A Lua Que Eu Te Dei
Nota da Autora: Esta é uma song-fic bem curtinha, com uma personagem criada por mim, mas que não é um reflexo de mim, ou como muitos a chamariam, uma "Mary-soon".
A música é "A Lua Que Eu Te Dei" interpretada por Ivete Sangalo.
Capítulo ÚnicoLupin abriu o envelope, as mãos trêmulas. Estava morando em Hogsmeade desde que Sírius o escreveu pedindo que voltasse sob ordem de Dumbledore. Voldemort estava de volta. Arabella Figg e Mundungo Fletcher estavam em Hogwarts.
Desdobrou o papel. O remetente, ou melhor, a remetente também era uma das pessoas convocadas pelo diretor da escola. Ele a conhecia bem. Muito bem.
"Olá Remo,
Há tempos tento enviar-lhe uma carta, mas minhas corujas nunca conseguiram te encontrar..."
Entendo... Não tenho ficado num lugar só, por muito tempo...
Ele continuou a ler.
"Sirius me escreveu na semana passada e me informou sobre a situação. Compreendo o chamado de Dumbledore. Juntos, somos muito mais fortes...
Creio que você já está sabendo que ele me pediu para hospedar-me na sua casa aí em Hogsmeade..."
Lupin gelou.
Não é possível...
"Estarei desembarcando na cidade, Sábado às 6:00h.
Quero muito revê-lo. Temos muita coisa para esclarecer... Você sabe disso.
Saudades,
Polly Spalks"
Ele olhou o relógio. 5:50h da tarde.
Essa não!
Levantando-se de súbito, largou a carta no sofá, pegou um casaco e saiu em direção à estação. Estava atrasado. Quando chegou, ela estava em pé ao lado de um malão negro.
Continuava a mesma... Longos cabelos cacheados e castanhos da mesma cor dos olhos. Tez clara e suave... Assim que o viu, largou a valise de mão e correu para abraçá-lo.
Remo... - ela murmurou, olhos marejados, braços envolvendo o pescoço dele - pensei que nunca mais ia te ver...
Ele soltou-a.
Você sumiu Polly...
Ela olhou em volta.
Tudo está tão diferente... - disse.
Depois eu lhe mostro o povoado. - ele olhou para ela - Depois que me disser por que me abandonou.
Posso te falar dos sonhos
Das flores
De como a cidade mudou
Eu não te abandonei - ela falou enquanto ele apanhava sua bagagem e caminhavam para casa - desde que fomos separados, só o que fiz foi te procurar. Meu desejo era te encontrar... Tive tanto medo de não te ver mais... Eu... eu ainda te amo, Remo.
Posso te falar do medo
Do meu desejo
Do meu amor
Caminharam um pouco mais. Silêncio. Ele parou e encarou-a. A casa estava a poucos metros de distância, numa planície coberta de uma fina camada de vegetação amarelada. O Sol se punha no horizonte.
Posso falar da tarde que cai
É verdade, Remo... Cada vez que olhava a Lua, queria estar ao seu lado.
Como daquela vez que...
Que você disse que a Lua era minha e sua.
E aos poucos deixa ver
No céu a Lua
Que um dia eu te dei
Ele soltou as malas e a abraçou. Choravam.
Diga que tudo é verdade, Polly.
É a mais pura verdade... eu sempre quis te reencontrar...
Eu também continuo amando você...
Silêncio. Estavam abraçados sob o entardecer e tudo que ouviam era as próprias respirações.
Gosto de fechar os olhos
Fugir do tempo
De me perder
Quando abriram os olhos, o céu já estava estrelado.
Vamos para casa - ele disse pegando novamente as malas.
Posso até perder a hora
Mas sei
Que já passou das seis
Depois de tomar um banho, Polly desceu as escadas. Lupin estava no quintal arrumando a mesa para o jantar.
Jantar à luz da Lua- perguntou ela sorrindo, apoiada na porta.
Da nossa Lua- ele aproximou-se dela e a beijou.
Sei que não há no mundo
Quem possa te dizer
Que não é sua
A Lua que eu te dei
O quarto estava mergulhado numa penumbra doce. Remo deitou-se ao lado dela e a beijou ternamente.
Boa noite, Remo.
Boa noite, meu amor...
Ele observou-a adormecer. Estava feliz. Estavam felizes. Lá fora, a lua crescente reinava no céu.
Pra brilhar
Por onde você for
Durma bem,
Me queira bem,
Meu amor
Lupin aconchegou-a mais em seus braços e adormeceu.
Durma bem,
Me queira bem...
Meu... amor...
FIM