Olá Pessoal!
Minha primeira fic! Estou tentando me aventurar por estas bandas, e espero que gostem de minhas loucas ideias. Não vou focar em nada citado em livros, relacionado a algo parecido com a guerra. Algumas partes da história estão ligadas com o Pós-guerra, mas logo vocês notarão que não é bem por aí e... bem, mais que isso e eu contarei tudo! XD
Bem, eu pretendo na verdade focar nos sentimentos de cada um, principalmente o conflito entre Harry e Draco, e a relação de amor e ódio entre eles.
Como é minha primeira vez, e eu não tenho beta, espero críticas construtivas, para que eu melhore a cada dia. Ou seja, muuuitas reviews! Aceito sugestões, conselhos, críticas, e um bom dia de vez em quando! Hehehe...
Enfim, os personagens não são meus, e eu não ganho com isso nada além de algo para ocupar maravilhosamente bem minha mente e a oportunidade de fazer novas amizades.
Capítulo 1 – Alguns tipos de dor.
Eles haviam combinado de se encontrar naquele pub trouxa, e como não poderia deixar de ser, o loiro estava atrasado. Incrível como certas coisas não mudavam. Draco queria ser difícil, sempre com sua pomposa mania de achar chique chegar pelo menos meia hora depois do combinado. Tanto era já certo que ele faria isso, que Harry já passava o horário dos compromissos a Draco contando com a meia hora de atraso do loiro. Combinou então com ele às 12:30h, e chegou às 13h. Mas já eram quase 14h e nada dele chegar.
Já perdendo a pouca paciência que lhe restava, começou a se levantar quando viu o rapaz de cabelos loiros naturalmente platinados e olhos azuis entrar pela porta, não sem antes fazer cara de asco e procura-lo pelas mesas. Não conteve o sorriso quando o viu, tão contrariado e imponente.
Draco veio até ele sem tirar os olhos dos seus, desviando de mesas altas e banquetas com tal agilidade que foi difícil não acreditar que era a primeira vez que ele entrava naquele pub. Se fosse ele, ou olhava para os pés, ou não passaria da primeira banqueta. Já imaginava suas canelas roxas com as trombadas.
Quando Draco chegou até Harry, deixou que um prenúncio de sorriso sobressaísse e iluminasse de leve sua expressão fria, quando se sentou, de frente para o moreno, olhos verdes vidrados nos azuis.
- Oh Potter, como eu ainda aceito frequentar lugares tão chinfrins com você? – Falou revirando os olhos.
- Porque você não vive sem mim, Malfoy... - viu um sorriso contrariado transparecer, e não pode deixar de sorrir em resposta, ainda mais depois da resposta que recebeu.
- Deixe de ser previsível, Potter. Sempre a mesma resposta, certa como sempre... - e não conseguiu segurar outro sorriso, desta vez mais matreiro. - Mas me diga, o que tem nesta pocilga além de cerveja barata?
- Baratas? - não conseguiu conter a gargalhada quando viu a cara de espanto, seguida de nojo e entendimento do outro. Entregou o cardápio, com uma provocação, para não perder o costume - Está aqui o cardápio, senhor. Nada como seus banquetes, mas enchem a barriga muito bem.
Seguida de outra cara de nojo, Draco pegou o cardápio com a ponta dos dedos, como se fossem cair ao toque dele. Escolheu um prato do dia, estava sem paciência para ficar procurando. Harry acabou pedindo o mesmo que ele, ouvindo um "imitão" entre dentes e não contendo a gargalhada novamente.
Já estavam juntos a quatro anos. Como seria tão chocante para ele se alguém voltasse no tempo e dissesse que ele namoraria Draco Malfoy. Por quatro anos! E sem previsão de término, ele supunha. Era também divertido para ele ver toda a pose do loiro, fingindo ser o garoto totalmente arrogante, como fazia agora, no pub. Draco havia mudado muito, depois que as coisas se acertaram no mundo mágico.
Eles ficaram por um tempo se olhando, tentando absorver cada pedaço daquele momento, que sempre era tão difícil de ocorrer. Sempre na correria de seus trabalhos, no mesmo local, mas em sessões diferentes. Harry era auror, Draco era mestre em poções, contratado pelo Ministério quando sua poção salvou a vida do Ministro da Magia em uma festa. Foi convidado a se unir ao Ministério e não conseguiu rejeitar a proposta.
Esperaram a comida ser servida enquanto conversavam sobre a final do campeonato de quadribol, e outras amenidades. Quando foram servidos, comeram em meio a um silêncio um tanto quanto pesado demais. O moreno não ouviu nenhuma reclamação, nem viu nenhum sorriso torto da parte do loiro, o que era muito normal quando estavam sozinhos, mas estranhamente controverso quanto estavam em locais públicos, já que Draco sempre manteve sua postura fria em público, fosse no mundo bruxo ou trouxa.
Resolveu quebrar o gelo, perguntando com curiosidade e tom de brincadeira algo que na verdade estava tirando sua tranquilidade.
- E então, você ainda não me disse porque me chamou hoje, qual o motivo de querer conversar comigo? E chegou tão atrasado... Muito ocupado arrumando o cabelo? - deu um sorriso, que foi morrendo, quando notou que Draco manteve-se sério.
- Na verdade, acho que estava criando coragem para o que me esperava, para o que pretendo resolver contigo hoje. - disse isso sem tirar os olhos do prato, que já estava vazio. Largou os talheres e olhou para Harry, enquanto pegava em sua mão. - Eu não agüento mais isso Harry. Não agüento mais me esconder.
- Mas nós já conversamos sobre isso Draco, tantas e tantas vezes... Não vamos falar sobre isso antes da sobremesa...
- É fácil assim para você, um assunto que pode ser conversado enquanto ser come sorvete... Impressionante sua importância no nosso relacionamento.
- Não me entenda mal, você sabe que não é assim, não é o que eu quis dizer. Oh, nossa, como você me confunde. - disse isso frustrado, apoiando os cotovelos sobre a mesa, e afundando o rosto nas mãos. Draco, ao contrário, não conseguia tirar os olhos dele, tão frustrado quanto o moreno, desta vez sem nenhuma ponta de escárnio em seu semblante.
- Harry, precisamos definir nossa situação. Sei que já conversamos sobre isso antes, mas você também sabe que eu fiz a minha parte de todos os acordos que nós já fizemos nestes anos, e você não. E eu não quero novos acordos nem mais mentiras. Eu quero a verdade.
Os olhos de Harry percorreram cada canto daquele rosto, notando que ele realmente estava falando sério. Draco não aguentava mais viver nas sombras, não queria mais que o relacionamento dos dois fosse secreto. Mas ele não sabia se estava pronto para aquela conversa, nem aquela revelação, muito menos o turbilhão que tudo traria às suas vidas. Mas ele sabia que aquele assunto sempre acabava em discussões acaloradas, então achou melhor eles irem conversar em outro lugar.
- Draco, acho melhor conversarmos sobre isso em casa. Lá teremos liberdade para conversar melhor. - O loiro respondeu com um suspiro e um ok resignado. Sabia que não conseguiria muita coisa sem muita conversa.
Levantaram, pagaram a conta, foram andando até um beco vazio, e lá aparataram para a casa do Harry.
Chegaram na sala, e se olharam. Harry lembrou de tantas coisas que aconteceram entre os dois naquela pequena sala. Uma porta de entrada, com um aparador ao lado, com algumas fotos de família e amigos. Um grande e felpudo tapete no chão, que ficava entre o sofá de três lugares e a lareira, que ficava do lado contrário à porta. Uma poltrona e uma estante de livros de um lado, e a porta do corredor que levava aos outros cômodos. Até hoje Draco não tinha entendido porque ele quis morar em um apartamento trouxa.
- Pronto Harry, chegamos. Podemos conversar agora? - Harry se sentou na poltrona em frente a Draco, que sentou no sofá. Ficou esperando o que o loiro tinha a dizer. Apesar de já saber, tinha a sensação que algo seria diferente desta vez.
- Harry, eu não suporto mais a vida que estamos vivendo. Nós nos evitamos no Ministério, agimos como amigos em festas, nos comportamos com frieza em certos locais, e eu não consigo mais me sentir bem com isso. - o loiro tentava ser o mais calmo possível, mas não estava sendo fácil. Começou a passar a mão nos cabelos, claro sinal de nervosismo, já que ele simplesmente não conseguia parar de fazer isso. - Já decidi de minha parte, temos que contar o que sentimos, o que vivemos, que estamos juntos, que temos uma vida compartilhada. Não quero mais me esconder. - olhou para Harry, que descobriu que seus tênis eram muito interessantes, não conseguia não olhar para eles. Esfregava as mãos como se quisesse esquenta-las, mesmo sentindo que elas estavam vermelhas e quentes, assim como seu rosto.
- Draco, não sei se é o momento certo, afinal você acabou de ser promovido, e eu virei chefe de departamento, e pense no escândalo, nós podemos perder nossos empregos, e as revistas de fofocas vão nos perseguir, e as pessoas vão falar pelas nossas costas, e...
- Ora vamos, lá vem você com as mesmas desculpas de sempre! Quantas vezes você me disse a mesma coisa, e eu quebrei seus argumentos... E sempre apresentei formas de resolvermos isso, você sabe. Qual é o problema, afinal? – Draco havia se decidido que não iria se resignar, não desta vez. – Por que sempre chegamos ao mesmo ponto? Você sempre vai reclamar de tudo isso, nós dois sabemos. E eu sempre vou arrumar formas de resolver tudo, nós também sabemos. Vamos pular a parte das desculpas desta vez, e vamos logo ao que interessa: eu quero que nosso relacionamento se torne público.
-Mas Draco, eu também tenho vontade de estar contigo sem fingimentos, mas as coisas não são tão simples assim... - Harry dizia isso com a voz baixa, sua voz e sua confiança no que havia dito foram diminuindo à medida que ele falava. - talvez se esperarmos um pouco mais, só mais alguns meses... - aquilo foi demais para o loiro, que ao contrário do moreno, que estava cada vez mais afundado na poltrona, tinha perdido o último pedaço de autocontrole que tinha e já estava de pé, andando pela sala, a voz aumentando a cada palavra que saia de sua boca.
- Esperar mais? Eu não quero esperar mais! Eu já estou esperando a quatro anos! Quatro anos, Harry! Não são quatro dias, ou quatro meses, são quatro anos! Quatro anos de fingimentos, de mentiras, me escondendo, me controlando, sendo alguém que eu não sou! Fingindo felicidade onde não há, e eu já fiz isso por anos demais na minha vida, ser alguém para os outros, e outro alguém para mim! - notou que já tinha dado voltas ao redor do sofá várias vezes, então sentou-se novamente, tentando controlar sua ansiedade e respirando fundo. Viu que Harry estava com o cotovelo esquerdo apoiado no braço da poltrona, e a cabeça apoiada na mão, que cobria os olhos, óculos na mão direita, que tremia.
- Harry, olhe para mim. - os olhos verdes, já cansados, fitaram os olhos azuis. Quantas vezes ele se perdeu naqueles olhos. - Eu preciso de você inteiro Harry, não consigo mais aceitar migalhas.
- Mas eu amo você, eu te dou muito mais que migalhas! Você sabe que eu não sou nada sem você ao meu lado, nós nos completamos, somos parte um do outro!
- Mas somente nas sombras, escondidos, como fugitivos. Quero andar ao seu lado, em todos os lugares. E não quero ter que esperar mais.
Harry foi derrotado desta vez, ele sabia. E não conseguia admitir, mas estava com medo. Medo das pessoas, do que falariam, do que fariam com ele, com o loiro, sabia que o loiro seria injustiçado, até mais que ele próprio. Ele seria julgado pelo seu passado, e Harry já tinha visto Draco sofrer demais, não queria ver tantas lembranças dolorosas voltarem, tantas acusações falsas serem refeitas. Deveriam esperar mais, mas não sabia como falar isso a ele.
- Draco, então vamos começar aos poucos, ok? Vamos contando a alguns conhecidos, aparecemos em alguns lugares, e... - foi cortado pelo loiro.
- Nós já fizemos isso! Nossos amigos sabem de nós, e saímos juntos, esqueceu? Mas como amigos, e eu não vou mais sair com o amigo Potter, não mais. -quando notou, já estava de pé novamente. - vamos, fale de uma vez, qual é o problema, afinal? Do que você tem medo? De perder sua reputação de Santo Potter Salvador do Mundo Mágico? – falou isso com escárnio, o tom cínico em sua voz. Mas doeu mais aos dois o que veio depois. – De não ser o querido de todos? É isso? Não quer ser visto tão próximo assim de um Comensal? - chegaram ao ponto que Harry temia, um ponto que eles nunca tinham chegado antes.
E foi aí que ele notou que a dor que Harry queria tanto evitar estava ali, totalmente visível, estampada na face de Draco, a dor daquele passado que ambos queriam esquecer. Harry ficou tão chocado e triste pelo que viu e ouviu, que não conseguiu responder. Ele tentou pensar em uma resposta coerente para dar, algo que pudesse fazer Draco ficar menos nervoso do que já estava. Mas Draco não interpretou este silêncio como choque, e sim de outra forma.
- Quem cala, consente, é esse o ditado trouxa que você e a Hermione tanto repetem, não é? - Draco mudou sua expressão para total frieza, sem nenhum sentimento estampado em sua face. Harry arregalou os olhos e abriu a boca para responder, sentindo o desespero que era causado pelo rumo da conversa, mas não teve tempo de argumentar, Draco levantou a mão e a abriu, criando uma barreira entre os dois.
- Eu vou até o quarto, "Potter", e não me siga.
- F...fazer o quê lá?
- Esvaziar algumas gavetas, não vou mais precisar delas.
Doeu fundo no moreno ouvir seu sobrenome sendo dito da boca dele, tão arrastado e cheio de rancor quanto na época da escola. E doeu ainda mais entender o que ele quis dizer com "esvaziar gavetas". Ele iria embora.
Nunca, em todas as discussões que tiveram, Draco foi embora. Ou melhor, ele ia embora, mas não levava suas coisas com ele. E nunca o chamava pelo sobrenome. Desta vez, era sério, e Harry não estava preparado para esse fim.
Ficou em pé, na sala, por um bom tempo, escutando os passos de Draco pelo quarto, banheiro e cozinha. Quando ele chegou na sala, viu que seu rosto continuava frio, mas seus olhos nadavam em lágrimas que insistiam em não cair, aumentando ainda mais o brilho dos olhos cinzentos que ele tanto amava, e que agora não seriam mais seus. Draco pegou alguns livros seus na estante, guardou na mala, já cheia de outros pertences, e a fechou. Olhou ao redor, para garantir que não tinha esquecido nada, e então os olhos cinzentos cruzaram com os verdes. E então os dois notaram juntos que Harry chorava, lágrimas desciam soltas e rebeldes por suas bochechas, molhando a camisa onde caíam.
- Adeus Potter.
- Draco, eu...
E então Draco sumiu. Harry se viu sozinho, tão sozinho quanto jamais esteve em sua vida. E então ele caiu sobre a poltrona, chorando ainda mais. Olhou ao redor, e viu que o relógio marcava 17:15h. "Dessa hora em diante, estarei sozinho."
E então deixou as lágrimas descerem, quando apoiou os cotovelos sobre os joelhos, e a cabeça sobre as mãos.
Draco estava na frente de Harry, e um segundo depois, estava em seu quarto, em sua casa. Jogou a mala no chão, ao seu lado, e olhou ao redor. Ao lado de sua cama, no criado-mudo, estava o porta-retrato que Harry tinha lhe dado quando completaram dois anos juntos, com a foto dos dois que ele mais gostava: os dois sorrindo, testas coladas, olhos fechados, cabelos se misturando, mostrando o destaque entre os dois. "Tão iguais, tão diferentes" pensou na época. Harry também tinha a dele ao lado de sua cama.
Foi demais para ele. Ali se permitiu chorar, e a dor foi tão dilacerante, que o loiro pegou o porta-retrato com fúria e o arremessou na parede, do outro lado do quarto. Então se ajoelhou no chão, sem forças para continuar de pé, tão despedaçado quanto o vidro do objeto, em cacos, assim como seu coração, assim como sua alma.
oOo
Naquele mesmo dia, do outro lado da cidade...
Ele fez questão de chegar de vassoura, uma chegada triunfal, na verdade. Todos tinham que notar sua chegada. Fazia parte do plano.
Algumas crianças brincavam na rua, e quando o viram chegar começaram a gritar seu nome, e ele, no entanto, as ignorou. Alguns vizinhos, ouvindo a algazarra das crianças, saíram de suas casas para saber o que ocorria, e se surpreenderam com quem viram passar.
- Mas esse não é o...
- Ele mesmo! Incrível, como ele parece o pai!
Algumas mães não deixaram suas filhas saírem, mas elas espiavam entre as janelas, afastando as cortinas. As que saíram ficaram de cochichos, olhando para ele, entre risadinhas.
"Ótimo, tudo segue conforme o planejado" pensou ele. Já estava chegando à casa certa, e todos tinham notado sua presença, e reconhecido seu rosto.
Quando estava em frente à casa, deu uma olhada em volta, certificou-se que todos estavam olhando para ele, e então bateu na porta.
Aurelius Appaloosa era chefe do Alto Escalão de Poções do Ministério, um dos nomes mais renomados entre todos. Era seu dia de folga, e veio passar a tarde na casa de sua irmã. Estava olhando as horas, quando ouviu as batidas na porta.
- Quem faz uma visita às 16h na casa de alguém? EU ATENDO!
Gritou para sua irmã, e foi atender a porta. Surpreso, mas feliz, disse com simpatia e um grande sorriso no rosto:
- Olha só, quem diria! Quanta honra em receber sua visita! Como vai, Draco Malfoy! - quando terminou a frase, notou que sua irmã tinha terminado de descer as escadas. Ela olhou para o visitante, hesitante. - Mas diga Malfoy, o que faz por estas bandas?
Com um sorriso torto, ele prontamente respondeu, com sua varinha em punho, apontando para Aurelius:
- Avada Kedavra!
O raio verde saiu de sua varinha e foi direto ao coração do homem, que, sem reação, caiu, já sem vida. Sua irmã gritava, desesperada, achando que também morreria. Mas a intenção dele era deixar testemunhas, o máximo possível.
Subiu em sua vassoura, piscou para duas meninas na rua, que estavam petrificadas pelo medo, e voou, o mais rápido que pode.
- HD -
Minha primeira fic! Pretendo atualizar toda semana. O que acharam? Aceito reviews!
