Declaração: Nem Glee, nem os personagens da história me pertencem.

Os alunos que, naquele momento, estavam presentes nos corredores do Mckinley High School abriram espaço para deixar o casal de mãos dadas passar. Alguns olhavam para a garota loira, bonita e vestida com o uniforme vermelho das Cherioos com inveja. Outros lançavam um olhar de mesmo sentimento ao garoto alto e que trajava com orgulho a jaqueta da equipe de futebol americano do colégio.

Eles formavam o casal mais popular, o mais requisitado e o mais bonito dentre todos os outros que haviam se formado naquele colégio, situado na cidade americana de Lima, estado de Ohio. Não era de se surpreender, portanto, que também formassem o casal mais invejado.

Mas não se pode deixar de citar os vários olhares apaixonados que ambos recebiam. Garotas e garotos suspiravam ao vê-los passar, rezando para receber nem que fosse um rápido olhar de relance de volta. Mas, para tristeza e frustração deles, os objetos de seus sonhos mais românticos caminhavam sem dar muita atenção aos pobres mortais que os rodeavam.

O que eles não percebiam era que Finn Hudson e Quinn Fabray também evitavam olhar um para o outro. Ela parecia inquieta havia dias. Distante, até mesmo nervosa. Ele, tendo percebido isso, sentia-se desconfortável e inseguro. Finn conhecia Quinn o suficiente para saber que ela tinha algo a dizer a ele, algo que não iria agradá-lo exatamente. Portanto, ele tentava ao máximo evitar conversas com temas mais profundos, enquanto que ela, cada vez mais, evitava a ele.

Os dois pararam em frente à sala de aula na qual ela teria que entrar e só então liberá-lo para ir até a sala dele. Finn costumava acompanhar a namorada até a próxima aula sempre que podia. Ele gostava de se exibir com ela tanto quanto gostava de se exibir por aí com sua jaqueta do time de futebol. Ambos davam a ele sentimento de status e poder. E ele gostava das duas coisas.

– Boa aula. – ele desejou, entregando de volta os livros que carregava para ela.

– Aula de física? É, com certeza será ótima. – respondeu, sarcástica.

– Bom, quem sabe lembrar que é a última aula do dia ajude. – Finn falou, tentando ser encorajador.

Ela suspirou, olhou para baixo e segurou os livros contra o peito. Lembrou que depois do colégio teria que se encontrar com ele mais uma vez.

– É. – respondeu finalmente. – Tem razão. – concluiu, dando um pequeno sorriso, que pareceu a ele mais desanimado do que o contrário.

Tratando de ignorar essa postura mais uma vez, Finn colocou a mão no rosto da garota e deu-lhe um leve beijo nos lábios. Depois isso, ela se despediu, alegando que, se não se apressasse, ele se atrasaria para a aula.

– Eu tenho aula de espanhol com o Sr. Schuester. Ele não fica muito bravo se eu chegar um pouco atrasado. Ele é legal.

– Mas mesmo assim, é melhor não arriscar. – ela já estava começando a ficar impaciente.

Agora foi a vez de Finn suspirar. Ele não conseguia entender o porquê dela estar agindo tão friamente com ele nos últimos tempos. Tentou lembrar, em diversas ocasiões, se havia feito algo de errado, se havia dito algo que a chateasse, mas não conseguia pensar em nada.

Ainda que estivesse morrendo de vontade de saber qual era o problema, ele não conseguiu reunir coragem o suficiente para perguntar. Porque ele temia. Temia o que via nos olhos dela às vezes, quando eles se fitavam. E, no fundo, sabia que dessa vez o problema era muito mais sério do que qualquer burrada que ele pudesse ter feito ou dito. E olha que, na opinião de Quinn, essas burradas eram bem frequentes. Ela nunca perdia a oportunidade de chamar-lhe a atenção. Finn achava que era porque ela se preocupava e queria o bem dele.

– É, tudo bem. Eu te vejo depois da aula, então, ok? Me espera aqui que eu venho te encontrar.

Quinn apenas concordou com a cabeça. Olhou para o namorado de alguns meses e, bem ali, naquele momento, decidiu que teria uma conversa séria com ele depois das aulas. Ela não aguentava mais, precisava colocar para fora o que estava sentindo de uma vez por todas.

Alheio ao fato, ele se inclinou para beijá-la mais uma vez, mas Quinn virou o rosto e os lábios dele encontraram a face dela. Finn lançou-lhe um olhar confuso, mas, de novo, não disse nada. Deu um rápido sorriso de canto, virou-se e caminhou na direção oposta pelo corredor já quase vazio.

Entre as poucas pessoas que ainda estavam lá, uma garota morena, baixa, com olhos sonhadores, observou o rapaz enquanto ele passava ao lado dela. Finn conhecia Rachel, ela era a melhor amiga de seu meio-irmão, Kurt, e estava sempre na casa deles. Em várias ocasiões, até mesmo passando o dia e a noite toda.

Mas Rachel não recebeu nem um "oi", nem um aceno de cabeça, nem mesmo um olhar. Ele passou por ela e dobrou a esquina do corredor sem ter emitido um único sinal de que a tinha percebido ali.

Foi a vez dela de suspirar.


– E então? Tudo certo para você ir dormir lá em casa no sábado? – Kurt perguntou a Rachel.

Eles estavam sentados lado a lado na última fileira de cadeiras da sala de coral, esperando pela chegada do Sr. Schue. Os dois tinham combinado, junto com Mercedes, que estava sentada numa cadeira da primeira fileira, passar a noite de sábado para domingo na casa de Kurt. Colocar o papo em dia, assistir a filmes de musicais antigos, ouvir CDs de algumas das divas da música. Para eles, a maior das diversões.

– Infelizmente não vou poder. Meus pais chegam de viagem no sábado e nós combinamos que iríamos passar o fim de semana em família. Sinto muito, Kurt. – Completou ela, pegando na mão dele, quando ele estava começando a protestar. – Eu adoraria, você sabe. Mas Mercedes já disse que ia, então ainda vai ser divertido com vocês dois.

– Eu sei... – Kurt parecia desanimado. – Mas com você seria ainda mais divertido. Faz tanto tempo que não nos reunimos os três. Eu já tinha planejado várias coisas para fazermos.

– Kurt – Rachel também estava desanimada. Ela também tinha pensado em várias coisas para fazer com seus dois melhores amigos. – Não fale desse jeito, com essa cara. Não tenho culpa. Meus pais estão voltado depois de estarem a semana toda fora. Eu sinto saudades.

Ele deu uma apertadinha na mão que segurava a dele.

– Tem razão. Me desculpa. Eu sei que você quer matar as saudades dos seus pais. – Kurt falou, com um sorriso mais compreensivo.

– Eu quero. E também mal posso esperar para ver os presentes que eles vão trazer para mim. Papai prometeu que eu não ficarei decepcionada com o que eles compraram.

– Aposto que ele adquiriu mais alguns playbills para você. Seu pai tem um dom para encontrar playbills de musicais clássicos.

Rachel deu uma gargalhada.

– É que ele sabe que esse é um presente que nunca falha comigo, então ele se esforça para encontrar. E, na verdade, eu estou mesmo precisando atualizar a minha coleção.

Neste momento, os dois ficaram um tempo em silêncio. Kurt pensando que teria que estender as atividades que envolviam as divas da música e diminuir aquelas que envolviam os filmes de musicais, já que Mercedes gostava mais do primeiro. E Rachel imaginando o dia em que algum playbill teria a imagem dela na capa. Seria de quando ela estrelasse seu primeiro espetáculo na Broadway, alguns anos mais tarde. Rachel esperava que não fossem tantos anos assim. E alguém, talvez alguma garota da idade que ela tem agora, ficaria maravilhada ao poder adicionar este playbill a sua coleção, sonhando em um dia ser tão grande quanto a estrela que estampava a capa do livreto que tinha em mãos.

– Você está com aqueles grandes olhos sonhadores de novo.

Rachel voltou à realidade e encarou Kurt.

– Às vezes eu não posso evitar. – ela encolheu os ombros.

– E eu não sei? E digo mais, ou está pensando no Finn, ou na sua grande carreira de atriz que vem pela frente, ou nos dois.

– Nos dois não. Parei de juntar um sonho com o outro, já que sei que nunca terei chances com o Finn, não quero misturar as coisas.

– Você não pode ter certeza disso. Nunca se sabe.

– Mas, de qualquer forma, – ela cortou o assunto. – se você quiser, talvez eu possa ir dormir na sua casa no sábado seguinte. Eu sei que aí, quem não poderá ir será a Mercedes, mas seria uma forma de te recompensar por não poder estar no sábado agora. E depois poderíamos reunir os três em alguma outra ocasião, quando todos pudermos. – ela balançou a cabeça, afirmativamente. – O que você acha?

– É, pode ser. E talvez você possa me mostrar suas últimas aquisições. – Kurt se referia aos playbills.

Rachel concordou com a cabeça, no momento em que o Sr. Schue entrava na sala e pedia a atenção de seus alunos.


Finn abriu a porta da frente de sua casa e entrou. Ele subiu as escadas, entrou em seu quarto, largou a mochila na poltrona e se jogou na cama. Ele estava em choque. Nem sequer lembrava-se de ter percorrido o caminho para chegar em casa.

Quinn decidira que seria melhor se os dois terminassem.

Melhor para quem? Para ele certamente não.

Seu ouvido zumbia e ele ainda tentava entender o que havia ocorrido há mais ou menos uma hora atrás. Os dois estavam caminhando de mãos dadas pela rua, ela tinha preferido isso a pegar o ônibus escolar, pois precisava conversar com ele. Tudo ia bem, ou pelo menos, tão bem quanto estava ultimamente, até que ela parou de andar e olhou para ele com uma expressão séria.

Finn soube naquele exato momento que algo estava prestes a acontecer. Ele ouviu quando ela falou que gostava muito dele. Até aí tudo bem, ele também gostava muito dela. Foi quando ele a ouviu dizer "Mas..." que as coisas começaram a complicar.

Quinn afirmara ter adorado o tempo que os dois passaram juntos, mas que para ela "não estava rolando mais", que já estava considerando há muito tempo terminar com ele. Foi quando o zumbido no ouvido, que ele ouvia até agora, começou. Finn tinha conseguido apenas franzir a testa, confuso, enquanto ela falava, falava, falava e falava.

A cabeça dele girava, os olhos mal piscavam, era como se estivesse num transe. Ele se sentia tonto, mas ficou ali, de pé, olhando para ela, mas sem de fato vê-la, ouvindo o que ela dizia, mas não verdadeiramente escutando.

Ele tentava lembrar agora das coisas que Quinn havia dito, para ver se conseguia entender o porquê dela ter terminado tudo. Terminado tudo? Até mesmo o pensamento o deixava meio enjoado.

Finn pensou e pensou, mas as únicas coisas das quais lembrava eram pequenos fragmentos isolados do discurso dela, que juntos, agora, não faziam o menor sentido e apenas conseguiam deixá-lo ainda mais confuso.

Tudo o que ele sabia, naquele momento, era que Quinn Fabray, a garota mais popular e mais linda do colégio, não era mais sua namorada.

Céus, como aquilo tinha acontecido?

Engolindo saliva lentamente, ele se lembrou dos vários sinais que ela dera nas últimas semanas, e que ele tinha, deliberadamente, ignorado. Na época, Finn achava que era o melhor a se fazer. Talvez se eles não conversassem sobre o problema, ele acabaria indo embora mais rapidamente, sem causar grandes danos.

Sendo que tinha acontecido justamente o contrário. Ele conseguia compreender isso agora. A falta de conversa somente serviu para separá-los mais e mais. E qualquer que tenha sido o motivo dela ter terminado com ele, motivo esse que ele não conseguia lembrar se ela tinha dito ou não quando os dois conversaram, poderia ter sido resolvido quando ainda estava em pequenas proporções. Mas Finn havia sido estúpido o suficiente para deixá-lo crescer de tal forma que a distância entre os dois parecia ter adquirido o tamanho de um oceano.

Finn virou de lado na cama e se encolheu. Uma pequena lágrima brotou do canto de seu olho, escorreu pelo nariz e caiu manchando o travesseiro.

Mas aquilo não ficaria assim. Finn não desistiria de Quinn tão fácil. Ele a amava e a queria de volta. Não sabia ainda o que faria para reconquistá-la, mas ele com certeza faria algo!


– Finn, querido, quer que mamãe prepare alguma coisa especial para você comer?

Preocupada com a atitude do filho nos últimos dias, Carole Hudson-Hummel fazia de tudo para levantar o ânimo do garoto. Principalmente quando ela olhava para o prato dele e via que permanecia praticamente do mesmo jeito que estava quando ela o colocara em sua frente, meia hora atrás. Finn sempre foi um rapaz que comia bastante, não era à toa aquele tamanho todo, mas ultimamente mal tocava na comida.

Sim, Carole estava muito preocupada.

Kurt, ouvindo o tom meloso na voz de sua madrasta, rolou os olhos, depois olhou para o pai e os dois deram uma risadinha cúmplice, o que fez com que Carole olhasse feio para os dois.

Todos sabiam que Quinn tinha terminado com Finn, que esse era o motivo para ele estar andando tão desanimado ultimamente, e claro que se preocupavam por ele. Mas Kurt e Burt não podiam evitar rir toda vez que Carole tratava Finn como se fosse uma criança.

– Não, mãe, tá tudo bem. – Finn respondeu sem olhar para ela, encarando o prato a sua frente, sem dar sinal de que estivesse interessado no que ele continha.

– Mas, meu amor, você mal tocou a comida. Se não tiver gostado, eu posso fazer outra coisa. Algo que você goste mais.

– Não precisa. – Finn se levantou da cadeira. – Estou sem fome. Vou para o meu quarto.

– Mas...

Porém, em pouco tempo, Finn já estava atravessando a porta e subindo as escadas, sem dar tempo para Carole dizer mais nada. Ela olhou para os outros dois homens da casa.

– Vocês deviam ter vergonha. – Carole apontou o dedo para eles. – O meu filho está passando por um momento difícil. O coitadinho não estava esperando que Quinn terminasse com ele, foi tudo muito de repente.

– Mas você não precisa fingir que não está contente por ela ter feito isso, meu bem. – Burt disse a sua esposa. – Você não gostava da Quinn. Lembro de te ouvir dizer várias vezes que não a achava boa o suficiente para o Finn.

– É, mas tenho a impressão de que ela diria isso de qualquer garota que namorasse Finn. – Kurt dizia, rindo. – Não acho que exista alguém nesse mundo que seja suficientemente boa a ponto de cumprir com perfeição os padrões de qualidade que Carole tem em mente para a namorada do Finn.

Kurt e Burt juntos riram juntos de novo.

– Isso não é verdade. Eu não sou assim tão rígida. Existe por aí alguma garota que seja perfeitamente adequada para meu filho. Quinn não era essa garota. Eu não desgosto dela exatamente, – Carole tentava parecer convincente, enquanto os outros dois olhavam para ela com descrença. – mas Finn precisa de alguém que o aceite como ele é. Eu conheço meu filho e, ao contrário do que vocês dois possam pensar, eu não acho que ele seja perfeito. – Carole fez uma pausa para dar um gole em seu suco. – Finn tem seus defeitos e ele precisa namorar alguém que saiba respeitar esses defeitos, e que o ame apesar deles. Assim como ele também deve amá-la. Quinn não era assim. Eu sentia que as atrapalhadas do Finn a incomodavam, e via a maneira como ela o corrigia muitas vezes. Não de uma forma que mostrasse que ela simplesmente queria que ele se tornasse melhor. Era mais como uma crítica, feita com impaciência.

– Tá, tudo bem. – Kurt concordou. – Neste ponto você tem razão. Quinn não demonstrava ter a menor paciência com Finn.

– Eu os vi juntos muito pouco para ter percebido qualquer coisa.

Carole pegou na mão do marido.

– E também porque você não é muito atento a este tipo de coisas, querido. Questões sentimentais não são o seu forte.

Burt se sentiu ofendido.

– O que há a mais para entender? A única coisa que um casal deve ter certeza é do amor que sentem um pelo outro. O resto está muito fora do controle de ambos para que eles se preocupem tanto. – Burt olhou para Kurt em busca de apoio, mas ele apenas encolheu os ombros. – É por isso que os casais de hoje em dia duram tão pouco. Eles são muito complicados, querem ter tudo sobre controle, quando na verdade não têm o controle sobre nada.

– E talvez seja por saber disso que você seja um marido tão bom. – Carole riu docemente para Burt.

– E talvez também seja o motivo por que Finn e Quinn terminaram. Eles não se amavam. Finn pode estar achando que amava aquela garota, mas não amava.

Kurt concordou com a cabeça.

– Eu também acho, pai. Não sei, às vezes eu tinha a sensação de que a coisa que eles mais amavam um no outro era o fato de que estar juntos dava a ambos mais status e mais poder naquela escola. Não era amor, era mais como... Sei lá, como interesse, sabe?

– É. – Carole parecia desapontada. – Na verdade, um dos defeitos do Finn, dos quais eu estava falando, é que ele se preocupa demais com a popularidade. Isso faz com que às vezes ele não consiga enxergar o que de fato é mais importante. Eu espero que um dia ele encontre uma moça que mostre que a felicidade vai muito além do que ser o garoto mais popular do colégio.


Rachel arrumava seus pertences no armário da escola, quando Kurt se aproximou.

– Graças a Deus já é sexta! – ele exclamou. – Sexta-feira é um dia tão bonito, você não acha?

Rachel riu do amigo, mas concordou.

– Claro, sexta deu a sorte de vir antes do sábado e consequentemente ser o último dia de aula da semana.

– Era aí onde eu queria chegar! – Kurt parecia estar mais animado do que o normal. – Amanhã é sábado e você vai lá para casa.

Rachel balançou a cabeça afirmativamente.

– Sim, mas por que você está tão animado com isso? Não é como se fosse a primeira vez que eu vou dormir lá.

– Eu sei, mas amanhã é especial.

– Especial por quê?

– Eu não posso contar agora. Você vai ter que esperar até amanhã. – Mas Kurt estava tão ansioso que tinha que falar alguma coisa. – Mas tem a ver com o Finn!

Rachel olhou para ele confusa.

Ela tinha visto como Finn andava ultimamente. Rachel nunca o vira tão para baixo, chegava a dar dó, mesmo sabendo que o motivo dele estar assim era por que ele tinha terminado com Quinn. Ou melhor, Quinn tinha terminado com ele.

Todo mundo no colégio comentava isso. Rachel já sabia, porque Kurt contara a ela, mas o resto dos estudantes do Mckinley não demorou a perceber. Claro que fora Quinn que dispensara Finn. Ele andava pelos corredores como um zumbi, enquanto que ela não dava mostras de estar assim tão sentida com a separação.

Rachel vira Finn correndo atrás da ex-namorada em diversas ocasiões, para tentar conversar. Sempre que ele podia, na verdade. Enquanto que ela, por sua vez, fugia do garoto o máximo possível, o que o deixava cada vez mais cabisbaixo.

Assim que Kurt contou a ela o que havia ocorrido, na segunda-feira, ela ficou sem acreditar. Como podia alguém, ainda que fosse alguém como Quinn, terminar com Finn? Rachel não podia entender que uma garota não quisesse mais namorar com ele. Ela sonhava com Finn desde que... Bem, desde tanto tempo que nem lembrava quando. Rachel nunca terminaria com Finn. Não que ela fosse ter a chance de namorá-lo algum dia, para início de conversa, quanto mais de terminar com ele. Finn nem parecia notar a existência dela.

– O que tem o Finn? – ela perguntou, finalmente.

– Não posso falar. Não ainda. Mas tem a ver com ele e com você. – ele apontou o dedo para ela.

Rachel franziu a testa, olhando para o dedo dele.

– Finn e eu? – perguntou e então riu, descrente. – O que possivelmente poderia envolver Finn e eu? Ele mal olha na minha cara.

– Por enquanto. – Kurt respondeu, enigmático.

Rachel entendia cada vez menos. Do que será que ele estava falando?

– Kurt...

– Não! – ele levantou a palma da mão. – Não faça mais perguntas, eu já falei demais. Mais do que devia.

– Na minha opinião, você falou de menos. Não estou entendendo nada. Finn falou alguma coisa? Sabe... De mim? – Rachel perguntou, hesitante.

– Ahm... Não. Na verdade, não. Ele sabe tanto quanto você sobre este assunto em particular, ou seja, nada. Quer dizer, talvez você até saiba mais do que ele.

Rachel permaneceu encarando o amigo por um tempo, tentando decifrar algo do rosto dele, mas não chegou a nenhuma conclusão.

– Bom, tudo bem então. Se não vai falar agora, então eu espero. – Ela voltou a organizar o armário. – Mas não consigo sequer imaginar o que de tão bom poderia haver entre eu e Finn para te deixar assim nesse estado tão animado.

– Mas vai saber. Amanhã você vai saber.