Casais: KaixTyson, ReixMax

Classificação: Yaoi, Lemon, Aventura, Darkfic


Torneio Milenar - Capítulo um

- Sr. Dickenson?

O homem virou-se e deu de cara com a mulher que o chamara. Ela tinha por volta de trinta anos, longos cabelos negros e pele bronzeada.

- Posso ajuda-la, senhorita...?

- Perséfone. É um prazer conhecer o criador dos Bladebreakers.

O senhor sorriu.

- Uma fã, creio eu?

- Quase. Eu estou aqui para entregar um convite. – respondeu a morena – Já ouviu falar do torneio milenar?

- Creio que não...

- É um torneio de feras-bit que acontece na Índia de tempos em tempos. Os Bladebreakers estão convidados a participar.

- Verdade? Os garotos ficarão felizes em ouvir isso.

Perséfone entregou-lhe um envelope.

- Aí dentro está todos os detalhes do torneio e passagens para Nova Délhi.

- Eu falarei com eles.

- Ótimo. Creio então que no veremos lá. – disse a mulher, seus olhos azuis brilhando de satisfação.

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- Torneio milenar? – perguntou o neko-jin, deitado na cama, ainda machucado pela luta contra Brian.

- Sim. Na Índia.

- Wow, um novo torneio! Nós vamos participar, né? – exclamou Tyson, sem se conter na cadeira.

- Claro! Pelo menos eu vou! – disse Max com a mesma empolgação.

Encostado na parede, Kai revirou os olhos, estranhamente acostumado com o jeito dos dois.

- E então, os Bladebreakers irão? – perguntou o Sr. Dickenson.

- Kai? Você devia responder, afinal, você é o capitão.

- Hunf. – grunhiu o jovem, pensando.

- Por favor? – disse Tyson, seu nariz se encostando no nariz do outro num instante.

Kai piscou, surpreso. Porque ele tinha que estar tão perto? E com aqueles olhos pedintes?

- Kai... – implorou o jovem de cabelos azuis.

- Ta bom. Nós iremos.

- Sugoi! – gritou Tyson, abraçando empolgado seu capitão. O outro jovem corou levemente pelo gesto dele.

- Ótimo! – sorriu Chief.

- Você terá que se curar completamente para o torneio Rei. – disse o loiro, olhando para ele, sorrindo.

- Eu irei Maxie, não se preocupe. Não perderia isso por nada. – disse o jovem, seus olhos dourados brilhando.

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Sangue. Sangue por todos os lados. Tyson caminhava por ele, chocado. Onde estava?

Um corpo. O jovem se aproximou dele, cauteloso. Mas antes que o alcançasse, a pessoa abriu os olhos.

Petrificado, Tyson viu Kai se levantar. O jovem estava chorando, lágrimas de sangue. Ele estendeu uma mão pálida e machucada na sua direção.

- Tyson...me ajuda... – sussurrou a fênix numa voz estrangulada.

Tyson acordou assustado, seu corpo tremendo fortemente. Ele decidiu levantar-se e tomar algo para se acalmar.

Na cozinha, o dragão engoliu a água gelada com rapidez, sentindo-a congelando sua garganta, mas nem ligando. Que raios fora aquele sonho? Ele não podia evitar em sentir uma pontada em seu peito quando lembrava do estado machucado do seu capitão. Ele se parecia com um zumbi ou algo assim.

Tyson tinha um segredo. Ele gostava de Kai. Muito. Sempre se pegava pensando como seria beijar aqueles lábios cheios e arrogantes. Aquele sonho o deixara preocupado. Parecia até...um aviso, ou algo assim. Ele não gostava daquela sensação.

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- Você tem certeza disso? – perguntou o Sr. Dickenson mais uma vez.

- Sim, senhor. – respondeu Kai nervosamente, mas não demonstrando.

Os Bladebreakers estavam numa sala de segurança. Naquela manhã a polícia havia encontrado os corpos de Boris e Voltaire, junto com outros guardas, mortos no complexo onde eles estavam detidos antes da transferência de prisão. Agora, estavam checando as fitas de segurança, uma tarefa particularmente difícil para o capitão do time.

Um longo e escuro corredor apareceu no monitor. Havia cinco policiais a postos, com rifles. De repente, algo brilhou na penumbra e um por um eles caíram, mortos, seu sangue se espalhando pelo chão.

- O que foi aquilo? – perguntou Rei, seus olhos felinos se estreitando.

- Vamos ver. – disse o oficial das câmeras. Ele congelou a imagem e aumentou-a, melhorando a qualidade.

- Não acredito! – exclamou Chief?

- Uma...beyblade? – disse Max, incrédulo.

- Uma beyblade com lâminas na ponta. – completou o pequeno gênio, digitando no seu laptop – Se esse brilho é tudo que vemos na velocidade normal, significa que ela é muito rápida e tem um forte poder de destruição. Não é à toa que... – ele engoliu em seco.

Tyson olhou de relance para Kai, vendo-o se remexer desconfortável. O mau pressentimento da noite passada voltou com força total.

O segurança voltou a deixar a fita correr e então viu uma sombra passar pelo corredor assim que todos os guardas foram mortos. A sombra pegou a beyblade na mão e então se abaixou, retirando a chave de um dos cintos dos guardas, caminhando até a porta da Cela de Boris e abrindo-a.

- Esta fita é da câmera de segurança da cela do Boris. – informou o segurança, ligando outra tevê.

O quarto limpo e com poucos móveis estava iluminado apenas pelo luar que transpassava as grades da janela. O homem estava sentado na cama e ele apenas encarou a sombra parada a porta. Seus olhos se arregalaram em reconhecimento.

- Você?

- Vejo que quinze anos não foram suficientes para me esquecer Boris. – a voz, feminina, ecoou no quarto. Ela se afastou da porta, andando na sua direção.

- Difícil esquecer de alguém como você. – comentou o homem, com uma ponta de ironia na voz, erguendo-se da cama.

- Como se sente fracassando? – perguntou a pessoa de repente – Deve ser doloroso ver suas ambições ruindo dessa maneira e ainda por cima sendo preso não?

- Parece estar se divertindo com a minha desgraça. – comentou o homem.

- Ah...eu estou. Muito. – ela se aproximou e tocou no peito dele de leve com os dedos – Mesmo porque eu sofri por causa da sua ambição. Nada mais justo do que comemorar seu fracasso não acha?

- Veio só me visitar querida? – disse Boris desdenhoso, tocando nos cabelos, que eram negros.

- Não. – ela encarou-o – Vai haver um novo torneio milenar. E os Bladebreakers vão participar.

- O que?! – ele soltou o cabelo dela e empurrou-a – Isso só pode ser armação sua!

- É claro que é. – ela riu – Mais do que nunca eu quero lutar contra Kai Hiwatari...e esmaga-lo com minhas mãos.

O jovem capitão arregalou os olhos ao ouvir aquilo. Todos os integrantes do time franziram o cenho, preocupados.

- Você não conseguirá vence-lo. Eu mesmo o treinei e acredite, ele é muito forte. E domina a Dranzer perfeitamente.

A jovem riu.

- Não me subestime Boris. Muita coisa mudou em quinze anos não sabe? – ela acenou a mão no ar com descaso – Mas essa não é a questão.

- Saia daqui.

Ela se aproximou e tocou no rosto dele delicadamente.

- Você se esqueceu Boris? Todo aquele que tenta me enfrentar...morre.

O homem riu.

- Não seja infantil Perséfone! Esse lema nunca passou de uma brincadeira ridícula sua!

Ela riu baixinho. Logo ele ofegou e sangue começou a sair da sua boca. A morena torceu a lâmina da adaga enfiada no coração dele.

- Quem disse que era uma brincadeira...Boris? – ela se afastou, retirando a adaga e vendo-o cair no chão, agonizante.

Com cara de descaso, ela foi saindo da cela do homem e calmamente se dirigiu até a cela do avô de Kai, Voltaire. A porta se abriu com violência e num movimento rápido, ela prensou-o o velho contra a parede, dizendo:

- Pensou que conseguiria me destruir maldito? Pois saiba que eu vou realizar minha vingança.

Ela cortou a garganta dele e viu-o engasgar no próprio sangue, caindo no chão. Ela sorriu e jogou a adaga no chão. Então seu olhar voltou-se para a câmera de segurança de repente. Ela sorriu e disse.

- Sei que vai ver essa fita depois Kai Hiwatari, então preste atenção. Nem tente fugir do torneio...recusar o convite vai significar a morte dos seus companheiros. Quero você na Índia onde vou acabar com você...naquela arena.

O silêncio mortal cortava a pequena sala enquanto eles viam a jovem sair da cela e depois disso não havia mais registros de onde ela pudesse ter ido. Kai estava mais pálido que o normal e Tyson percebera. Ele sentou ao lado dele e pegou na sua mão timidamente.

- Kai? Não se preocupe, nós iremos a esse torneio e venceremos ela.

O capitão encarou-o, suas iria vermelhas preocupadas. Algo em seu intimo lhe dizia que não seria tão simples assim.

CONTINUA.