Dia
primeiro. O cavaleiro caminha até a frente de sua casa e fica a
fitar o céu nublado. Ventava, ele gostava de sentir o vento em seus
longos cabelos, gostava desse sentimento de liberdade. Gostava? A
pouco estava finalmente livre e vivo, como deveria ser. Se a chance
foi dada a ele, exatamente ele não iria desperdiçar.
Mesmo que
achasse que seu pupilo já estava devidamente formado e mesmo que
novas guerras não aparecessem mais ele ensinaria a ele tudo que
sabia. Passaria todo seu conhecimento.
Chuva. A chuva agora se
fazia no santuário da deusa Athena mais isso em nada importava. Não
importava que suas roupas e seus cabelos agora estavam molhados, ele
permanecia a observar o céu. Reparava em sua beleza, e a chuva o
deixava ainda muito belo. Como o céu era bonito! Ele havia se
esquecido...
O silêncio era fortemente quebrado pelo som pesado
da chuva e ele agora se encontrava inteiramente molhado... Ele
respirava profundamente provocando uma reação curiosa na água que
tocava sua pele.
O cavaleiro adentra em sua casa e passa a
observar demoradamente cada pedra que era sua, cada pedra que teria
por missão proteger. Ele dá um meio sorriso. Memórias se passam
por sua mente e ele as guarda com carinho. Estaria ele ficando velho?
Não, ele ainda era muito novo para ser um velho...
Athena,
prometo lhe proteger!
Ele agora pensava em visitar seu país.
Rever a paisagem belíssima que sua cidade tinha e sentir o que ela
lhe proporcionava. Queria e precisava também rever a todos. Queria
ver rostos, ouvir vozes...Rostos e vozes que não saíssem de
lembranças suas. Ele queria as novidades, os novos sentimentos.
Queria o real.
Iria amar, se entregar, iria ser feliz.
O
cavaleiro caminha rumo a entrada das Doze Casas. Não demora muito
para que chegue. Ele andava, cumprimentava os amigos e era
cumprimentado por muitos. Todos ali pareciam querer sentir a água
cair em seus corpos, não era só ele que estava todo molhado. Seu
pupilo... Oh seu pupilo... Ele havia crescido tanto? Ou talvez fossem
seus olhos? O abraça. O carinho que sentia por ele era muito grande
e o sentimento era completamente recíproco. Prometo lhe guiar por
toda a vida Hyoga, diz ele em silêncio em um abraço.
O frio
aumentava e todos se mantinham reunidos, o sol arriscava seus
primeiros raios de luz e a primeira manhã seria magnífica,
principalmente para aqueles doze garotos que tiveram a chance de
viver novamente. E essa chance não deveria ser nunca desperdiçada.
