Juntos

Harry sentou-se na sala comunal da Gryffindor com Ron e Hermione. Encarou a lareira pensando em Sirius, com quem conversara anos antes através dela. Quantos haviam morrido nas mãos de Voldemort antes que ele tivesse a capacidade de detê-lo? Sirius fora apenas uma das vítimas, também houve Dumbledore, Remus, Tonks, Fred e tantos outros…

Hermione percebeu a melancolia do amigo, mas achou que seria inadequado consolá-lo, afinal, todos estavam sofrendo a morte de alguém. Harry, que levara o destino do mundo bruxo nas costas, sofria com a morte de todos, inclusive cada trouxa anônimo.

- O que faremos agora? – Perguntou Ron em voz alta. – Quero dizer, Voldemort foi liquidado, estamos livres para fazer o que quisermos, não?

- Imagino que sim, - disse Hermione olhando para o chão.

- Acho que ainda não é o momento para pensarmos nisso. Tantas pessoas morreram hoje… precisamos dá-lhes o funeral que merecem: de herói. Depois, creio, as opções devem aparecer.

Hermione assentiu ainda olhando para o chão e Ron voltou-se para o teto. Ele pensava em Fred, que sucumbira durante a batalha daquela noite.

- Posso me juntar a vocês? – Perguntou alguém parado junto à entrada do salão comunal.

- Ginny! – Exclamou Hermione. Elas trocaram um olhar significativo e Hermione se levantou, olhando para Ron. – Venha Ron, vamos procurar o George, ele deve estar precisando de alguém e você é o irmão mais próximo dele.

Ron pensou em contra-argumentar, mas havia verdade demais na frase de Hermione, então eles deram as mãos e saíram, juntos, da Torre de Gryffindor. Ginny se sentou ao lado de um Harry muito encabulado.

- Então…? – Perguntou ao moreno depois de uns minutos de silêncio.

- Ginny, não sei se é um bom momento. Tantos foram mortos essa noite!

- E como isso vai ajudá-los, Harry? Esperei tempo demais por você, mas apenas porque eu sabia que essa não era uma opção sua e que, por ser menor de idade, eu seria um estorvo na sua busca.

Harry olhou para o teto.

- Não foi por isso. Era perigoso demais…

- Harry, vamos manter o foco, certo?

- Ginny…

Sem esperar uma resposta, Ginny beijou o moreno com paixão, colocando tudo que sentira naquele ano que eles estiveram tão longe um do outro. Harry não a afastou, queria aquilo tanto quanto ela.

Quando se separaram, Harry não sabia mais porque negara a mulher que amava por tanto tempo. Deram as mãos e, sem falar mais nada, saíram da sala comunal.

Era hora de encarar a triste realidade. Juntos.