Título: Amor de Primavera

Autora: Cissy M. B.

Beta: Bibis Black

Classificação: NC-17 (por precaução)

Gênero: Yaoi

Casal: 1x2 (menção de 3x4, 5xSally, 6xNoin e 13xDorothy)

Retratação: Por mais que eles queiram, nenhum dos G-boys me pertence.

Resumo: Em uma viagem de férias Duo encontra uma pessoa que irá destruir todos seus conceitos sobre a pessoa certa. Será que aquela seria apenas uma primavera como outra qualquer?


Amor de Primavera

Para Bibis


Era mais um conturbado fim de expediente na Winner's Corporation, onde o diretor executivo Duo Maxwell estava acabando de sair de uma cansativa reunião nada produtiva que ele poderia ter passado sem se não tivesse prometido a Quatre que cobriria essa pelo amigo. Passou em sua sala, onde preparou um pequeno relatório sobre os pontos altos da reunião, arrumou a mesa de trabalho como há muito não arrumava, tirou as pequenas flores espalhadas pelo ambiente deixando-as na mesa já vazia da secretária, trancou a sala e pegou o elevador, parando na garagem.

-Férias enfim! – foi a primeira coisa que disse para si mesmo quando entrou no automóvel preto.

Era sexta-feira, pouco mais de nove horas da noite, e ele estava a caminho do restaurante onde marcara de se encontrar com o chefe e outros amigos como já era rotina.

Poderia estar feliz com o início das férias, com a viagem tão aguardada e cuidadosamente planejada, mas para cada lugar que olhava e via casais, famílias felizes ou simples apaixonados, se perguntava se algum dia teria alguém com quem dividir aqueles momentos mágicos que ele tanto apreciava. Ele tinha amigos, pessoas que ele adorava ter por perto, mas que também tinham suas vidas, suas famílias e suas paixões. E isso o fazia se sentir cada vez mais sozinho.

Já havia saído com tantas pessoas, tentado achar a "pessoa certa" em tantos lugares diferentes que se cansou de sua busca. As pessoas sempre decepcionavam Duo ou eram decepcionadas por ele quando o conheciam a fundo, suas fraquezas, suas manias, sua imperfeição. Agora ele apenas esperava essa "pessoa certa" encontra-lo, só pedia internamente para que ela existisse e que não demorasse a aparecer.

Parou o carro na porta do restaurante, desceu e entregou a chave ao manobrista, que lhe entregou um cartão que foi guardado no bolso interno do paletó. Entrou devagar, olhando as pessoas ao redor em seus encontros casuais, jantares de negócios, em família, comemorações ou, como ele mesmo, a simples rotina. Sem pressa procurou pelos amigos, e sem surpresa encontrou as mesmas pessoas de sempre reunidas na mesma mesa de sempre no barzinho menos formal ao fundo do restaurante.

-Duo, meu amigo. – Quatre foi o primeiro a se manifestar, tão eufórico como de costume – É realmente ótimo te ver. Não sei nem como agradecer por você ter ficado na reunião hoje. – falou baixinho essa última parte.

-Uma semana a mais de férias será o suficiente pra mim Q. – disse com seu sorriso característico.

-Seu aproveitador. Mas eu sei que é menos do que você merece. – falou o loiro, que quando viu o sorriso de Duo aumentar, acrescentou mais rápido que este – Mas é só o que você terá. Eu não posso ficar sem você Duo, conviva com isto. – e com o sorriso maior ele voltou a se sentar.

-Te devo essa, parceiro. – Ouviu a voz baixa e discreta de Trowa, acompanhada por uma piscadela imperceptível e um firme aperto de mão.

Retribuiu, sorrindo, ao aceno de cabeça de Wufei e aos tapinhas amigáveis de Treize e Zechs para logo depois passar um bom tempo entre a ala feminina com abraços apertados, beijos estalados e as "conversas em dia". Noin ainda era bastante discreta, diferente de Sally e Dorothy que fazia questão de respostas detalhadas para as perguntas curiosas sobre a vida do americano.

Passaram um bom tempo em uma conversa agradável, mas Duo ainda se sentia incomodado e exposto pela forma como as amigas falavam e espiavam sobre sua vida. Se sentiu deslocado quando chegara ao perceber que os amigos estavam em quatro casais, mas depois da chegada de Hilde percebeu que as coisas sempre podiam piorar.

Hilde era sua amiga a tanto tempo quanto Quatre e era impressionante a sua capacidade de ser indiscreta. O amigo loiro era um tanto quanto curioso, mas a amiga sempre soube a maneira certa de deixar Duo encabulado, o que não era a coisa mais fácil de se fazer.

Durante quase todo o jantar eles conversaram sobre coisas mundanas e Duo estava conseguindo, com sucesso, escapar das investidas insistentes da amiga em lhe contar como andava sua vida amorosa. Hilde sempre dizia a Duo que ele devia voltar aos velhos tempos de diversão, quando eles saiam todos os fins de semana atrás de casos que duravam apenas alguns dias, ao invés de ficar perdendo tempo a procura de uma pessoa para passar o resto da vida. "Aproveite enquanto ainda tem esse corpinho belo e esse rostinho de anjo meu amigo" ela sempre dizia. Mas ele sabia que ela estava apenas tentando faze-lo se sentir melhor, já que ele agora deixava de encontra-los em boates, bares e festas de amigos para ir a parques, praças e shoppings com o intento de encontrar uma pessoa especial.

-Ah Duo, Natalie andou perguntando por você. Eu ainda não sei o que de tão mal você viu nela nem o porque de toda aquela briga sem sentido aquele dia, mas ela me disse que gostaria de te ver de novo, que se você estivesse afim ela esqueceria aquele dia.

Sim, Duo se lembrava da tal Natalie. Era uma garota arrogante que se achava melhor que as outras apenas por sua beleza. Duo não havia agüentado nem uma noite inteira e já se viu arrumando uma de suas desculpas para dispensar a moça, que armou um barraco e tanto por causa do fora que levara.

-Diz pra ela que eu é que gostaria de poder esquecer aquela noite, Hilde, querida, e que eu não tenho a mínima vontade de vê-la de novo.

-Mas Duo, eu sinceramente acho que você devia tentar de novo. Natalie não é assim tão ruim e parece ter gostado de você, já que ela sempre comenta sobre você, mesmo depois de um ano.

-Ela pode não ser uma má pessoa, mas não é a pessoa que eu procuro, entende? – Duo olhava apenas para a amiga, mas tendo consciência de que as outras três prestavam atenção a conversa e concordavam com ele. – É, eu sei que você não concorda, mas no dia que você cansar dessa vida você vai ver o quão difícil é encontrar uma pessoa só.

Hilde lhe deu um sorriso conformado enquanto Sally e Dorothy riam abertamente em apoio as suas palavras. Noin estava absorta em uma conversa com o namorado, com Treize e Wufei; Quatre e Trowa estavam apenas observando o rumo da conversa, mas tendo plena consciência da discussão que se seguia do outro lado da mesa.

Antes que alguém resolvesse continuar com aquele assunto, o que Hilde provavelmente faria, Duo decidiu que já era sua hora. Estava cansado de ser o foco das conversas fúteis.

-Bem, pessoal, a noite está ótima mas já está na minha hora. – antes que alguém protestasse ele emendou – Ainda faltam algumas coisas para arrumar para a viagem .

O que não era uma mentira, afinal, ele era Duo Maxwell e organização não era seu forte.

Os protestos morreram antes de chegarem e ele começou a sessão despedida, que durou uns bons vinte minutos entre os beijos, abraços e "boas viagens" desejados pelos amigos.

-Pensa no que eu falei Duo. Aproveita bastante essa viagem, arrumas umas mulheres bonitas, se divirta e quem sabe você não encontra sua princesa do outro lado do oceano? – a amiga lhe sorriu, ignorando sua cara de indignação e se jogando nos braços do trançado – Faça uma boa viagem e não esqueça dos relatórios diários. Meu telefone não vai mudar.

-Tudo bem, Hilde. Eu tenho seu e-mail, seu celular e o telefone do Hospital. – Duo riu da cara de indignação da amiga, ela ainda odiava quando ligavam para o Hospital onde ela trabalhava como enfermeira – Eu não vou me esquecer de você.

Deu mais um abraço em Hilde, que tinha lágrimas nos olhos, e terminou de se despedir da turma, recebendo encomendas de todos os tipos, como a de Wufei que ele nem precisava mais perguntar qual seria. Em todas as viagens ele trazia um canivete diferente, com diversos tipos de apetrechos, para a coleção do amigo chinês.

-Quatre, meu amigo, não precisa adiantar as lágrimas. Eu não esqueci que vocês prometeram me levar ao aeroporto amanhã. – disse para o loiro, que tinha o semblante sério.

-Eu não posso evitar, Duo. Um mês inteiro sem meu melhor diretor executivo para me representar nas reuniões chatas é demais pra mim.

-Um mês e uma semana Q. Eu não esqueci do favorzinho extra que eu fiz hoje para os senhores. – deu um olhar significativo para o loiro, que corou, e para o moreno de olhos verdes ao seu lado, que apenas sorriu e acenou com a cabeça.

-Eu não me esqueci disso. E eu não trouxe as chaves da casa que eu te falei. Você tem certeza que não vai precisar de ninguém pra te ajudar com as arrumações da casa? Eu posso mandar alguém te ajudar e...

-Não se preocupe com isso Quatre. Eu posso me virar sozinho e uma boa arrumação não e nada pra mim. E eu não vou parar muito pra descansar. Você já está fazendo muito emprestando a casa.

-Bom, eu não vou insistir, mas você sabe que qualquer coisa que precisar é só me ligar.

-Obrigado mesmo Quatre. Eu nem sei como te agradecer. – abraçou o amigo apertado.

-Desistir dessa semana a mais seria uma boa. – disse o loiro com um sorriso mais zombeteiro – ok, brincadeira. Você não precisa me agradecer por isso.

-Cuida bem dele por mim, Trowa. Não quero ouvir reclamações enquanto eu tiver fora.

-Deixa comigo, Duo. – retribuiu ao abraço do moreno – E amanhã vê se não se atrase. A gente passa na sua casa antes das oito.

-Muito obrigada mesmo. Eu não sei o que faria sem vocês. – disse dando um sorriso aberto e sincero, agradecendo aos amigos por toda essa confiança.

-Provavelmente perderia o vôo. – ouviu Trowa dizer e apenas mostrou a língua, andando para a saída. Havia sido um dia cansativo, mas nada como voltar pra casa.

Agradeceu mais uma vez pela amizade de Quatre e Trowa. Conhecia o loiro desde os tempos de escola e ele era, sem sombra de duvida, seu melhor amigo, aquele pelo qual daria sua cabeça em uma bandeja sem nem perguntar os motivos. Confiava cegamente no loiro. Já Trowa, havia conhecido na Universidade, ele estava um período na frente de Duo, mas o havia ajudado em alguns trabalhos realmente importantes. Era uma amizade inusitada, eles só se encontravam na biblioteca do campus e nunca imaginavam que a amizade cresceria tanto. Mas a história é interessante.

Em um dia, quando eles haviam ficado na biblioteca até mais tarde estudando para as provas de fim de ano, conversaram mais do que podiam e acabaram perdendo a hora. Saíram juntos rumo ao ponto de ônibus e descobriram que moravam próximos já há alguns meses, mas que devido aos horários, eles se desencontravam. Nesse dia, já era bem tarde e, como estava escuro, eles não perceberam a aproximação de uma pessoa. Trowa teve uma arma apontada para sua cabeça e os braços presos impedindo uma reação. Duo, que ainda não havia sido visto pelo assaltante, desarmou-o facilmente quando este estava prestes a atirar devido a resistência de Trowa. Aquele dia eles não dormiram por causa da visita a delegacia e da adrenalina que ainda corria em seus sangues. E daquele dia em diante a amizade só foi crescendo.

Em sua festa de aniversário ele pode apresentar o novo amigo ao amigo de infância, e foi com satisfação que percebeu que mais do que uma boa amizade nasceria dali. Dois dias depois os amigos contaram que estavam namorando.

Hoje, quatro anos depois, os amigos ainda estavam juntos e Duo se perguntava se algum dia, teria com alguém, aquela intimidade que eles compartilhavam. Ele era um romântico sem causa. Fazer o que?

Chegou em casa, preparou um café e foi para a varanda apreciar o movimento das pessoas na praça em frente ao prédio. Gostava dessa hora da noite apesar da frustração que sentia por estar sozinho, por querer que estivesse alguém ali, junto com ele, apreciando a vista maravilhosa, o café saboroso e a companhia agradável.

Ficou tão perdido em seus pensamentos que, quando parou para olhar as horas, se viu apressado em arrumar as coisas.

Ainda tinha mais algumas coisas a serem feitas, mas estava cansado. Sentou em sua cama com as costas apoiadas nos travesseiros e se deixou descansar. Olhou para o nada durante alguns minutos até que seus olhos caíram sobre o porta retrato em cima da mesinha de cabeceira. O pegou e ficou ali, deixando a saudade consumi-lo novamente e as lágrimas rolarem por sua face. Depois de tanto tempo a saudade era inevitável, mas a dor não estava mais lá, agora ele podia pensar nele de uma maneira boa, assim como ele merecia.

oOo

Abriu os olhos quando os barulhos se tornaram insuportáveis. Alguém tocava, insistentemente, a campainha de seu apartamento e batia na porta com força.

-Que merda! Quem será essa hora da manhã? – olhou no relógio e ainda eram oito e dez. Não acordava a essa hora nos sábados.

Se levantou, espreguiçou, ignorando os toques apressados à porta, e quando voltou a abrir seus olhos eles quase saltaram das órbitas. Esquecera completamente da viagem.

-Merda! – praguejou pela segunda vez naquela manhã.

Com certeza Quatre e Trowa previram esse relapso do amigo e decidiram por chegar alguns minutos mias cedo. Só que nenhum deles esperava o que lhes aguardava.

Duo havia dormido sem terminar de arrumar todas as coisas. Não eram muitas, mas o possível para faze-lo perder o vôo. Os amigos decidiram ajuda-lo e Quatre começou a arrumar a bagunça pela casa enquanto Trowa colocava algumas coisas que estava em cima da cama, dentro de uma pequena mala.

-Porquê será que eu não estou surpreso? – perguntou o loiro enquanto levava a última mala para junto das outras.

-Na verdade eu não ia me atrasar assim, mas eu dormi ontem sem querer e acabei perdendo a hora. – disse Duo, com um sorriso amarelo e cansado por causa da hora.

-Nós sabemos Duo, por isso que estamos aqui. Agora vamos logo. – disse Trowa, com um sorriso de compreensão.

Duo voltou ao quarto e pegou o porta retrato que o distraiu a noite e colocou em uma das malas, recebendo um sorriso carinhoso de Quatre. Trowa levava as malas para fora do apartamento e logo os outros dois se juntaram a ele.

-Bom, acho que já podemos ir. – disse, dando uma última olhada no apartamento e fechando a porta.

oOo

-Pronto Q-baby, agora você já pode chorar. – Duo disse para o loiro que já tinha lágrimas nos olhos e quando ia retrucar, completou – E pode deixar que eu não esqueço os relatórios diários não, viu?! E vou te ligar todos os dias já que a conta é sua mesmo...

-Quatre abriu um sorriso e entregou um envelope a Duo, que guardou no bolso do sobretudo preto que usava.

-Aqui estão as chaves da casa e o endereço. – Nesse momento o auto falante anunciou o vôo de Duo e ele sentiu braços fortes rodearem seu pescoço – Faça uma boa viagem e não esqueça de ligar assim que colocar os pés na sua nova casa.

-Pode deixar Quatre, eu sei o tamanho do sermão que irei ouvir se não fizer isso. – recebeu um beliscão no braço por causa das palavras mas não saiu do abraço – Eu vou sentir sua falta!

-Eu também vou! Toma cuidado lá ouviu?! Você sabe que os turistas...

-Pode parar Q, eu já conheço esse discurso desde minhas primeiras férias fora do país. Eu vou me cuidar, te ligar todos os dias e trazer presentes.

Deixou os braços do árabe e agarrou o pescoço do outro amigo, que tinha um olhar divertido por causa da conversa.

-Você podia deixar ele bem ocupado esse mês Trowa, assim eu me privo de toda essa preocupação exagerada da minha mamãe substituta. – disse baixinho para o latino, que soltou uma risada.

-Fica tranqüilo Duo, eu resolvo isso.

Com um sorriso enorme e um último aceno, Duo se afastou dos amigos.

-Tenha ótimas férias de primavera Duo! – Trowa acrescentou e observou o sorriso do americano dobrar e ele continuar em direção ao portão de embarque.

oOo

Desembarcou do avião, pegou as malas e entrou em um táxi, mostrando ao motorista o papel com o endereço que Quatre havia lhe dado.

Finalmente havia chegado a primavera e com ela as suas tão esperadas férias. Sim, Duo não era considerado uma pessoa normal. Enquanto a maioria das pessoas esperava ansiosamente o verão para poder curtir praias, clubes e festas ao ar livre, o americano sempre tinha suas férias na primavera. A estação das flores o fascinava e ele sempre viajava para lugares lindos nessa época.

O carro parou em uma rua calma com algumas crianças brincando na beira do rio que tinha em frente, pessoas passando de bicicleta e um silêncio que ele não estava acostumado. Pagou o motorista e desceu do carro, recebendo olhares curiosos da vizinhança.

Não demorou para achar o novo lar no próximo mês e se surpreendeu com o que viu. Havia dito ao amigo que queria algo simples, mas este apenas sorriu, dizendo que Duo iria amar a casa. E realmente o garoto de tranças havia se apaixonado pela construção contemporânea com traços tão modernos. Era simples, sim, mas um simples com bastante luxo bem a cara de Quatre. Sem dúvidas era a mais bonita daquela rua, mas era um páreo duro para a casa ao lado, o que despertou a curiosidade do americano.

"As duas casas têm o mesmo estilo e, se Quatre não for o dono das duas, alguém está sendo plagiado por aqui."

oOo

Duo ainda estava sem ar. Fazia alguns segundos que não entrava nada de oxigênio em seus pulmões e o sangue parecia ter sido todo bombeado para a cabeça. Mas ele ainda não acreditava no que havia visto.

Tinha ficado mais alguns minutos apreciando os novos ares de primavera que chegava e quando decidiu por entrar, encontrou a casa na penumbra e o cheiro de novo o invadiu aos poucos. "Quatre andou aprontando por aqui." Foi o que pensou. Deixou as malas em um canto, fechou a porta e resolveu abrir a janela e deixar a brisa entrar junto com a claridade.

Demorou um pouco a destravar o pino da janela, mas quando conseguiu foi como se a imagem viesse em câmera lenta. Os primeiros raios do sol da tarde entraram, junto com a brisa calma e a visão foi se ampliando.

Pôde observar o lago e as crianças, as bicicletas, o jardim de frente e duas esferas azul cobalto brilhantes. Piscou algumas vezes para ter certeza do que estava vendo e teve a visão completa da criatura mais perfeita que poderia existir. Não que costumasse reparar em homens, mas esse era impossível não se admirar. Tinha os cabelos desgrenhados da cor de chocolate com avelã, o corpo forte e bem estruturado com músculos bem definidos e proporcionais, uma boca perfeita e os olhos mais incrivelmente azuis já vistos. Tudo isso à estilo oriental.

Foi essa imagem que deixou Duo Maxwell tão atordoado a ponto de sua respiração falhar. Nem a beleza esplendorosa do amplo Hall de entrada da casa o tirou do transe em que se encontrava.

A única coisa em que pensava era que poderia passar as férias inteiras naquela janela apreciando a maravilhosa vista. Bem, as férias todas talvez não, mas amanhã com certeza estaria ali. As férias em Amsterdam seriam interessantes.

Notas da Cissy: Eu prometi e estou aqui com mais uma fic 1x2, dessa vez em capítulos. Planejo terminar com 5 ou 6 capítulos, é curtinha, mas para eles chegarem depende mais da opinião de vocês do que da minha.

Agradeço imensamente a Bibis que revisou esse primeiro capítulo na velocidade da luz e que está apoiando a idéia. Muito obrigada mesmo lindinha! É toda sua.

A todos que acompanharem, espero os comentários.

Beijos e até breve.