O Abraço

Eu senti a minha face corando quando ele se aproximou para cumprimentar Teddy e eu pelo nosso casamento. James Sirius Potter, o menino problema da família, estava muito bem vestido, mas os cabelos arrepiados como sempre. Um enorme paradoxo em sua aparência.

Ele era um menino de apenas quinze anos na ocasião do meu casamento com Teddy. Ainda assim, eu sentia ciúmes da amizade e da intimidade que os dois possuíam, porque eu conhecia o meu marido e sabia que aquela relação não era normal.

O abraço que eles trocaram quando James deu-lhe os parabéns não foi um abraço de irmãos ou de amigos, mas algo muito mais profundo. Eu podia sentir o carinho que Teddy colocava naquele contato. Eu não conhecia James o suficiente para saber o quanto estava sendo carinhoso, mas o garoto não era dado a abraços, por isso supus que o contato também era especial para ele.

Não se separaram completamente. As mãos tocando os ombros do outro, eles trocaram um olhar profundo, cheio de sentimentos que não pude entender. Percebi, então, o quanto meu ciúme era infundado.

A troca de sentimentos era intensa e havia muito que eu não reconhecia ali, mas soube que era apenas por não partilhar o que os dois possuíam. Em Teddy, eu reconhecia cada detalhe do olhar, porque aquele era o que ele dirigia a mim. O carinhoso abraço que ele também me dava.

Soube que não precisava sentir ciúmes, porque James jamais me tomaria o meu marido. Afinal, ele não possuía nada que eu não possuísse. Éramos iguais no amor que Teddy sentia.

Engraçado como algo simples como um abraço e uma troca de olhares diz mais do que tantos anos convivendo junto com uma pessoa.