Frozen e seus personagens não me pertencem.


N/A: Gentemmmm! Nem bem me despedi e já estou de volta (que pessoa estranha eu sou, vocês não acham)! Pois então, menti para vocês (mas foi totalmente sem intenção)... Achei que fosse escrever apenas uma one-shot, mas acabou que a história - pra variar - ficou maior do que eu imaginava, então resolvi dividi-la em alguns capítulos (todo mundo já está careca de saber que eu não curto muito caps grandes)! Vou postá-los aos poucos, tá!

Se vocês ainda não leram Redenção ou se ainda não chegaram ao final da fic, então podem dar meia-volta, porque, caso contrário, esta fanfiction aqui não fará muito sentido!

No mais, desejo a todos uma boa leitura!

Bjos bjos


A Masmorra de Gelo

Capítulo 1 - A primeira carta

Reerguer Arendelle após a destruição causada pela Grande Tempestade não se mostrou uma tarefa nem um pouco fácil. A lista dos danos causados pela intensa chuva e também pela invasão do mar era bem extensa e, só de olhar para ela, Elsa já se sentia exaurida de forças. Eram famílias inteiras que haviam perdido suas casas e que estavam, agora, desabrigadas, o porto que havia sido completamente destruído e que permaneceria inoperante por tempo indeterminado, as diversas estradas em condições precárias, as plantações devastadas, as colheitas arruinadas e as dezenas de sacas de grãos que haviam sido perdidas. Isso sem contar o número de feridos durante o inesperado e muito assustador vendaval que aterrorizou a todos assim que a chuva forte deixou de ser um problema, e as avarias no próprio castelo Real – que não eram poucas.

Com tantas preocupações, tarefas e responsabilidades, Elsa – que se entregara de corpo e alma à missão de restaurar o reino que jurara proteger – nem vira o tempo passar. As tribulações que circundavam a Rainha, as complicações e os contratempos que vez ou outra surgiam e as obrigações, que exigiam da governante de Arendelle bastante dedicação e empenho, deixaram-na tão atarefada e tão entregue à causa, que Elsa acabou se distraindo de todo o resto. De repente, não havia mais tempo em sua vida para pensar em si mesma e em suas próprias necessidades, ou na tão inesperada gravidez da sua irmã Anna, ou, até mesmo, em Hans.

Dias se passaram assim, com Elsa percorrendo o reino todo, avaliando pessoalmente cada reforma, estimando prazos, dando ordens, delegando funções e estendendo a mão a cada morador desamparado. Sem nem perceber, esses dias tão corridos se tornaram semanas... e essas semanas, cansativas e exigentes, logo se transformaram em meses.

O primeiro mês após a Grande Tempestade passou num estalar de dedos e, no começo do segundo mês, o reino de Arendelle, finalmente, já começava a ganhar forma mais uma vez. As estradas não estavam mais esburacadas, muitas casas já haviam sido reerguidas, as plantações cresciam rápido e o povo, que antes estava tão abalado pelo desastre que se abatera sobre o reino todo, parecia mais esperançoso ao testemunhar a dedicação inesgotável da Rainha e os bons frutos de sua incessante labuta. No final do segundo mês, a reforma do porto foi concluída, e o reino todo comemorou intensamente, pois, com o porto funcionando novamente, o comércio marítimo e as atividades pesqueiras seriam retomados, o que era um aspecto muito positivo para economia de Arendelle. Durante os festejos da inauguração do porto, Tammes, o Administrador, ao observar alguns navios atracarem no cais, perguntou à Rainha se ela gostaria de ter as honras de escolher a rota do primeiro navio a deixar Arendelle. Elsa, a princípio, decidiu deixar a escolha a critério dele, no entanto, poucos minutos depois, a resposta dela mudou. Porque, no meio da comemoração, enquanto a Rainha ria alegremente na companhia de sua família e de seus fiéis súditos, celebrando, jubilosa, mais uma vitória alcançada durante a reconstrução do reino, Elsa foi abordada por um mensageiro vindo do reino de Elvaram... e que trazia consigo uma carta endereçada a ela.

Claro que Elsa não fazia ideia do conteúdo do documento, mas, no exato instante em que segurou em mãos o envelope cor de creme, sentiu alguma coisa que não era capaz de nomear se alastrar em seu peito. Algo como uma combinação estranha de ansiedade e desejo e sofreguidão, e seu coração começou a bater tão rápido e sua garganta constringiu tanto que Elsa chegou a sentir falta de ar. Apesar da súbita ânsia, abriu o sobrescrito bem devagar, dedos compridos e ligeiramente trêmulos contornando com cuidado as dobras do papel cartão, olhos azuis tensos e a respiração presa na garganta. Soltou o ar quando tirou o papel de dentro do invólucro e o percorreu com os olhos, um sorriso radiante iluminando-lhe a face a medida que lia as poucas palavras ali escritas.

'Já sinto sua falta.'

Lambendo os lábios e respirando pausadamente para controlar as batidas desenfreadas do seu coração, apertou a carta contra o peito e procurou, apressada, pelo senhor Tammes. Avistou o Administrador do Porto não muito longe de onde estava, conversando, animadamente, com um grupo de pescadores, e correu até ele, ignorando os olhares alarmados que recebia de todos ao seu redor.

"Para as Ilhas do Sul!" Ela exclamou quase sem fôlego, pois a emoção que sentia dentro de si era tão intensa que a arrebatou de vez. Tammes franziu um pouco o cenho, sua testa áspera se enrugando mais do que já era enrugada, e Elsa, ao notar a dúvida estampada no rosto dele, se esclareceu. "O primeiro navio a deixar o cais, senhor Tammes..." Instruiu, inspirando profundamente, e o Administrador ajeitou os óculos sobre o nariz adunco e balançou a cabeça para cima e para baixo, como se dissesse à Rainha para prosseguir, que ele era todo ouvidos. "...deverá seguir para as Ilhas do Sul. Preciso enviar uma carta."

O homem assentiu e sorriu um sorriso entendedor. "E, para as Ilhas do Sul, o navio seguirá."