E eis aqui o primeiro capítulo da continuação de Akatsuki no Hana! Como eu disse anteriormente, Kirigakure no Yuurei significa: O Fantasma da Vila Oculta da Névoa.

Espero que vocês gostem dessa história e, principalmente, do personagem novo que ela apresenta! Boa leitura!!

P.S.: Amei demais todas as reviews que vocês me deixaram no último capítulo de AH! Muito obrigada, meninas!!

Disclaimer: Naruto pertence a Kishimoto Masashi-sama!


Kirigakure no Yuurei

Capítulo I – A Fantasma da Vila Oculta da Névoa

Já estava acostumada a fazer aquele caminho, mas isso não fazia com que ele fosse menos desagradável. Era sempre a mesma coisa, toda vez que terminava uma missão e voltava para casa, tinha que carregar um ou mais cadáveres em suas costas e levá-los até o departamento especializado no quartel general. Se estava cansada daquilo? Exausta era a palavra certa.

Quinze dias haviam se passado desde que saíra para essa missão. Uma das mais tediosas de toda sua vida. Onde o Mizukage estava com a cabeça quando a designara para caçar meros ladrões? Ela era a melhor oinin (ninja caçadora) de Kirigakure! Onde estava o respeito por seu título? Onde estava o temor que todos deveriam sentir pela renomada Kirigakure no Yuurei?

Não havia um único ninja que não ouvira aquela alcunha, era impossível. Realizara mais missões em um período de um ano do que qualquer outro caçador de qualquer outra vila. E jamais falhava.

E por que recebera o apelido de Fantasma? Ninguém poderia prever onde ela apareceria, de onde surgiria. Se seu nome fora marcado para ser caçado por ela, não adianta se esconder, ela te acharia até mesmo nas profundezas do Inferno.

Entretanto, eram poucos aqueles que conheciam seu rosto. Ela raramente tirava sua bela máscara branca e felina. Escondia de todos do mundo a beleza rara que possuía.

Seus cabelos longos eram lisos e sedosos e intensamente negros, assim como seus olhos frios como gelo. Sua pele era muito pálida, em um tom quase doentio, o que também contribuíra, e muito, para seu apelido. Não era alta, mas também não era baixa, sua forma esguia destacava-se entre qualquer multidão, ela era um ser único. E isso não é tudo sobre ela. Alguns de vocês devem estar se perguntando: "E quantos anos tem essa garota tão brilhante?". E é aí que vem a parte mais impressionante sobre ela. Quinze anos. Apenas quinze anos.

- Já de volta, Panji-san? – a voz do Mizukage soou, irritante, nos ouvidos da jovem.

Ela tirou sua máscara e encarou a autoridade máxima de sua vila com um olhar mortal.

- A próxima vez que você me mandar atrás de ladrões, eu te mato ao invés de matar meus alvos. – sua voz saiu cortante e fria.

O Mizukage estremeceu, como se toda aquela frieza fosse, de alguma forma, física também. Por ser um Kage, ele era, tecnicamente, o ninja mais forte de sua vila, entretanto, era de conhecimento geral que isso não era verdade. A ninja mais forte de Kirigakure era uma jovem kunoichi, e não o velho ninja que estava sentado na cadeira de kage. Mas, também era de conhecimento geral que Panji não nascera para um cargo administrativo, ela jamais aceitaria o cargo de Mizukage.

- Gomen nasai, Panji-san. Meu assistente me passou informações erradas. Só fomos nos dar conta do erro depois que já faziam dois dias da sua partida.

- Espero que erros como esse jamais se repitam.

Ele sentia que ela podia matá-lo apenas com aquele olhar, o que, na verdade, era a mais pura verdade. Outra coisa que ninguém sabia sobre ela era seu sobrenome. Uchiha. Sim, ela era uma Uchiha, herdeira legítima do clã amaldiçoado de Konoha, herdeira legítima da forma mais perigosa do Sharingan.

Mangekyou.

- Claro que isso não vai acontecer de novo. – ele tremia ao falar, temeroso. – Panji-san, importa-se de voltar aqui amanhã de manhã com sua mãe?

Panji ergueu uma sobrancelha.

- Estaremos aqui.


- O que aquele velho quer comigo? – os olhos da jovem mulher nem ao menos se ergueram do livro que lia enquanto respondia à fala de sua filha.

- Não faço nem idéia, okaa-san. Se ele inventar alguma gracinha, faço questão de matá-lo com minhas próprias mãos. Ladrões? Quem ele pensa que eu sou? Uma novata do exame chuunin?

A mulher riu, o que fez Panji encará-la com irritação. Se não tivesse certeza de que compartilhava o mesmo DNA que ela, Panji jamais diria que ela era sua mãe. Elas não eram nem remotamente parecidas. Sua mãe era uma bela mulher de cabelos róseos e olhos profundamente esmeralda, de fato, não aparentava seus 35 anos de vida.

Haruno Sakura.

Riu ainda mais com a irritação da filha. Era normal que ela se sentisse frustrada por ter corrido atrás de meros ladrões, afinal, isso era o que ela fazia quando tinha sete anos, época que despertou o nível três do Sharingan normal. Nesses tempos, ela era o que acabara de dizer, uma chuunin recém formada. Aos onze já era uma oinin, e desde os treze já era conhecida como Yuurei, a mais temida oinin de todo o mundo ninja.

Panji suspirou e se jogou no chão, coberto por uma esteira de bambu.

- Okaa-san, eu quero saber a verdade.

Sakura suspirou e fechou seu livro, aborrecida. Era sempre a mesma coisa, toda vez que ela voltava de suas missões, bombardeava-a com perguntas sobre seu pai.

- Já conversamos sobre isso. – Sakura disse, impassível.

Panji olhava para sua mãe com intensidade, por dentro sentia uma vontade crescente de torturá-la até que ela deixasse a história sair. Mas jamais se atreveria a tanto.

- Meu pai foi um dos melhores ninjas de sua geração! Eu preciso saber mais sobre ele, preciso saber como devo honrar o sobrenome que ele me deu!

Era incrível o quão parecida com Uchiha Itachi, Uchiha Panji era.

- Por que toda essa curiosidade agora? – Sakura perguntou, ainda aborrecida com a impertinência de sua filha.

- Um dos ladrões não era tão idiota assim. Ele me contou histórias sobre a Akatsuki. Ele disse que eu me parecia muito com um deles.

- A Akatsuki acabou anos atrás, Panji. A chance de um ladrão ter conhecido nossa organização é mínima, você sabe disso.

- Okaa-san, onegai. Eu preciso saber, você sabe que um dia vai ter que me contar. Pare de insistir.

Essa mania de ser racional e o excesso de frieza da jovem sempre irritaram Sakura, entretanto, irritavam-na de uma maneira... Maravilhosa. Era como se Itachi estivesse a seu lado mais uma vez.

- Acompanhe-me. – a Haruno se rendeu.

Sakura levou a jovem Uchiha até um pequeno quarto da bela mansão que sempre ficava trancado. Com alguns ins, a porta escancarou-se, como se nunca tivesse estado fechada.

A sala era pequena e estava completamente coberta por lembranças de um passado que Panji não viveu. Fotos cobriam as paredes completamente. No centro, uma pequena mesa de madeira abrigava uma caixa com um anel de prata com uma pedra negra excepcionalmente bela. Um anel de noivado.

A história foi longa, muito longa. Havia muito para ser contado. Konoha, Sasuke, Time 7, Akatsuki, Chacina do clã Uchiha, Uchiha Madara, tudo isso foi incluído numa narrativa que durou quase três horas, pouco tempo, se levarmos em consideração que tudo isso inclui quase vinte anos de história.

- Cada membro do Time 7 foi treinado por um dos grandes Sannins da Folha. Entretanto, dois de vocês se tornaram traidores, ao invés de apenas um. A história pode mudar, afinal. – Panji comentou, devaneando, como raramente fazia.

Sakura sorriu da singela demonstração de inocência.

- Apenas eu sou a traidora. Sasuke se redimiu.

Panji desviou seu olhar para o porta-retrato que mostrava o Time 7 e seu sensei.

- Uchiha Sasuke... Ele é fraco. Primeiro, por ter como objetivo de vida uma vingança, segundo, por ter traído sua vila de uma maneira tão vil e desnecessária e terceiro, por não ter sido capaz de sustentar essa traição. Ele é simplesmente ridículo.

- Considera-o fraco? – Sakura estava intrigada com os pensamentos de Panji. – Foi ele quem matou seu pai.

- Não estou falando de fraqueza externa. Falo de fraqueza interna. Os sentimentos deles são fracos. Ele não amou o suficiente, não odiou o suficiente. O destino dele é ser solitário.

Além das habilidades de seu pai, Panji fora abençoada com o intelecto aguçado de sua mãe.

- Solidão é uma palavra muito forte, filha.

Um sorriso quase cruel se estampou no belo rosto da Uchiha.

- Eu sei. Eu a entendo, melhor do que ninguém.

Sakura encarou a menina. Ela tinha os mesmos olhos de Itachi, não só no sentido avançado da linhagem, mas o brilho assassino de quem não tem sentimentos. Exatamente o mesmo brilho.

- Ninguém vive sozinho, Panji. Nem seu pai era solitário. Não caia no erro de seu tio e pense que você é o suficiente para você mesma.

Ela mantinha a mesma expressão séria e indiferente de antes, como se nada daquilo realmente importasse para ela.

- Mas é só o que eu tenho. Eu tenho a mim, eu tenho você. Sou uma caçadora, caçadores são naturalmente solitários. E acho que você se lembra o que eu fiz com meus amigos. – um brilho cruel passou pelos orbes negros da Uchiha quando ela completou sua frase.

Sakura suspirou pesadamente. Como se esqueceria do que acontecera com os companheiros de time de Panji?