PETER PETTIGREW

Hogwarts, o começo

Quando a professora McGonnagal chamou o meu nome, tremia como um rato. Haverá animal que se identifique mais comigo do que um rato? Nessa altura não sabia o quanto era parecido com um. Mal me sentei, ouvi os pensamentos do Chapéu "Humm... és difícil rapaz... és corajoso, sim, lá isso és, mas que tipo de coragem será essa?" Tipo de coragem? Afinal quantos tipos de coragem existem? "Oh, sim, a coragem é apenas uma, mas nem sabes as várias formas que ela pode assumir. Tens coragem, mas também tens um pequeno lado negro, como todos, esse lado negro poderá ser-te fatal. Talvez com bons amigos...? Por outro lado posso estar a cometer um grande erro, mas... sim, vou arriscar... GRYFFINDOR" Mal podia acreditar, tinha isso para Gryffindor! Sempre pensara que ia para Hufflepuff, eles eram considerados um grupo de estúpidos e eu era considerado um estúpido. Fazia sentido ir para Hufflepuff, não? Nessa altura inchei de orgulho por ter ido para a casa dos Corajosos, embora tivesse ouvido alguns comentários do tipo "O Chapéu precisa de ser remendado!".

Sentei-me ao lado de uma rapariga ruiva, que vim depois a saber ser Lily Evans. Do meu outro lado ficou um rapaz de ar estranho, Remus Lupin, e à minha frente dois rapazes de cabelo preto, James Potter e Sirius Black. Esses rapazes vieram a ser o meu grupo de amigos. Eram muito melhores do que eu em tudo: no Quidditch (o James, principalmente), nos estudos, entre as raparigas... mas eu não tinha ciúmes, sentia-me feliz por pertencer ao grupo deles, ao grupo dos "famosos"... Mas hoje vejo que o Chapéu se enganou, ou então sou eu que não tenho essa tal coragem de que ele falou. Sou covarde, traiçoeiro e infiel: um rato. Na altura pensei que ia para Hufflepuff, o Chapéu pôs-me em Gryffindor. Agora acho que a casa certa teria sido Slytherin. Tem muito mais haver com o mundo onde vivo agora... fiz tantos erros... tantas traições...