a ruiva. Velou seu sono até que essa acorda-se. Viu a garota se erguer em pânico, assustada por algo que sonhara, ou lembrara.
- Virgínia esta tudo bem, você esta segura agora.
A garota se deitou, fechando os olhos com força e começando a chorar.
- Virgínia, fale comigo.
Draco pediu suave.
- Obrigado, obrigado por me tirar de lá - a ruiva falou entre soluços - eu já estava desistindo, já estava querendo morrer. Ele me torturou, me estuprou, ele acabou comigo, e em nenhum momento ele me perguntou sobre a Ordem, ou sobre Harry. Eu queria entender o porque, eu não entendo...porque eu, por que denovo comigo?
- Ele queria ferir Harry e os Weasley, ele só te usou para abalar sua família. Ele não imaginava que você soubesse sobre a Ordem, ou sobre Harry. Entenda, na mente deturpada dele, isso era uma vingança pessoal contra vocês que ajudaram os aurores a prende-lo. Virgínia, eu peço perdão por chegar tão tarde, por não ter descoberto antes, eu...se eu tivesse sabido antes, se ele tivesse te mandado direto para a Mansão. Mas não, aquele louco tinha que te levar para outro lugar antes. Desculpe-me.
Gina olhou atordoada para o loiro sentado ao seu lado, olhou naqueles olhos prateados e viu honestidade, viu pesar e compaixão. E isso era estranho em Draco Malfoy.
- Você me tirou de lá, cuidou de mim, arriscou sua vida para me salvar. Traiu seu pai, sua família. Tom já deve saber dessa traição, agora você é um alvo. Porque se arriscou tanto para me salvar? Eu sou apenas uma Weasley, você me odeia só por isso. Eu estava lá naquela noite, na noite que prendera seu pai. Porque me salvou?
- Virgínia, eu sou um dos espiões da Ordem, a dois anos eu estou ajudando Snape a espiar para vocês - Draco falou sério - Snape e eu sabíamos que um de nós tinha que ser delatado, já estavam começando a desconfiar, logo Voldemort armaria uma armadilha para pegar-nos e talvez mataria a nós dois. Eu não sou um Comensal, eu nunca quis receber aquela nojenta marca, então o mais obvio era me incriminar, mas não sabíamos como fazer isso. Então meu pai entrou em casa, muito feliz e realizado por ter te capturado na frente de muitos aurores e membros da Ordem, o louco não tinha nem percebido que estava todo machucado. Naquela hora eu soube que tinha que te tirar de lá, antes que ele te machucasse demais, antes que a morte fosse algo que você desejasse mais que tudo, infelizmente ele já tinha quase conseguido isso. Mandei uma mensagem para Snape para ele me entregar, ele já deve ter feito isso. Agora ele terá mais liberdade para espionar, já que Voldemort voltará a confiar nele. Você foi o motivo perfeito para isso, embora eu quisesse que ele não tivesse chagado tão longe, que ele não tivesse te machucado tanto. Mas isso é passado, agora nada mais disso importa. Você ficara aqui, comigo até se sentir confiante o suficiente para voltar para casa. Estaremos em segurança aqui, nada vai te acontecer, eu não deixarei ninguém te machucar novamente. Sei que você não deve confiar em mim, eu sei que fui um perfeito idiota na escola e também meu pai...
- Eu confio - Gina o interrompeu - foi seu pai, não você. Você me salvou e cuidou de mim, eu agradeço por ter chegado lá. Por ter me falado o que eu precisava ouvir, por ter me curado e me lavado, entendendo que eu precisavam sentir limpa novamente. Obrigado Malfoy.
- Draco, pode me chamar de Draco.
- Draco, obrigado por ter me salvado.
Lupin aparatou naquele momento, com um olhar preocupado e cansado.
- Draco, você é agora o traidor mais procurado pelos Comensais, parece que você matou seus pais e libertou uma prisioneira e ainda desafiou Belatriz ao sair - Lupin falou tranqüilo enquanto olhava para a jovem deitada na cama - e você , Gina, como esta?
- Você os matou? - Gina perguntou assustada.
- Não, eles se mataram sozinhos - Draco falou calmo - duelarão até se matar. Narcisa não achou muito interessante o fato de Lúcio ter te seqüestrado. Eles estavam loucos a muito tempo, esse era o fim previsível para eles. Eu esperava poder trai-los e manda-los para a Azkaban para pagar por seus atos, ou até o St. Mungus, mas parece que eles acabaram fazendo todo o serviço por mim.
- Ai, Draco. Que coisa horrível. Você deve estar triste, agora esta órfão, mesmo com pais como eles, eram seus pais - Gina era solidaria.
- Não se preocupe Virgínia, eu não senti realmente por eles, na verdade senti mais pelo espelho que quebraram enquanto duelavão do que pelo Avada que jogaram um no outro. isso sem falar nos outros objetos que quebraram enquanto tentavam se acertar, juro que nunca usei tanto Protego quanto hoje.
- Draco - repreendeu Lupin.
- O que, era um espelho muito valioso, estava na família a 500 anos - Draco resmungou - eu gostava muito daquele espelho, ele era lindo e valioso. Algo totalmente insubstituível, dizem que pertenceu a Rowena Ravenclaw, embora eu duvide. E esta inutilizável, impossível de ser restaurado.
Gina riu, esse parecia com o Malfoy que ela conhecia da escola. Ele a salvara, cuidara dela e agora fazia ela rir, justo quando não pensava que pudesse rir novamente. Ele era um enigma e ela queria conhece-lo melhor, queria saber quem realmente era Draco Malfoy. Ele fora o pior pesadelo dela e dos irmãos na escola, mas a salvara e cuidara dela, a tocava como se fosse algo frágil e delicado.
- Obrigado, Draco.
Ela falou com voz doce.
- Pelo que? - ele perguntou perdido.
- Por ter me feito rir - Gina falou - eu achava que não iria mais rir depois de tudo.
- Gina, o que aconteceu lá? - Lupin falou preocupado.
Gina empalideceu e fungou. Seu sorriso morreu e Lupin se arrependeu de ter perguntado.
- Ela ainda não esta preparada para falar sobre isso, Lupin - Draco falou duro - Deixe-a em paz por enquanto. Eu cuidarei dela por alguns dias, até que ela esteja pronta para rever a família e voltar para junto deles. Por enquanto diga-lhes que ela esta em segurança e bem. Escrevera para eles quando tiver vontade.
Lupin sabia que Draco defenderia a ruiva com a vida. Conhecia o sonserino bem o suficiente para saber que a garota estaria segura e seria bem tratada, até mimada pelo loiro. Draco era assim, por baixo da mascara de arrogância e frieza era um dos seres humanos mais confiáveis, justos e sensíveis que Lupin já conhecera. O lobisomem confiaria sua vida a ele, e sabia que nunca se decepcionaria.
Um elfo de Draco entrou no quarto trazendo o jantar deles. Sabia que Draco jamais seria descoberto ali. Só Draco, Lupin e Snape sabiam da existência daquele chalé. Os elfos de Draco, três para ser preciso, eram de total confiança do jovem, fieis até o fim ao jovem Master Draco deles. Serviriam a Draco com eficiência e alegria, e cuidariam muito bem de Gina também.
Lupin sorriu ao ver Draco carregar Gina até a mesa. A jovem parecia já ter se acostumado aos cuidados do sonserino, talvez pelo fato dele ter a resgatado. Comeram em silencio, quebrado apenas pelo barulho dos talheres. Quando terminaram de comer, Gina pediu para ir ao banheiro, e Draco a carregou até lá. Esperou que a ruiva o chamasse quando terminasse, e depois a carregou até a cama e a tapou novamente, dando-lhe um pouco de poção Sem Sonhos. A garota dormiu rapidamente e Draco falou.
- Minsky, cuide dela enquanto eu e Lupin conversamos, sim? - Draco falou para a elfa que lhes trouxera o jantar - qualquer coisa me chame sim? Obrigado.
Lupin apreciou o fato de Draco tratar com respeito os elfos dele, ainda era estranho ver o herdeiro dos Malfoy tratar um dos elfos como igual.
Lupin seguiu Draco até o quarto ao lado, e se sentou numa das poltronas de frente a lareira. Sabia que Draco lhe falaria agora tudo que sabia.
- Lupin ela foi estuprada por meu pai, foi torturada vezes sem conta, por vários feitiços. Cheguei a tempo de salvar sua alma de ser quebrada. Ela me ordenou que a matasse quando entrei na cela dela. Estava nua, amarrada e toda machucada. Tive um imenso trabalho para curar todas as feridas. Ela não conseguia nem se lavar, estava só chorando desesperada quando chegamos aqui. Eu a lavei, ela parece confiar em mim e eu não deixarei que ninguém a fira com perguntas ou cobranças - Draco fez uma pausa, passando a mão pelos cabelos loiros e soltos, os tirando do rosto - ela é importante para ele, e eu não deixarei que ele sofra mais que o necessário. Você sabe.
- Sei, não se preocupe Draco - Lupin respondeu - informarei aos Weasley, Harry e Hermione sobre o que aconteceu a Gina. Quando ela voltar, não haverá perguntas ou especulações.
- Haverá sim Lupin, ela esta gravida.
Lupin empalideceu.
- Ela sabe?
- Ainda não, vou falar para ela quando ela acordar - Draco falou sério - se ela não desejar essa criança, Lupin, ela não a terá, então não fale para eles sobre isso até que eu lhe envie noticias para faze-lo, ou ela escreva contando.
- Draco, você esta sugerindo um aborto? - Lupin estava chocado.
- O que você sugere? Ferir ela ainda mais com uma criança que carrega o estigma de um estupro? Não Lupin, não vou permitir que ela sofra com isso.
- Mas é seu sangue, aquela criança é seu irmão!
- É uma escolha que só a Virgínia terá de fazer, nem eu nem você nem ninguém pode julga-la se ela decidir não ter essa criança. Se ela a tiver, eu a assumirei como se fosse minha e cuidarei dela. Mas é ela quem tem de escolher, entendeu?
- Sim Draco, entendi. Mas é sangue Malfoy.
- É meu sangue, mas é escolha dela. Não tenho tanto apego ao meu sangue ao ponto de obrigar uma garota frágil e delicada como ela a carregar algo que a fere por simplesmente existir. Ela era virgem, Lupin, ela é romântica, ele acabou com o sonho dela de se entregar por amor ao homem que escolhesse.
Lupin admirou o loiro a sua frente. Fazia só um ano que ele tinha se formado, faziam dois que espiava para a Ordem, o loiro descobrira muitos planos e evitara muitas mortes. Já havia revelado muitos cativeiros também. Lupin admirava-o e tinha orgulho em ser considerado um amigo pelo sonserino. Snape também confiava no loiro e Dumbledore tinha-o em alta conta. Toda a Ordem fora informada hoje da indenidade do espião, e todos sabiam do resgate que Draco tinha realizado. Porem, somente poucos sabia o tamanho da coragem e astucia de Draco. A maioria achava que ele era um traidor interesseiro que só apoiava a Ordem para se safar das acusações de ser um comensal. Lupin sabia que ele não fora marcado, não aceitara e só sobrevivera pois Voldemort achava engraçada a obstinação e orgulho do herdeiro dos Malfoy, até hoje, Voldemort achava que era apenas questão de tempo para que Draco se juntasse a ele, acreditava que uma hora o sangue Malfoy falaria mais alto e o loiro o procuraria, humilde. Isso nunca aconteceu, ao contrario, o loiro resolvera escolher o lado oposto da guerra, e lutava pela Ordem da melhor forma que conhecia.
Lupin sorriu e se despediu do loiro, tinha que ir para a Toca revelar aos Weasley o que acontecera com sua pequena caçula. Sabia que teria de ser forte para não revelar a gravidez de Gina, pois entendia que ela tinha o direito de não ter esse filho. Sorriu cansado e se despediu do jovem a frente dele. Podia falar para os Weasley sem sombra de duvida que Gina estava segura com o sonserino da família que durante séculos fora inimiga deles.
Depois que Lupin aparatou, Draco voltou para o quarto de Gina e sentou-se ao lado da cama dessa. acomodou-se novamente na poltrona conjurada ao lado da cama , olhando a jovem dormir. Acabou dormindo na poltrona, velando o sono da jovem.
Acordou com uma suave mão tirando seus cabelos do rosto. Abriu os olhos devagar e encarou os olhos chocolate de Gina.
- Bom dia, pequena - falou com voz arrastada.
- Bom dia - Gina respondeu com uma sombra de sorriso.
Draco a olhou, vendo que a jovem parecia curiosa.
- Você dormiu a noite toda ai?
- Sim, queria me certificar que você estaria bem - Draco respondeu tranqüilo enquanto se espreguiçava, como um gato - tenho que te falar uma coisa muito importante.
Gina notou a mudança de tom na última frase e soube que seria algo sério.
- Você falou para Lupin?
- Sim, sua família já deve saber, assim não haverá perguntas inconvenientes.
- Mas porque eles precisavam saber, eu poderia dizer que fui apenas torturada...
- Virgínia, você esta gravida!
- NÃO! mentira, isso é mentira, eu não...posso...
- Virgínia, me ousa, você esta gravida. Eu vi ontem quando a curei dos seus machucados, quando curei os efeitos das maldições. Quero que me olhe e ousa bem - Draco pegou as mãos da jovem e fez essa olhar nos olhos dele - se você não quiser essa criança, se achar que ela é filha de um monstro e não deseja-la, eu entenderei e a ajudarei a corrigir isso, mas quero que você saiba que se a tiver, eu assumirei ela como se fosse o pai e ninguém fora da sua família saberá da verdade. Só quero que você pondere se quer ou não a criança que esta no seu ventre agora. Ela é parte de você também e não tem culpa do modo como foi concebida.
- O que...o que você acha que eu devo fazer?
- Sinceramente, acho que essa criança é sua, não importa o pai, não importa o modo como foi gerada. Acho que você a amara e cuidara dela como sua, acima de tudo o que passou. Mas não posso decidir por ti, não seria justo contigo ou com essa criança.
- E meus pais, eles já sabem disso?
- Não, nem nunca saberão se você decidir que não quer tê-la.
Gina pareceu se acalmar levemente, acariciou o ventre plano e pensou. Ela tinha um vida dentro dela. Criada num momento de extrema humilhação e dor. Mas era sua, era parte dela, e o pai dela estava morto, jamais voltaria para feri-los novamente. Draco lhe dava a opção de ter ou tirar esse bebê, queria que ela decidisse se poderia aceitar e amar aquela criança gerada com tanta dor. Ela olhou para o loiro a sua frente, ele era muito parecido fisicamente com o pai, era lindo, ela tinha de admitir. Ele fora criado pelo monstro que era Lúcio Malfoy, era um sonserino e se mostrava tão bom e preocupado quanto um griforniano. Ela olhou nos olhos dele e viu ansiedade, medo e coragem. Ele seria um ótimo pai.
- E quando você tiver seus próprios filhos? Vai desprezar esse bebê por não ser seu?
- Jamais terei filhos, pequena. É impossível.
- Por que?
- Porque eu sou gay!
- Oh!
Gina olhou um pouco chocada para o loiro. Ele realmente queria aquela criança, queria que ela nascesse, mas mesmo assim lhe dava a opção de não ter. Nem sugerirá que ela tivesse e lhe entregasse.
- Eu vou ter essa criança Draco, ela é minha filha. Não importa como ela foi feita, o importante é que ela é parte de mim, então se considere pai. Mas o que falaremos para os outros?
- Isso veremos depois. Agora vamos comer e escrever para seus pais. Acho que eles ficarão mais seguros quando lerem algo escrito por você. Eu estarei do seu lado, Virgínia, cuidarei de você e da criança, a amarei como se fosse minha. Nada lhe faltara ou a criança, nada será demais ou bom o suficiente para vocês. Não se preocupe, quando você estiver mais forte e encontrar alguém que você ame e também te ame, eu não serei empecilho para seu futuro, ao contrario, desejo só felicidade.
Gina sorriu de leve para o loiro. Sabia que seus pais adorariam um mensagem dela, e estariam preocupados mesmo com as noticias que Lupin levara, ou pelas noticias que Lupin levara.
- Draco, ainda não estou pronta para enfrentar minha família, eu tenho...medo.
- Não se preocupe, pequena. Só ira para casa quando achar que deve e esta preparada para isso. Nem antes, nem depois. Ninguém alem de mim, Lupin e Snape sabe onde fica esse lugar, por isso não receberemos visitas que não seja deles.
Gina sorriu, tranqüila. Ainda tinha muito o que curar em sua alma, mas sabia que Draco estaria do lado dela e confiava no sonserino que infernizara sua vida no colégio. Ele a manteria a salvo, fora que era muito mais tranquilizador saber que ele era gay e por isso não tinha nenhuma segunda intenção com ela.
Nota da Autora: Oi, essa é minha primeira fic e eu realmente espero que vocês gostem dela, ou pelo menos mandem criticas construtivas. Obrigado, e beijos da Li.
