Fluorescente
Amar é um verbo que não aceita imperativos, e você descobriu isso quando estava esperando por Harry. E se apaixonou por Draco. Vocês estavam de lados diferentes, acreditavam em coisas diferentes, eram totalmente opostos. Como fogo e gelo.
Ele te livrou da detenção e nem sabia o porquê; só sentiu que era a coisa certa a se fazer. Você não agradeceu; ele não agradeceria, se fosse o contrário. E então vocês trocavam olhares ocasionalmente, olhares que, por um segundo, eram desprovidos da dor e da pressão que a guerra causava. Porque você estava sozinha ali, e sua família toda... lá fora. E você não queria deixar transparecer – porque era corajosa -, mas estava tão assustada.
E então um dia pensou em Harry e a barreira se quebrou, e você chorou. E ele te viu chorar, e nenhum dos dois soube o que pensar. Mas você disse tudo o que sentia, ele disse também, e vocês nunca haviam sentido algo parecido antes. Era estranho, era errado, mas inevitável, como tudo entre vocês. Acima de tudo, era certo.
Ficaram assustados, porque tal sentimento era absurdo, mas fez a dor passar, um pouco, e as lágrimas se secarem. Não foi sua intenção se apaixonar por ele, foi? É. Aposto que também não era a dele. Vocês deveriam ter se odiado, porque aquela guerra estava impondo entre vocês barreiras inquebráveis. Mas vocês quebraram, porque nunca gostaram de ficar nos limites.
E lutaram de lados diferentes, ou talvez não, porque ele nunca soube realmente de que lado estava. Tentaram seguir caminhos opostos, sem a interferência um do outro; ele com Astoria e você com Harry. Mas não foi o suficiente. Vocês sempre souberam o que de fato queriam – um ao outro.
E então um dia resolveram se entender de uma vez por todas. Ele te perguntou se você o amava, e você – sempre franca, clara, sincera – respondeu que sim. Ele te olhou por um imenso segundo e te disse que sua beleza vinha de algo muito mais profundo que meros traços. Vinha de dentro. E te disse que jamais sentiria por Astoria nem um terço do que sentia por você. E então continuaram a seguir seus caminhos, mas juntos, dessa vez.
Porque era assim que tinha de ser.
NA.: Essa fic é dedicada às minhas ridículas ilusões e a uma pessoa que jamais irá ler isso aqui.
