A ressurreição da Fênix Negra
Disclamer:
Como diz uma fanficwriter, que admiro:
Se você reconhecer alguma coisa não é meu.
Resumo:
História que se passa no sexto ano de Harry, com Spoilers do Ordem da Fênix (não lêem se não tiver lido o 5º livro). Uma fusão de mito com aventura. A base da história é a aventura do trio no universo da guerra declarada, agora que Vodermont assumiu que retornou. A imaginação me fez levar a minha visão do sexto livro apoiado nos rumores e entrevistas da J.K. Na verdade eu queria tentar ver o que eu acertaria ou não com esses fatos do sexto livro. A intensão foi adivinhar, a pretensão foi alta, o resultado está aí. Se quiser, me siga.
Capítulo 1 - Marcas profundas
Era mais uma manhã quente de verão na Rua Alfeneiros. Todos os garotos e garotas de Little Whinging estavam brincando e curtindo as férias na rua, no parque, jogando água para todo lado. Todos, exceto um. Harry Potter não saiu de seu quarto o verão inteiro, ficou lá trancado sem falar com ninguém, amargurado em seus pensamentos. No máximo ia a sala de vez em quando para assistir TV, mas só até um de seus tios resmungarem, voltando logo para o seu refúgio.
Para seus impiedosos tios Valter e Petúnia Dursley isso era, o que eles gostavam de relembrar a cada instante, um paraíso. Harry era odiado nessa casa desde a sua fina cicatriz em forma de raio na testa até sua repentina tristeza e melancolia desde a chegada de Hogwarts. Por isso a sua aparente inexistência nesse verão trouxe aos Dursleys uma alegria imensurável. Até mesmo para o seu medroso e imenso primo porco, Duda, tudo voltou as boas, ele costumava se esconder cada vez que ouvia Harry se aproximar de onde estava, entretanto nesse verão Duda mudou, provocava Harry a todo instante, principalmente quando passava pelo corredor que ligavam seus quartos.
- A menininha está tristonha, olha só, acho que eu vi até uma lágrima! Será que ele descobriu que é uma aberração e que ninguém gostava dele... – berrava Duda pelo corredor até chegar ao seu quarto.
Harry não ligava, na verdade nem o escutava, seus pensamentos estavam longe. O verão inteiro ele reviveu em sua mente seus últimos momentos com seu padrinho, Sirius Black, o modo como desceu suavemente por aquele véu com aquele sorriso maroto que retirava toda a tristeza carrancuda que Azkaban, a prisão dos bruxos, e Grimmlauld Place, o esconderijo da Ordem, deixaram nele.
Nem mesmo a carta de seus amigos o animara. Rony escrevera grandes novidades sobre seus irmãos gêmeos, Fred e Jorge, (...eles fazem o maior sucesso, a loja se chama Gemialidades Weasley, incrível como aquelas porcarias que eles produziram o ano passado inteiro vendem, Lino, aquele amigo deles, entrou também como sócio na loja no Beco Diagonal...), segundo Rony, a sra. Weasley estava ... chateada ainda por eles terem desistido de Hogwarts prestes a prestarem os NIEM'S (Nível Incrivelmente Extraordinário em Magia), mas o sucesso de seus produtos fizeram mamãe mudar de humor e agora ela apóia os dois levando lanches para eles almoçarem todo o dia. Até Percy, está dando as caras l� parece ter se arrependido, mas a família ainda está muito magoada com a estúpida atitude dele em se opor a Dumbledore e ele ainda está morando em Londres. Rony ainda tentou comentar o que aconteceu a Sirius, mas Harry não quis saber e parou de ler no mesmo instante.
Hermione estava muito empolgada sobre o seu resultado nos NOM'S (Níveis Ordinários em Magia). Harry eu recebi I de "Inexplicável", estou muito feliz eu ganhei a nota máxima, Harry, nem acredito, meus pais estão empolgadíssimos, mal posso esperar para saber a sua e a de Rony. Por causa disso ganhei um premio, meus pais me deram uma coruja, Harry, e seu nome é Ptolomeu, ele é branco como Edwigesé lindo! Mal posso esperar para nos encontrarmos no esconderijo da Ordem. Rony deve ter contado, vamos nos reunir lá em poucos dias, Harry. Tenho algumas novidades quentíssimas para contar.
Harry não entendeu a última parte, mas nem estava interessado. Estava muito mais preocupado com seus sentimentos e a sensação terrível de nunca mais ver seu padrinho. A saudade era tamanha que o garoto nem se interessou de abrir as cartas de Hogwarts. Cada vez que lembrava de lá se sentia culpado, além disso relembrava todos os acontecimentos terríveis que a sapa velha da Umbridge o fizera passar. Sua mão ainda tinha uma leve cicatriz com os dizeres "Não devo mais mentir" e seu coração ainda estava pesado por ter acreditado que Voldermont havia pegado Sirius. E todos os seus amigos, até mesmo Rony e Hermione, não entenderiam a amargura que estava em seu peito, nunca tinham passado pelo mínimo que Harry já passara.
Tudo piorava quando lembrava as palavras de Dumbledore sobre a profecia só ele poderia matar Voldermont. Isso o deixava louco. Fora esse monstro que o tirara de seus pais, fora ele que mandou Belatriz e os outros Comensais para o Ministério, foi ele que matou Sirius. Esses pensamentos o consumiam, como ele poderia voltar para a escola e ser feliz em um lugar que só te trouxe mais sofrimento? Como ele poderia esquecer tudo o que fizeram ele passar? Harry não agüentava mais perguntas sem respostas, queria voltar para seu mundo e acabar com toda essa lengalenga entre ele e seu inimigo, nem que isso custasse a sua própria vida.
Ao mesmo tempo, que Harry ficava furioso, se sentia só, sem ter com quem contar suas angústias e medos. Voldermont tirou dele a chance de ter um pai novamente... Foi no meio desse pensamento que tio Valter o interrompeu:
- Hei, Potter! – esbravejou tio Valter – Desça já aqui- Harry não se importou em responder, continuou deitado de costas, olhando para o teto embaçado pela ausência de seus óculos. Ele ouviu seu tio subindo as escadas, furiosamente. A relação entre os dois piorara, se isso era possível, desde os acontecimentos do verão passado – Estou falando com você. – disse quase derrubando a porta de tanto esmurrar.
Harry se pôs de pé calmamente colocou seus óculos e vagarosamente foi até a porta. Abriu uma pequena fresta, mas foi empurrado com tanta força que caiu sentado no chão.
- Que foi? – perguntou o garoto irritado – Não disse que queria ficar sozinho!
- Você está aqui o verão inteiro – retrucou tio Valter – sua tia e eu estamos anh ... estamos preocupados – Harry sabia muito bem o que ele queria dizer. Toda a Ordem, principalmente Olho-Tonto, o ameaçara e ele tinha medo que alguém mágico aparecesse ali para fazer algo com ele – v-você t-tem se correspondido com seus anh... seus iguais?
- Sim – disse Harry sem emoção enquanto olhava para a pilha de envelopes intocados na sua cabeceira e relembrava que o verão todo tivera de mandar cartas do tipo Estou bem, Harry – não se preocupe não virá ninguém...
- Então porque gente da sua laia está lá embaixo. Já não disse para não dar esse endereço para ninguém anormal como você. – Harry ficara tão surpreso quanto tio Valter, não esperava visitas em pleno verão, sem ao menos um contato antes – O pior é que tocaram a campainha tantas vezes que acho que queimou e os vizinhos saíram para dar uma olhada, aqueles mexeriqueiros – resmungou tio Valter como se ele e tia Petúnia nunca tivessem espionado ninguém. Harry desceu as escadas e viu sua tia Petúnia ao lado de Duda encolhidos a um canto, do outro lado estavam Sr. Weasley, pai de Rony, Prof. Lupin e Hermione.
- Harry! – festejou Hermione que foi acompanhado por um shhhhh feito pelos outros dois – Tentei avisar o Sr. Weasley que só precisava tocar uma vez, mas ele se emocionou com a invenção dos trouxas para abrirem portas – sussurrou ela enquanto chegava mais perto para um abraço.
- Harry, viemos busca-lo, está lembrado? Desça suas malas. Vamos, bom, vamos você-sabe-onde. A guarda está lá fora. Apresse-se! – exclamou um Sr. Weasley empolgado.
Harry subiu novamente as escadas com Hermione ao seu encalço, não abrira os últimos envelopes, para falar a verdade, Harry nem tinha muito que arrumar estava tudo exatamente igual ao dia em que ele chegara de Hogwarts. Harry quase não havia comido ou dormido, tinha um sono perturbado, acordava muitas vezes durante a noite. Tinha angustia para dormir e medo de sonhar com Voldermont fazendo coisas que ele não pudesse dizer se eram reais ou não. Por causa disso, sua aparência estava horrível, estava muito mais magricela comparado a sua altura e com oleiras profundas e roxas, seus olhos vermelhos e inchados não encaravam Hermione um segundo sequer.
- Estávamos preocupados – disse Hermione com ar maternal – suas cartas não diziam muito, sabe. Então a Sra Weasley pediu a Dumbledore para levarmos você mais cedo a Grimmauld Place, para ver como você estava reagindo as coisas. A guarda resolveu me levar junto para a sede, para evitar alguns imprevistos, meus pais vão para lá amanhã, por segurança. As coisas começaram a acontecer, sabe, mas não devemos falar disso aqui. Seu quarto é bem legal, sabia! – disse a garota reparando no mural com todas as cartas dela e de Rony e pegando a gaiola de Edwiges e colocando perto da porta.
- Hã... não precisava se preocupar, eu estou bem. – mentiu Harry. Hermione deu um sorriso e respondeu:
- Como pode dizer isso? Olhe para você, está horrível, perguntei a seu tio, ele disse que você mal saiu desse quarto. Mas – retorquiu ao ver a expressão de Harry – não vamos falar disso agora. Vamos, o pai do Rony está esperando. Acho que já pegamos tudo. Edwiges foi para onde?
- Saiu para caçar ontem e ainda não voltou. Não se preocupe ela costuma fazer isso às vezes.
Harry pegou o seu malão e desceu as escadas. O Sr. Weasley estava levando uma conversa amigável com um tio Valter contrariado sobre como as maçanetas são importantes para trouxas quando Lupin exclamou:
- Bom, acho que já está tudo pronto. Venha Harry, Hermione, preciso colocar um feitiço desilusório. Prevenções de Mood.
Harry sentiu novamente a sensação de ovo quebrado na cabeça e observou as reações de seus tios. Não podia ser pior. Tia Petúnia levou as mãos à boca, seus olhos de coruja velha iam de uma janela a outra, procurando por algum intrometido que estivesse olhando. Tio Valter segurou o punho da cadeira com tanta força que Harry teve certeza que ficariam as marcas de seus gordos dedos, sua cara ficou toda cor de vinho, mas ele não pronunciou uma palavra. Duda correu para trás do sofá e só aparecia para dar uma espiada com seus olhos cheios de lágrimas. Harry viu Hermione se divertir com isso, enquanto o Sr. Weasley olhava para fora procurando algo nas árvores.
- Vamos garotos, o sinal já foi dado. - Harry seguiu Sr. Weasley e Hermione, logo atrás dele estava Lupin. Quando saíram, ele viu o Sr. Tibbles ir à direção a casa da Sra Figg, e ao olhar para a árvore três bruxos faziam um semi circulo, com suas mãos no bolso, que Harry sabia, estavam segurando suas varinhas. Eram Tonks, Mood e um homem encapuzado. Ao se aproximarem mais, Harry viu um bule trincado jogado ao chão, o malão da amiga e uma coruja branca duas vezes maior que a sua.
- Andem logo – rosnou Mood – não sei se estão nos observando. Esta chave de portal só vai durar alguns minutos.
Tempo suficiente se você parar de reclamar – retrucou Tonks.
Certo, temos de agarra-la todos juntos senão não funciona. Vou contar até três. Um, dois, TRÊS!
Harry agiu rápido, sentiu o solavanco no umbigo natural da viagem e ao abrir os olhos estavam no último lugar onde desejava estar, na cozinha do Grimmauld Place. A Sra. Weasley estava sentada a um canto descascando batatas quando a comitiva chegou. Ela limpou suas mãos no avental e disparou a falar:
- O jantar vai ficar pronto daqui a pouco. Hermione, querida, você pode se ajeitar lá em cima.
Pode deixar, eu ajudo. – disse Tonks prestativa.
Arthur, você pode dar comida ao Bicuço para mim estou muito atarefada.
Pode deixar, querida. Mood pode me ajudar com isso?
Lupin você podia levar as coisas do Harry e avisar aos garotos para descerem daqui uma meia hora para jantarem?
Claro. - Ele passou por Harry e despenteou seus cabelos carinhosamente, o garoto ia acompanha-lo quando a Sra Weasley o chamou:
Harry, querido, gostaria de conversar um pouco com você, posso?
Harry fez um sinal com a cabeça, contrariado, teve a ligeira impressão de que a Sra. Weasley estava querendo deixa-los a sós todo o tempo. Ele observou a porta se fechar lentamente e olhou pesaroso para o canto da cozinha onde Sirius costumava ficar durante suas conversas. A Sra. Weasley o observava e desabafou:
- Também sinto falta dele, sabe. Não concordávamos mas Sirius costumava ser muito gentil quando queria. – Harry apenas a encarou, ela deu um forte suspiro e disparou – Estávamos muito preocupados com você. Eu realmente achava que você merecia companhia melhor nesse verão, por isso convenci Dumbledore a deixar você aqui conosco. Achei que fosse gostar. – Harry ainda não dizia nada, não se sentia bem em estar naquele local, mas não ia admitir isso – Suas cartas não mencionavam muita coisa de como os Durdleys estavam te tratando, por isso tive um incentivo dos demais. – Harry virou de costas, uma lágrima estava preste a escorrer de seus olhos - Deve ser muito difícil para você voltar aqui, Harry, eu entendo que você quer ficar sozinho e não tocar no assunto, mas queria te dar meu apoio. – disse a Sra. Weasley se aproximando lentamente. Harry não podia conter as lágrimas e sentia raiva por isso, não queria ninguém com pena dele.
- Harry, sei que está sofrendo. Venha c� querido – ela lhe estendeu a mão, Harry se virou, mal conseguia enxergar a Sra. Weasley, por trás de seus óculos. Ele apertou a sua mão e recebeu um puxão para um forte abraço de mãe. Chorou sem se conter, fazia dias que queria chorar assim e se continha, soluçava baixinho e recebia pequenos afagos no cabelo. – Chore, querido, chorar faz tudo passar.
Depois de alguns minutos, Harry se afastou e se sentou no banco. A Sra Weasley lhe deu um lenço e um prato de sopa bem quente. Harry enxugou as lágrimas, a Sra. Weasley se sentou ao seu lado e eles começaram a conversar. Era incrível como a Sra. Weasley conhecia bem seu padrinho apesar de serem parentes distantes, contava das travessuras da escola e a amizade com seu pai a trapalhadas amorosas e sua quase carreira artística, depois, aos poucos o assunto foi mudando. No final, Harry estava bem mais calmo, ainda sentia aquela tristeza de quando chegara, mas era como se um fino fio de fogo tivesse ascendido em seu coração e ele reparou que precisava ter feito isso desde o começo.
Agora sentia que poderia tocar no assunto com as pessoas, sem se sentir tão pesado, ou um bebê chorão. A Sra. Weasley o deixou bem à vontade e isso o animara um pouco, não como ela gostaria, Harry tinha certeza, mas pelo menos ele conseguira engolir comida, coisa que não fazia há dias.
Sra. Weasley?
Sim.
Gostaria de lhe agradecer. Foi... foi muito bom...
Eu sei, querido. Não precisa me agradecer, só fiz o que achava que fosse o melhor para você. Estarei aqui quando precisar. Qualquer coisa, pode ser só para um cafuné, mas será de coração, como a um de meus filhos.
Obrigado. Eu nem sei o que dizer. – E não sabia mesmo, não sabia descrever o que estava sentindo. Seu desabafo foi um alívio, sentia como se tivessem lhe arrancado um peso de dentro dele. "Acho que era como minha mãe faria" pensou ele. Isso lhe encheu o coração.
NA: Gostaria muito de reviews, demorei para fazer a FIC, na verdade demorei para publicar, quero saber o que as pessoas acham, sei lá mesmo que for pra criticar.
Bjos
Lessa
