PROLOGO
SHOT IN THE DARK
Gabbe
Porque? Porque? Porque é que me tinha que acontecer isto? Porque a mim? Essas eram apenas algumas das perguntas que nao me saiam da cabeça. Porque eu?
A minha cabeça doia-me como se eu tivesse uma ressaca, e como se alguem fizesse de proposito e berra-se nos meus ouvidos com toda a força nos seus pulmões.
- Porque eu? - sussurei eu enquanto começava a cair-me lagrimas dos olhos, limpei o rosto, ja nem me lembrava da ultima vez que tinha chorado como hoje. Mas depois do que eu passei, todas as drogas, as mutilaçoes, as bebidas, as vezes em que fiz merda, tinha que ter o meu irmao ou outro gajo a ajudar-me.
Eu admito que nunca fui la grande coisa de aturar, mas Daniel tambem nao tinha de me dizer aquela merda de desculpa, que raio de irmao faz isso. Ele é um monstro. Quando me lembrei disso chorei ainda mais e berrei bem alto, no meu quarto.
- AAAAAAAAAAAAAAAAAAHHHHHHHHHHHHHHHHH - tantas memorias de sofrimento nesta vida. O bullying, a droga, os abusos, o alcool.
- O que queres que eu faça? Ah?
- Quero que sejas a merda que nao tas a ser agora? Seu maricas. Enquanto estiver mais tempo no seu quarto, mais sofre. Sabe-se la o que vai fazer aseguir.
Eu conseguia ouvir Daniel e outro gajo que nao conseguia recolher-se a voz, a falarem sobre mim, mesmo a sussurrar eu conseguia ouvilos muito bem.
- EU CONSIGO OUVILOS, IDIOTAS - gritei para ver se se iam embora e deixar-me alone.
- SE CONSEGUES OUVIRNOS, ENTAO ABRE A MERDA DESTA PORTA IMEDIATAMENTE! - gritou Daniel
- ESTE QUARTO É MEU, POR ISSO SAO AS MINHAS REGRAS E EU ABRO ESTA PORTA SE EU QUISER! TU Ja nao mandas em mim. - berrei isto com tudo o que sentia no meu coraçao. Apesar de eu ainda ter 17 anos eu sabia muito bem o que queria da minha vida.
Foi por essa mesma razao que me tranquei no quarto e fechei todas as janelas e apagei todas as fontes luz. Eu queria ficar sentadoa no escuro sozinhoa.
Eles depois sussurraram mais alguma coisa que eu nao consegui percebi so sei é que, tinha a ver com a minha porta. Eu sabia que mais cedo ou mais tarde eles iriam conseguir abrir a porta. Esperemos apenas que seja mais tarde.
Eu sabia o que queria fazer neste momento, por isso antes de me levantar, tentei lembrar-me de tudo pelo que eu passei nestes 17 anos de vida. As pessoas que perdi, a porcaria que fiz, os meus amigos, os meus inimigos, toda a gente ate pessoas que eu apenas conhecia de vista, e sabia que eles todos iam ser felizes assim que eu saisse daqui.
Chorei ainda mais, mas nao sabia se era de felicidade ou de tristeza, so sabia e que estava a sorrir e acho que este nao era falso.
Levantei-me do meu canto e caminhei ate a mesa de cabeçeira, abri a primeira gaveta e tirei de la a arma, que roubei a Daniel, a alguns meses atras. Reparei que so tinha uma bala. Era tudo o que eu precisava
Levei a arma a cabeça e ela estava pronta para ser disparada. Eu tambem estava prontoa para fazer isto demorei algum tempo a perceber, mas era isto que iria acontecer, agora mesmo neste quarto, onde aconteceu tanta coisa. Mas bem isso agora sao aguas passadas. Pus o dedo no gatilho.
Quanto ia primir o gatilho ouvi um baralho a vir da porta, e virei-me para ela ainda com a arma na mao. E foi ai que percebi, a porta tinha sido destrancada, se eu queria fazer isto tinha que ser agora.
Estava prontoa quanto a porta abriu-se. Eu vi os olhos do meu irmao cheios de tristeza e remorços. Eu queria chorar e correr para ele, como quanto eramos pequenos. Mas era tarde demais.
- Adeus Irmao - disse cheioa de tristeza.
- GABBE NAO - gritou Daniel.
