Desclaimer: Sam e Dean não me pertencem, apenas o personagem Bile que é de minha autoria. Essa história é uma ficção e eu não ganho dinheiro com ela. Qualquer semelhança com a realidade é mera coincidência.

Titulo: Máscaras do ciúmes
Autora:
Alicia Darcy
Beta-Reader:
Eu mesma
Fandom: Wincest / Supernatural
Classificação:+18
Sinopse: Às vezes precisamos perder para enxergar algo que está diante dos nossos olhos. Quanto sofre um coração vazio do amor que lhe foi afastado?

Avisos: Trata-se de um relacionamento homossexual e entre irmãos com cenas de sexo. Se não gosta, não perturbe o meu juízo com críticas e procure outra história para ler, mas se gosta, boa leitura.

Capítulo 1 — Mal entendido

— Dean, Bile não me passou uma cantada! Ele foi apenas simpático! Esqueceu que somos amigos? — Sua voz era puro desespero. Não queria mais brigar com o irmão.

— Simpático? Não me faça rir, Sammy! Aquele filho da puta passou a mão em você que eu vi!

O mais novo o olhava incrédulo não acreditando nas palavras que ouvira.

— EU ACHO QUE VOCÊ ESTÁ VENDO O QUE NÃO EXISTE, DEAN WINCHESTER! — Gritou. O mais velho às vezes o tirava do sério.

— E VOCÊ ANDA MUITO OFERECIDO PARA QUALQUER UM QUE SORRIA PARA VOCÊ, SAMMUEL WINCHESTER!

Rebateu o grito, mas se arrependeu na mesma hora. Suas palavras duras atingiram os sentimentos do jovem Winchester que sem conseguir esconder as lágrimas, ficou de costas para o irmão falando magoado, embora em um tom baixo:

— Então, você acha que eu permitiria alguém me tocar, Dean? Acha que eu me entregaria a outro alguém mesmo te amando como eu te amo?

O loiro não estava preparado para o que ouviu. Suas palavras duras e infundadas havia ferido os sentimentos do seu irmão, seu amor, sua vida.

— Sammy... Eu...

— Não, Dean! Não fala nada, ok? Está tudo bem. Vou sair um pouco, dá uma volta.

E antes que o mais velho pudesse tentar persuadi-lo a ficar, abriu a porta e saiu na escuridão daquela noite fria. Precisava esfriar a cabeça. Precisava digerir a dor de mais uma discursão com o irmão.

Dean sentou na grande cama de casal no meio do quarto, cabisbaixo, tendo as mãos entrelaçadas em seu colo. Estava cansado, cansado de quase tudo; dessa caça desenfreada de monstros e fantasmas, do mal aleatório que a cada dia machucava pessoas inocentes, dessa guerra entre Deus e o diabo, mas principalmente, cansado do seu ciúme. Por Deus! O que faria para mudar esse comportamento? Amava Sam e nem mesmo o mais poderoso dos arcanjos podia definir o sentimento que ele tinha pelo irmão. Porém, era possessivo e não dava brecha para o garoto se afastar do seu domínio. Tinha medo de perdê-lo, de que ele se machucasse. E o pior de todos os medos, o motivo de sua insegurança; medo que seu Sammy se apaixonasse por outra pessoa mesmo ele dando provas de que o amava incondicionalmente.

O problema só se agravou quando há pouco tempo, ao saírem para mais um lanche noturno, Sam e Dean encontraram Bile, um grande amigo de Sam desde a época do colegial. Ele estava em Albuquerque há três dos quinze dias que passaria na cidade naquela cidade apenas curtindo férias.

Dean chorava permitindo que as lágrimas teimosas banhassem o seu rosto lembrando a primeira vez em que ele e o irmão ficaram juntos quando finalmente assumiram o que sentiam um pelo outro, há exatos três anos, em um mesmo quarto de motel barato, em uma mesma cama grande ocupando o centro do quarto. Aquele, sem dúvidas, foi o segundo dia mais feliz de sua vida. Sim! Segundo, porque o primeiro foi quando o seu Sammy veio ao mundo para preencher sua vida de amor.

Flash back on...

Dois de maio de dois mil e oito, sexta-feira. Aniversário de Sam. Como sempre os garotos estavam em mais um motel barato, aguardando o retorno do pai. Nevava muito naquela noite e os rapazes não podiam sair. Seria uma imprudência Dean levar o irmão para algum lugar enquanto a neve caia torrencialmente cobrindo a cidade de Albuquerque de um branco vívido e perolado.

Resolveu então comemorar os dezenove anos do caçula naquele pequeno quarto regado ao barulho do fogo estalando na lareira, o vento gelado soprando forte contra as duas janelas de vidro e algumas latas de cervejas acompanhadas por tortas de chocolate e hambúrgueres com carne mal passada, bem ao estilo Winchester.

Mas, naquela noite, muito mais aconteceu além de uma simples confraternização entre irmãos. Segredos foram revelados e um amor não fraternal escondido entre os sentimentos de dois jovens gritou para ser libertado. A ocasião foi mais que oportuna.

Levados pela desinibição causada pela ingestão de álcool, a comodidade daquele quarto pequeno e o embalo da alegria de ambos, aconteceu o esperado: Sam se entregou a Dean, sem limites, sem barreiras. A virgindade do seu corpo fora entregue sem medo ou protestos, embora sua alma já pertencesse ao mais velho. Desde sempre.

Agora, deitados frente a frente na grande cama de casal no meio do quarto, iluminados pelo claro do fogo que crepitava na lareira, Sam e Dean perdiam-se em seus olhares tendo a nudez de seus corpos cobertos apenas pelo fino lençol branco denunciando a entrega de instantes.

Eu já disse que te amo! — A pergunta do mais velho soou como um sussurro apaixonado.

Não! Não, hoje! — O caçula respondeu no mesmo tom.

Eu te amo! Eu sempre vou te amar! E se houver outras vidas, com certeza eu vou continuar te amando em qualquer uma que venhamos a nos encontrar.

Eu também te amo, Dean! E se existir outras vidas, fique certo que em cada uma eu vou te procurar!

Era verdade. Amavam-se. Finalmente assumiram seus sentimentos. Depois de muita luta interna por parte de ambos, depois de muitas lágrimas derramadas em noites solitárias ou mesmo mulheres quaisquer que o mais velho fazia questão de sair. Nada disso adiantou. Amavam-se e juntos deviam estar.

Naquela noite dormiram abraçados, pois tão logo veio o diálogo após o ato de amor, veio o sono. E então, vencidos pelo cansaço, os Winchesters adormeceram um nos braços do outro. No dia seguinte, tinham uma nova vida para juntos trilhar.

Flash back off

Perdido nas lembranças de tempos mais felizes Dean adormeceu sozinho. Em seu rosto as manchas das lágrimas de dor. Em sua alma a tristeza de mais uma vez ter ferido aquele que mais amava com seu ciúme irracional. Tinha tanto medo de perdê-lo que não percebia que sua atitude movida pelo ciúme e insegurança o levaria a perder. E essa era uma realidade que não suportaria. Jamais!

S&D

Sam caminhava sozinho pelas ruas semidesertas de Albuquerque. Chegaram ontem, antes das seis da manhã, para resolver o caso de um espírito vingador que amaldiçoava famílias que morassem em seu antigo lar; uma velha casa abandonada perto do lago Kentucky. Partiriam amanhã ao entardecer já que o caso havia sido resolvido essa tarde. Precisavam apenas da confirmação de que o trabalho estava mesmo encerrado. No entanto, arrependera-se por pedir isso ao irmão, porque ironicamente encontraram Bile, um grande amigo seu no qual Dean sempre encrencou. Seu irmão afirmava que o rapaz queria mais do que amizade.

Nossa! Estava cansado. Cansado de brigar com Dean, de sentir-se só mesmo estando em sua companhia, de chorar por causa de suas duras palavras toda vez que brigavam. Não merecia isso. Afinal, era fiel e nunca deu motivos para o irmão duvidar do seu amor. Mas, há mais de seis meses Dean se mostrou inseguro, temeroso e possessivo. E então, como uma sombra, esses sentimentos vem perseguindo o relacionamento dos dois. Tudo isso por um único motivo: medo de lhe perder.

Dean! Você é um idiota!

Murmurou enquanto continuava andando com a cabeça baixa e as mãos dentro do bolso. Tinha como única companhia as lágrimas que emolduravam sua face jovem e carente. Sim! Estava carente, pois o único que podia lhe devotar amor verdadeiro focara-se demais no medo de perdê-lo.

— Deus! Por quê?

Angustiado e sozinho, sentou próximo à fonte de um anjo cuja água jorrava das cordas de sua arpa em granizo. Observava-a ao mesmo tempo em que a invejava. O anjo tinha em seu rosto uma expressão de paz. Era tudo o que precisava no momento.

— SAM!

O barulho de alguém gritando o seu nome o tirou de sua contemplação. Voltou o olhar em direção ao som. Bile corria ao seu encontro e acenava sorridente.

Bilerray Andrew Hudson, mas conhecido por Bile. Um rapaz loiro e belo que conhecera quando tinha quatorze anos no único colégio em que estudara quatro meses contínuos; O High School Independence, na cidade de Santa fé, novo México. O rapaz também foi o único com quem conseguiu manter contato devido as constantes mudanças de cidade do pai. O mesmo que Dean quase socara na lanchonete há algumas horas atrás.

— Cara! Que bom te encontrar duas vezes no mesmo dia! Eu pensei que... — Parou de falar no momento em que viu a face do garoto molhada pelas lágrimas.

— Ei, Sam! O que aconteceu? — O rapaz perguntou visivelmente preocupado com o amigo sentando-se ao lado dele para tentar fazê-lo desabafar.

— Eu... Eu... — A voz não saia. Sentia um nó formando-se na garganta.

— Vai ficar tudo bem, meu amigo! Vai ficar tudo bem!

Bile o abraçou no momento em que Sam recomeçou o choro compulsivo. Trouxe-o de encontro a seu peito afogando-lhe os cabelos escuros. Tentava lhe passar algum conforto e segurança.

— Onde está o seu irmão? Vou levá-lo até ele.

— Nã-Não! Dean... Não... por-por favor! — Gaguejava devido às lágrimas. Temia uma nova crise de ciúmes do mais velho.

— Calma! Tudo bem! Quando você estiver mais calmo vou levá-lo então. Que tal?

O garoto concordou com um aceno de cabeça. Ainda abraçado ao amigo.

— Agora venha! Vamos para o hotel em que estou hospedado. Não vamos ficar aqui em meio a esse frio. Vamos!

Mesmo relutante o jovem aceitou. Não ganharia nada ficando sozinho em uma cidade estranha, em pleno inverno. Segui-lo-ia e quando estivesse melhor ligaria para Dean pedindo que ele o buscasse há alguns quarteirões de onde o amigo estava hospedado.

Bille era seis anos mais velho que Sam. No auge dos seus vinte oito anos era um jovem advogado bem sucedido financeiramente, com uma família acolhedora e um futuro promissor. No entanto, desde que conhecera Sam, nutria por ele um sentimento diferente da amizade. Mas, sempre o camuflou em uma heterossexualidade que nunca existiu. E agora, vendo o garoto tão triste e vulnerável, esperava ter uma oportunidade com ele, não se aproveitaria, mas esperava mostrar que podia fazê-lo feliz, assim ele permitisse.

Apesar de Sam ser alto, Bile era uns cinco centímetros mais alto do que ele, por isso quando o garoto caminhou abraçado ao amigo em direção ao seu carro, o mais velho agradeceu internamente por isso. Havia se esquecido de como Sam era afetuoso e não tinha vergonha de se deixar abraçar pelos amigos.

S&D

Acordou sozinho. Estava abraçado ao próprio corpo e vestido com uma de suas roupas habituais. Abriu os olhos divagar, pois a claridade da luz laranja ofuscava sua visão. Virou o corpo à procura de Sam. Ele não estava lá. Olhou preocupado para o relógio de pulso constatando que passava das cinco da manhã. Sobressaltou-se. Seu irmão dormira fora.

— Sammy! Onde você está?

Faloualto após se levantar sobressaltado. Temia que algo de mal tivesse acontecido a ele.

Rapidamente, o loiro ajeitou sua roupa amarrotada, passou as mãos pelos cabelos na tentativa de ajeitá-los e pegou a carteira e as chaves do Impala correndo em direção à porta. Procuraria por Sam nem que precisasse revirar aquela cidade.

Mas, ao abrir a porta da frente, antes de mesmo de cruzá-la, um carro modelo SUV prateado com reluzentes vidros fumê estacionou na garagem do motel. O coração de Dean falhou em uma batida, pois apesar de não saber de quem se tratava, sentiu algo perturbador quando o veículo estacionou.

A sensação ruim que sentira foi como uma brisa leve se comparada à dor que se apossou de seu coração ao ver o seu irmão. Do lado do passageiro, Sam descia sorridente conversando à vontade com alguém que Dean logo percebeu tratar-se de Bile que ao descer do lado do motorista, sorria abertamente e gesticulava para Sam como se estivessem presos em um assunto do qual nenhum dos dois queria se afastar.

Dean!

O sorriso do moreno morreu em seus lábios. A autoconfiança reestabelecida deu lugar ao medo da perda porque além de chegar àquela hora, estava ao lado de alguém no qual seu amor nunca suportou. E pego de surpresa e sem saber como reagir, o nome do irmão foi a única palavra que saiu de seus lábios trêmulos.


Boa noite!

Estou postando mais uma história em três capítulos proposta pela Totosay. Esse início foi mais curto, mas o segundo capítulo ele será bem mais explicativo e muito mais detalhado. Espero que gostem e comentem, pois seus rewies são incentivos para os escritores escreverem cada vez mais.

Não se preocupem! Os rewies de Sweet August serão respondidos hoje e mais um capítulo também de Sweet August vai ser postado hoje entre oito e trinta e nove da noite, lembrando que onde moro não tem horário de verão, então...

Beijos e um excelente início de semana.