Disclaimer: Jensen, Jared, ou qualquer um citado aqui, obviamente, não me pertencem. Eu respeito muito todos os atores, e não é, nunca foi e nunca será minha intenção ofender nenhum deles com as coisas que eu escrevo; são apenas devaneios tirados de uma mente insana. É uma Fanfiction, ou seja, ficção de fã para fã, e eu não ganho nada escrevendo isso.
Classificação: +18
Gêneros: Ação, Amizade, Angst, Aventura, Darkfic, Drama, Horror, Mistério, Romance, Suspense, Terror, Tragédia, Yaoi, UA (Universo Alternativo)
Avisos: Conteúdo Slash, Lemon, NCS, Canibalismo, Heterossexualidade, Homossexualidade, Linguagem Imprópria, Mutilação, Nudez, Tortura, Violência. Sinta-se responsável ;)
Shipper Principal: Jensen Ackles x Jared Padalecki
Sinopse: "Ele era vazio por dentro... Sem face e sem alma." PadAckles, UA
Como o Nyah! excluíu essa história de lá, resolvi postar aqui. Quem acompanhava antes e vai acompanhar agora, perceberá as nítidas diferenças nos detalhes, principalmente entre os mais absurdos! [risos] Aos que resolveram dar uma chance agora, agradeço, de coração!
E boa leitura para todos vocês! :D
Capítulo I ‒ Pilot
"[...] O gotejar das lágrimas quebrou o silêncio como um tiro, logo seguido de murmúrios desconexos e soluços ininterruptos. O lugar era grande, mas claustrofóbico. A escuridão, de tempos em tempos, era pontilhada por luzes fluorescentes, mas a venda sobre seus olhos não lhe permitia vê-las... Apenas senti-las, como mãos curiosas e vorazes que ameaçavam lhe arrancar a pouca sanidade que restava em meio ao turbilhão de sentimentos que lhe preenchia a mente e o corpo. O pânico se alastrava dentro dele como um grande e perigoso incêndio, queimando suas entranhas, provocando as lágrimas, causando calafrios. Tentar se soltar de nada adiantava, pois os pulsos estavam firmemente presos acima da cabeça, com correntes que tilintavam alto ao entrarem em atrito. Não sabia se estava deitado ou de pé, pois não faria a mínima diferença naquela situação, mas as costas estavam pressionadas a algo duro e áspero que, a julgar pelo cheiro fresco e um pouco forte, era uma árvore.
‒ Não tenha medo criança... ‒ sussurrou uma voz infantil de algum lugar no meio daquele breu, pontuada por uma sonora gargalhada, e ele mordeu a língua para não gritar. ‒ Eu não vou machucar você...
O toque de mãos frias na pele machucada de seu rosto foi o que despertou e fez seu desespero chegar ao auge, e ele se debateu com violência, chorando mais alto ainda. Enquanto estava sozinho naquele lugar ainda tinha algum controle, mesmo que quase nulo, sobre suas ações. Saber que havia mais alguém ali, provavelmente desde que despertou naquele grande pesadelo, trouxe à tona seu mais primitivo instinto de preservação; aquele que deveria permanecer inativo em sua mente.
Seu corpo estava dolorido e machucado. Ele sentia como se cada nervo estivesse se tornando um fio desencapado, e logo não conseguiria mais se mover, em consequência da exaustão que lhe acometia. A pele ardia numa mistura de sangue e suor, embora não se lembrasse com perfeição onde havia arrumado tantos ferimentos. Um nó cada vez maior se formava em sua garganta seca e machucada, e ele gemia baixinho pela dor ao constatar que a pele dos pulsos estava sensível demais para que se desse ao luxo de continuar se agitando daquela maneira.
O que, necessariamente, não tornava as coisas melhores. Queria que aquilo não passasse de um sonho ruim, sabendo que poderia acordar sobressaltado em sua cama, a qualquer momento. Queria poder fugir, queria poder se esconder e nunca mais voltar, como vinha fazendo há muito. Mas não podia. Não podia porque, mesmo que nada o estivesse prendendo ali, a cabeça latejava demais para que conseguisse sequer formar um pensamento coerente, e o gosto metálico em sua boca parecia acentuar essa sensação.
O choro tornou-se mais intenso.
‒ Me deixe ir... ‒ balbuciou num tom assustado, choroso. ‒ Por favor... Por favor, me deixe ir...
‒ Por que quer ir embora? ‒ a voz infantil sussurrou mais próxima, num tom quase ofendido. ‒ Não está se divertindo?
Ele gritou de dor quando um profundo corte se abriu em seu antebraço, sob a queimação e, ao mesmo tempo, frieza de uma lâmina se movendo pela pele quase translúcida, e se engasgou, sentindo o choro cada vez mais intenso enquanto o corpo tremia, tentando soltar os pulsos mesmo que doesse. A mão em seu rosto se moveu, acariciando, secando as lágrimas, e ele se retraiu ao toque.
‒ Não, não chore... Criancinhas bonitas não devem chorar... E você é um bom garoto, não é?
Pinga. Pinga. Pinga.
‒ Vai ser um bom soldadinho?
As dores só pareciam piorar, latejando, machucando. Mesmo que não enxergasse nada de uma maneira ou de outra, fechou os olhos com força, sufocando os soluços apenas com a determinação de ferro, a respiração saindo em arquejos engasgados enquanto tentava inutilmente conter o choro. Ainda assim, a voz saiu amedrontada quando conseguiu encontrá-la, umedecendo os lábios rachados com a ponta da língua, sentindo o coração bater forte no peito.
‒ Me deixe ir...
Ele não viu os olhos vermelhos reluzirem com fúria, não viu a ânsia avidamente apresentada neles, mas algo em seu corpo sentiu a proximidade, e seu cérebro decodificou a mensagem com uma única e amarga palavra: perigo. A respiração acelerou, e ele se sentia hiperventilar.
‒ Seja um bom soldadinho e nada vai acontecer... Seja um bom garoto.
‒ Eu... ‒ seus lábios tremiam pelo medo, e, mesmo que sua mente teimosa se negasse de forma veemente a processar aquela informação, ele não suportava mais. ‒ Eu vou... Eu vou ser um bom garoto...
Não viu o sorriso cheio de dentes brancos, mas sentiu mais uma pontada de dor em sua cabeça, e algo líquido e fervente foi colocado em sua boca; algo que não soube identificar. Só teve a chance de ouvir algumas palavras antes de a inconsciência tomá-lo de maneira doce, amenizando as dores, e, ainda assim, aquilo não fazia nem o menor sentido, por mais que sentisse que deixava a resposta para aquilo escorrer por entre seus dedos. O cérebro estava no "piloto automático" quando a cabeça pendeu para o lado, juntamente com um suspiro aliviado ao ter a esperança de que as coisas poderiam melhorar agora.
‒ Bem-vindo ao lar, meu pequeno Doppelgänger... [...]"
