Na meia-luz, as lembranças surgiram. Não eram boas. Não queriam ser boas. Quem é que disse que a infância deve ser feliz? Naturalmente, a quase-escuridão quase a cegava de vê-las, e de entendê-las também. Seu coração disparou, por que diabos elas deveriam ser boas?
Não é algo exatamente ruim negar a alegria, talvez até a felicidade, se os próprios defeitos, e a própria calamidade, indiferença, tristeza, podia ser enaltecida.
Quem se importava não é? Era tudo um sonho, podia ser não?
Talvez o que supostamente se lembrasse não passasse de um sonho. Sem fim.
Na meia-luz, as lembranças se foram. Esquecidas. O morcego, que estava no alto do teto as levou, e adivinha para a onde? Para o inconsciente.
