Domo pessoal
Esses dias eu estava relendo a fic Troca Equivalente e percebi que como perfeccionista de carteirinha que sou, esqueci de algo realmente importante, na verdade apenas deixei de dar o devido valor ao mencioná-lo na fic. Lembram do milagre da volta dos cavaleiros a vida, pois bem, esqueci de contar pra vocês como isso aconteceu. A ligação entre a história do "Prólogo do Céu", com a "Troca Equivalente". Pensando em reparar essa pequena falha, trago pra vocês "Isso é o que importa", uma one-short que conta o que aconteceu nesse meio tempo, com participação especial dos bronzeadinhos. Essa fic só vai ter três capítulos, mas logo vocês entenderam o porque.
Boa Leitura!
Nota: Os personagens de Saint Seya não me pertencem, são criação única e exclusiva do mestre Kuramada.
Isso é o que importa.
By Dama 9
Inicio 16/03/06
One-short
Capitulo 1 – O Milagre.
Aos poucos o Templo da Deusa Ártemis começava a ruir, trazendo aos olhos mortais e imortais a bela visão das doze casas ressurgirem como uma fênix queimando suas asas nas areias do deserto. Belas e gloriosas. Tão perfeitas como eram em tempos imemoriais.
A frente ao Templo de Áries agora era o palco de um cenário surpreendente, onde os catorze cavaleiros de ouro jaziam inconscientes no chão. Shion e Mú, Aldebaran, Saga e Kanon, Mascara da Morte, Aiolia, Shaka, Dohko, Milo, Shura, Aioros, Kamus e Afrodite.
Em vários lugares, não só no santuário, cavaleiros e amazonas surgiam nesse mesmo estado de inconsciência.
Uma fina chuva caia do céu aliviando a dor daqueles jovens guerreiros que tão bravamente lutaram para proteger essa Terra, que agora lhes abençoava com uma nova vida.
E eu desistiria da eternidade pra toca-lo
Pois eu sei que você me sente de alguma maneira
Nos degraus do Templo de Áries, Ártemis permanecia sentada com os olhos vagos, tentando ainda absorver todo que acontecera nos últimos minutos, a luta dela contra Athena, Thouma entrando na frente da Deusa da Justiça no momento que ela disparara a flecha, a queda de Apolo por sabe-se lá o quê.
Você é o mais perto do céu que eu vou chegar
E eu não quero ir para casa agora.
O jovem cavaleiro celeste jazia quase sem vida com a cabeça repousada no colo da Deusa da Caça. Os cabelos cor de fogo remexiam-se em contato com o vento, enquanto os tristes orbes da jovem lhe fitavam com dor e pesar.
E tudo que eu sinto é esse momento
E tudo que eu respiro é sua vida
Nunca a Deusa da Caça pensara que Chronos seria tão cruel a ponto de ceifar o tempo, deixando o jovem a mercê das Deusas do Destino que provavelmente sorriam satisfeitas com mais um fio a ser cortado.
Tantas vidas e a única coisa que comovia seu frio coração era sentir suas mãos encharcadas por aquele liquido vermelho que desprendia-se da flecha ainda cravada sobre o coração do cavaleiro.
Porque mais cedo ou mais tarde tudo ira acabar
Eu só não quero sentir a sua falta essa noite
A cada segundo que via aquela flecha ali, sentia como se seu coração estivesse rachando, bem perto de partir. De que adiantava ser um ser imortal se quando mais precisava de uma ajuda divina os deuses pareciam lhe dar as costas.
Ártemis sentia vontade de gritar, berrar aos céus, exigindo respostas de porque justo agora o Destino lhe passava a perna de forma tão cruel, de que adiantava ser imortal se todas as pessoas que amavam lhe eram tiradas de sua vida novamente por uma flecha.
Eu não quero que o mundo me veja
Porque eu não acho que eles entenderiam
-Ártemis; Athena chamou a irmã, aproximando-se cautelosamente.
Enquanto tudo é feito para ser destruído
Eu só quero que você saiba quem eu sou.
Não muito longe dali, o chão de pedras conservava apenas um circulo de terra queimada, onde misteriosamente o Deus do Sol estava e fora acertado pelo poder dos raios vindos do céu.
Aos poucos os cavaleiros de ouro despertavam, confusos com a nova condição, principalmente estranhando o fato de estarem vivos e depararem-se com o santuário completamente reconstruído.
Seiya e os outros pareciam perplexos, uma hora viam Apolo prestes a destruir o mundo e agora deparavam-se com um milagre, sabe-se lá vindo de onde.
-Você estava certa; Ártemis falou, sem voltar-se para a irmã. Deixando que os finos e delicados dedos corressem pela face quase sem vida do jovem.
-Sobre o que? – a jovem de madeixas lilases perguntou, enquanto discretamente lançava seu olhar para o alto da casa de Áries e vislumbrava a imagem de uma jovem de cabelos dourados, enquanto as gotas de chuva cessavam dando lugar aos raios do sol.
-Só quem ama sabe o valor de uma perda; Ártemis respondeu, sem voltar-se pra ela.
As gotas de água caiam do céu sobre a cabeça das duas deusas, Athena parecia com o olhar vago.
-"Zeus. Todo poderoso. Conceda-me apenas mais esse pedido, pois essa criança que aos poucos perde a vida, também é um de meus cavaleiros e merece uma nova chance"; Athena pediu, numa prece silenciosa aos céus pela vida do jovem.
Os orbes da deusa jaziam fechados, quando sentiu um arrepio vindo do braço direito, como se alguém ali tivesse tocado. Abriu os olhos, confusa, vendo Ártemis derramar mais e mais lágrimas sobre a face já sem vida do cavaleiro.
Marin, Shina, Seika e todos os cavaleiros jaziam em volta das deusas. Cambaleante, Marin tentou se aproximar do irmão, porém Aiolia a impediu, pedindo apenas com um olhar que tivesse paciência.
E você não pode lutar contra as lagrimas que estão vindo
Ou o momento da verdade em suas mentiras
Athena aproximou-se de Ártemis como se guiada por uma força maior, ajoelhou-se entre os degraus de pedra fria, encarou diretamente os orbes da irmã que parecia petrificada, olhando para algum ponto ao longe dela.
-Sempre há uma forma de mudar o destino; ela falou, voltando-se para o jovem cavaleiro.
Quando tudo parece como nos filmes
É, você sangra só para saber que esta vivo.
Novamente aquele arrepio acompanhado de um tremor, era como se sentisse a presença de mais alguém a seu lado, embora a presença de algum cosmo diferente dos que sentia ali, fosse completamente nula. Um tremor involuntário fê-la instintivamente fechar os olhos.
-Quem é você? –ela perguntou em pensamentos.
-Uma amiga...; a voz respondeu, quase num sussurro. –Que veio aqui conceder um ultimo pedido; a voz completou.
Athena voltou-se na direção da voz, como se fosse capaz de vê-la. Elevando seu cosmo, num milésimo de segundo pode ver ajoelhada do outro lado do jovem, uma mulher de longos cabelos dourados e asas brancas, que voltou-se em sua direção com um sorriso gentil. Indicando-lhe com o olhar, para que a acompanhasse, colocando a mão em volta da flecha que jazia no coração do jovem.
Eu só quero que você saiba quem eu sou.
-O que esta fazendo? –Ártemis perguntou ao ver Athena segurar a flecha dourada como se tivesse a intenção de arranca-la.
O cosmo da deusa se intensificou, reagindo com o de Ártemis. Foi quando ela pode vê-la ali, como se estivessem frente a frente. Conhecia muito bem aquele par de orbes dourados, apenas não acreditava que fosse justamente ela ali.
Com apenas um puxão a flecha dissolveu-se entre os dedos da Deusa da Justiça, a ferida feita pela flecha aos poucos foi desaparecendo como se nunca houvesse existido.
Thouma deu um suspiro e tentou levantar-se como por reflexo de um susto, sendo rapidamente impedido pelos braços de Ártemis que o segurou com força para que ele não se machucasse.
-Athena; Ártemis falou visivelmente emocionada e feliz por ver aquele que tanto amava vivo. –Obrigada; ela completou, sorriso em meio às lagrimas.
-Não agradeça a mim e sim a ela; Saori falou com um olhar enigmático, olhando uma ultima vez para o topo da casa de Áries.
Levantou-se com calma dos degraus e com um olhar sereno, voltou-se para seus defensores. Jovens cavaleiros e amazonas cujo destino era salvar a Terra e seus habitantes.
O cosmo da deusa vibrou, fazendo surgir no céu doze fachos de luz que terminavam sobre a cabeça de todos os cavaleiros de ouro.
Como por mágica doze estrelas desprenderam-se do céu parando em frente aos sagrados guardiões, a luz perdeu parte da intensidade revelando a todos as doze sagradas armaduras de ouro completamente intactas, tão belas como poderiam ser lembradas.
As armaduras vibraram como se cantassem felizes por si e seus guardiões que voltavam a existir nesse mundo.
Era um novo começo e todos sabiam que era só isso que importava agora...
Continua...
Nota: Pra quem não lembra, Thouma de Ícarus é o irmão mais novo da Marin que ela tanto procura na história original, por causa de um erro de dublagem todo mundo ficou pensando que era o Seiya, mas na verdade tudo isso é explicado no mangá introdutório do Prólogo do Céu, que pode ser encontrado no site CavZodiaco com a tradução.
