Errare Humanun Est
(Errar é Humano)
Pois a vida sem a morte, não seria diferente de estar morta desde o início.
Por: Tainã Zuccolotto Vieira - Vulgo: Demetria Blackwell
Era um lugar escuro e vazio de tudo e quanto é tipo de existencialismo. Nada naquele lugar a fazia se apegar, nada. Seus dedos podiam tocar, podia sentir os cheiros e provar os sabores, mas nada lhe tocava mais a fundo. Faltava algo que não sabia explicar em tudo que fazia. Não tinha o mesmo sentido continuar com aquela vida sem ter um sonho a seguir.
Sem caminhos não a passos a serem dados.
Pecou em acreditar demais nas pessoas a sua volta, sentiu na pele arder da brasa que a realidade não era como devaneava. Sonhou em vão, e seus sonhos foram despedaçados e pisados.
Novamente, aquele vazio no peito. Olhar para os lados e não sentir o que o ar transmite e triste, não sentir o sorriso bater-lhe na face também é totalmente novo e – bizarramente – familiar. Conviveu com isso há anos e, só agora, sentiu o peso que carregou a vida toda.
Quando foi que esse peso todo se acumulou? Quando começou? São perguntas que ela sabe a resposta, mas nega acreditar que elas existam.
Cada passo que ela da, sente isso, esse vazio eterno. Imortal.
Chega a ser irônico o que lhe faltava no peito, não era falta de ar, não era falta de ter o que fazer, nem de não ter o que imaginar, era tão simples que nem acreditava.
Viu suas assas serem arrancadas e o que fez? Nada. Não se deu o trabalho de lutar por elas. Talvez por não ter mais forças para lutar ou talvez por não ter mais condições de sofrer. Talvez.
Riu de sua própria ignorância. Como podia ser tão estúpida a ponto de não perceber que perdeu o que tinha de mais importante na vida? E essa era a resposta.
Não foi culpa deles, pois todos faziam de tudo para ela abrir os olhos.
Não foi culpa dela, por ter acreditado em algo que não deveria acreditar.
Agora, quando olha para trás, ela queria ter dito o que nunca pensou, ter rido de alguma coisa idiota, ter desfeito algo que foi obrigada a fazer. Mas o tempo não para, e nem volta, para ninguém.
Definitivamente, o tempo é inexorável.
Ela errou e, mas que ninguém no mundo, se arrepende por ter deixado ser enganada. Poderia ter dado atenção aos pequenos detalhes, ter dado mais valor às pequenas alegrias que seriam um passo para sua felicidade.
Ela errou. E não teve como salvar seu coração.
Uma paisagem perfeita para um quadro fúnebre, a moça desconsolada se debulhando em lágrimas na frente do corpo do amado com a chuva os castigando com suas gotas de navalhas. Seria belo se não fosse trágico.
- Daisuki¹... – Uma palavra de amor nunca ouvida. Um sussurro que se perdeu com o tempo. Deitou-se no tórax do cadáver de Naruto e continuou ali até que alguém presenciasse a lamentável cena.
Errar é humano.
Pena que ela errou demais.
N/a: Daisuki é quase a mesma coisa que eu te amo, mas é usado em confissões.
E se você não mandar uma review, vai ficar parecendo a Hebe Camargo em 5... 4... 3... 2...
