Um Pequeno Conto de Fadas

Eu adoro. AMO. Essas coisas medievais, por isso têm várias histórias minhas nessa época. Não reparem. E esse negócio da Ginny presa com o Malfoy é extremamente clichê, mas eu também adoro. Eu precisava escrever essa história fluffy para tirar essas coisas meigas na mente e voltar à Vindicated.

As idades foram alteradas. Em especial por causa da minha amiga Mariana, que adora uma coisa meio Lolita way of life.

Enjoy!

O Fim de um Sonho

A noite era fria na estrada rumo às terras de seu futuro marido. E chovia. A garota dentro do coche, de apenas dezessete anos, abrigou-se melhor no casaco de lã de ovelha que a protegia do vento gelado e úmido que teimava em entrar pelas frestas das janelas.

Por um momento, sentiu pena do cocheiro, obrigado a guiá-las, a ela e a sua acompanhante - uma senhora que a cuidava desde que ela era apenas um bebê - pela estrada lamacenta, escura e deserta daquelas terras desabitadas.

Os pais haviam arranjado casamento para a filha, uma bela moça de cabelos ruivos, pele acetinada, salpicada com sardas delicadas, com um rico homem dono de vastas propriedades de terras férteis e prósperas.

Ginny, como se chamava a adorável caçula da família igualmente rica e afortunada, os Weasley, estava ansiosa e nervosa para conhecer o futuro marido. Chamava-se Harry Potter, e o pai garantira à filha que Harry era um homem honrado, fiel, nobre e bonito.

O que mais ela poderia querer? O casamento era arranjado, de fato; porém, todos eram, e algumas garotas tinham a má sorte de serem obrigadas a se casar com homens velhos, gordos e grossos. Harry tinha apenas trinta e quatro anos, pelo que o pai falara.

Ela se encostou à janela e olhou para o lado de fora. Só havia a luz da lua para iluminar o caminho, e grossos pingos de chuvas chocavam-se contra o vidro, embaçando-o. Ela conseguia ouvir o som dos cascos dos cinco cavalos. Dois puxando o coche, e três montados por homens responsáveis pela guarda da pequena Ginny.

Era costume que a noiva chegasse às terras do futuro marido depois da família, por isso ela estava acompanhada apenas da ama, Helga.

"Chegaremos ao amanhecer." Disse Helga, acordando Ginny de seus devaneios. "Como se sente?"

Ginny sorriu.

"Sinto-me ótima. Sinto que serei muito feliz com esse casamento. Sei que meu pai escolheu bem, e não vejo a hora de conhecer meu marido, para amá-lo e respeitá-lo." Ginny recitou, quase como as palavras que ela tanto lera em contos de fadas, durante o casamento dos mocinhos.

Com esse pensamento, ela adormeceu, embriagada pelo ritmado sacolejo do coche.


Ginny acordou com barulhos que nada tinham a ver com o som dos cascos dos cavalos, ou com o som da chuva incessante. Na verdade, não havia som de cascos. O coche estava parado. E eles não haviam chegado, de forma alguma.

Helga estava aflita.

"Ginny, nós precisamos sair desse coche, ouviu bem? Quando eu der o sinal, abra a porta e corra o mais rápido que puder! Eu estarei logo atrás." Ela disse, num tom urgente, tentando manter o controle, mas Ginny pôde perceber o nervosismo e o medo nos olhos da ama.

"O que está acontecendo?" Perguntou, com o coração acelerado, quando já começava a distinguir o som de vozes estranhas, barulhos de espadas se chocando e cavalos relinchando.

"Estamos sendo atacados, Ginny! Você precisa correr!" Disse Helga, já se preparando para abrir a porta depois de espiar pela janela. "Não olhe para trás, Ginevra, apenas corra!"

"Helga, não, eu estou com medo!" Choramingou Ginny, assustada. O que era aquilo? Por que seu sonho estava sendo destruído de tão cruel maneira?

"Seja forte, Ginny! Vá!" Helga abriu a porta e empurrou Ginny para fora.

A garota logo sentiu a roupa ficar encharcada pela chuva forte, e tonta pela confusão do lado de fora. Formas grandes de homens a cavalo gritavam e se moviam por todos os lados, e Ginny não conseguia distinguir que direção deveria correr. Mas mesmo assim, correu.

Os pés sujavam-se de barro, e ela tropeçou várias vezes na lama traiçoeira, desviando-se algumas vezes de cavalos, montados por homens que lutavam, soltando faíscas dos metais que se brandiam. Ginny correu o máximo que pôde, tomada pelo medo e pela adrenalina do momento, segurando a borda do vestido, enquanto lágrimas escorriam por seu rosto delicado.

O ar não tardou a faltar, e as pernas a fraquejarem. Caiu de joelhos, chorando, desejando que aquilo fosse apenas um sonho ruim; que ela acordaria dali a pouco ainda dentro do coche, segura, prestes a chegar às terras do futuro marido.

Mas quando abriu os olhos, ainda estava ajoelhada, tendo a pele castigada pela água gelada e cortante que caía do céu sem trégua. Estava longe, apesar de ainda poder ouvir sons indistintos de gritos trazidos pelo vento. Ela poderia jurar que aquele grito era de Helga.

Helga!

Olhou em volta, só então percebendo que a ama não a acompanhara. Jamais fora a intenção de Helga acompanhá-la. Quando os bandidos abrissem as portas do coche e vissem que ele estava vazio, sairiam para procurar as fugitivas, ou fugitivos. Mas com Helga ali dentro, eles poderiam supor que fora apenas Helga o tempo todo, e não iriam atrás de Ginny.

Ginny sentiu-se uma tola enganada. Não deveria ter deixado Helga para trás. Soluçou pela culpa. A mulher sempre a tratara como uma filha, e agora dava a vida por ela.

Levantou-se, tremendo. Precisava encontrar ajuda. Se continuasse naquela chuva, sozinha, acabaria morrendo congelada, ou serviria de alimento para algum animal selvagem. Estava em meio a um mato. Uma floresta. As vestes estavam rasgadas, e a pele arranhada pelos galhos que dificultavam o caminho.

Ouviu barulhos e, aterrorizada, obrigou as pernas a se levantarem e voltou a correr, assustando-se toda vez que tropeçava em algum galho solto, ou recebia um novo machucado pelo corpo. E continuou até que se visse livre daquelas árvores sufocantes e daqueles sons ameaçadores.

Na borda do outro lado da floresta, um raio perpassou o céu, e Ginny distinguiu, por milésimos de segundo, uma grande construção de pedra: um castelo. Poderia encontrar ajuda e abrigo.

Deu o primeiro passo, com a visão já nublada e as pernas extenuadas, e caiu, deixando que o esgotamento tomasse conta de todo o corpo.


Nota da autora: Essa fic será realmente pequeninha. Calculo que cinco capítulos. Vou escrever um capítulo por semana, e postar todo domingo. Por favor, por favor, deixem reviews. Eu sei que, para quem acompanha minhas outras fics, é a quarta vez que eu meto castelo e Draco Malfoy no mesmo contexto, UHAUHAUAHUA, mas eu adoro isso. Mesmo. Ao menos os plots mudam. Essa fic será um perigo aos diabéticos.

Beijinhos! :*