Prelúdio da inocência

Preview: Um romance devastador e mal visto socialmente. Ikki é um homem casado, Pandora também, mas vive suas fantasias na ausência do marido. Afinal, quais são seus desejos? Fantasias ou um Amor equilibrado e sem mentiras para aqueles com quem são comprometidos?

Capítulo 1: Blecaute.

O que é o acaso?

-Inferno! – Urrou um jovem alto e moreno, de cabelos arrepiados e em um tom forte de azul, ele afroxou a gravata, pegou a pasta e desceu as escadas apressado, a cidade estava escura, houve um blecaute e ele tentava ir para casa a pé, evitando a hora do rush pelas ruas, mas parecia impossível. – Droga de cidade, céus, porque concordei a idéia estúpida da Esmeralda de vir para o trabalho de trem?

Enquanto resmungava em voz alta, ele esbarra com violência em alguém, a mulher cai no chão, derrubando a pasta e um livro.

-Me desculpe, deixe-me ajudá-la – Disse ajudando-a a ficar de pé, ele conseguia vê-la bem, tinha olhos de águia, era alta, os cabelos compridos estavam soltos, e ela usava uma roupa social, e ao cair de mau jeito, ele pode ver rapidamente sua calcinha.

-Sinto muito, eu ando sempre tão distraída, deveria prestar mais atenção, com essas ruas escuras, mas fico com medo de ser assaltada – Disse tirando a poeira da roupa e pegando a pasta e o livro, o moreno não disse nada, apenas ficou a admirando, ela ajeitou a mecha do cabelo que caia sobre o rosto. – Perdão, você não é um assaltante, é? Porque seria muito ridículo, eu falando essas coisas para um assaltante.

-Não, não sou. Sou apenas uma pessoa tentando ir andando para casa.

-Oh, somos dois – Disse com um sorriso, que ele concluiu ser o mais bonito que já haviam lhe dado.

-Para onde a Senhorita vai? Se tem medo de assaltantes talvez eu possa escoltá-la.

-Eu agradeço por me chamar de Senhorita, mas já sou casada – E mostrou o anel de ouro branco.

-Ah, eu também – Disse também mostrando o anel de ouro, ela não pode vê-lo naquela distancia e pegou a mão dele e a aproximou do rosto, quase como se fosse beijá-la, ele sentiu uma sensação estranha e de leve incomodo, mas ignorou.

-Perdao, estou usando lentes, não enxergo muito bem, bonita sua aliança, qual o nome da felizarda? Pois o senhor é um cavaleiro.

-Esmeralda. O homem com quem é casada deve ter muita sorte, pois é uma mulher muito bonita.

Ela sorriu sem graça.

-Algo assim... Oh, me chamo Pandora, Pandora de Wyvern

-Das empresas Wyvern? Uau, Sou Ikki Ishida.

-Prazer, ah não fique tão contente, eu não tenho nenhum cargo importante na empresa, sou horrivelmente escravizada.

Os dois riram, mas o silencio logo predominou e os dois procuravam assunto, ambos olhavam para os lados.

-Ah, mas então, permite minha companhia? – Pergunta Ikki não vendo muita alternativa, ela pensa um pouco e concorda, os dois seguem andando pelas ruas lotadas de Tokyo.

-Oh, espero não estar te tirando da sua rota, não quero pensar que vai ser assaltado se tiver que fazer esse caminho de novo.

-Não serei assaltado, e esse é o caminho que faria, não tem problema.

-Que bom – Disse aliviada, os dois seguiram em silêncio por um longo caminho. Pandora correu para o outro lado da rua e parou em uma pracinha, que estava deserta e colocou o material que carregava no banco de madeira e sentou no balanço, que era um pouco baixo demais, mas ela pareceu não se importar, ela tirou as sandálias altas e com o pé começou a balançar.

Ikki se aproximou e não pode deixar de rir da cena, uma mulher de pelo menos 26 anos brincando, mas ela parecia muito feliz, e o vento a deixava ainda mais linda, o cabelo que ia até a cintura voava e ela ria com gosto.

-Céus, ela parece querer nos enfeitiçar, como é bonita! – Admirou-a, ela acenou para ele e sorriu, Ikki não pode deixar de devolver o sorriso.

-Venha Ikki, junte-se a mim

-Ah não...Estou melhor aqui.

-Parado? Oh Ikki, liberte a criança em você, quantos anos você não brinca em um balanço?

-Ah uns 16 anos...

-Está vendo? Está velho Ikki! – Disse rindo, Ikki sentiu se orgulho ser perfurado e deixou o material no mesmo banco que o dela e agarrou as correntes do balanço dela.

-Ei, o que está fazendo?

-Pegando carona – Disse ficando de pé no balanço, Pandora ficou em frente a ele, os dois deram um forte impulso e não demorou muito para começarem a ir mais alto, Pandora ria sem parar, e Ikki apenas sorria.

Os dois agora caminhavam, Pandora envolveu o braço dele ao seu, Ikki corou levemente, ela sorriu e o guiou para o outro lado da rua, lá ela fez sinal para um táxi.

-Ikki, eu pego um táxi agora, já o perturbei demais – Disse entrando no táxi, Ikki viu que o motorista ajustava o retrovisor e focava as pernas de Pandora, na tentativa de ver por debaixo da saia que ela usava, ela ia fechar a porta, quando Ikki também entrou no táxi.

-Eu pago, mas vou deixá-la em casa primeiro – Disse sentindo o coração acelerado, nunca havia feito isso por ninguém, nem sua adorada Esmeralda o fascinara desse jeito, mas sentiu uma imensa raiva ao ver a atitude desprezível do motorista.

-Bem...Como queira – Disse meio assustada, o motorista xingou em alguma outra língua, que parecia ser espanhol, mas ignoraram.

Pararam em frente a um prédio de doze andares, haviam dois seguranças na porta, e apesar da rua escura, o prédio tinha iluminação.

-Obrigada, Ikki – E deu um beijo na face do rapaz antes de descer. Ele acenou para ela, assim que ela entrou no prédio, eles seguiram para uns oito quarteirões a frente, Ikki ainda tinha um sorriso bobo no rosto.

-Muy bonita a menina, não?

-...É.

Ikki morava em uma casa, com um grande quintal, ele pagou e correu para dentro de casa, era uma casa simples, de apenas um ar, de cor azul clara, ele respirou fundo e entrou, assim que ouviu o barulho da porta, Esmeralda correu para abraça-lo, era uma mulher linda, loira, de olhos verdes e pele branca, ela usava um vestido florido e sandálias. Pulou nos braços do marido.

-Ikki, fiquei preocupada, chegou tarde por causa do blecaute não foi? Oh sinto muito, eu poderia ter saído com o carro e ido te busar.

-Perdão, minha querida, é que meu celular descarregou – E jogou a pasta em cima do sofá, mandou a gravata longe, tirou os sapatos e foi para o quarto, onde se jogou de barriga na cama, Esmeralda também subiu na cama e o ajudou a tirar a blusa, ele continou deitado e ela começou a massageá-lo.

-Você parece mais tenso, muita chateação na empresa?

-Oh sim, clientes incompetentes...

-Não se irrite, vou preparar um chá, vai se sentir melhor, quer um banho de banheira? Eu posso ligar a água, esquento o chá rápido e logo voc-

Ele não a deixou continuar.

-Não se preocupe, prepare o seu chá, isso já está de bom tamanho, vou continuar aqui, e daqui a pouco vou até a cozinha, está bem?

-Claro, claro – Esmeralda estava para se afastar, quando Ikki rapidamente a puxou para um beijo, ela sorriu e voltou para a cozinha, Ikki se jogou na cama e tirou as mechas que caiam sobre o rosto.

-Oh céus, no que fui me meter... – Murmurou ainda pensando em Pandora.

-/-

Pandora entrou no elevador, ali estava um homem na qual ela não conhecia, talvez fosse o novo morador do décimo andar, era um homem alto e de longos cabelos negros, usava uma calca jeans e uma blusa social azul, que estava bem mal vestida, estava aberta nos botões de cima e para fora da calca, ele parecia um adolescente voltando de algum casamento, mas ele não parecia ter menos de 18.

-Olá, o senhor é daqui?

-Oh sim, Sou Aiacos de Garuda e a senhorita?

-Pandora, desculpe a pergunta, mas quantos anos o senhor tem?

-Hn? 22 anos.

-Oh que injusto! O Senhor é mais velho que eu – Disse rindo, Aiacos ergueu uma sobrancelha, mas não pode deixar de sorrir.

-Mas a senhorita não pode ser mais velha, pois parece beirar os 20.

-Esse elogio é gratificante, mas tenho 23 anos.

-Estou surpreso.

O elevador parou no nono andar, e Pandora saiu, antes que a porta fechasse ela lhe entregou um cartão.

-Qualquer coisa, pode falar comigo – Disse sorrindo e caminhou para o final do corredor, Aiacos sorriu e pegou o cartão, mas ficou surpreso ao ler.

Ele entrou no apartamento, morava sozinho e foi logo jogando o material de fotografia sobre a mesa de centro e pegou o cartão novamente.

-Uma garota de programa? Que mundo é esse... – Disse colocando o cartão no móvel ao lado da televisão e seguiu para o banheiro.

Pandora abriu a porta, era um apartamento bem luxuoso, ela prendeu o cabelo com um palito que estava largado sobre a mesa, ela correu para o quarto, mas o marido não estava lá, ela se encostou no portal e ficou com uma expressão triste

-No que eu estava pensando? Ele nunca está aqui mesmo... – Disse indo até a cozinha, havia um papel pregado, que dizia com letras malfeitas, certamente escrito com pressa, que dizia que não voltaria aquela noite para a casa, e dizia para ela pedir alguma comida.

-Não acredito que ficarei mofando aqui esta noite, vou acabar ficando gorda – Disse abrindo a geladeira, só havia cereais e alguns livros, sim, ela guardava alguns livros dentro da geladeira. – Ahn, aquele Aiacos era uma gracinha, mas não parece ter muita conversa, aquele Ikki era mais interessante, ah homens casados são um saco!

Ela escutou o telefone tocar e pulou no sofá e apertou o viva voz.

-Pandora na linha.

-Olá querida!

-Shina! Vamos, conte-me tudo não me esconda nada!

-Você não acreditaria, um gringo passou aqui!

-Um gringo? Aaah que sorte, eles são os mais pervertidos!

-Sim, acho que aprendi uns truques novos! – Disse gargalhando.

-Eu nunca tenho essa sorte... – Murmurou cabisbaixa.

-Oh querida, venha um dia pra cá, porque o ultimo que passou aqui, me deixou nas nuvens, era um cara altao, moreno, de cabelo comprido e loiro, um Deus Grego! E acho que ele era mesmo grego!

-O único gringo que vi era o taxista! Acho que era Espanhol.

-Sorte! Os espanhóis são ótimos!

-Não, não deu para fisgá-lo.

-Pandora como pôde deixá-lo passar!

Ela ia responder, quando a campainha tocou.

-Já vai! Shina, tenho que desligar.

-Pediu comida?

-Não, acho que é o bonitão do vizinho, agora tchau tchau.

-Ok, e tente amarrá-lo na cama!

Pandora riu e desligou e foi abrir a porta saltitante, era mesmo o vizinho, ela se apoiou no portal e sorriu.

-Não veio pedir açúcar veio?

-Não...

Os dois ficaram em silencio.

-Ok, eu vou deixar a porta aberta, entre se quiser – Disse se sentando no sofá, Aiacos demorou um pouco, mas entrou.

-Queria te pedir um favor.

-Que seria?

-Queria que posasse pra mim – Disse tirando uma câmera da mochila que carregava, ela parecia surpresa, mas adorou a idéia, ela levantou e começou a ródia-lo, parou atrás dele e encostou a cabeça no ombro dele e sussurrou.

-Que tipos de foto estaria interessado?

-/-

-Ikki, o chá está pronto – Disse Esmeralda entrando no quarto, mas o marido estava em um profundo sono, ela sorriu e voltou para a cozinha. – Gostaria que ele parece mais em casa... – Disse olhando para o teto e bebeu o chá calmamente.

Continua.