Os mortos estão no living

E hoje é véspera de natal e já são onze horas.

Estou aqui na Casa de Câncer, sentado na sala, com uma garrafa de cerveja na mão e vendo um filme religioso qualquer.

Afinal, hoje é só mais um dia qualquer, não é verdade?

Vésperas de natal, dias de ação de graças, páscoa, dia das mães, dos pais, dos namorados, ano novo, o próprio natal, meu próprio aniversário.

São outros dias quaisquer.

Não ligo para sentimentalismo barato.

Que ironia, um canceriano, defensor do signo e da Casa de Câncer, não ligar para sentimentalismo.

Por que me importaria? Não tenho amigos; meus companheiros de batalha não passam disso: companheiros.

Camus está treinando algum pirralho lá na Sibéria, seja lá por que motivo; Mu nem aparece por aqui no Santuário. Detesto a cara do Leão, vivo brigando com ele e com o Escorpião. Shura é completamente recluso, o idiota do Shaka não me considera apto a nem pisar no mesmo solo que ele. Aldebaran ainda tenta ser sociável, mas... E Afrodite. Ele é o único com quem eu ainda troco algumas palavras, mas não passa disso. Palavras. Vazias. Tolas.

Por isso, por ninguém nunca ter se importado comigo, pela minha vida ser algo sem importância, pelo fato de que, quando eu morrer, logo, logo, ninguém ir ao meu túmulo chorar a minha perda, por nunca ter recebido um presente de natal ou de aniversário ou um feliz ano novo, não vejo sentido nisso tudo.

Então também não vou me importar com ninguém.

Meus únicos companheiros de verdade são as inúmeras cabeças que adornam meu templo. Elas realmente me entendem. Elas me fazem companhia nessas datas vazias, me fazem companhia quando estou assim, para baixo. E eu as recompenso.

Sempre trago mais uma companheira sempre que posso.

Enfim, homens são melhores mortos do que vivos. Homens mortos não ferem sentimentos, homens mortos não me dão trabalho, homens mortos estão mortos.

Homens ficam muito melhor na parede da minha sala, mortos, do que no meu sofá, vivos.

Homens mortos são sinceros. Eles me odeiam, odeiam minha presença e não escondem isso de mim.

E me fazem companhia, nessas datas vazias, de sentimentos vazios, de amores falsos.

E Máscara da Morte voltou a prestar atenção no filme.

Xxx xxx xxX

o/

Oi pessoas!

Segunda fic que eu faço com o Máscara da Morte pensando em sentimentos! Oh, God!

Particularmente achei meio sem final e quase sem sentido e com repetição de algumas palavras desnecessárias, mas não quis reescrever por que foi um arrombo se inspiração que surgiu 8D, além do que pensamentos são altamente randômicos mesmo...

Maaas! Acho realmente que o MdM não gosta de datas comemorativas. Principalmente o tal do Natal.

Ah! O nome da fic foi tirado de um livro (é o nome do livro, nada mais que isso) de Miguel Marvilla.

Então, beijos, espero opiniões (e reviews!)!