Capítulos:
Cap. 1: Escola
Cap. 2: Transformação
CAP. 3: Amigos
Cap. 4: Declaração
Cap. 5: Fim
Cap. 6: Outro começo
Agradecimentos Natalia:
Em primeiro lugar, quero agradecer a minha amiga Isadora, por ter dado idéias incríveis, e ter escrito descrições tão perfeitas. Ela teve as idéias mais legais, e aturou os meus chiliques em consequencia do chocolate. Em segundo, para a minha fonte de inspirações, as músicas de piano que passei meses escutando: o compositor Carter Burwell e Yiruma. E a todos que me apoiaram para continuar escrevendo esse romance que eu amo tanto,por exemplo a minha mãe, que esteve sempre ansiosa para ler nosso livro, para Sabrina, que queria que eu terminasse logo para ela ler... Enfim, a todos que apreciaram o nosso romance, e que ajudaram dando déias para que ele dê certo.
Agradecimentos Isadora:
Bom, primeiro eu queria agradecer a Natalia por ter escrito a maior parte do livro, e escrever as parte que eu não sabia o que fazer, e ter agüentado minhas crises pelo MSN. Também gostaria de agradecer a minha mãe, por ter me dado ajuda com o nome do livro. Também a Vitória, por ter me dado apoio moral, e Daniele por estar tão ansiosa pra ler e mandar eu escrever logo, e a Stephenie Meyer por criar a saga que eu tanto amo e que nos inspirou a fazer o livro . Queria agradecer também as músicas de piano e outra que me deram inspiração e me fizeram chorar litros lendo o livro. E também quero agradecer por todos que vão ler o livro.
Prefácio
Sob a luz das estrelas, e ao lado da leve brisa do vento pode estar mais do que você pode imaginar, mais do que você pode explicar. Talvez esconda um perigo, talvez um amor. Mas você saberá se não arriscar tudo? Quanto daria por um amor? Talvez sua própria vida, talvez seu segredo, ou algo mais. Talvez assim você encontre alguém que permita que você viva do o tipo de amor pelo qual você e ela morreriam para salvar. E se tudo não fosse apenas "talvez"? Se fosse real, você arriscaria quanto?
Capítulo 1: Escola
A minha vida era tão sem graça... Não havia nada emocionante. Pelo menos pra mim, pois não significa que o fato de ser um lobo fosse tão legal... Uma criatura enorme, peluda e sem graça. Temos que ficar patrulhando todos os dias pra lá e pra cá toda hora. Eu, mais Sam, Paul, Jacob, Jared, Brandy, Collin, Quil, Embry e a minha malévola irmã Leah. Eu queria algo que me motivasse e me deixasse ocupado. Mas o quê? Eu já estava ficando deprimido. Não sabia o que fazer. Queria algum desafio, sei lá...
Essa é a parte mais chata da minha vida: a escola. Era todo santo dia a mesma coisa. Collin passava aqui pra gente ir, chegava lá e Brandy falava sobre alguma garota que ele viu por aí, tocava o sinal e a gente entrava. Senhora Tinkker ensinava- me a postura que se devia ter no piano, que era uma coisa que eu não suportava. Depois eu tinha que aturar Leah no almoço, à tarde eu saía com os garotos e eu dormia. Todos os dias a mesma maldita rotina. Eu prometi a mim mesmo que isso iria mudar. A partir de hoje. E então Collin chegou.
- Você ta esquisito, Seth. Está tudo bem? –
- Tudo sim, Collin. Vamos? - Espero que o senhor Bunners não repita a mesma coisa que repete á semanas. Já to cansado de Biologia... - Eu disse, sem muito entusiasmo. Brandy nos alcançou e disse (como sempre) que acabou de ver uma "gatinha" passar e que ela deu mole pra ele.
Collin mudou de assunto e disse: - Ouvi falar que a tal de "irmã perdida" do Jake está vindo lá pra nossa escola hoje, e vocês acreditam que ela é mais branca até que a Bella? - eu ri. – Mais branca que a Bella? Só sendo vampira. Mas é impossível. Ela mora numa casa de lobos alpha ainda! – respirei fundo e disse: – Irmã perdida? Como assim?
– Jake a encontrou o verão passado na rua, abandonada, morrendo. Ele gostou tanto dela que a trouxe para casa e Billy a adotou. Esquisito não é? – Neste exato momento eu vi o carro de Jacob estacionar na frente da escola. Era ela, mas não deu para vê-la. Os garotos me chamaram para decidir alguma coisa dos lobos que eu nem prestei atenção. Só dizia "certo" e "ok".
O sinal tocou e tivemos que entrar. Logo o professor apresentou a aluna nova. – Classe! Classe! Atenção por favor! Se comportem pessoal! PESSOAL! – disse Sr Bunners, reclamando da nossa sala bagunceira. Atrás da porta, ouvi uma voz perfeita e melodiosa: – Não é preciso me apresentar, Sr Bunners, eu não gosto de aparecer. – Aquela voz me encantou. Era tão perfeita... Ele não deu bolas e falou: – Essa é Maggie Black, a nova colega de vocês. Tratem-na bem.
– UAU! – Disse Brandy ao ver a Maggie. Então me virei para olhar pra ela, e tive a mesma reação dele. Ela era totalmente perfeita. Tinha a pele branca como neve, os cabelos castanhos e ondulados, sorriso perfeito e olhos verdes amarronzados. A mochila que levava era pequena e roxa. Meus olhos seguiam sua face perfeita na aula toda, isso estava ficando estranho. Então tocou o sinal, e ainda por cima, era a aula de musica. A que eu mais detestava. Senhora Tinkker chamou a gente para a sala de música.
Maggie passou em frente de todos os instrumentos fáceis e sentou-se no mais difícil: o piano.
As garotas da nossa classe ficaram boquiabertas, afinal, nenhuma delas jamais tinha tocado piano com a senhora Tinkker, pois ela exigia demais. Sophia, a loura patricinha disse: - Essa eu quero ver! A novata vai tocar piano! – ela riu.
Quando vi os olhos da face perfeita daquela garota – a irmã do Jacob – percebi o que a única coisa que me mantinha na terra era ela. Maggie Black. Ela era quem me mantinha vivo. Como poderia existir uma coisa assim, tão forte? Tudo o que me mantinha na terra havia sido quebrado, como vidro. Tudo o que eu tinha, não fazia mais sentido. Eu me desconectei do mundo. Naquela fração de segundos eu percebi, quem era que me mantinha em pé. Parecia que o meu mundo girava ao redor dela. Não era a gravidade que me deixava ali; mas era ela. Só ela. Era a irmã do meu melhor amigo, Maggie. Não podia acreditar. Era imprinting.
Seus dedos passavam pelas teclas do piano como magia, ela parecia tocar uma musica tão triste no começo, e como um estralo na minha cabeça, eu vi pássaros voando, nas nuvens, ela dançando, olhando pra mim com seus olhos misteriosos. A partir desse dia, eu soube o que ela era pra mim. Assim como Edward para Bella, assim como Jacob para Reneesme, ela era o motivo do meu viver, o que eu sempre esperei durante toda minha vida, o meu amor verdadeiro, tudo o que eu sempre quis estava ali, na minha frente, tocando piano como magia, com a pele branca, cabelos ondulados, olhos verdes amarronzados. Então já não era mais eu, era ela e eu, como se fosse parte integrante do meu ser. Tinha sofrido o misterioso imprinting, é algo tão forte, tão mágico, não tem como explicar, só como sentir. Então voltei para a realidade, levei um susto, muitos da classe chorando, inclusive eu, e Maggie ali, concentrada no que fazia.
Ela sorriu ao acabar sua linda musica. Eu reconheci de longe: era Clair de Lune. Quando Maggie acabou, ela sorriu de canto (o sorriso mais lindo e encantador que já vira) e todos bateram palmas, inclusive a senhora Tinkker, que dizia "Bravo! Bravo!" a toda hora.
Eu senti uma espécie de atração gravitacional. Não era mais a terra que me mantinha ali. Era ela. O meu mundo girava ao redor dela.
Fui para casa, nervoso, pois logo, logo Jacob saberia de tudo. Não só ele. Leah... E hoje à tarde seria mais difícil ainda de esquecer, já que eu estaria longe dela. O som do piano estava na minha cabeça, ecoando. Pena que ela não fazia idéia da minha existência.
Eu suspirei.
Imprinting é muito complicado. Não consigo descrever, ninguém conseguiria, afinal dá apenas para sentir.
Já tinha tocado o sinal à quase dez minutos e eu fiquei parado, sonhando. Eu acordei e corri para casa. Almocei correndo me tranquei no quarto. Logo Leah bateu e disse: - Vamos logo Seth! Não perca tempo, e você sabe como Jake fica irritadinho... – Eu ri. Era verdade!
Eu saí e acompanhei Leah. Um silêncio embaraçoso ficou ente nós... E então eu falei: - Como anda Leah? – Ela me olhou, estranha: - Você ta me perguntando sobre mim? – Eu senti que era melhor eu aprender a calar a boca...
O restante do dia foi normal, não teve nada de especial, exceto a parte em que Jacob foi a minha casa pra me perguntar os detalhes da aula de hoje, tentando disfarçar que estava querendo saber se Maggie correspondia ao meu imprinting. Afinal, todos os lobos ficaram sabendo disso hoje à tarde.
Sonhei com ela, nós estávamos na sala conversando como amigos. E pela milionésima vez eu não queria ser só amigo.
No dia depois as coisas foram progredindo. Senhora Yale não parava nunca de ditar na aula de inglês. Collin me incomodava o tempo todo descrevendo o jeito que eu olhava pra Meg. E o pior era que é verdade! Mas como eu disse, eu percebi que Maggie olhou para mim pela primeira vez. Ela não me deu muita bola na primeira, mas deu na segunda, na terceira... Brandy me disse que ela olhava frequentemente para mim... Isso era bom. Muito bom. Depois das outras aulas chatas nós fomos ao refeitório, e eu sentei, como sempre, com Collin e Brandy. Maggie, sozinha, não tinha para onde ir, e Sophia a chamou. Ela sorriu, seus olhos verdes amarronzados brilharam e a luz realçou as ondas de seu cabelo castanho e ela se sentou graciosamente. Me impressionei de como Sophia Bucket era falsa, pois ela odiava novatas. Eu queria tomar coragem para falar com ela, mas eu não consegui. Foi aí que eu cometi um erro que pra mim não foi erro: Maggie terminou de comer, e então foi para a lixeira jogar os restos da comida fora. E então na hora em que Maggie passou do meu lado e ficou à dois centímetros de distância de mim; então eu me levantei e a comida dela parou todinha na minha camiseta azul, a minha predileta. Pra mim não fazia diferença, era só uma camiseta. Ela me notou, era isso que importava. Na verdade importava até não parava de me pedir desculpas, e ela havia ficado de queixo caído pelo o que fizera. Na verdade que eu fizera. – Eu não acredito no que eu fiz! Tinha que ser eu! Desculpa! – Eram as frases que ela repetiu por mais de cinco vezes. Eu estava muito feliz, feliz demais para quem sujou sua roupa toda com restos de comida. Ela mordia o lábio tentando limpar a minha mancha em uma torneira perto do refeitório. – Pela milionésima vez, desculpa, foi sem querer... – Então eu deixei escapulir: - Está perdoada, Maggie. Mas eu acho que nunca mais vou lavar isso. – Maggie riu e disse confusa: - Você sabe meu nome? – Eu sorri. – Todo o mundo sabe. É difícil encontrar uma pessoa talentosa como você! – Ela não parecia estar animada por ser popular... - Tchau! – ela disse correndo e foi embora com pressa. Meu coração ainda estava acelerado, eu a olhava como uma mãe quando vê seu filho pela primeira vez, meu sorriso não se cessava nunca, meus olhos brilhavam como nunca.
Aqueles sete minutos tinham sido os melhores da minha vida. Até agora, pelo menos. O som da sua voz ficou na minha cabeça, perfeita e envergonhada. Meu mundo girava ao redor dela agora; não existia outro motivo para viver, era Maggie. Apenas Maggie.
Passei a noite acordado, foi bom demais ficar oito horas pensando apenas em minha Maggie; o que não deu bom resultado na sala de aula, mas e daí? Não importa mais escola. Não importa mais ser lobo, nada fazia mais sentido. Só passar a aula toda observando ela. Por estanho que pareça, eu passei a amar a aula de musica. Escutá-la tocar piano era meu passatempo favorito. Antes eu odiava piano, agora passei a amar, piano era como um remédio para mim. Dava a sensação de que eu estava nas nuvens com ela. Hoje Maggie deu uma espécie de showzinho, porque senhora Tinkker insistiu dizendo "ela é um exemplo para todos vocês", o que deixava Sophia Bucket com os nervos à flor da pele. Pois ela não era mais o centro das atenções. O que me deixava feliz, pois ela nunca parava de tagarelar. Na verdade, ela me dava nojo, pelo contrário de Brandy que tinha uma queda por garotas mimadas que se acham. O seu showzinho durou a aula toda, tocou a minha favorita, Clair de Lune, também outras que não conhecia. Eu batia palmas como se ela fosse o Pavarotti, como se a Madonna estivesse na minha frente... Sophia não se agüentava porque agora só Maggie era o centro das atenções. Quase chorei outra vez, mas consegui me segurar porque tinha tocado o sinal. Era a aula de física. A aula que eu mais ficava entediado, pois Maggie não fazia comigo. Ficava o tempo todo bufando, que chatice! Cada minuto passava como se fosse uma hora... eu quase dormi, se não fosse pela boa ação de Matthew (um garoto CDF) de me ajudar eu estaria dormindo.
Pra piorar, Justin, o cara mais popular da escola estava elogiando a Maggie bem do meu lado, dizendo: - Aí! Se ninguém pegar ela antes que eu, meus pêsames, caras. – Os outros caras riam, achando graça.
Eu não podia ficar nervoso, ou a coisa ia feder para o meu lado. Eu tinha que ficar calmo, mas era quase impossível pensar em outra pessoa com a minha Maggie. Tão difícil quanto misturar óleo com água.
À tarde, Embry não parava de reclamar que eu só pensava em Meg. Maggie não sairia do meu pensamento assim de repente. "eu a amo", pensei pra mim. Paul também estava a ter um ataque de nervos comigo, mas em que outra coisa eu pensaria? Eu ficava sério só às vezes. Até que de repente, quando ficamos perto da casa do Jake, ouvi o som de Meg tocando piano. E é claro que eu sabia que era ela, não havia como me enganar. O gozado da historia é que eu tive déjà vu. Maggie tocava uma música que dava a impressão que era triste. Meio sem esperanças, o que me deixou um pouco deprimido... mas o som do piano me acalmava como nada nesse mundo, eu estava apaixonado. Na verdade, o que eu sinto nem dá pra ser chamado de paixão, pois era muito mais que isso. Meu coração era como a manteiga quando ela passava na minha frente, ou até à dois metros de distância. Collin estava maluco, capaz de me dar vinte pancadas na cabeça se eu não parasse de ficar tão obcecado assim.
– Minha nossa! – disse Leah. – Será que pode fazer algo que não seja pensar e pensar e pensar? – Eu fiz que não ouvi. – Podemos sair pra fazer alguma coisa, o que quer fazer? – Leah esperou mais cinco minutos e desistiu de mim, bufando.
Manhã, tarde, noite, madrugada. Era o tempo que eu ficava imaginando eu e ela. Pensei qual seria a reação de Sophia se ela visse, eu e ela juntos, se ela visse Maggie ficando popular, eu iria rir muito. Na verdade, minha mãe Sue disse que eu sempre ria sozinho, nos dias que comia com ela e a Leah. À noite eu só dormia se estivesse muito cansado, pois a maioria dos dias nós tínhamos que patrulhar... que enjoativo!
De manhã, ouvi Justin (o cara mais popular da escola toda) passar na frente da minha casa, rindo como nunca. – Olhem só: eu vou tentar falar com a novata que toca piano hoje! Se ela retribuir... vocês já sabem, não é? – Os garotos que estavam com eles riam, indo atrás de Justin. Que idiota! Eu tinha vontade de chegar na frente dele e dizer "ela é minha!" mas eu consegui me controlar. E então, outra vez, Collin passou na minha casa para irmos à escola. Ele entrou para me contar sobre algo que eu nem prestei atenção. Enquanto estava bem no meio da frase, eu o interrompi e disse: - Vamos logo, não to a fim de chegar atrasado.
– Tudo bem... Tá de mau humor, Seth? – Ele deu um risinho. – Cala a boca, Collin. – Rebati.
Chegamos na classe e eu sentei no meu lugar de costume, para revisar o conteúdo de calculo, pois teria prova hoje. Mais um motivo para estar de mau humor. Eu estava de mau humor até Meg chegar. E o mais empolgante disso é que ela passou na minha frente, sorriu e me deu OI! Meu coração batia muito mais forte que o normal, e fiquei sem resposta. Senti que agora não havia mais motivo para ficar mal humorado. Ficava toda hora cuidando o Justin para que não fosse falar com ela. Maggie nem se mexia, só prestava atenção na professora revisando a matéria para a prova.
A professora entregou as provas para nós e podia ver de longe que Maggie nem teve dificuldades fará fazê-la. Já eu era o contrário dela, se eu tirasse C naquela prova tava ótimo. Legal era observar a Meg, pois ela fazia tudo como se fosse coisa de primeira série. Eu ria sozinho às vezes, os amigos do "Justin" falavam para ele e ele não parava de gozar.
Na aula seguinte, a de literatura, tínhamos que escrever uma poesia, e a dela foi a mais linda de todas, falava sobre o amor e uma noite. Que noite seria? Mesmo assim eu não conseguia ficar confuso com aquelas lindas palavras, através da folha, dava para ver sua caligrafia perfeita. A poesia era assim:
No escaldante sol da tarde, a lua se esconde.
No claro esplendente da lua, o sol não aparece.
O segredo é como uma estrela brilhante.
E o mistério é como uma noite estrelada.
O que você procura pode não ser a verdade,
Apenas a coisa certa.
O amor
Outra vez, todos ficaram boquiabertos com o talento dela. Achei que ela é muito fofa, pois o coração simboliza o afeto, o que eu achei lindo. E mais um gol para Maggie Black! Maggie 5x0 Sophia! Ri sozinho outra vez. Meu sorriso cessou ao ver o Justin correndo para falar com a Maggie. era até engraçado, pois ele me dava no ombro, e eu sou alguns meses mais novo que ele. Eu levantei-me, e disse a ele, bloqueando seu caminho: - Preciso te perguntar uma coisa. – ele me encarou. – Diga, cara! – eu empaquei. O olhei fixamente por longos 5 segundos.
– Nada. – desanimei. Se era assim que era pra ser, seria. Maggie logo percebeu que ele iria lá, e então se levantou da classe, deu um sorriso cínico a Justin e saiu dali, com um sorriso lindo, aquele que eu chamava de "meu sorriso". Ela era linda, igual a uma noite estrelada, como ela dizia no poema.
No intervalo, a diretora colocou a folha de inscrição do show da escola no mural. Sophia foi a primeira a inscrever-se, se gabando toda porque ela ia cantar. Aposto milhões de vezes que a Maggie é bem melhor que ela, pois as suas vozes comparadas, a de Sophia era um ronco de cavalo perto da de Meg. Era tão harmoniosa, calma, bonita, aquecia o meu coração, mais do que ele é. Depois de alguns instantes, a professora que mais amava e paparicava a Meg, Sra. Tinkker já foi convidar ela para cantar e tocar. Maggie ficou indecisa no começo, mas acabou aceitando. Mesmo assim ela não parecia estar muito animada com isso, pelo contrário. Depois de alguns instantes eu percebi que não era por isso. E não tinha a mínima idéia do que poderia ser, afinal, ela era a pessoa mais misteriosa que eu conhecia até hoje. A sua linda poesia ficou na minha cabeça, era tão linda, como ela podia ser tão... maravilhosa...
Não havia motivos para ela estar daquele jeito. Para não ficar estressado, eu saí para dar uma voltinha pela escola, sem rumo. Eu passeava pelo corredor das salas de aula, quando eu vi um papel amassado no canto da porta da nossa sala. Disfarçando, eu o peguei e li, olhando para os lados para ver se ninguém estava me vendo. Era poesia, a linda poesia de Maggie Black. Mas porque estaria ali, amassada, jogada fora? Afinal, quais são os motivos para alguém fazer isso? Eu amassei o papel de volta, e coloquei no bolso. No dia depois eu iria devolvê-la à ela. Eu tinha que tomar coragem de falar com ela, pois eu não tinha mais motivos para esconder o que eu sentia.
À noite era inevitável parar de pensar nela. Era como uma droga, tão viciante, pelo sentido bom... Eu ficava ensaiando mentalmente como eu iria conversar com a Maggie, e tal. Ela sorria na minha cabeça, linda e radiante. Parecia até vampiro... A pele branquinha, o rosto perfeito e cheio de mistérios a desvendar. Nem podia imaginar que eu estaria cara a cara com ela depois de oito horas. Será que eu vou travar? Ou não? Eu pensava pra mim...
Depois da longa noite que eu passara acordado, me levantei da cama, ansioso. Hoje teria aula de física, que era uma das poucas que eu não fazia com a Maggie, por meu azar. Minha mãe Sue tinha feito deliciosas panquecas com chocolate, que eu comi cinco, sem ficar cheio. Fome de lobo é difícil de controlar...
Chegando à escola da reserva Quileute, percebi que Maggie vinha saindo do carro de Jacob, o carro que ele tanto amava. De blusa roxa e rosa, jeans e all star, caminhava ela com graciosidade e elegância. Na distração, eu bati a cara no poste de luz, e a escola toda riu de mim, sem parar. Até eu ria. Todo o mundo. Menos Maggie. Ela veio na minha direção, estendeu sua mão branquinha até 30 cm de distância de mim, e disse alto: - o que tem de engraçado nisso? – ainda tonto, eu olhava fixamente para o rosto embaçado de Maggie. Ela me ajudou a me levantar, e me acompanhou até o meu armário. Ela não abriu o bico no caminho. Quando chegamos, ela disse: - vai ficar bem sem ficar batendo em postes da rua? – nós dois rimos por poucos segundos e tirei a poesia do bolso. – acho que isto é seu... – ela me fitou e olhou para o papel em suas mãos. – ah, é isso. Se estava no lixo acho que era para ficar lá não acha? – ela cruzou os braços e me deu de volta. – desculpe se eu fiz algo que você não queira. Olhei para Maggie, arrependido. – se você gosta pode ficar. Afinal, você gosta de sobras não é? – rimos de novo, mas ela deu o meu sorriso, o sorriso de canto. O sinal tocou e ela saiu sem se despedir.
Na aula de física eu não prestei atenção em uma palavra que o professor disse. Era tão entediante... fiquei bufando toda hora, que chatice...
O almoço tinha sido melhor para mim, a turma de Sophia tinha se mudado para a mesa do nosso lado, podendo ver melhor Maggie, que ficava em diagonal a mim. Quando eu fui jogar os restos fora, ela me seguiu, parou no meu lado e na frente do lixo. – gosta de hambúrguer? – ela olhava para os quatro pacotes na minha bandeja. – um pouco. – disse envergonhado. – ah! Eu sei quem é você! – meus olhos brilharam esperando a continuação da frase. – você é o amigo do Jacob que vai na minha casa sempre! Ah! E você também é irmão da Leah! – meu sorriso cessou. – é sou sim. – respondi sem vontade. Ela virou-se sorrindo e se sentou lá de novo.
Quando eu chegava na minha casa, Leah me atacou: – Jake me ligou, temos que ir. –
– Ah, ok, vamos sim.
– Nunca te vi tão animado assim! – Leah sorriu.
– Não estou animado... – Menti.
– Ok... – Leah me puxou pelo braço e me fez sentar no carro dela.
Chegando lá Jacob estava ouvindo musica hip-hop muito alto. Leah gritou: - O que é isso, Jake? – Jacob bufou – Não agüento mais ouvir piano! Estou enjoado já! Ela não para de tocar faz uns três dias, e anda toda feliz. O que deu nela? – eu abri um largo sorriso. – quem? – perguntou Leah. – Maggie. Não sei o que fazer... – Jacob tampava os ouvidos. Leah ria dele.
– Já volto! – eu berrei com pressa e saí correndo em direção ao quarto dela. Quando cheguei, vi a parede azul marinho brilhosa dar reflexo com o sol. Maggie levantou-se com muita pressa. – Você aqui? Há algo de errado? – ela estava sem jeito. – hum... não. Eu só... m... na verdade... – ela me olhou fixamente esperando que eu respondesse. – Só vim dar uma volta, e eu não sabia que esse era seu quarto. Desculpa, cara. Quer dizer, Maggie. – eu me dei um tapinha na cabeça. – Gosta de vento? – eu disse apontando para a parede, que imitava o vento. – Ah, sim. Acho que o vento representa tudo na minha vida... A vida, as pessoas, o amor... – ela abaixou um pouquinho à voz na ultima palavra. – como assim "amor"? – ela me fitou. – O amor é como o vento, não pode-se vê-lo e nem tocá-lo. Apenas senti-lo. – o que você estava tocando? – falei rapidamente, mudando de assunto. – Ah, é Clair de Lune. Eu adoro! Mas Jacob não gosta... – ela se sentou novamente. – quer ver, Seth? –
- Ah, é claro! Você toca tão... Bem. – Maggie deu aquele sorriso. Eu me aproximei do piano enorme e preto reluzente. – toca alguma coisa? – ela disse, estralando os dedos para tocar. – eu aprendi a tocar um pouco de violão, mas não sei bem. – eu menti. Ela começou e a musica, que me parecia ser fácil para o nível dela. – Como se chama essa? – eu olhava para os dedos dela, incrédulo com a sua habilidade. – La Tua Cantante. Edward me ensinou.
– Edward Cullen? Edward te ensinou? Você conhece Edward Cullen? – Perguntei incrédulo. – Sim, a gente troca músicas às vezes, é legal. Ele sabe melhor que eu. – ela riu. - Quem não conhece Edward? Bom, eu o conheci pela Renesmee. – mordi o lábio. – Quer se sentar aqui? Eu posso te ensinar se quiser... –
– É claro! É uma ótima idéia, sempre quis aprender. – menti de novo. – Ah! Ótimo! Sente-se! – ela ficou animada pra caramba. E eu mais ainda. Ela arrumou o banquinho quadrado e esperou eu me sentar. - Tem alguma musica que quer aprender?
– Ah, não. Eu gosto de Clair de Lune, mas acredito que no meio da musica meus dedos vão ficar igual a palito de sorvete. – ela riu estranho. Diferente do normal. Mas eu acho que ela estava só nervosa. – Você vai gostar de La Tua Cantante. Eu toco a mão direita e você a mão esquerda. Ok? –
– eu vou tocar com... Você? Mas quantos anos você fez de piano? – ela sorriu triunfante. – Dez! – meu queixo caiu. – e quantos anos você tem? Quinze?
- Sim. Mas eu nunca quis; minha antiga mãe me obrigou. É uma das poucas coisas que eu me lembro dela. – Maggie fitou o chão, meio incomodada com o que ela mesma dissera. – Se não quiser não responda, mas como é essa história de "irmã perdida"? Collin me contou, mas eu não sei por completo. Maggie não queria deixar de falar, mas também não queria falar. – Minha mãe, ela me abandonou no verão passado. Eu tinha 14 anos, ela me criou até lá, ma ela nunca gostou de mim. Sinceramente, eu não sei por quê. Até que ela me deu o "boa noite cinderela" e me jogou no mato. Morávamos em Port Angeles, ela saiu de lá, veio até perto de La Push, e simplesmente me largou lá. Jacob estava... Bom, isso não interessa. Ele me encontrou, gostou tanto de mim... Billy também... Então ele me adotou. – A voz dela falhava. – Quem é que não gostaria de você? – ela deu um sorrisinho tímido. - E você é feliz aqui? – eu perguntei curioso. – ah... Tenho que ser, não acha? É melhor aqui do que... Lá. – para mim ela não parecia feliz. Só não reclamava de nada.
– Desculpe o interrogatório. Sou curioso. Pode perguntar qualquer coisa de mim, qualquer coisa mesmo. – Maggie assentiu.
– E você, Seth Clearwater, o que você tem de interessante para me contar? Que eu não saiba claro.
– Ah, a minha vida é uma mesmice. Sempre a mesma rotina. Todo santo dia. – ela não pareceu convencida.
– O que é isso aí? – disse apontando para um papelzinho na sua cômoda.
– Oh, nada. – ela pegou. – É só um pensamento. Eu fiz.
– posso ver?
– Ah, você pode. – Maggie disse sem vontade.
– "Na vida todos temos um segredo inconfessável, um arrependimento irreversível, um sonho inalcançável e um amor inesquecível" uau. Lindo.
– A senhora Tinkker gosta de você. – eu disse mudando de assunto e sorrindo.
– Oh, nem me fale. Só porque sei tocar piano melhor do que os outros alunos. Ela não larga do meu pé!
– E Sophia Bucket? Acha mesmo que ela gosta de você? – ela riu alto.
– Sophia Bucket? Ah tá bom! Aquela garota quer ser o centro das atenções sempre! Não aceita que alguém seja melhor que ela. E a voz dela parece um corvo engasgado. – ela riu da sua piada.
– Por que senta com ela no almoço?
– Com quem mais eu ficaria?
– Na minha mesa tem sempre uma cadeira vazia.
– Oh, obrigada. Você é gentil, Seth. Um verdadeiro cavalheiro. Existem poucos assim hoje em dia. – meu sorriso ficou enorme. Um pouco exagerado.
– Hum, eu é que agradeço. Você é ainda mais incrível do que eu pensei que fosse! – Meg ficou sem jeito. Enrolava as leves ondas do seu cabelo cor de chocolate, o sorriso tímido se escondia atrás dele.
– SETH! ONDE VOCÊ ESTÁ? – Jacob gritou. – Eu já estou indo Jake. – me virei para Maggie. –Nos vemos outro dia. Tchau Seth.
Dei um "tchau" mal dado, e saí correndo com Leah e Jacob.
