Eis aqui minha mais nova história, DeiSaku, como eu havia dito nas minhas outras fics! Espero que gostem dessa também! E, como os que já me conhecem vão repara, esse é o maior capítulo que eu já escrevi na vida! XD

Boa leitura!

Disclaimer: Naruto pertence a Kishimoto Masashi-sama!

Ningyo tem dois significados. Pode ser sereia ou boneca. Nessa história, significa boneca.


Ningyo

Capítulo I – A boneca de olhos esmeralda

Ela achara que nunca teria que agir daquele jeito: fria e calculadamente, mas parecia que até isso ela aprendera com ele.

No início, todos em Konoha acharam que ela havia desaparecido durante uma missão. Mas não fora bem isso que acontecera. Ela estava cega. Cega pelo amor imenso que ela nutrira pelo Uchiha durante tanto tempo e que fora, subitamente, tirado dela pelas mãos de outro ninja.

Por isso, e também por ser a querida discípula da Godaime, ela foi aceita de volta à sua vila natal. O assunto fora proibido e, quando ninguém comentava, era como se absolutamente nada tivesse acontecido.

Mas o que ninguém esperava era que ela fosse dizer o que disse, e justamente para quem disse.

- Naruto, eu te amo.

Completa felicidade para o futuro hokage de Konohagakure e total desespero para a herdeira do clã Hyuuga. Hinata sempre soubera que não poderia competir com Sakura se, algum dia, os sentimentos dela em relação ao loiro mudassem. E assim foi.

Tudo aconteceu tão rápido que ninguém realmente parou para analisar os fatos com dedicação. Uma semana depois da volta da Haruno à vila, ela e Naruto se casavam e, exatamente oito meses depois, nascia a herdeira Uzumaki, Ningyo. Uma linda menina de cabelos vivamente dourados e olhos profundamente verdes. Uma verdadeira bonequinha de porcelana. E seu nome ajudava.

Imediatamente, foi apelidada por todos de Konoha como boneca.

Uma menina extremamente adorável, mas não se parecia nem um pouco com seu pai. Entretanto, era a cópia perfeita de sua mãe, a única coisa que a diferenciava de Sakura era seu cabelo loiro. E era exatamente por causa dele que ninguém jamais duvidara de que Naruto era realmente seu pai.

Crianças prematuras eram extremamente comuns no mundo ninja, afinal, as tarefas árduas e o ritmo acelerado que as kunoichis viviam acelerava até mesmo o ritmo natural de seus corpos, expulsando as crianças de seus ventres antes do tempo normal.

Mas Tsunade não era uma tola qualquer que pudesse ser enganada. Não quando era a melhor ninja médica que o País do Fogo já tivera. Assim que Ningyo deu sua graça ao mundo, pelas mãos da própria Godaime, ela reparara que ela não era frágil, como era de se esperar de um bebê que nascera de oito meses.

- Sakura, eu fiz o teste de DNA dessa menina. Ela não é filha do Naruto.

Sakura já esperava que sua mestra fosse descobrir seu segredo. Era óbvio que isso não passaria despercebido, não por ela, Tsunade-hime.

- Eu sei, shishou. Mas eu lhe imploro, mantenha esse segredo. Pelo bem da Ningyo.

O tom da Uzumaki era suplicante. Tsunade nunca escondera que tinha um amor de mãe por sua melhor discípula, e entendia que alguns segredos nunca deveriam ser revelados. Todo shinobi sabia disso. Não queria ter que enganar Naruto, mas o que aconteceria se toda Konoha descobrisse que a recém-nascida boneca não era uma Uzumaki? Seria um escândalo sem igual. Sakura acabaria tendo que sair da vila, junto com sua filha. E não era isso que a Godaime queria para ela. Não mesmo.

- Cuidado com o que faz, Sakura. Você só tem dezenove anos.

- Eu sei disso, shishou. Eu sei muito bem disso.

Claro que ela sabia, ela sempre soubera de todos os riscos. Mas ninguém é imune à catástrofes e tragédias. Ninguém é imune à morte. Ninguém faz planos pensando no dia em que fechará seus olhos para sempre, mas esse dia sempre vem. E às vezes vem nas horas mais importunas, nas horas mais felizes.

E foi em uma hora como essa que a morte se abateu sobre o dono do amor da kunoichi de cabelos róseos, mais uma vez.

Como se já não bastasse o combate que lhe tirou seu Sasuke, quando tinha apenas dezesseis anos, outra vez o destino resolvera que ela teria que perder seu amado pelas mãos funestas da morte. A negra entidade dessa vez lhe tirara seu Deidara.

E junto com ele um pedaço dela morreu. Sua vida jamais seria a mesma, não depois de conhecê-lo, não depois de conhecer o calor de seus braços, seu inebriante perfume. Ele fora diferente do Uchiha, em todos os sentidos. Ele fora uma paixão ainda mais arrebatadora, uma amor ainda maior.

E nessa paixão louca, ela engravidou e ele morreu na guerra entre Akatsuki e Konoha.

E, pela primeira vez, ela teve que colocar em prática o que aprendera com ele. Fez cálculos frios e descobriu, cruelmente, a saída para seus problemas. Enganar Uzumaki Naruto.

Doera nela ter que fazer isso. Naruto era como um irmão, Hinata era uma amiga querida. Entretanto, se ela queria ter uma chance de retornar à sua antiga vida e dar um pai para sua filha, ela precisava fazer o que fez. Naruto era o único que serviria para seus planos. Quem mais tinha cabelos loiros e olhos cor de safira em Konoha? Precisava ter certeza de que ninguém jamais desconfiaria da paternidade de Ningyo.

E a pequena boneca fora encantadora desde o dia em que nasceu. Todos a amavam e mimavam, como se Naruto já não fizesse isso o suficiente. Se dependesse dele, a pequena seria uma menina corrompida pelos maus hábitos.

Desde muito pequena ela tinha um gosto sem igual pelas artes em geral. Aos cinco anos ela aprendera a fazer esculturas com argila, aos sete aprendeu a pôr chakra em suas esculturas para fazê-las se movimentar e aos dez aprendeu a concentrar o chakra delas para fazê-las explodir. E qual não era seu prazer ao ver suas pequenas borboletas de argila explodirem pelos ares.

Não era considerada um gênio, como o filho de Neji e TenTen, mas isso era porque sua arte não era compreendida.

E a pequena assim viveu sua vida, entre sua arte e sua constante batalha de prová-las a todos em Konoha, até que, no dia de sua formatura na Academia, um estranho presente lhe foi dado.

- Okaa-san! – o grito da menina pôde seu ouvido por toda a casa.

Fazia tempo que se sentia estranha, mas se sentir estranha não justificava o que seus olhos cor de esmeralda encaravam naquele momento.

Sakura entrou, afobada, no quarto de sua filha, indagando-se o que poderia ter acontecido para a menina dar um grito daqueles.

- Que houve, Nyn-chan? – a preocupação era clara em sua voz.

Ningyo olhava, apavorada ou admirada, Sakura não soube dizer, para as palmas de suas mãos. Ao finalmente perceber o que se passava ali, a Uzumaki empalideceu de pavor. Era o que ela mais temera nos últimos doze anos.

- Okaa-san, isso é Kekkei Genkai, não é? – a boneca perguntou, maravilhada. – Como os olhos daquele Hyuuga insuportável.

Sakura tremia descontroladamente. O que diria a ela? Como explicaria o fato de ela ser a única da família com uma linhagem tão poderosa e tão exótica como aquela? Como ela explicaria o fato de que ninguém poderia descobrir aquilo?

- Com isso, minha arte vai ser... finalmente... – Ningyo parou, procurando a palavra exata para definir o que sentia. – um estouro!

Aquela frase era mais do que a médica podia agüentar.

- Jamais repita essa frase! – ela disse rispidamente.

Ningyo olhou para sua mãe, seu olhar estava confuso.

- Por que, mamãe? É minha chance de provar para todos que minha arte é mais do que simples artigos para decoração! Com isso vou poder fazer esculturas no meio da luta! Imagine!

Os olhos da boneca brilhavam de excitação, ao mesmo tempo que sua mãe começava a suar frio. Qual fora o dia em que aquela menina começara a se parecer tanto com ele?

Sakura se levantou da cama de sua filha e foi até a porta, trancando-a. Já que era hora dela saber de tudo, ela precisava contar.

- Você não é mais uma criança. Então vou te contar a verdade.

Sakura fez então um breve relato sobre o verdadeiro pai da boneca loira. Omitiu muitos detalhes, afinal Ningyo não precisava saber de tudo. Saberia apenas o necessário e ponto final.

Ao final da história, Ningyo já não mais sabia como se sentir. Crescera achando que seu pai era um homem, mas, na verdade, era outro. Mas sua fascinação pela Kekkei Genkai que herdara não diminuíra absolutamente nada. No fundo, que importava quem era seu pai biológico? Fora criada por Naruto, era ele quem ela amava, era ele quem ela chamava de papai.

- E esse Deidara...? Quando poderei conhecê-lo? Digo... ele pode me ensinar tantas coisas! – sua voz estava mais entusiasmada do que deveria.

- Você não pode. – Sakura respondeu. – Ele morreu. Muito antes de você nascer.

Ningyo não sentira nada ao saber que um desconhecido morrera, mas ao olhar para o semblante triste de sua mãe, ela não pôde deixar de abraçá-la apertado, com uma grande ternura.

Sakura encarou sua filha nos olhos. Esmeralda contra esmeralda.

- Jamai deixe alguém ver suas mãos, entendeu? Esse é um segredo que não deve ser revelado. Nunca.

Ningyo assentiu. Sabia que não podia pôr sua mãe em risco, não com um assunto delicado como aquele. Na melhor das hipóteses, ambas seriam expulsas da vila.

- Mas... Como posso esconder? – ela perguntou, incerta, olhando, ainda fascinada, para as bocas que sorriam para ela, nas palmas de suas mãos.

Sakura saiu do quarto e voltou, rapidamente, com um rolo de ataduras e um par de longas luvas vermelhas. Ela enrolou as palmas das mãos de sua boneca com as ataduras e depois pôs as luvas por cima. As luvas ficavam a um palmo de distância dos ombros e não tinham dedos. Eram acessórios realmente interessantes.

- Combina com sua roupa, certo? – Sakura perguntou.

- Sim! – Ningyo assentiu, feliz.

Sakura a abraçou com carinho.

- Lembre-se que eu vou estar sempre com você. Não importa o que aconteça.

Ningyo sorriu docemente.

- Arigatou, okaa-san.

Sakura abriu um sorriso ainda maior e afagou os longos cabelos loiros de sua bonequinha.

- E não repita aquela frase! Nem sobre tortura!

Ningyo riu.

- Mas é verdade! Minha arte é um estouro, yeah!

Sakura podia jurar que fora Deidara quem proferira aquelas palavras. Como ela podia ser tão parecida com ele se eles nunca haviam nem ao menos se visto? Apenas genes e DNA eram o suficiente para deixar duas pessoas iguais? Não. Ela, como médica, sabia que esse tipo de coisa não funcionava assim. Não fora a genética que fizera aquilo acontecer. Fora algo muito mais poderoso. O Destino.

- Apronte-se rápido, boneca! Ou vai chegar atrasada em seu primeiro dia como gennin.

Ningyo fez um muxoxo.

- Não me chame assim. – ela torceu o nariz. – Já chega o resto da vila!

Sakura riu.

- Rápido.

E ela foi. Como boa ninja que já era, mesmo tendo acabado de se formar na Academia, aprontara-se em apenas dez minutos. Com sua usual roupa: vestido negro sem mangas, gola em estilo oriental; as fendas laterais permitiam maior mobilidade e também deixava aparecer o short vermelho que ela colocara por baixo. Agora, entretanto, ela tinha dois novos acessórios completando seu visual: a bandana negra da Folha, amarrada em seu pescoço, e as luvas vermelhas. Suas madeixas douradas estavam presas em duas maria-chiquinhas baixas, iguais às da Godaime.

- Eu volto para o jantar! – ela exclamou, animada, enquanto saía de casa, saltitante, rumo à Academia Ninja.

Sakura apenas sorriu, apreensiva. Esperava que tudo corresse bem e que ninguém jamais descobrisse a linhagem sangüínea avançada que sua filha herdara, caso contrário, as coisas ficariam tensas. Mas aquilo era pensar negativamente.


Estava atrasada, sabia disso, mas os acontecimentos daquela manhã foram muito tumultuados e fascinantes. Não tinha como chegar no horário, nem que tivesse acordado na hora certa.

Foi correndo para sua sala e suspirou ao ver quem estava lá: Hyuuga Hideki, filho de Neji e TenTen, e Hatake Minato, filho de Kakashi e Anko. Ambos considerados gênios, assim como seus pais, e, é claro, não reconheciam sua arte.

- Ohayou. – ela disse, mal-humoradamente. – Sou do time de vocês?

- Sim. – Minato resmungou.

- E nosso sensei? – ela perguntou.

- Não está vendo que ele está aqui no meu bolso, Uzuamki? – Minato debochou.

- Calado, Hatake. – ela alfinetou de volta, irritada.

Minato riu. Sua semelhança com Kakashi era inegável. Os mesmos cabelos prateados, os mesmos olhos acinzentados, mas, diferente de seu pai, ele não cobria o rosto, deixava visível a quem quisesse ver os dentes caninos levemente pontiagudos, herança de seu avô, o Canino Branco da Folha.

- Vocês dois são muito irritantes... – Hideki revirou os olhos, entediado.

Outro que era a cópia de seu pai. Cabelos negros e compridos, presos no mesmo tipo de rabo-de-cavalo, e os olhos perolados do Byakugan.

Era claro que eles não se suportavam. Se havia um grupo que jamais deveria ter sido montado, era o grupo em que eles estavam. Onde os professores da Academia estavam com a cabeça quando resolveram colocá-los juntos?

- Vejo que ainda não se mataram. – uma voz bem conhecida pelos três soou, perto da porta.

Minato o mirou, aborrecido.

- Que faz aqui, otou-san? – ele não escondia nem um pouco sua insatisfação por ter visto seu pai em um momento como aquele.

- Ora, ora... Que ingratidão. Eu sou o sensei de vocês.

Os três olharam o jounnin com incredulidade, o que fez Kakashi suspirar. Por que a idéia de tê-lo como professor parecera não agradar nenhum dos três gennins?

- Andem, acompanhem-me. – o Hatake suspirou.

Se fosse qualquer outro time, Kakashi primeiro se apresentaria e depois pediria que cada um se apresentasse. Mas aqueles três se conheciam desde que nasceram e ele os conhecia desde que ainda estavam nas barrigas de suas mães. Qual era a necessidade de apresentações?

- Vocês têm até o almoço para pegar esse dois guizos de mim. Se não passarem, voltarão para a Academia. – dito isso, abriu o último livro de sua coleção Icha Icha Paradise e se sentou, esperando os avanços dos três ninjas.

Os três se encararam, sorrisos maliciosos brincando nos lábios de cada um. Aquela seria uma tarefa bem simples.


Kakashi estava simplesmente estupefato. Aquelas crianças, que diziam se odiar, simplesmente haviam tirado os guizos de suas mãos, em um trabalho de equipe perfeito, em apenas cinco minutos! Hideki conferiu a posição exata de onde eles estavam guardados com seu Byakugan, Ningyo o distraiu com pequenas explosões e Minato aproveitara a distração para pegar os guizos. Rápido, simples e perfeito.

- Proponho que lutemos para saber quem deve ficar com os guizos! – Ningyo sugeriu, já que havia apenas dois, e eles eram três.

- Tem certeza disso, Uzumaki? – Hideki alfinetou, dando um sorriso malicioso para o Hatake mais novo.

Ningyo controlou-se para não perder o controle ali mesmo. De novo, aqueles dois imbecis estavam a subestimando. Mas ela já tinha um plano. Ou não teria sugerido tal luta para aqueles dois.

Enquanto distraía seu sensei, ela instalara pequenas surpresinhas no chão da floresta.

Ela riu, o que fez os outros dois erguerem suas sobrancelhas.

- Vocês vão precisar visitar minha mãe quando eu tiver acabado aqui. – ela debochou.

- Duvido disso. – Minato se atreveu.

Ningyo concentrou seu chakra em suas mãos, seu controle era tão perfeito quanto o de sua mãe. Com um soco, ela abriu o chão, fazendo seus dois companheiros caírem em uma fenda, que estava cheia de argila.

- Eca, que nojo. – Hideki reclamou, vendo que estava simplesmente todo coberto por aquela coisa pegajosa.

Ningyo sorriu, arteira.

- Katsu.

E uma grande explosão. Os dois saíram voando das fendas, e caíram com agressividade na grama. Cortes e pequenos chamuscados eram visíveis em várias partes de seus corpos. Claro que ela havia pegado leve com a explosão. Não podia simplesmente matá-los daquele jeito. Não teria graça.

Kakashi estava atônito. Aquela menina, tão desacreditada, havia derrotado, com facilidade, os melhores gennins do ano.

- Hideki, Minato, estou decepcionado com vocês. Ningyo, nunca deixe ninguém dizer que você não é um gênio. Por que você é.

Os dois meninos bufaram, reclamaram e xingaram, tudo muito baixinho, para que Kakashi não fosse capaz de entender. Como assim deixaram-se derrotar por uma garota? E pior que isso, por uma garota que achava que explodir coisas era arte!

Ningyo sorriu. Um sorriso verdadeiro e puro, que há muito não aparecia em seus lábios.

- Arigatou, Kakashi-sensei!

Aquele era o fim da arrogância dos outros dois.


Não muito longe, três homens observavam o que se passava na clareira. Admirados com o que acabaram de ver.

- Essa menina te lembra alguém? – um deles perguntou.

- Sim. É idêntica... – o segundo disse, um sorriso brincando em seus lábios.

- Parece que agora você tem uma rival para explosões. – o terceiro comentou, malicioso.

- Uma rival não, uma aliada.