(As personagens de Inuyasha e Yu Yu Hakusho não me pertencem. Apenas Hannah é de minha invenção.)

"... - falas da personagem

( ... ) - notas da autora

" ... " - pensamentos da personagem

000 - mudança de cenário ou tempo

" ... " - lembranças

Brilho da Lua

Prólogo

A luz prateada da Lua era refletida nas águas límpidas e calmas do lago. Um ser oculto nas sombras de uma grande árvore observava serenamente este espetáculo de luz. O silêncio era quase total, exceto pelo rumorejar do vento e as sacudidelas dos galhos daquela árvore milenar.

A pessoa mantinha as costas apoiadas no tronco da árvore, o joelho direito levemente arqueado, mantendo o pé também encostado no tronco, e os braços cruzados sob o fino tecido branco de sua elegante roupa. Seus olhos cor de âmbar deixavam transparecer uma frieza inigualável, mas permitiam perceber que aquele youkai estava submerso em pensamentos obscuros. Uma mecha de seus cabelos prateados movia-se ao sabor da brisa noturna, assim como as mangas de seu quimono.

"Por que...? - perguntou a si mesmo em um sussurro, acrescentando - Por que o senhor fez isso, pai? Eu não... - mas suas palavras foram rudemente interrompidas quando o youkai sentiu uma presença estranha no local. Imediatamente semicerrou seus olhos e ergueu a face a fim de melhor observar a habitação que havia a sua frente.

Tratava-se de um castelo feudal de três andares, que erguia-se cintilante contra as trevas da noite.

O youkai afastou-se da árvore a qual estivera escorado e, a passos rápidos, atravessou o lago através de uma bonita ponte de pedra. Chegando a frente do castelo, parou, atento a qualquer ruído.

Não demorou a ouvir algo de novo, devido a sua audição supersensível. Sim, vinha do último andar do castelo. E não se tratava de seu meio-irmão. Este provavelmente dormia a sono solto nos braços de sua jovem mãe, no quarto da humana.

O youkai rapidamente encaminhou-se para l�, subindo lances de escadas e atravessando corredores de chão muito limpo. Um cheiro desprezível irritava seu faro sensível. Ele parou, então, a frente de uma porta. Pelas frestas saía uma intensa luz. O youkai abriu a porta corrediça de chofre a tempo de ver um vulto afastar-se um ou dois passos de um altar. A escuridão voltou a reinar.

"Youko Kurama. - o youkai murmurou o nome do intruso.

O vulto virou-se em direção do recém-chegado, revelando seus olhos também cor de âmbar e seus cabelos prateados.

"Sesshoumaru. - retrucou o youkai com orelhas de raposa, pouco surpreso.

"Afaste-se da Tessaiga. - Sesshoumaru ordenou, impassível.

"Por que eu não consegui tocá-la? - Youko perguntou, mais para si mesmo, curioso, não obedecendo a ordem.

"Afaste-se da Tessaiga. - Sesshoumaru repetiu, não respondendo a pergunta.

O silêncio durou alguns instantes, nos quais Sesshoumaru e Youko Kurama encaravam-se com olhares frios e com muita tensão no ar.

Por fim, ao mesmo tempo em que o youkai raposa puxava um fio de seus cabelos e o transformava em um chicote de espinhos, a mão direita de Sesshoumaru brilhava envôlta em luz sobrenatural.

"Já ordenei para afastar-se destes Caninos! - a luz que emanava da mão de Sesshoumaru também transformou-se em um comprido chicote enquanto o youkai cachorro avançava para enfrentar Kurama.

Mas um outro som interrompeu ambos os ataques. Uma voz feminina, seguida de passos rápidos.

Da porta que Sesshoumaru deixara aberta, adentrou cerca de uma dezena de youkais vestidos de azul-marinho e, depois, uma mulher segurando um embrulho de panos nos braços.

"O que está acontecendo? - perguntou ela, espantada com o intruso.

Youko Kurama voltou sua atenção para Sesshoumaru e guardou seu chicote de espinhos.

"Acho que teremos que nos enfrentar em uma outra ocasião, senhor Sesshoumaru. - disse ele, inclinando a cabeça como a pedir desculpas.

Sesshoumaru não respondeu. Apenas observou o youkai raposa aproximar-se da janela de costas, virar-se e passar por ela habilmente.

"Este era o ladrão Youko Kurama, não era? - um dos guardas perguntou à outro, em voz baixa.

A mulher aproximou-se lentamente de Sesshoumaru e perguntou-lhe, preocupada:

"Está ferido?

Sesshoumaru novamente não respondeu, aproximando-se das espadas sobre o altar. Eram três, todas dentro de bainhas lindamente decoradas.

"Fico contente por Tessaiga, Tenseiga e Soounga não terem sido levadas. - disse a mulher num murmúrio, baixando os belos olhos castanhos para o embrulho de panos em seus braços. Tratava-se de um bebê com fofas orelhinhas brancas de cachorro no topo da cabeça, que dormia pesadamente apesar do barulho que há pouco tivera ao seu redor.

"Volte a seu quarto, Izayoi. - ordenou Sesshoumaru, afastando-se rumo à porta - Não há mais perigo.

"Obrigada por se preocupar, Sesshoumaru. - Izayoi agradeceu, sorrindo.

Sesshoumaru afastou-se sem mais palavras.

0000000

Souunga é a espada ao redor da qual gira o enredo do terceiro filme de Inuyasha.

(Saudações, queridos leitores...

Sei que este prólogo foi simples, mas logo logo tem mais aventura... O que acharam deste primeiro capítulo? Por favor, deixem seus comentários...

Bjs.

Hilda.)