A verdade por detrás da lenda


Bem este é o primeiro fanfiction que alguma vez escrevi e por isso não se surpreendam se não for nada de especial.

Agradeço a todos os que estão a ler e peço que me deixem a vossa opinião sincera.

Bjs, abraços e boas leituras


Capítulo 1 – A criança de quem não se falou

Penso que esta história começou nos anos 60, onde a origem de todo o drama e mal que se sucedeu foi concebida. Mas não irei seguir por esse caminho, pois muitos dos factores são-me de todo ou parcialmente desconhecidos. Começarei, então, por um simples acontecimento que mudou para sempre o rumo de muitas vidas, se não o rumo de toda a vida como era conhecida.

Estávamos na década de 80, numa pequena localidade inglesa chamada Godric's Hollow. Nesta zona pacata vivia uma família muito especial: um jovem casal e os seus dois filhos. Até aqui tudo parece muito vulgar e muitos puderam perguntar-se como era esta família mais especial do que qualquer uma das restantes que aqui viviam, pois bem, esta era uma família de feiticeiros.

James e Lily Potter viviam felizes nesta casa acolhedora com os seus dois filhos gémeos bebés, Harry e Jamilly. Embora as duas crianças fossem gémeas seria difícil relacioná-las: Harry tinha cabelo preto asa de corvo, como o seu pai, e olhos verdes muito brilhantes, como os da mãe; Jamilly tinha cabelo ruivo, como a sua mãe, e olhos cor de avelã. Esta família vivia feliz e não dificilmente se encontrariam duas crianças tão amadas e acarinhados como os pequenos gémeos.

Numa noite fria de Outono (na noite de Halloween, se não me falha a memória), o maior feiticeiro negro de todos os tempos, Lord Voldemort, percorreu as ruas que levavam a casa da família Potter, entrando nesta e matando toda a família. Ou pelo menos era este o plano... Voldemort consegui matar Lily e James mas falhou em matar os dois irmãos que dormiam naquele momento, sendo obrigado a fugir pois os seus poderes foram extremamente reduzidos.

No meio de toda a luta um incêndio iniciou-se deixando os Harry e Jamilly presos. Estava o fogo quase a chegar ao quarto onde eles se encontravam quando uma personagem muito grande entrou pela porta obstruindo a toda a luz provocada pelas chamas. Este ser gigantesco aproximou-se do berço e, nesse momento Harry abriu os seus grandes olhos brilhantes sem perceber o que se estava a passar. Porém a sua irmã não acordou. O gigante pegou no menino e correu para fora da casa.

Uma vez cá fora, pegou numa pequeno novelo que se encontrava no interior do seu grande sobretudo, mas o novelo começou a sacudir-se. Na palma da mão do gigante, uma pequena coruja esticava as suas assas sob o vento frio que se fazia sentir naquele momento. Ele colocou-a no ombro enquanto rabiscava a pressa uma nota que lhe entregou.

"Entrega 'sto a Dumbledore o mais depressa que der."

E a pequena coruja levantou voo no preciso momento em que uma mota monstruosa aterrava na calçada.

"Black, que fazes 'qui!" perguntou o gigante confuso.

O segundo homem saiu da sua montada.

"Hagrid!" espantou-se Black. "Vim ver James, Lily e os pequenos." nesse momento olhou para a casa que ainda ardia. "O que aconteceu? Onde estão eles? Por favor, Hagrid, diz-me que eles estão bem..."

"Dumbledore mandou-me vir porque achava q'havia problemas. Quando cá cheguei encontrei a casa assim..." começou o gigante.

"Mas onde estão eles, Hagrid?" insistiu Black.

"Quando entrei na cada encontrei os mortos, o James no fundo das escadas e a Lily junto ao berço. Mas o pequeno Harry estava vivo." disse no preciso momento em que um montinho que se encontrava acomodado nos seus enormes braços se mexeu.

Black olhou profunda e carinhosamente para aquele pequeno bebé que se encontrava numa imensa pilha de cobertores. "E a Jamilly?" perguntou, olhando para cima a tempo de ver uma lágrima correr para a barba hirsuta que emoldurava a cara de Hagrid e se misturava, a certo ponto, um o seu indomável cabelo preto.

Sem conseguir falar o gigante abanou a cabeça.

Black olhou de novo para Harry "O que vai ser dele agora! Eu como seu padrinho posso criá-lo..." Disse mais para consigo do que para o gigante.

"Dumbledore mandou-me que, s' alguma coisa assim tivesse acontece, levasse os pequenos até ele." disse abraçando mais a pilha de cobertores, como que para proteger o menino que se encontrava no meio.

"Oh..." disse, desapontado Black. "Pelo menos leva a minha mota, Hagrid. Deves chegar mais depressa e deve ser mais seguro."

Hagrid subiu para a mota, acomodando o pequeno Harry. Quando olhou para trás, já lá nos céus, não viu Black que entretanto desapareceu. O gigante dirigiu-se para Priver Drive, como Dumbledore o tinha incumbido.

Enquanto isto, a pequena Jamilly acordou do seu sono profundo e, sentindo completamente sozinha, começou a chorar. Nesse momento passavam na rua um casal de Muggles que ouviu o choro.

"John, está alguém dentro desta casa" disse aterrorizada a mulher enquanto olhava para a casa que ainda estava a ser consumida pelas chamas.

A custo e, devo acrescentar, num acto de grande coragem, o casal entrou dentro da casa e segui o choro até ao andar superior, deparando-se com todo aquele cenário de terror pelo caminho. Ao chegarem ao quarto de bebé, que inexplicavelmente não tinha ainda sido destruído pelo fogo, encontravam uma menina pequenina dentro do berço.

"Quem faria uma coisa destas, John?" disse a mulher enquanto pegava na pequena Jamilly.

"Não sei, Hellen. Mas uma coisa é certa: alguém não gostava mesmo desta família..." disse olhando em redor.

"Tão pequenina..." disse Hellen, olhando com ternura para a bebé. Nesse instante reparou numa coisa: por entre as roupas da menina era possível ver uma cicatriz no peito da menina. "Não sei o que aconteceu aqui, mas não podemos deixa-la, Jonh." disse olhando para o marido, de uma forma preocupada.

"Mas Hellen..."

"John, ela está mais segura se não dissermos a ninguém. Somos novos aqui. Os vizinhos ainda não nos conhecem e não estranharia se nos vissem com uma criança" disse ela numa voz doce mas determinada.

Jonh sabia que não haveria qualquer forma de fazer a mulher mudar de ideias; desde que tinham perdido a filha ela nunca mais tinha sorrido como sorria agora ao pegar naquela menina.

"Ok, mas vamos sair daqui. Já estamos a abusar um bocado da sorte e não dá para dizer quando a casa irá ruir completamente." disse, olhando inseguro para o tecto e para o chão.

Assim o casal e a pequena Jamilly saíram da casa que até algumas horas era o símbolo de um lar e de uma família, mas que não passava agora dos despojos da felicidade que aqui se tinha vivido.

Enquanto caminhavam pela rua, Hellen aconchegou a menina com o seu próprio casaco e pouco depois já ela dormia tranquilamente. "Margarett!" disse.

"Hum...!" Jonh olhou confuso para a sua mulher.

"Margarett. Ela vai se chamar Margarett." disse carinhosamente, passando a mão aveludada sobre o cabelo da menina.

E assim, a pequena Jamilly foi afastada da sua vida e levada para uma completamente diferente que não incluía o seu irmão, perdendo, inclusive, a sua própria identidade.