*Naruto e todos seus personagens pertencem a Matashi Kishimoto.*


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I – Confusões


Hoje...

— Some daqui seu idiota! Eu não quero te ver na minha frente nem pintado de laranja com bolinhas azuis!

— Naruto, por favor, vamos conversar! — A voz de Sasuke já estava desanimada. Parecia que o loiro, seu melhor amigo desde os cinco anos, dessa vez não iria mesmo ceder. Já estava gritando e pedindo desculpas há quase meia hora, e o máximo que conseguiu foi que o aparelho de som fosse ligado em um rock extremamente alto para abafar suas súplicas. Virou-se e apoiou as costas na porta da casa do amigo. — Estúpido! Estúpido! — Cada palavra foi acompanhada de uma cabeçada na porta. Sentiu suas pernas fraquejarem e escorregou, caindo sentado dolorosamente, mas não se importou. Encolheu as pernas e enterrou a cabeça nas mãos.

Há três semanas que tentava falar com Naruto. Procurava-o na faculdade, na casa dos amigos, ligava... mas nada do que fazia surtia qualquer efeito. Nunca imaginou que perder a amizade do loiro pudesse doer tanto, mas era fato: estava sofrendo mais do que quando perdeu os pais em um acidente aéreo há três anos. Talvez por isso ser resultado de uma idiotice exclusivamente sua.

Agora vamos descobrir como foi que nosso orgulhoso e frio amigo Uchiha Sasuke chegou a essa situação.


Três semanas antes...

— Teme, já bebi demais... Me leva pra casa? — A voz de Naruto saia meio engrolada. — Acho que vou vomitar...

— Seu dobe! Acha que vai conseguir chegar em casa antes de vomitar? Deixa de ser idiota... — Sasuke também falava de um jeito estranho. Não tinha bebido tanto quanto o amigo, mas o suficiente para deixá-lo falando mole e vendo dobrado.

Estavam em um bar muito frequentado por todos os jovens da faculdade, eram quase duas da manhã de uma sexta-feira e o local começava a esvaziar. Foram até ali para comemorar o fim da semana de provas, mas as coisas não saíram bem como o planejado. Logo ao entrarem deram de cara com uma cena no mínimo inusitada: suas namoradas se beijavam apaixonadamente no meio da pista de dança, sendo observadas e aplaudidas por uma multidão de marmanjos.

Sasuke e Naruto se entreolharam sem ação. Mas que diabos Sakura e Ino estavam pensando? Enquanto olhavam, as coisas começaram a esquentar e as mãos das garotas passeavam livremente pelo corpo uma da outra. Quando Sakura levantou a blusa de Ino e começou a chupar com gosto os seios da loira, sob gritos e assobios da plateia, eles acordaram e resolveram agir.

Naruto agarrou Ino por trás enquanto Sasuke fazia o mesmo com Sakura, puxando-as para longe da pista de dança e empurrando-as para o corredor dos banheiros, que estava vazio. Saíram de lá sob os comentários dos amigos:

— Que sorte, hein?

— Então é por isso que estão sempre juntos!

— Se precisarem de mais alguém para o troca-troca, podem me chamar!

No fundo os rapazes sabiam que não podiam culpar ninguém além deles próprios, já que a primeira vez que aconteceu, foi por incentivo dos dois. Estavam, em determinada noite, na casa do Uchiha assistindo um filme com algumas cenas de sexo entre garotas, quando eles pediram para ver a coisa ao vivo. Depois de algumas cervejas, elas não se fizeram de rogadas, começando a se beijar e acariciar enquanto eles assistiam, para depois entrarem na festinha. Aquela foi a primeira vez que fizeram esse tipo de orgia, mas não a última. Nos seis meses seguintes isso começou a se tornar um hábito entre eles.

— Vocês são malucas? — Naruto perguntou com a voz alterada.

— Tudo bem que queiram fazer isso, mas no meio do bar e com tanta gente vendo? — Sasuke completou, num tom mais calmo que o amigo.

— Ah, qual é, Uchiha? Deixa a gente se divertir... Estava tão bom, olha só... — Dizendo isso com a voz um pouco ininteligível e soluçando logo em seguida, Ino pegou a mão de Sasuke e colocou entre suas pernas, para mostrar o quanto estava molhada.

— Verdade... Eu queria fazer muito mais! — Dizendo isso, Sakura, num movimento bem ágil para uma bêbada, tirou a blusa, ficando com os seios à mostra. Virou-se para Naruto e o fez apertá-los com ambas as mãos. Nem estavam se importando com quem era o namorado de quem no momento, já estavam tão acostumadas a ficar com os dois que não ligavam mais para esses detalhes técnicos.

Mesmo espantados com a atitude de suas namoradas, eles não resistiram; eram homens afinal. Sem pensar duas vezes, prensaram uma contra a outra, como sabiam que elas gostavam. Quando elas começaram a se beijar, aproveitaram para abaixar as próprias calças, e num movimento rápido, as penetraram por trás, arrancando gemidos das duas. Foi uma coisa apressada, mas não o suficiente para não ser vista. Várias pessoas que iam e vinham dos banheiros viram os quatro fazendo sexo no corredor e cada vez mais pessoas pararam para assistir.

Depois disso se separaram, as garotas para um lado, os rapazes para outro, e foi uma noite completamente alucinante para todos. Graças a eles, a libido de todas as pessoas estava no auge naquele bar, rendendo várias cenas de sexo explícito pelos banheiros, corredores e cantos escuros, muitas protagonizadas inclusive por nossos queridos amigos.

O final da noite pegou os rapazes completamente embriagados e exaustos de tanto sexo e álcool, debruçados sobre o balcão do bar, onde o pedido de Naruto aconteceu.

— Tudo bem, dobe, eu te levo. — Sasuke passou o braço de Naruto por seu pescoço e o ajudou a se levantar, quase derrubando os dois, afinal também não estava muito firme nas próprias pernas. Chegaram perto da saída e o Uchiha piscou três vezes para tentar focar a visão, mas não conseguiu. — É melhor não dirigir hoje... Vou chamar um taxi. Estou vendo quatro portas duplas... Qual delas?

— Ahn? — Naruto olhou em direção à saída, meio escorado no ombro do moreno e percebeu que sua conta não batia com a do outro. — ... cinco... seis... Engraçado, eu podia jurar que só tinha uma quando chegamos...

Depois de algum esforço e a ajuda de uma alma caridosa que se cansou de vê-los dando de cara na parede, conseguiram chegar do lado de fora. Sentaram-se na calçada e se encostaram em um poste para esperar o taxi chegar.

— Sasuke... está sentindo isso?

— Isso o que?

— Acho que choveu... O chão 'tá molhado.

— Não 'tá, não.

— 'Tá sim.

— Hn. — Sasuke se aproximou de Naruto, quase caindo em seu colo e viu que não era só o chão em que o amigo se sentava que estava molhado, mas uma parte do poste também. — Acho que um cachorro fez xixi aí.

— QUÊ? — O loiro tentou se levantar rápido de onde estava, mas, além de suas condições não permitirem, Sasuke continuava meio debruçado sobre ele. Tropeçou na perna do moreno, se desequilibrando, e para tentar se segurar, agarrou nos cabelos de Sasuke.

— AI! — Foi praticamente içado pelos cabelos, ajoelhou na calçada e para não cair, segurou-se nas pernas de Naruto.

O resultado? Naruto caiu de costas, ainda agarrado aos cabelos de Sasuke, que por sua vez caiu por cima do outro, com o rosto na altura de seu quadril, sentindo algo duro em sua bochecha. Quando se deu conta do que era, ficou paralisado, pois sentiu seu próprio pênis latejar, reagindo à situação. Sem se controlar, passou a língua nos lábios, imaginando-se abocanhando aquela maravilha da natureza.

Era sempre assim quando via seu amigo nu, já estava até acostumado, mas não era tão constrangedor porque nessas ocasiões estavam sempre acompanhados das namoradas. Desde que começaram aquelas seções de sexo grupal, percebeu que sentia uma atração forte por seu amigo, mas sabia que não era gay, afinal, era só por ele. Não achava outros homens bonitos, atraentes ou gostosos, mas Naruto...

Inconscientemente, esfregou o rosto no pênis ereto do amigo, para logo depois congelar.

— Sasuke? O que você...?

Não deu tempo para que a pergunta fosse concluída. Levantou o mais rápido que seu estado etílico permitia, apoiou-se no poste e estendeu a mão para ajudar o outro. E graças a Deus, nessa mesma hora o táxi chegou.

Naruto foi praticamente jogado dentro do carro, e Sasuke se espremeu entre as pernas do amigo para conseguir entrar também.

— Tudo bem com vocês? — Perguntou o taxista. — E que cheiro esquisito é esse?

— Ah, não é nada. — Quando o motorista ocupou seu lugar, Sasuke deu o endereço de Naruto e tentou fazer o amigo se sentar direito no banco, já que este estava praticamente deitado de bruços, com as pernas enroscadas nas do moreno e aquela bunda maravilhosa virada em sua direção. — Dobe, senta aí. — Puxou-o pelos ombros e esse movimento fez seu pênis, já duro por aquela visão, roçar nas nádegas do loiro.

— Eh... ainda bem que é você aqui comigo, Sasuke-e. — Naruto levantou-se desajeitadamente, quase se sentando no colo do outro, o que fez o moreno fechar os olhos e cerrar os dentes. — Você sabe, né? Cú de bêbado não tem dono...

Maldito Naruto! Tinha que falar... naquilo logo agora? Mesmo depois de tanta orgia naquele bar, ele ainda se sentia capaz de continuar por muito tempo. Graças àquele loiro desgraçado, bêbado e...gostoso!

— Sabe? Eu não devia ter tomado tanto energético... olha só o meu estado, mesmo depois de tudo. — Pela segunda vez naquela noite, Sasuke teve sua mão agarrada e direcionada à virilha de alguém. Seus olhos se arregalaram, a respiração acelerou e antes que tivesse consciência, sua mão apertou aquele pedaço de carne altamente desejável, arrancando um gemido do loiro.

— O que está fazendo, idiota? — O Uchiha tirou a mão dali como se tivesse tomado um choque. Na verdade seu corpo parecia estar em curto, já que ondas de eletricidade o atravessavam e se direcionavam exatamente para seu pênis dolorido.

— Nhá... qual o problema? Você já fez isso antes! — Naruto começou a rir descontroladamente.

— Só por acidente, imbecil!

— Foi nada! Acha que eu não sei? — O loiro falou, logo que conseguiu se controlar do acesso de riso. — Você pegava para encaixar na Ino ou na Sakura quando estávamos...

Foi impedido de continuar, pois o taxi parou em frente à casa de Naruto. Sasuke pagou a corrida e ajudou o outro a descer. Agradecendo a todas as divindades por não precisar responder àquilo, pois usava aqueles momentos como pretexto para tocar o amigo mais intimamente, o Uchiha pegou as chaves do loiro e, depois de algumas tentativas frustradas, conseguiu abrir a porta.

Naruto se dirigiu cambaleante para a sala e se deitou no sofá, sendo derrubado no chão por Sasuke logo em seguida.

— Por que fez isso, bastardo?

— Você está ensopado de xixi de cachorro, esqueceu, dobe? É melhor ir tomar um banho!

— Hum. — Foi a única resposta que obteve. Suspirando, levantou Naruto pelas mãos e o levou até o banheiro. Em parte porque o loiro não estava em condições e em parte por querer fazer exatamente aquilo, Sasuke começou a despi-lo. Aproveitava o ato para passar a mão por cada pedacinho de pele exposta ou mesmo roçar seu próprio corpo no do loiro, percebendo assim que ele ainda estava excitado.

Quando já estava totalmente sem roupa, Naruto entrou no box e ligou o chuveiro. Pegou o sabonete, mas este parecia ter vida própria em suas mãos. Sempre que tentava começar a se ensaboar, ele escorregava por entre seus dedos e pulava, antes de cair no chão.

Se não estivesse tão hipnotizado pela visão de seu amigo nu e excitado à sua frente, Sasuke poderia rir daquela cena, mas no momento queria apenas entrar junto de Naruto naquele box e participar da brincadeira do sabonete.

Na última tentativa de tentar domar aquele pedaço de sabão possuído, Naruto fez um movimento rápido para segurá-lo e acabou escorregando, caindo e batendo a cabeça na parede.

— Ai! Droga, Sasuke! Vai ficar ai só assistindo esse sabonete do acopa... apoco...

— Apocalipse?

— Isso! Vai ficar só olhando ou vai me ajudar a pará-lo?

— Tudo bem. Só saia um pouco daí. — Dizendo isso, o moreno começou a se despir também.

— Por quê?

— Porque vou tomar um banho frio! Se quiser...

— Argh! Não, eu saio...

Sasuke sabia do problema que o amigo tinha com água fria, isso desde a vez em que quase se afogou na piscina de sua casa quando ainda eram crianças. A água fria causou uma câimbra que o impedia de ficar em pé, e se não fosse por Itachi, seu irmão mais velho, teria morrido com certeza.

Por esse motivo não o havia enfiado com roupa e tudo debaixo da água fria para curar parte da bebedeira, mesmo sendo a melhor opção para alguém em seu estado. Era melhor continuar daquele jeito do que ter uma crise de pânico.

Mas para Sasuke, era a maneira de ter um pouco mais de consciência e controle antes de entrar no chuveiro com Naruto. Se continuassem naquela dança de bêbados atrás de um sabonete fujão, não se responsabilizaria por seus atos.

Depois de já estar sóbrio o suficiente, mudou novamente a temperatura do chuveiro para quente e chamou Naruto, que estava sentado no chão, com a cabeça entre os joelhos, aparentemente tendo uma conversa séria com seu pênis, já que meneava a cabeça de vez em quando e murmurava alguma coisa ininteligível.

— O que está fazendo, idiota?

— Ele não quer dormir, Sa-su-ke...

É, parecia que a coisa estava piorando. Revirando os olhos, Sasuke segurou o loiro por baixo dos braços e o fez se levantar, empurrando-o em direção ao chuveiro. Pegou o sabonete e percebeu que agora começaria a parte difícil: dar banho no loiro. Para piorar a situação do moreno, Naruto apoiou as duas mãos na parede, na altura da cabeça e deixou a água molhar seus cabelos. Aquela posição altamente sugestiva fez Sasuke suar frio e engolir em seco.

— Se controle, Uchiha Sasuke! — Ele sussurrou para si mesmo, baixo o suficiente para que Naruto não ouvisse.

Começou a esfregar o sabonete nas costas do loiro, e logo depois nos braços. Seu pênis ereto insistia em apontar para o traseiro do outro, que por sorte ainda estava anestesiado demais pela bebida para sentir alguma coisa estranha.

Quando pensou em virar Naruto para si para ensaboar a parte da frente, decidiu que era melhor deixar como estava, já que uma briga de espadas sob o chuveiro não era uma boa ideia. Ainda indeciso, preferiu brincar com fogo, afinal, se estava no chuveiro, era... peraí, não é isso! Quem brinca com fogo debaixo d'água... Não, também não é! Ah, inferno, nem conseguia pensar direito com aquela bunda deliciosa na sua frente! E falando em bunda deliciosa...

O sabonete escorregou pelas nádegas do loiro de maneira totalmente lasciva, sendo ajudado em seu ofício pela outra mão de Sasuke, que apertava e acariciava como há muito tempo tinha vontade.

— Sasuke...

— Hum?

— Você não vai lavar aqui na frente? — Disse isso descendo a mão do peito até a barriga de maneira totalmente sensual.

Mandando o pouco bom-senso que ainda lhe restava para o inferno, Sasuke colou seu corpo ao de Naruto, encaixando seu pênis enrijecido na fresta entre as nádegas do amigo, mordendo os lábios para abafar um gemido insano.

Começou a passar o sabonete por aquele peitoral definido e na barriga, fazendo seus dedos escorregarem suavemente pelos músculos que formavam um tanquinho discreto e apetitoso. Suas mãos escorregaram ainda mais e seguraram o pênis do amigo de maneira firme e sem hesitação, uma delas dedilhando os testículos sensíveis do outro.

— Ah! Sasuke, que está fazendo? — Parecendo ter consciência pela primeira vez do que acontecia, Naruto jogou a cabeça para trás, ficando assim com a nuca encostada no ombro de Sasuke e deixando seu pescoço totalmente desprotegido para os lábios famintos deste.

— Só te dando um banho, Naruto... Relaxa! Ele vai dormir finalmente quando eu terminar... — Depois de dizer isso começou a chupar com prazer a curva entre o pescoço e o ombro do loiro, enquanto suas mãos o masturbavam de maneira torturante.

Naruto gemia e suspirava incessantemente, por vezes dizendo seu nome, aumentando ainda mais o desejo do moreno, quase o deixando louco. Agora sabia por que as mulheres gostavam tanto de ir para a cama com o loiro: apenas aquela voz rouca sussurrando seu nome era capaz de fazer qualquer um subir pelas paredes. Agora queria muito mais.

Ousadamente, tirou uma das mãos que brincavam com o as partes íntimas de Naruto, e a dirigiu novamente para as nádegas, acariciando o ponto que no momento mais desejava adentrar. Auxiliado pelo sabonete, dava leves toques naquele lugar tão cobiçado, arrancando gemidos ainda mais altos do loiro, que a essa altura parecia totalmente entregue às sensações.

Sem pensar em mais nada, Sasuke virou o amigo de frente para si e o encostou na parede, atacando seus lábios com volúpia. Segurou os dois pênis, masturbando-os juntos com o auxílio do maldito sabonete, que realmente parecia ser uma criação do demo, já que só aumentava a tentação.

— Ah, Naruto, como você é gostoso... — Sasuke não conseguiu se conter e disse, com a voz rouca de desejo, entre os beijos que trocavam.

— Ahn, Sasuke... isso é bom demais!

— Vai melhorar! — Dizendo isso, deixou-se cair de joelhos na frente do outro e, depois de remover o sabão com a água que ainda caia, abocanhou sem hesitação o pênis ereto de Naruto, chupando com toda a vontade acumulada por meses. O loiro gemeu alto dessa vez.

— Sa-sa-su-sa-sa... — Percebendo a travada, o moreno mordeu o pênis do outro e puxou com força. — Sasuke!

Com um sorriso maldoso, voltou a chupar e se deliciar com o sabor do amigo, porém já estava totalmente fora de si e só aquilo não seria mais o suficiente. Usou o – agora bendito – sabonete para lubrificar os dedos e recomeçou a acariciar o ânus do loiro. Quando viu que ele já estava acostumado ao carinho ousado, sem aviso colocou o dedo de uma vez.

— Ah, maldito, o que pensa que... — Foi interrompido pela voz sensual do Uchiha:

— Relaxa, é só um banho...

Caso não estivesse tão bêbado e com a boca deliciosa de Sasuke fazendo-o sentir coisas inexplicáveis, Naruto teria com certeza enfiado um soco naquela cara lavada, mas no final das contas estava até gostando daquele dedo entrando e saindo de seu corpo. Decidiu relaxar e ver até onde aquilo iria.

Percebendo a entrega, Sasuke colocou mais um dedo, e dessa vez não houve protestos, mas sim uma reboladinha mínima, que indicava o prazer sentido pelo outro. Já não aguentava mais aquela tortura e, apesar de estar se deliciando com o membro em sua boca, queria sentir aquele buraquinho quente e apertado. Num movimento rápido, que fez sua cabeça girar novamente, levantou-se e virou Naruto outra vez para a parede, na mesma posição anterior.

Sem pensar duas vezes, encaixou seu pênis onde tanto queria e empurrou devagar. Lembrou-se de que um amigo uma vez lhe dissera que tomou um porre para fazer uma tatuagem, para que não pudesse sentir a dor. Se isso realmente funcionava ia descobrir agora, apesar de não ser exatamente a mesma situação. Penetrou devagar, mas sem parar, e só quando estava todo dentro foi que se atreveu a olhar para o rosto do amigo.

Naruto tinha uma expressão de sofrimento e segurava o fôlego, de olhos fechados.

— Naruto?

Sem resposta.

— Naruto, respira!

Puxando o ar de uma vez, o loiro arregalou os olhos e o soltou também de uma vez, num grito:

— Eu vou te matar, Uchiha Sasuke!

Vendo que se não contornasse a situação de alguma forma, estaria perdido – se não morresse, no mínimo seria capado – ele começou a acariciar o abdômen do loiro com uma mão, enquanto a outra voltava a masturbá-lo. Sua boca se dirigiu para a nuca do loiro, que ele sabia ser seu ponto fraco, e passou a chupar e lamber carinhosamente, enquanto dizia numa voz que usava para acalmar namoradas raivosas em período de TPM:

— Desculpe, não queria te machucar. Vamos, relaxa... A dor já vai passar... shhh...

Ficaram assim durante um tempo, até que Naruto voltou a gemer com as carícias que recebia. Nessa hora, Sasuke percebeu que havia conseguido e começou a se mover vagarosamente, soltando gemidos em sincronia com o outro. Foi uma coisa completamente inesperada para o moreno que durante o ato, seu coração e corpo entrassem numa sintonia completa, e ao ouvir a voz do amigo gemer seu nome, percebeu que não era só desejo o que sentia. Estava apaixonado de verdade.

Por um momento essa constatação o deixou completamente imóvel, mas meneou a cabeça para espantar esses pensamentos e decidiu que deixaria para enfrentar as consequências depois, afinal era impossível que uma coisa assim acontecesse com o maior pegador da faculdade. Ou segundo maior? Não importava, já que os dois que tinham essa fama estavam juntos ali.

Depois de mais algum tempo naquela dança erótica, com os corpos se chocando como se fossem um, gozaram juntos e o loiro apagou logo depois.

Sasuke se enxugou e depois ao Naruto, levando-o em seguida para o quarto e o deitando na cama de casal. Pensou em ir embora, mas estava cansado demais para isso. Deitou-se ao lado do melhor amigo e ficou pensando se era possível realmente estar apaixonado por ele.

Que coisa mais irônica é a vida. Os dois maiores galinhas da faculdade fazendo sexo juntos, e um deles ainda estava apaixonado pelo outro! Com certeza isso era uma praga ou maldição jogada por alguma ex-namorada abandonada ou traída. Não podia ser real.

Mesmo pensando assim, acabou pegando no sono, não sem antes abraçar o corpo do loiro e se aconchegar a ele, com o coração acelerado.

Não parecia terem se passado cinco minutos desde que fechara os olhos e acordou sendo jogado no chão, com um grito que fez sua cabeça, já latejando pela ressaca, quase explodir:

— Uchiha Sasuke, que merda é essa?

Ainda com a mão massageando a cabeça, que para ajudar mais em seu atordoamento, bateu no chão quando caiu, abriu os olhos e encarou os azuis raivosos do amigo. Ele estava sentado na cama e Sasuke viu quando uma careta de dor tomou conta de sua face ao tentar se levantar e a mão se dirigiu para suas nádegas. Esperou, imóvel, enquanto a compreensão se instalava nos olhos do outro. Várias expressões diferentes passaram por seu rosto: surpresa, indecisão, indignação e raiva. É, definitivamente parou na raiva.

Levantou-se rápido e se afastou quando aqueles olhos se fixaram novamente em seu rosto e um movimento súbito para se levantar foi feito, mas para sua sorte, ou talvez azar, mais dor foi sentida por Naruto, o que o fez cair sentado novamente, resmungando irritado.

Se a situação não fosse tão trágica, poderia ser cômica: Sasuke encostado na parede, com os olhos arregalados, a boca aberta num esgar de medo e os dentes trincados, olhando para um Naruto que, apesar de raivoso, tinha uma careta de dor e massageava carinhosamente suas nádegas, como se para consolá-las pelos momentos vividos.

— O QUE FOI QUE VOCÊ FEZ COMIGO, SEU FILHO DA PUTA, MALDITO, DUAS CARAS, PERVERTIDO?

— Eu... eu...

— VOCÊ O QUE, TEME? EU ACHEI QUE PODIA CONFIAR EM VOCÊ! Mesmo estando bêbado, essa porra ainda é minha! — E apontou para a própria bunda para enfatizar as palavras. Levantou-se da cama mancando e, andando meio torto, se dirigiu para Sasuke, que achou melhor bater em retirada e conversar quando a raiva de Naruto passasse. Suas roupas ainda estavam no banheiro, então não teria como pegá-las se quisesse escapar, mas passou a mão na toalha que estava jogada no chão, abriu a porta do quarto e correu para a sala. Pegou as chaves do loiro e seu celular em cima da mesa de centro e saiu da casa, batendo a porta da frente e passando a chave. Bem a tempo! Assim que fez isso, pode ouvir socos na porta e a voz de Naruto que, em meio a palavrões que nem sabia que existiam, dizia iradamente:

— Eu vou matar você, te capar, fritar essa merda que você chama de pinto E DAR PARA OS CACHORROS DA VIZINHA! ELES VÃO MORRER ENVENENADOS, MAS NÃO ESTOU NEM AÍ!

Respirando aliviado por não ser alcançado nesse momento, finalmente teve tempo de se enrolar na toalha. Fitou o celular e se resignou a ligar para o irmão vir buscá-lo.

— Alô, Itachi?

— Fala irmãozinho.

— Você pode vir me buscar na casa do Naruto?

— Claro, mas cadê o seu carro? E que gritos são esses?

— Ah, é o Naruto... E meu carro ficou na faculdade.

— Ele não pode te trazer?

— Mesmo que não quisesse me matar no momento, também não poderia. O carro dele também ficou lá.

— Sei. Já estou indo.

— Ah, e Itachi?

— Sim?

— Traga alguma roupa para eu colocar.

— O que andou aprontando, Sasuke?

— Eu te conto quando chegar aqui.

Desligou o celular e sentou-se no chão para esperar. Naruto havia parado de dar murros na porta, mas ainda podia ouvir seus resmungos do lado de dentro. As palavras traidor, duas caras e pervertido podiam ser ouvidas com mais frequência que outras.

Quando Itachi chegou e viu o irmão sentado do lado de fora só de toalha, arregalou os olhos, mas não disse nada, apenas jogou a sacola que trazia para Sasuke, esperou ele colocar a calça e a blusa e acompanhá-lo em direção ao carro. A chave foi deixada na fechadura pelo lado de fora e a toalha pendurada na maçaneta.

— Vai me contar o que houve? — Assim que colocou o carro em movimento, Itachi perguntou calmamente.

Antes de responder, Sasuke olhou-o com cara de culpado, o que não era nada característico, para logo depois começar a falar.

— Eutranseicomonaruto... — Falou baixo e num só fôlego.

— Como é? Não entendi. — Itachi o olhou confuso.

— EU TRANSEI COM O NARUTO!

— VOCÊ FEZ O QUÊ? — O Uchiha mais velho quase bateu o carro, quando entendeu. Sasuke narrou os acontecimentos da noite sem entrar em detalhes sórdidos, mas foi o suficiente para quebrar a impassividade do irmão. — Perdeu completamente a noção das coisas, Sasuke? Ele vai te matar!

— Eu sei, mas...

— O que?

— Acho que... não foi só sexo pra mim.

— Hein?

— ACHO QUE ME APAIXONEI POR ELE, PORRA! ENTENDEU AGORA?

Uma coisa completamente sem precedentes aconteceu: Itachi ficou sem palavras. Apenas conseguia encarar o irmão, que ficou mais vermelho que um pimentão com aquela declaração, de boca aberta. Se a sorte não o houvesse feito parar em um sinal vermelho, dessa vez teria, com certeza, enfiado o carro na traseira do caminhão parado à sua frente. Ainda olhava estarrecido para Sasuke quando várias buzinas e gritos o acordaram. Engatou novamente o carro tentando entender essa situação que, sem sombra de dúvidas, precedia o toque das trombetas do apocalipse. Olhou de soslaio para o outro e viu que ele tinha uma expressão triste no rosto. Sacudiu a cabeça para dissipar as imagens de seu irmão caçula na cama com outro homem e falou em voz baixa:

— Disse isso pra ele?

— Claro que não, Itachi... Se não tivesse saído correndo de lá, a essa hora você seria o último Uchiha vivo. — A voz de Sasuke estava melancólica de uma maneira que Itachi nunca havia presenciado.

— Acho que deve tentar conversar com ele.

— E vou. Mas é melhor deixá-lo se acalmar primeiro. — Olhou diretamente nos olhos de Itachi e completou: — Gosto muito de ter meu pênis, sabe? Ele é bom demais para virar comida de cachorro...

Aquela resposta aliviou um pouco a tensão dos irmãos, que até riram da situação.


Hoje...

Agora podemos entender o que levou nosso orgulhoso amigo Uchiha Sasuke àquela estranha situação. E vocês, meus caros leitores, o que fariam em seu lugar? Obviamente a resposta mais sensata seria: não beber! Mas e então? A burrada já foi feita, o ** do bêbado já foi... bem, vocês sabem!

E como estaria nosso querido Naruto se sentindo com relação ao que aconteceu? Irá ele perdoar Sasuke?

Bem, voltando ao prezado pervert... digo, protagonista de nossa história, ele continuava sentado na mesma posição, encostado na porta do loiro, decidido a não sair dali sem conseguir falar com seu amigo, quando de repente a porta se abre, derrubando-o de costas.

— O que faz aqui, seu pervertido? — Naruto o olhava de cima, com os braços cruzados.

— Precisamos conversar. — Sasuke continuava deitado, o que descobriu ser uma péssima ideia, ao sentir seu rosto ser esmagado por um enorme pé, que por sorte estava descalço.

— Eu vou é acabar com essa sua cara-de-pau...

— Naruto... — Sasuke tentou dizer, pois com aquele pé apertando sua boca e nariz, o máximo que saiu foi algo parecido com "Nmto". Agarrou o tornozelo do outro e tentou se libertar. Seu nariz foi preso entre os dedos que tentavam permanecer sobre seu rosto. — Dira o bé da binha gara! — Não adiantou pedir, então recorreu a um golpe baixo, que não usava desde a infância: fez cócegas. O pé saiu dali, mas sentiu-se deslizando para dentro da casa, quando mãos fortes o agarraram pelo colarinho e o puxaram sem nenhuma delicadeza.

— Você não vai desistir, não é? — Naruto perguntou e recebeu como resposta apenas um meneio negativo. — Humpf! — Ao passar por Sasuke para sentar-se no sofá, pisou com vontade em uma das mãos que estavam espalmadas no chão ao lado do corpo. — Ah, desculpe... machucou? — Perguntou cinicamente.

— Caralho, dobe! — Sasuke sentou-se com a mão pisoteada aninhada junto ao peito e os olhos lacrimejantes. — Acho que quebrou meu dedo!

— Que pena... Só um? — A pergunta foi acompanhada de um sorriso doce, que independente da dor fez o moreno estremecer. Logo depois fechou a cara e disse sério. — Anda logo, Uchiha! Diz logo o que você quer... E se quiser sair inteiro daqui, acho bom que me convença! Ops! Eu disse inteiro? Tarde demais... Mas você entendeu a ideia!

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Continua...


Espero que tenham gostado e reviews são bem vindas!