Eu amo a Miku desesperadamente.
Mas ela não me ama, provavelmente...
E quando estou com ela, é um paraíso...
Contento-me de só observá-la...
E enquanto Miku estiver comigo e feliz...
Eu estarei feliz.
–Luka! – Miku exclama, chamando a atenção Luka.
–Hm. – Murmura; estava tão cansada de tudo isso novamente...
–Quer sair comigo? – A menina mais baixa sorri, despreocupada e saltitante.
–H-hã? – Se enrola com as palavras, estava um tanto surpresa, pois pensou que iria chamá-la para sair com seus amiginhos, e não...
–Quer dizer... Conosco. – Ela corrige sem jeito, desviando o olhar e ruborizando.
Miku, sua idiota... Você deve saber, não tem como... Está tão obvio...
–Hein? – Arqueia uma sobrancelha.
–Ah... Sabe... Eu, você, Kaito, Gakupo...
Idiota, isso que você é.
Será que não percebe o quanto isso machuca? Não quero te ver com ninguém além de mim. Embora seja meu desejo egoísta, e você não tenha declarado nada, eu...
–Desculpa, tenho algumas coisas para fazer. - Fala friamente, tentando esconder sua raiva.
Minha mascara de frieza.
Eu sou tão ridícula, fico evitando-a, embora seja eu que estou apaixonada.
–Entendo... – Miku murmura tristemente. – Mas qualquer dia sairemos só nós duas. Um dia só nosso em que aproveitaremos tudo! Afinal, você é a minha melhor amiga! – A menina sorri sem graça, beijando a bochecha de Luka. – Até mais. – Acena e sai, seguindo seu caminho.
Dói, Miku. Dói...
Luka está deitada em sua cama. Não consegue evitar pensar como vai ser esse encontro.
Não consigo relaxa...
E se Miku encontrar alguém que goste?
O que farei eu?
E se essa pessoa aparecer e a Miku ficar junto dela?
Mesmo assim, eu... Se a Miku estiver feliz, eu...
Eu não quero que meu paraíso acabe...
–Tsc. – Murmura irritada colocando o livro que estava lendo aberto em seu rosto. – Isso é pior que o Inferno de Dante...
Novamente...
–Luka! – Miku a agarra pelo abraço. – Noticias! – Sorri sem graça.
Quando você está perto, é um paraíso...
–Hm, o que é? – Luka tenta parecer indiferente, embora esteja curiosa e apreensiva.
–Kaito pediu para ficar comigo.
Parece que eu pequei... E fui expulsa do paraíso...
–E? – Encarou-a com uma expressão de raiva.
–Hm? Pensei que ia ficar feliz, oras... – Fala um tanto confusa.
Miku, você é inocente demais...
–Não é esse ponto...
Controle-se, Controle-se, Controle-se, Controle-se...!
–E o que é? – Miku fala preocupada com a expressão de Luka.
–O que você vai fazer...? – Luka a olhava nos olhos, seu olhar era entediado, sonolento, mas era muito sombrio... Miku sentiu um arrepio.
–Não sei... – Desvia o olhar. – Não é como se eu gostasse do Kaito, ele é meu amigo... Não rola. Então vim pedir sua ajuda.
Com amigos não rola... ?
–Não vai rolar por que ele é seu amigo? Se fosse com outra pessoa rolaria? – Luka semi-cerra os olhos.
–Não é isso... E-eu... – Miku se encolhe, sentia-se intimidada.
Miku...
Você me jogou para fora do paraíso...
Isso é imperdoável...
–Tudo bem. Eu só perguntei... – Murmura quase em um sussurro.
–Okay, mas o que farei? – Miku voltar a tocar no assunto.
Miku, Miku, Miku...
–Faça o que quiser. Essa é uma decisão sua, não me importo... – Responde, tentando transparecer indiferença. –Tenho que ir, tchau... – Luka toca o ombro de Miku, e o aperta levemente, saindo em seguida.
Eu pensava no que poderia acontecer futuramente, mas enquanto eu estivesse no paraíso não haveria problema...
Mas parece que comi a maçã...
Fui tola o suficiente.
Ah, bravo!
Impressionante, Luka...
Luka entra em casa, havia matado aula, pelo menos ficaria sozinha.
Ironicamente, foi na cozinha e viu varias maçãs em cima da mesa.
–Eu fui jogada do Eden... – Pegou uma maçã num tom vermelho sangue e a mordiscou.
Luka direcionou ao seu quarto, se trancando em seguida.
–Luka! Luka! Luka! – Miku exclamava batendo na porta da casa de Luka.
–Miku-chan. O que ouve? – A mãe de Luka perguntava curiosa, ao ver a imagem de Miku. Estava cansada e ofegante, provavelmente por que veio correndo o caminho inteiro.
–A Luka já chegou? – Pergunta preocupada.
–Não. Espera, aconteceu alguma coisa? – A mãe de Luka pergunta, começando a entender a preocupação de Miku.
–Não sei, não a encontrei na escola.
–Meu deus, vamos procura-lá! – A mãe de Luka puxa Miku para dentro da casa.
–A senhora já procurou no quarto, já olhou em toda a casa? – Miku indaga. A casa de Luka era extremamente grande.
–Não, acabei de chegar. Venha.
As duas saíram procurando em cada cômodo.
–Luka! Luka! Luka! – Miku e a mãe gritavam a procura da mesma.
Luka repousava em sua cama, estava com a maçã ainda na mão, apertando-a, quando ouviu os gritos a chamando, dando um tremendo susto.
A mesma se levanta um tanto irritada, suas roupas estavam amassadas e seu cabelo bagunçado. Levantou-se abrindo a porta do quarto.
–O que foi? Que droga, por que essa gri- Eh?! – Quando abriu a porta do quarto percebeu que não só sua mãe a procurava, mas Miku também, sua expressão era chorosa.
–Luka, sua idiota. – Miku resmunga e se agarra em Luka, a apertando num abraço.
Luka arregalou os olhos ao sentir aquele corpo bem perto do seu.
–Ei, Luka. O que aconteceu? – A mãe de Luka indagou irritada com toda a situação; tinha levado um baita susto.
–Eu sai cedo e vim pra casa, apenas isso. Peguei no sono. Me desculpa. – Ah, bravo! Luka soube muito bem como contornar toda essa situação. Sua inteligência era muito grande.
–Não me preocupe assim, eu quase morro! – A mesma sai resmungando, provocando um sorriso em Luka.
"Merda, esqueci que Miku me abraçava!" Ela hesita, mas acaba envolvendo os braços no pescoço de Miku, apertando o abraço.
Eu estou de volta ao Eden...?
–Me perdoa... – Miku sussurro sem soltar Luka.
–Hein? – Luka estava confusa. "Me perdoa" perdoar o quê?
–Me perdoa... Fui egoísta. Não pensei em você, não sei o que você tem, mas... – Miku a fita chorosa. – Eu não quero sair do paraíso...
–Hã? O-o que v-você disse? – Pensamentos inundavam a mente confusa de Luka, ela não compreendia tudo aquilo.
–Eu não quero sair. Não quero sair do Eden. Quando estou com você é como se estivesse no paraíso... Não quero, eu realmente não quero sair... Por favor, não pare de falar comigo, não me trate assim... – Lagrimas desciam no rosto pálido de Miku.
Luka sorria.
Estou de volta.
Ela tira os cabelos esverdeados da franja de Miku e beija sua testa.
–Não chora, não quero isso. Calma.
–Mas...
–Me desculpa por hoje, não foi minha intenção...
–Luka...
–Hm?
–Esteja comigo. E enquanto você estiver comigo e feliz, eu estarei feliz.
–H-... h... – Não conseguia falar, tamanha a felicidade.
–Luka... – Miku esperava sorridente uma resposta.
–Estarei... – Sussurrou.
–Então está ótimo. – Miku se aconchega.
–Hm.
Esses dias felizes continuaram.
Ainda bem. Ainda bem...
Eu não quero sair do Eden...
Pois você é o meu céu particular.
E você me pertence.
–Luka.
–Oi.
–Quando você quiser me dizer por que ficou assim, me diga. Não é como se eu me importasse, por que eu apenas quero ficar com você. – Miku dá de ombros.
–H-... h... – Envergonhada, Luka é incapaz de responder.
–Você é tão fofa, apesar de seu jeito sério... – Miku dá uma gargalhada.
–Fica quieta. – Luka fala rindo.
Ainda bem... Luka, ainda bem...
Não vou sair.
Um dia te direi...
Mas até lá...
Continuarei nesse paraíso.
–Ah, falando nisso... Não vou ficar com Kaito.
–Mesmo? – Luka não podia deixar de sorrir.
–Uhum. – Dá um risinho. – Ele pediu para ficar comigo, mas eu sei que ele tem uma paixão platônica por Gakupo. – Dá uma gargalhada.
–Okay, então... – Luka segue na risada.
Nenhumas das duas se soltavam do abraço.
Não vou sair.
Não quero sair.
(Eu apenas estou dizendo!)
