Olaaaaaaaaaa!
Quem acompanha minhas demais fics, oi de novo, pra quem essa é a primeira vez que lê alguma de minhas obras, seja bem vindo!
Essa fic Beautiful Lie, será uma politicamente INcorreta... (como se política fosse correto... kkkkkkkkkk) Era uma fic que estava encanta a anos, mas enfim... Ela saiu. :D
Tenho uma Co-autora nessa fic que é a Silvia S.K. Ela é uma grande amiga e um belo dia tivemos a ideia de montar essa história beeemmm maluca. kkkkkkkkkkkk Amo isso! :D
Relena e Heero estão bem diferentes do que vcs imaginam. Mas, essa é a graça dessa história. É brincar com o lado negro da força. Preparem-se! Tirando os personagens de GW, todos os demais são criações minhas.
Gundam Wing e seus personagens NÃO me pertencem e nem eu e nem a Sil ganhamos algo com escrever essa fic. Apenas a nossa satisfação e diversão.
(Sil, vc receber algo, quero minha parte. u.u kkkkkkkkkkkkkkkkk) Piadinha galera!
Bom, chega... E boa leituraaa!
Faces...
O despertador tocou incessantemente por pelo menos uns quinze minutos, antes da jovem se dar conta de que um barulho incomodo atrapalhava seu sono. Pelo chão do quarto escuro, podia-se ver as roupas jogadas desleixadamente por alguém que quando entrou no cômodo a única coisa que desejava era dormir.
Abriu os olhos lentamente e após conseguir focar sua visão, começou a procurar o aparelho sonoro tateando com a mão a fim de desligá-lo. Demorou um tempo até achar o botão e a ideia de joga-lo contra a parede já estava se tornando tentadora em sua mente. Após desligar o aparelho, deixou o corpo cair de volta na cama, passando as mãos pelos longos fios lisos loiro escuro que tinham um brilho dourado, mantendo os olhos fechados, lembrando-se da hora que havia chegado em casa.
Deviam ser quatro horas da matina, quando ela passou pelo portão da mansão. Se atreveu a abrir os olhos novamente e agora observou a pequena fresta de luz que atravessava as cortinas cor-de-rosa. A luz bateu em seus olhos deixando visivel a cor azul céu deles. Eram tão claros e límpidos que pareciam cristais. Mas, apesar de belos, eram tristes. Mudou seu foco de visão e notou que já estava mais que na hora de levantar.
Ainda cambaleando de sono jogou as cobertas de lado revelando seu bem formado corpo, coberto apenas pelo conjunto de calcinha e sutiã. Ela tinha as medidas perfeitas, sua cintura fina, destacava seus seios médios, firmes e redondos, suas pernas eram grossas na medida certa e lisas, e seu quadril tinha um tamanho perfeito deixando o corpo por inteiro harmonioso. Sua pele branca brilhava quando o sol batia, não tinha imperfeições e era macia como seda.
Seguiu direto para o banheiro e ligou o chuveiro na água morna, retirou a lingerie e entrou embaixo do chuveiro deixando a água escorrer por seu corpo. Apoiou as palmas das mãos na parede e fechou os olhos, sentindo o calor que a banhava e lembrando-se da noite anterior.
Havia sido convidada para a festa de aniversário do irmão mais velho de uma de suas amigas, ou melhor dizendo: falsa amiga. Sorriu ao recordar o quão embriagante foi o momento, ela dançou a noite toda com o anfitrião da festa, se esfregou nele, o deixou sedento por ela, trocou olhares, beijos, permitiu que as mãos do homem percorresse as curvas de seu corpo e pode sentir o quão excitado ele estava. Sorriu mais amplamente ao lembrar o quão carregado de inveja eram os olhares da garotas para ela na festa.
Ela usou um biquíni bem decotado e muito sensual, foi uma festa noturna, porém o clima quente foi propicio para fazer a festa em volta da piscina. Sua memória vagava pelos acontecimentos da noite anterior. Recordou do som alto, dos sussurros obscenos que o aniversariante proferiu em seu ouvido, enquanto dançavam ao som da música: do what you want. Mas, a parte que mais se regozijou ao recordar foi a cara de decepção quando ela foi embora, ao invés de subir para o quarto dele, como o aniversariante tanto desejou durante a noite toda.
Saiu rebolando e jogando charme para todos por quem passou e pode ver de canto de olho o ódio estampado nos olhos de suas amigas, que ficaram com as sobras da festa, os rapazes que ela havia rejeitado. Ensaboou o corpo e enxaguou, fechando o registro em tempo recorde, ao recordar o quão atrasada estava. Tinha aula naquela manhã e entrega de trabalho.
Secou o cabelo com o secador e escovou os dentes, ainda enrolada na toalha. Depois seguiu para o quarto e abriu as cortinas, sentindo a luz do sol banha-la com um bom dia feliz, contrastando com seu terrível humor. Sentou em frente a penteadeira e começou a passar a escova sobre os fios de cabelo, absorta em suas memórias. Sentia-se morta por dentro, por mais que tentasse e conseguisse se destacar e ter todos rendidos aos seus pés, fosse por dinheiro, status, beleza, nada a completava.
Com os cabelos prontos se dedica a sua maquiagem, agora era a hora onde psicologicamente ela apagava todos os rastros de tristeza e solidão, onde ela colocava a vista a garota forte, segura de si e que poderia ser a rainha do mundo. Prepara sua pele adequadamente, com toda uma sequencia de produtos para cuidar e proteger a pele, depois um filtro solar, seguido de base e pó muito claros, e começa a sua escolha: Nos olhos faz uma combinação de dourado e rosa, finalizando com um delineador e lápis marrons. Um blush cobre, discreto, dando um toque dourado ao rosto e gloss rosa nos lábios, deixando-os mais volumosos e brilhantes.
_ Perfeito… Ninguém poderá notar minha angústia.
Levantou e tirou a toalha trocando-a por um conjunto de lingerie rosa de renda. Caminhou até o armário e tirou do cabide uma calça jeans branca, escolheu uma blusa rosa frente única, cada peça bem ajustada ao corpo, modelando atrativamente suas curvas. Retira uma jaqueta que fazia par com a calça e a coloca sobre a cama, enquanto termina de se vestir. Coloca uma sandália de salto alto, branca e pega uma bolsa do Empório Armani para combinar. Solta o cabelo, que estava preso com uma piranha, deixando-o cair pesadamente sobre as costas e os alisa uma última vez com os dedos, dando um ar de arrumado natural. O brilho dourado combinava com o brilho azul dos olhos e ela sorriu para sua aparência refletida no espelho de corpo inteiro que ficava em um canto do quarto. Estava linda como sempre.
Porém, sua produção ainda não havia terminado. Voltou para a penteadeira e sentou, novamente, sobre o banco de frente, pegou a caixa de joias e começou a escolher algo que ficasse harmonioso em seu look. Optou por um par de brincos longos e modelo reto, de ouro amarelo com uma pedra redonda de quartzo-rosa na ponta. Guardou a caixa e abriu uma das gavetas, retirando um relógio de ouro da mesma marca de sua bolsa. E finalizou com algumas borrifadas de seu perfume favorito, que tinha um cheiro doce e sensual.
Ela estava especialmente muito ousada e produzida, porém essa era exatamente a ideia. Sempre gostou de se mostrar, era a forma perfeita de camuflar seu verdadeiro eu. Sentia-se imponente e superior quando estava linda e pode-se dizer que não recordava quando foi a última vez que não esteve linda. Levantou e olhou pela última vez para o espelho… Perfeita, era a palavra com a qual ela se definiria naquele momento.
_ Invejosas… Preparem-se e segurem seus namorados.
Sorriu feliz. Sua intenção era ver uma fila de homens babarem por ela e estava no caminho certo para conseguir. No fim, o sorriso se desfez e sentiu a dor peculiar que a abraçava todas as noites, quando chegava em seu quarto, apertar seu coração, lembrando-a que ela ainda estava ali. Os olhos quiseram marear, mas ela respirou fundo, uma, duas, três vezes e meneou a cabeça em negação.
_ Não. Agora não! Eu vou sair desse quarto e vou colocar o mais lindo sorriso no rosto e dizer a todos que Relena Darlian é a mulher mais completa do mundo.
Deu as costas para o espelho e pegou sobre a cama, sua jaqueta, a vestiu e segurou sua bolsa na mão. Abriu a porta e deu uma última olhada para seu refúgio. Sim, seu quarto era um refúgio, um casulo onde ela se escondia do mundo, onde podia chorar suas mágoas e ódios, onde se lembrava de que era totalmente infeliz, onde se lembrava de que era sozinha e que por mais que desejasse não havia ninguém que a amava e estava ao lado dela quando necessitava. Nem um colo pra por a cabeça e nem uma mão para lhe afagar o cabelo. Ninguém para acolhê-la em dias de depressão e solidão.
_ Quando eu fechar essa porta será mais um dia. Dia de mentira e falsidade. Pessoas interesseiras me cercando. Dia de atuar... Como sempre. Sou tão boa nisso, será que eu deveria me tornar atriz? - riu tristemente. - Aprendi bem, pai? Afinal, foi o senhor quem me ensinou…
Suspirou mais uma vez e com um sorriso melancólico fechou a porta e seguiu seu caminho rumo a escada. Cumprimentou, atenciosamente, cada um dos empregados que encontrou no caminho, chamando-os pelos nomes e com um sorriso no rosto, mas nesse momento era verdadeiro. Chegou a sala de jantar e sentou, elegantemente em uma das dez cadeiras de couro branco, que completavam o modelo da extensa mesa de vidro fumê. Tomou seu café da manhã o mais rápido possível, sem perder as boas maneiras.
Depois se levantou pegando sua bolsa e uma pasta com seu trabalho de faculdade. No caminho até a porta, conversa com seu mordomo, que por sinal também era seu chofer e o funcionário mais antigo da família. Viu ela crescer e era o exemplo mais carinhoso que ela tinha de um pai, apesar do pai biológico dela estar vivo e ela sempre querer a atenção dele.
_ Bom dia, Paigan! Meu pai ligou?
Ela sempre se sentia esperançosa por uma resposta afirmativa do senhor de cabelo e bigode branco, com ar doce e jeito tranquilo. E ele sempre sentia um peso no coração, quando tinha de negar para ela, já que ele tinha um carinho paterno para com a jovem, mesmo assim, sua expressão era sempre imutável.
_ Não senhorita... Ainda não. Deseja que eu o chame para dar algum recado?
_ Não há necessidade. Vamos… Ou vou me atrasar.
Ela ergueu a cabeça como uma nobre e seguiu serena para a limosine, mas sentindo a tristeza se apossar dela de novo.
_ Sim, senhorita!
Ele abre a porta do carro para ela e segura a pasta que ela entregou para ele. Eles seguem em silêncio para a faculdade. Ao chegar no local ele a ajuda descer e devolve a pasta, ao mesmo tempo em que Relena explica ao homem, que não deveria busca-la.
_ Vou para casa de uma amiga hoje. Não me espere.
_ Como desejar senhorita. Tenha um bom dia.
_ Obrigada. Para você também.
Relena subiu a larga escadaria do prédio e pode sentir todos os tipos de olhares lançados em sua direção, e como sempre, ignora a todos.
-/-/-
O prédio era grande e afastado da cidade. O único acesso era pela rodovia e podia-se ver um portão de ferro enferrujado, aberto. No fundo do pátio havia dois carros, dentre eles, um porshe 918 spyder último modelo, verde escuro, e uma mercedes preta de vidro fumê. Estavam estacionados em frente uma enorme porta de correr, semiaberta. O local estava abandonado e absolutamente ninguém passava pela zona.
_ E agora chefe? O que fazemos com ele?
Um homem de mais ou menos um metro e oitenta, careca com uma cicatriz que descia da orelha direita até a clavícula, um olhar maldoso e um sorriso de diversão, perguntou referindo-se ao homem todo ensanguentado caído no chão. O chefe olhou com frieza para o que estava no chão.
_ O que fazer? - perguntou com ironia. E agachou perto do homem. – O que devo fazer com você Denis? Olhe para você… As coisas que sou obrigado a fazer com você… E a culpa é toda sua.
_ Eu… Por favor… Eu imploro perdão. Me dê uma segunda chance.
Denis se rastejava para se aproximar do homem agachado. Seu rosto estava inchado, sangue escorria por todos os lados, saindo do nariz, da sobrancelha, do cortes feitos pelo corpo dele, a pele morena já estava pálida, os olhos escuros, quase já não eram vistos. O cabelo marrom estava grudado de suor e as roupas sujas por rolar no chão. As lágrimas de desespero se misturavam com o sangue.
_ Segunda chance? Por acaso você acha que faço caridade?
_ Por favor… Eu tenho esposa… Vamos ter nosso primeiro filho...
_ Sério? Meus parabéns… Direi ao chefe que tenha um cuidado especial para com sua esposa. Não precisa se preocupar… Eles serão muito bem cuidados. Agora me diga… Por que eu deveria te deixar vivo?
_ Eu faço o que você quiser... Juro. Heero me perdoe!
Heero se pôs de pé, ajeitando o terno que portava, olhou para os sapatos conferindo se não tinha nenhum rastro de sangue ou poeira. Seus olhos azul cobalto eram frios, impiedosos. Passou a mão pelo espesso cabelo liso cor café, que sempre ficava meio jogado, e soltou o ar pesadamente. Aquilo já o havia cansado. Olhou para o capanga ao seu lado, quem era o culpado pelo estado crítico de Denis e olhou de novo para o homem no chão.
_ Você conhece as regras, Denis. O senhor Darlian odeia traições… Pode prometer nunca mais desapontá-lo?
_ Sim, sim, sim… Eu prometo. Pode acreditar em mim!
O homem falava com um fito de alivio e alegria no olhar e na voz. Heero o observava de forma gélida e esboçou um discreto sorriso com a animação do homem, antes de finalizar.
_ Mas, acredito em você. Tenho certeza que nunca mais fará nada de errado. - Então olhou para o capanga que sorria, entendendo o rumo da conversa. - Ele é todo seu.
Denis ouviu a frase final do homem e começou a chorar, implorando por sua vida, enquanto o capanga se aproximava dele com uma corda na mão. Heero caminhou tranquilamente em direção a saída. Quando saiu ao sol tirou do bolso seu óculos de sol modelo aviador e colocou, depois entrou em seu porshe e deu a partida, fazendo o retorno, pode ouvir com clareza os gritos de dor e agonia de Denis. Sorriu um pouco mais amplamente que antes e olhou para o banco do passageiro. Sobre ele tinha uma maleta prata, abriu e conferiu que o dinheiro estava ali, maleta que foi encontrada em posse de Denis. Voltou a acelerar e dessa vez pisou fundo para sair logo daquele lugar e devolver a maleta para o chefe.
Heero estacionou em frente a uma linda mansão, situada em uma área nobre da cidade, porém um tanto isolada, e muito bem guardada por homens bem armados e organizados. Desligou o carro e o rádio que tocava highway to hell, segurou a maleta e desceu do veículo. Sem precisar de convite, entrou na casa e seguiu seu caminho, com passos firmes até chegar em um cômodo que tinha a porta fechada. Deu um toque e esperou a permissão para entrar.
Um homem de seus quarenta e cinco anos, cabelos e barba grisalhos, elegantemente portanto um terno Armani cinza, com a camisa de seda preta e a gravata de mesmo tecido cinza, sentado em uma poltrona de couro atrás de um escritório de madeira escura, levantou a cabeça de seus documentos e sorriu com satisfação ao ver seu homem de confiança entrar. Heero era o braço direito dele, o segundo em comando na hora da ação e em quem ele mais confiava.
_ Então... O que tem pra mim Heero?
_ Seu dinheiro... E a cabeça de um traidor.
_ Impecável como sempre! Me lembre de te dar um bônus por isso.
Heero não mudou sua expressão séria, apenas foi até o chefe e colocou a maleta sobre a mesa, abrindo-a para que Darlian pudesse conferir a quantia. Depois deu a volta na mesa e sentou em uma das poltronas de frente para o chefe. Cruzou as pernas e os braços. Fechou os olhos e começou a falar tranquilamente.
_ E agora?
_ Bem... – disse Darlian sem desviar os olhos do dinheiro. – Faremos um funeral digno para ele e cuidaremos da família dele. A esposa dele está grávida, certo?
_ Sim.
_ Deixo tudo em suas mãos. - Ele olhou para Heero. - E não se esqueça de dar os pêsames adequadamente à viúva… Que triste tragédia. - Darlian riu e Heero o encarou.
_ Sem problemas.
Heero levantou e Darlian completou.
_ Vá deitar Yui... Você passou a noite toda atrás desse cara pra mim. Vai descansar. Deixe o funeral para depois.
_ Certo. Obrigado.
Sem nada mais a acrescentar Heero saiu sob o olhar de satisfação de Darlian. O mafioso mais temido do estado tinha um segredo para todo seu poderio, e esse segredo se chamava Heero Yui.
-/-/-
Heero estacionou em sua vaga dentro de um prédio alto padrão na área nobre da cidade, mais próxima ao centro. Desceu olhando para o relógio, eram onze horas da manhã. Bateu a porta do carro e apertou o botão da trava, ouvindo o alarme ser ligado, sem nem sequer olhar de volta para o porshe, entrou no elevador e apertou o último numero. Morava em um duplex de luxo no topo do prédio, adquirido após um longo tempo de trabalho exercido para Darlian.
Sua porta não se abria com chave, digitou a senha para destrancar e entrou, a porta bateu e trancou automaticamente após ele passar. O local era amplo, espaçoso, com uma decoração espartana e moderna, com móveis de cores sóbrias como cinza, branco e preto. As cortinas estavam abertas, mostrando as enormes janelas que iam do teto até um metro do chão, fazendo a luz do sol inundar o local. Ele retirou seu paletó e guardou dentro do armário de casacos que ficava ao lado da porta de entrada. Deu uma olhada em direção ao seu telefone para conferir se tinha mensagem, notando que não tinha nenhum recado, seguiu para seu quarto.
Entrou no cômodo e deu uma boa olhada, confirmando que tudo estava em seu devido lugar. O olhar frio não abandonava sua face. Sentou na cama e retirou sua arma, guardando-a na gaveta da cômoda de cabeceira. Desabotoou a camisa e a tirou com cuidado, fazendo o mesmo com cada peça de roupa, depois guardou o sapato e o resto colocou no cesto de roupa suja. Abriu o registro do chuveiro e entrou embaixo da água morna, deixando-a escorrer por seu cabelo e costas por um tempo, antes de começar a se ensaboar e enxaguar.
Sentiu o corpo inteiro relaxar e lembrou-se da madrugada e manhã exaustiva que teve, perseguindo Denis, que havia roubado a maleta de dinheiro do chefe. Mas, para sorte de Heero, o cara era tão incompetente, que não demorou tanto para ser capturado.
_ Já foi recebido pelo diabo?
Perguntou para o nada e riu baixo, pensando no final que teve o traidor. Depois de um demorado e tranquilo banho, saiu enrolando uma toalha na cintura e com outra secando o cabelo liso e deixando-o mais esvoaçado e jogado que de costume, fazendo com que os fios caíssem rebeldes sobre seus olhos. Parou em frente o espelho e pegou a escova. Os músculos de suas costas e braços se contraiam com os movimentos. Seu corpo era forte e definido, sua pele era de uma cor clara, simulando um bronzeado leve. sua pernas eram grossas, longas e fortes. Ele devia ter por volta de um metro e oitenta e oito. Retirou a toalha de sua cintura, e podia-se ver suas nádegas bem definidas. Pendurou as toalhas e voltou para o quarto, retirou um boxer preto da Calvin Klein e vestiu. Voltou para o banheiro e escovou os dentes. Depois fez a barba e passou sua loção, deixando um cheiro amadeirado impregnando o banheiro. Se olhou no espelho, enquanto apoiou as mãos sobre a pedra da pia.
_ Mais um morto…
Fechou os olhos e por sua mente veio o rosto e nome de cada um que ele matou, ou encomendou a morte. Mais uma vitima, mais um sangue em suas mãos, mais um nome da lista. Soltou o ar pesadamente e abriu os olhos se encarando no reflexo.
_ Isso já não importa.
Saiu do banheiro e caiu na cama, fechou os olhos e em pouco tempo, entrou em sono profundo, vencido pelo cansaço.
-/-/-
Eram nove da noite, quando Heero entrou em um clube para homens, era conhecido como um clube de striptease, mas para os clientes mais importantes, também era um prostíbulo. Após acordar ele ligou para funerária e preparou tudo para o velório de Denis. Agora era só esperar a esposa receber o corpo que deveria ser encontrado por alguém a qualquer momento e quando ela fosse chorar para Darlian, a funerária já estaria preparada. Depois se arrumou e saiu.
O local era escuro, banhado por uma luz que se misturava entre várias cores, destacadas principalmente sobre o palco, onde mulheres de seio de fora se exibiam com um sorriso no rosto, para todos os tipos de pervertidos cheios de dinheiro. O local tinha um cheiro peculiar e o charuto dos poderosos se destacava entre os odores. Heero odiava cheiro de tabaco, por tanto sempre se afastava do miolo. Foi até o bar e pediu um cowboy, enquanto esperava sua companhia.
_ senti sua falta…
Heero ouviu as palavras sussurradas em seu ouvido e sentiu uma corrente elétrica passar por sua coluna. Esboçou um imperceptível sorriso ao reconhecer a voz. Olhou para trás e a viu, ela era ruiva de cabelo ondulado até o meio das costas, pele bronzeada, tinha olhos cor de mel, seu corpo era magro, mas tinha seios avantajados. Seu jeito era muito sugestivo, era uma mulher bonita, mas comum. Usava um conjunto de micro short, e bustiê pretos. Uma meia sete oitavos e uma bota preta. A maquiagem era bem forte, destacando seus lábios carnudos.
_ Boa noite Diana… Estava a sua espera.
_ Pois a espera acabou… - Ela voltou a sussurrar no ouvido dele para completar o raciocínio. - Para ambos!
_ Vamos subir?
Ele perguntou e ela começou a puxa-lo pela mão, rebolando em sua frente, fazendo com que Heero aproveitasse a visão. A mulher começou a subir as escadas, lançando olhares libidinosos para o homem que a seguia. A alegria de Diana, a prostituta mais cara do estabelecimento, era quando Heero ia vê-la. Se existia um momento onde ela realmente era feliz exercendo aquela profissão, era quando estava nos braços daquele lindo homem.
Subiram para o segundo andar e foram direto para a suíte "presidencial" do antro. Era o quarto favorito do Heero, mal fecharam a porta e a mulher se jogou sobre ele, beijando-o fervorosamente, e despindo-o. Heero se deixava levar, ela já o conhecia e vice-versa. Ambos sabiam como dar prazer ao outro e aquele encontro seria como qualquer um dos anteriores, cheio de luxúria e prazer incondicional.
Passaram juntos por volta de duas horas, tempo pelo qual Heero pagou e usufruiu da mulher da forma que quis e quantas vezes quis.
-/-/-
_ Não se preocupem… Estou ótima e vou rapidinho para casa. Não estou bêbada, eu moro perto de qualquer jeito… Tchau!
Após sair da faculdade, Relena foi para a casa da amiga, curtir uma reunião entre colegas, regada de muita dança, bebida e jogo de verdade ou desafio. O qual, obviamente ela mentiu no lugar de dizer a verdade e manipulou o desafio como bem quis. Mas, o tempo foi passando e com a chegada da noite densa, ela se sentia cada vez mais melancólica, resolveu então partir, antes que deixasse transparecer algo que não deveriam descobrir, nunca.
Como sua mansão era relativamente perto da casa de sua amiga, a apenas alguns quarteirões, decidiu ir andando. Estava alta, havia bebido mais do que deveria, mas ainda assim, conseguia andar em linha reta, portanto sentiu-se tranquila. A depressão começava a aparecer e Relena começou a sentir solidão. Acomodou melhor a bolsa no ombro e fechou a jaqueta sentindo o vento frio arrepiar seu corpo. Já passava das onze da noite e a rua estava deserta. Olhou para os lados, procurando algo que lhe desse segurança, mas um barulho vindo de suas costas lhe chamou a atenção e ela virou-se rapidamente para ver o que poderia ser, desejando que fosse algum gato de rua derrubando o lixo do vizinho.
Para sua tristeza e pânico, o que ela viu, não era um gato, mas sim três homens, bem vestidos, porém com rostos nada amigáveis. Eles sorriam perversamente entre eles, falando algo que pela distância ela não conseguia entender, mas sabia que era direcionado a ela, pelo fato deles seguirem em sua direção a passos contínuos e levemente acelerados. A loira sentiu medo e continuou andando, tentando parecer o mais tranquila possível, desejando que aquilo não passasse de uma alucinação por conta da bebida ou apenas sua imaginação autodestrutiva lhe pregando uma peça.
_ Vejam só o que temos aqui…
Falou um deles e ela viu o quão real aquele momento era. Pela clareza que ela ouviu a frase, notou que a distância entre eles e ela era muito curta, se atreveu a olhar para trás e viu os três homens a dois passos de distância dela, com as mãos no bolso, percorrendo seu corpo com os olhos. Se questionou mentalmente, em que momento eles foram tão rápidos que ela não havia notado.
_ Hum… Eu acho que vi uma gatinha…
O segundo falou, fingindo uma voz brincalhona fazendo os colegas rirem do gracejo. Nesse momento Relena tinha os olhos arregalados e tremia, não sabendo distinguir se era pelo frio ou pelo pavor. Sem pensar duas vezes começou a correr, o máximo que seu salto nove lhe permitia, o que obviamente não foi muito, já que em pouco tempo se viu sendo sujeitada de ambos os lados por aqueles homens.
_ Me solta! - Gritou. - Por favor, me soltem… - Suplicou. - O que querem comigo?
E por fim perguntou, sentindo as lágrimas descerem por seu rosto, estava desesperada e não sabia como sairia daquela situação.
_ Calma princesinha… Só queremos passar um bom momento.
O terceiro falou pela primeira vez, deixando explícito em seu tom de voz as intensões depravadas.
_ Vocês querem dinheiro? Eu tenho… Posso dar tudo a vocês, mas por favor, me soltem…
_ Não queridinha… Não precisamos do seu dinheiro. Mas, precisamos de você, para nos divertir.
Eles gargalharam e Relena começou a chorar desconsoladamente. Sentiu que um deles prendia as mãos dela juntas em suas costas, enquanto o outro abria sua jaqueta e o terceiro passava suas mãos travessas apertando e tocando o corpo dela por inteiro. Quando iam começar a despi-la o barulho de um carro estacionando bruscamente, ao ponto de fazer o pneu cantar no asfalto chamou a atenção do grupo.
Relena olhou para o lado, preocupada que fossem mais homens para estupra-la, e viu um porshe verde escuro estacionado. Um homem lindo, alto, cabelo da cor do café, esvoaçado e olhos azul cobalto desceu do veículo lançando um olhar frio para os três homens e a moça pode ver o quão pálidos, seus agressores se puseram. O homem andava elegante e tranquilamente em direção a eles, sem se intimidar e pousa seu olhar no dela.
Relena sentiu uma corrente elétrica percorrer por seu corpo, com a forma que ele a examinou do alto da cabeça até os pés e depois voltou, vagarosamente até encará-la nos olhos. Ela já estava ofegante com apenas um olhar, se perguntando quem poderia ser aquele homem, o que ele tinha de tão especial que fazia ela se sentir quente com apenas um fito e sentir algo que nunca sentiu antes.
Heero por sua vez estava completamente admirado com aquela mulher frágil a sua frente. Ele nunca havia conhecido uma mulher de tamanha beleza, ela tinha olhos tão doces e tristes ao mesmo tempo, despertava nele uma sensação nova, fora o desejo carnal. Era algo mais intenso, mais primitivo. Algo que ele nunca havia sentido por ninguém, e se por natureza, não permitiria que uma mulher fosse violentada, essa então, jamais. Desviou seus olhos, a contragosto, dos dela e olhou para os homens que a mantinha presa.
_ Solta ela! - Ordenou e o homem obedeceu sem demora. - O que está acontecendo aqui?
_ Nós… - Começou o mais novo do trio. - Só queríamos nos divertir um pouco.
Heero lançou um olhar gélido e mortal para o homem que engoliu em seco, sonoramente.
_ Quem é você?
Heero voltou a olhar nos olhos dela e ela o encarou de volta. A voz dele soou tão grave e aveludada aos ouvidos dela. Sentiu um desejo incontrolável de tocar o rosto dele, e não entendia o motivo, seu coração estava acelerado e por mais que seu interior lhe gritasse que aquele homem devia ser mais perigoso que os outros três, ela se sentia estranhamente confortável em sua presença. Ela pensou um pouco decidindo se deveria ou não responder a pergunta e fechou os olhos para falar.
_ Me chamo Elene.
A voz dela era doce e suave. Heero comparou a voz dos anjos e decidiu que aquela voz poderia ser facilmente confundida com a de algum ser celestial, porém contrastava com a mentira proferida por aqueles lábios tão bem desenhados e convidativos. Como? Ele não sabia, mas tinha certeza que ela havia acabado de mentir.
_ Muito bem, Elene… Corre!
Ele deu a ordem e ela percorreu o olhar apreensiva pelos trio, notou que aquele era o momento de sair dali, deu três passos para colocar-se em velocidade, mas a curiosidade a venceu. Voltou a olhar para seu salvador e perguntou:
_ E você?
_ Ficarei bem… Pode ir tranquila.
Ele a comia com os olhos e pela primeira vez ela não queria se afastar de alguém que a despia tão profundamente.
_ Como se chama?
_ Kain.
O trio olhou confuso para Heero, mas não disseram nada.
_ Obrigada!
E após agradecer ela começou a correr, o máximo que era possível, sem olhar para trás. Heero então se aproxima de um dos três e o empurra com toda força, fazendo o homem perder o equilíbrio e bater as costas no muro atrás dele.
_ O que devo fazer com três lixos como vocês?
_ Heero… Nós.
O mais novo tentou falar algo e Heero apenas levantou a mão, fazendo o homem se calar instantaneamente.
_ Vai… Corre atrás dela e me traga o endereço completo e o nome verdadeiro também.
_ Nome verdadeiro? - Indagou confuso.
_ Cala boca e faz o que eu mandei. - E antes do homem começar a correr, o chefe o encarou. - Mas, fica avisado, não se aproxime dela. Se tocar nela de novo eu pessoalmente te mato.
O tom baixo e ameaçador de Heero assustou aos três que baixaram a cabeça como crianças que estão com medo dos pais. E com mais um "Vai" dele o mais novo correu atrás da jovem que a pouco estava entre eles. O que havia sido agredido, receoso, resolveu perguntar, chamando a atenção de Heero para si, novamente.
_ Heero… Porque deu um nome falso?
O recém-chegado pensou em ignorar, mas respondeu.
_ Porque ela mentiu o próprio nome.
_ Como sabe? A conhece?
_ Eu simplesmente sei… E se a conhecesse, aquele idiota… - apontou para o rumo onde o enviado desapareceu da vista deles. - não a estaria seguindo.
O silêncio volta a tomar conta do ambiente, até que o mais calado resolve falar, e pergunta incomodado, deixando transparecer seu incômodo.
_ Porque você nos impediu? Ela era tão gostosa… Íamos nos divertir um pouc...
A frase dele foi interrompida pela dor. Heero acertou um soco com toda força no baixo ventre do homem, fazendo-o se curvar para frente e perder o ar. O colega simplesmente se afastou. Heero então o empurrou até prensá-lo contra a parede, segurando-o pelo pescoço com uma mão, enquanto a outra permanecia descansando dentro do bolso de seu sobretudo.
_ Eu odeio, escuta bem… Odeio estupradores! E pode apostar que o senhor Darlian também… Se eu descobrir que você aproximou-se novamente daquela garota, ou se aventurou a violar qualquer outra mulher, eu farei você se arrepender de ter nascido… - Ele falava tão calmo e baixo que o homem temeu, verdadeiramente. - Estamos entendidos?
_ Si…
_ Como? Eu não entendi… Fale mais alto.
Heero apertou um pouco mais o agarre, obrigando o cara a falar quase sufocando.
_ Sim…
_ Fico feliz que tenhamos nos entendido… E isso serve para os três. Se quiser transar, pague uma prostituta ou arrume uma mulher.
Ele soltou o homem e caminho para o lado de seu carro, encostou-se à lateral do porshe e cruzou os braços, fechou os olhos mantendo a cabeça levemente abaixada, esperando em silêncio que seu informante volta-se com os dados que ele pediu.
O outro que presenciou a bronca deu leve murro no braço do colega que foi ameaçado, como quem diz: Porque você tinha que perguntar, idiota. A tensão no local foi controlada e os bandidos resolveram deixar o chefe quieto, como se ele fosse um cão raivoso que estava adormecido.
... Continua...
E ai? O choque foi muito grande? Não tem ninguém aí desmaiado, certo?
kkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkk
Eu quero uma coisinha linda e agradável de ler, que se chama REVIEW!
Vamos gente, sejam gentis... A review de vcs, além de alegrar meu dia, me faz ver onde estou errando e acertando na escrita e oq vcs estão achando da história, por tanto, colaborem, sim?
Obrigada por lerem... Amo vcs!
Beijinhos e até o capítulo 2.
26/06/2014
