Estrelas de Plástico

Luna Lovegood encarava o branco como alguém encara a lápide; era nostálgico, melancólico. Trazia a saudade consigo e um brilho inconfundível no olhar. Olhar pequeno, de soslaio, de criança envergonhada. Mas a garota Lovegood não era envergonhada. Ora, corvina de raça, com certa astuta de sonserina, não ligava para o que os outros pensavam, e sim se lamentava por eles.

O branco do seu teto era o mais melancólico tanto quanto era o mais alegre. Emoldurado de estrelas de plásticos brilhantes, cada uma delas exibia um nome fosforescente em letras garrafais de criança de cinco anos de idade, mesmo que tivesse o triplo disso. Não eram nomes comuns, sabe-se lá se eram nomes, mas a menina loira sorria tão alegre deitada na cama que, fosse real ou fosse imaginação, era o suficiente para fazê-la flutuar de felicidade.

E felicidade talvez fosse o sentimento que mais sentisse, mesmo que alguns achassem que este deveria ser substituído pela vergonha. Afinal, quem acredita em zonzóbulos e em bufadores de chifres enrugados? Bom, talvez Luna Lovegood assim faça.

Adormece fácil e tem sonhos de princesa, só que pouco isso importa perto ao modo com qual leva a vida, uma vida de simplicidade dia após dia, cheia de filosofias vagas e pudim de sobremesa no almoço e no jantar – também porque não é possível no café da manhã, embora não levemos isso em consideração.

Seja o branco nostálgico, seja o branco alegre, ou até quem sabe as estrelas velhas que nunca a abandonarão, a felicidade que a menina leva no coração poderia ser distribuída por entre o universo e ainda sobraria, sem nenhum resquício de tristeza profunda, só a lamentação diária do convívio em sociedade, pois nessa sociedade existem suas estrelas não tão velhas assim, aquelas que dão nomes às de plástico do quarto e que tiram o branco do branco. Os seus amigos.

Não é preciso presença física, mas sim presença psicológica. Aquele sentimento que às vezes acreditamos estar longe, ser inalcançável, pode ser transmitido por um simples sorriso, por uma simples palavra... Basta retribuir. E ah, isso Luna Lovegood fazia muito bem.

NA: Ficou curtinha, bobinha, mas o que vale é a intenção, não?

Feliz aniversário, Loo! (:

Aceito reviews, ok? rs

Alice.