Acordei com o barulho de meu despertador, era hora de trabalhar ou pelo menos seria se não tivesse pedido demissão, não que meu pedido já tivesse chegado a meu supervisor, mas eu havia decidido que não iria voltar ao laboratório, e tinha motivos para isso.

Quais são eles? Amor, desilusão, sofrimento, desejo... Todos que poderão estar relacionados com meus sentimentos por ele, Gil Grissom. Sabe, às vezes eu acreditava que era questão de tempo ate ele perceber meus sentimentos por ele, às vezes eu realmente achei que ele havia percebido e só não se deixava levar por ser meu supervisor e não querer jogar seu trabalho fora, só que eu não queria nada alem de seu amor.

Teve um tempo também que cheguei a acredita que ele simplesmente só me via como sua subordinada. Mas agora, esses dias as coisas mudaram. Eu vejo seu desejo por mim, vejo também seu desprezo, é como um jogo tem o dia de deixar a Sara contente e imaginando mil coisas por certas palavras e o dia de deixar a Sara mais triste e confusa do que nunca. Mas eu cansei desse jogo, e mesmo querendo esta ao seu lado, sentindo seu cheiro não posso mais desperdiça o resto de vontade de viver que ainda tenho.

Mas será arruma as malas de volta a São Francisco a solução? Por enquanto acredito que sim... Pelo menos ele se livrara de mim, e mesmo que minhas noites ainda sejam ocupadas pela solidão e desejo que ele me proporciona acredito que será melhor assim. Afinal o que adiante ter uma pessoa perto de si, esta com ele todo instante se não pode tocá-la e mostra o quanto a ama além de sofrer? Nada, por isso prefiro sofre longe dele, quem sabe um dia não me contente e aprenda a viver com esta vazio.

Terminei de arruma algumas coisas e as guardei, hoje a noite vou pegar o avião e parti para longe de Las Vegas. Sei que é egoísmo meu ir assim de repente, deixa todos que fazem parte da minha família, as únicas pessoas que eu tenho. Mas nada mudara o que sinto em relação a eles.

Joguei-me no sofá e quando estava preste e liga a televisão ouvi alguém batendo na porta, levantei sem a menor vontade e assim que a abri fiquei surpresa com que encontrei me encarando.

–Grissom? O que esta fazendo aqui? –Perguntei assim que o vi.

–Posso entra?

–Claro. –O respondi dando passagem, a principio não tinha percebido o motivo de sua presença em meu apartamento ate que vi um papel em sua mão que logo identifiquei o que era. –Se veio me fazer muda de idéia esta perdendo seu tempo, como pode vê estou de malas prontas para da o fora daqui.

–O que aconteceu para tomar esta decisão? –Ele perguntou exibindo meu pedido de demissão.

–Vai banca o investigador comigo agora?

–Para descobri porque que minha subordinada vai deixar a equipe sim vou banca o investigador. –Ela me respondeu calmamente, sim Grissom estava disposto a ouvir, mas eu não estou disposta à fala.

–Boa sorte. –Disse me sentando no sofá, ele apenas me olhou tentando me entender.

–Então é isso? Você vai embora sem dar explicações a ninguém? Nem aos outros? Nem para dar adeus?

–Como se isso te importasse. Veio me acusa de ser desumana? Já parou de pensar em suas atitudes?

–Do que você esta falando? É você que esta indo embora. –Suas palavras aumentaram ainda mais minha raiva, para varia ele não reparou em mim, não reparou em como me sinto, mas é ele que quer saber então...

–Por sua causa! –Gritei levantando do sofá e ficando bem a sua frente. –Por sua causa eu vou embora! Por sua causa eu choro todas as noites e as passo sozinha! Por sua causa eu estou para pegar o maldito avião para bem longe! Será que deu para entender agora?

Meu dedo já estava apontado para direção de seu rosto, todo meu sofrimento existente por causa do que sinto por Grissom se demonstrava em sua frente, eu iria embora mesmo e não podia mais guarda isso dentro de mim.

–Do que esta falando?

–Do que eu estou falando Grissom? Você sabe muito bem do que eu estou falando! Você sabe muito bem o que sinto por você há anos! Você sabe que eu te amo droga! E o que você faz a respeito disso? Piora ainda mais! Eu to cansada de você e sua indecisão! Você não faz nada alem de me disser para ter uma vida! Só que nem você tem uma vida prazerosa para me mandar ter uma!

–Você não sabe nada sobre minha vida. –Ele disse friamente segurando meu pulso tirando meu dedo de sua frente.

–Então me conte. –Pedi sentindo o calor de sua mão em minha pele.

–Não faz diferença voce vai embora mesmo.

–Faz para mim. –Disse sorrindo sem querer, eram quase as mesmas palavras que ele uma vez havia me dito.

–Como vou saber? –Ela perguntou novamente calma mais ainda me segurava.

–E como eu vou saber? Pode ser sua ultima chance, a escolha é sua. –Ela suspirou e me soltou, mas a mesma mão percorreu meu braço ate chega a meu rosto o tocando suavemente.

–Quem disse uma vida prazerosa? Meu prazer é poder fica todos os dias perto de que tenho prazer mesmo ela não sabendo. E sabe por que ela não sabe? Porque ao invés de eu disser que a ama, eu a digo para ter outra vida. E eu faço isso porque a amo, porque não quero que ela se condene ao meu lado, não quero que ela perca a vida que ainda tem, corra o risco de perde o emprego que tem. Eu só tento a proteger de mim e de dela mesmo. –Suas palavras me fizeram derrama uma lagrima da qual ele enxugou, e ainda sem acredita nelas eu perguntei:

–Quem seria ela?

–Você sabe. –Ele me respondeu trazendo meu roto para junto do seu e assim juntando nossos lábios. O beijo começou calmo, ambos de nos descobria o gosto do outro, descobria o que desejávamos há muito tempo.

–É um erro. –Ele disse nos separando.

–Só se você acredita nisso. –Disse e o beijei e ele não me impediu pelo contrario o intensificou ainda mais. Quando dei por mim já estava deitada em minha cama e Grissom me admirava, e foi em seu olhar que eu percebi, estava juntos de verdade.

–Gil... –Sussurrei e ele entendeu que era um pedido então o cumpriu.

Acordei no dia seguinte com a luz do sol batendo em meus olhos, mesmo assim não os abri, em minha mente ainda permanecia as imagens da noite anterior, eu e Grissom juntos, como eu sempre sonhei. Um sorriso brotou dos meus lábios então eu abri meus olhos o procurando, mas encontrei o outro lado da cama vazio apenas com seu cheiro.

–Gil. –O chamei mais apenas o silencio me respondeu. Olhei para o lado e vi um papel e o peguei não me lembrando de esta ali antes, ate que percebi a letra de Grissom.

Sara,

Não tenho tempo expediente começara e eu não trabalhei ontem por causa de nosso incidente. Quero lhe pedir desculpas pelo que eu fiz, foi errado, sei que disse que lhe amo mais depois percebi que cometi um engano. Não posso simplesmente abri mão de tudo, não posso me atira de cabeça nisso não é eu. Perdoe-me, mas é melhor você voltar para São Francisco.

Gil Grissom.

Larguei a papel onde achei, vesti uma roupa, segurei minha vontade de chora, peguei minhas malas e sai dali o mais rápido que pude para São Francisco, não importa se havia vôo ou não, só importa ir para longe do homem que amo, agora mais do que nunca.