Domo pessoal
Lembrando-se do final do ano, quando eu desafiei Hana-Lis para uma fic de casais improváveis e assim nasceu "Luna" a fic escrita por ela com MdM e Shina de protagonistas, com direito a terno Armani e nosso canceriano fofo, sendo um italiano de verdade.
Pois bem, Hana-Lis pediu revanche e agora, foi ela a escolher a nova rodada de casais improváveis. Onde ela nos trás Ikki e Jisty como ninguém nunca viu. Então, como parte da desforra dela, trago a vocês "Entrando Numa Fria", com outra dupla do desafio "O improvável Acontece".
Espero sinceramente que gostem da história e ademais, boa leitura!
ENTRANDO NUMA FRIA
BY DAMA 9
Nota: Os personagens de Saint Seya não me pertencem, mas eu amo o Saga mesmo assim.
Em resposta ao desafio da Hana-Lis "O improvável acontece".
Capitulo 1: O Padrinho.
.I.
É, tem gente que diz que vida de casado não é fácil, realmente, não deve ser nada fácil mesmo. Acordar todos os dias com a mesma pessoa, café, almoço e jantar vivendo naquela rotina muitas vezes tão maçante. Sem contar é claro, crises de histeria, TPM e irritação quando chega as quartas-feiras e o jogo de futebol começa a passar na televisão.
Muito maçante, deve ser terrível viver assim. O pior de tudo é quando vêm os filhos, a rotina torna-se ainda pior, porque vem às noites insone ninando os bebes, as mamadeiras para esquentar, fralda para trocar. Enfim, tudo isso e mais um pouco... Definitivamente eu não desejo essa vida pra ninguém. Bem, pelo menos para ninguém que queria me convidar para ser padrinho.
Porque é aqui que começa o meu drama, ou seria a terrível sina de todo melhor amigo?
-Vôo 375 de Moscou acaba de desembarcar;
Um pesado suspiro saiu dos lábios do jovem, levantou-se de uma das cadeiras onde estava no portão de desembarque e se preparou. Quando o amigo decidira se casar, deveria ter sido muito franco ao enumerar toda aquela serie de motivos para permanecer solteiro, mas não... Sorriu alegremente, lhe deu um tapinha nas costas e os parabéns em seguida.
Entretanto, seu largo sorriu morreu gradativamente quando ele disse que seria O Padrinho, não era qualquer padrinho, era O. aquele que ficava incumbido de organizar tudo. Recepção, buffet, reserva num hotel para lua de mel, convites, convidados, roupas, o tipo do bolo, quais pratos seriam servidos, o discurso de abertura, a despedida de solteiro, a musica e tudo o mais.
Um novo suspiro saiu de seus lábios, depois que deixasse o aeroporto a maratona começava, mas felizmente ou não, não estaria sozinho nessa. A Madrinha, que também entraria nesse mesmo barco furado, estaria desembarcando dali a poucos minutos.
Olhou para o portão de desembarque que acabava de se abrir, logo a avistaria, alias, descobriria quem é, já que a 'querida' noiva, fizera questão de deixar à incógnita pairando no ar.
Já fazia pelo menos dois anos que Fréya estava vivendo no oriente e também, já faziam dois anos que ela e Hyoga estavam juntos, 'não - oficialmente' e depois de uma briga aqui, outra ali, resolveram oficializar as coisas tudo de uma vez, mas ele como bom amigo, embora ainda solteiro, deveria ter se compadecido do triste futuro do cavaleiro e lhe contato que casamento não era nenhum mar de rosas, principalmente quando possivelmente seria amaldiçoado pelo padrinho uma infinidade de vezes, por ter jogado em suas costas todo o trabalho pesado.
Mas ainda tinha a madrinha, se ele caia certamente iria levar alguém consigo. Pensamento um tanto sádico para alguém tão calmo quanto ele, mas a situação era realmente desesperadora.
Passou a mão nervosamente pelos cabelos esmeralda, se pelo menos o irmão estivesse ali para lhe ajudar, mas Ikki também desaparecera depois que o anuncio 'oficial' de Hyoga sobre o casamento fora dado e estava ocupado demais pensando no seu próprio que ocorreria dali a alguns meses.
Fréya dissera que depois de muito tempo as coisas em Asgard estavam se estabilizando e sua madrinha poderia viajar, olhou para todos os lados, enquanto esperava, até que ouviu o som de saltos em sua direção.
Voltou-se para frente e ficou literalmente de queixo caído quando viu uma mulher de longos cabelos azuis, quase prateados se aproximar. Vestia um terninho preto e sandálias de salto fino que deixavam evidentes as pernas bem torneadas e o corpo curvilíneo.
O brilho de seus olhos era inocente, mas incrivelmente cativantes, que ele simplesmente não conseguiu desviar o olhar, até ela parar a sua frente, o que foi muito estranho, já que não a conhecia, ou conhecia?
-Há quanto tempo Shun? –a estranha falou sorrindo.
Uhn? Ela lhe conhecia, não conseguia se lembrar de já tê-la visto antes, embora suas feições fossem bastante familiares.
-Desculpe, mas-...;
-Não se lembra de mim, não é? –a jovem indagou calmamente e com um olhar sereno que lhe trouxe a mente varias lembranças.
Lançou-lhe um olhar avaliativo, mais despudorado do que deveria parecer, o que acabou por deixar a jovem levemente corada, até ele por fim reconhecê-la.
-Princesa Hilda? –ele indagou incerto, mas quando ela sorriu, teve certeza de que acertara.
-Como vai? –Hilda indagou.
-Bem, mas...; Shun balbuciou, olhando por sobre o ombro dela, para ter certeza que era ela realmente à madrinha; - É a senhorita mesma a madrinha de Fréya?
-...; Hilda assentiu, sem entender porque ele estava tão surpreso.
-Certo! Bem... Vamos buscar as malas e ir para a mansão, imagino que o vôo deve ter sido cansativo; ele comentou mudando de assunto, enquanto lhe indicava o caminho.
-Um pouco, é a primeira vez que viajo de avião; a jovem respondeu seguindo-o.
-Porque veio sozinha? –Shun perguntou confuso, embora sua mente já estivesse trabalhando a todo vapor para encontrar um meio de resolver o problema que acabara de arrumar.
Estava contando com a ajuda da madrinha para organizar a festa, mas Hilda não conhecia a temática do Japão, nem mesmo como conseguir as coisas ali, isso poderia acabar lhe atrasando em vez de ajudar. Isso porque só tinha quatro semanas para resolver tudo e os convites já haviam sido enviados.
-Fréya e Freyr estão cuidado das coisas em Asgard, por isso pude vir; a jovem explicou, referindo-se aos primos, que por ordem de sucessão, eram os próximos na linha do trono. –Apesar de Fréya estar vivendo aqui a dois anos, digamos que a noticia de que ela e Hyoga iriam se casar acabou nos pegando de surpresa; ela confessou.
-Só você? –Shun respondeu, voltando-se para ela. –Qual a mala? –ele indagou quando pararam na frente à esteira.
-Aquela com aquele monte de vezinhos; Hilda respondeu, indicando uma mala marrom, com a letra V estampada em toda ela. –Mas Fréya me disse que eu iria ajudá-lo com o casamento, se não se importar é claro; ela falou hesitante.
-Não, sem problemas; Shun respondeu, dando um baixo suspiro. –Temos muita coisa para fazer, sua irmã decidiu que quer um casamento Hollywoodano para ontem; ele completou, pegando a mala e seguindo para fora do portão de embarque com a jovem. –Mas hoje, quero que você descanse, amanhã começamos a correria;
-Mas não vai ficar muito encima da hora? –Hilda perguntou um pouco impaciente, não apreciando nem um pouco a atitude do cavaleiro ao lhe privar do trabalho "pesado".
-Já adiantei algumas coisas, de qualquer forma a parte chata esta agendada para amanhã e você poderá me ajudar a resolver; ele falou chegando ao estacionamento.
Desligou o alarme do corola prateado que estava parado e jogou a mala no banco de trás, antes de abrir a porta do passageiro para que a jovem entrasse. Deu a volta no carro e assumiu o lugar do motorista.
-Quando chegarmos eu lhe dou uma lista do que temos de fazer como prioridade. Apesar de ser madrinha, você merece um pouco de descanso aqui e não vou abusar de você, lhe arrastando por Tóquio; ele falou com um sorriso gentil, ao voltar-se para ela.
-Ahn! Bem...; Hilda balbuciou, sentindo a face aquecer-se levemente. –Eu gostaria de ajudar então, não me poupe está bem; ela falou.
-Uhn? –ele murmurou confuso.
-Fréya falou que talvez eu pudesse mais atrapalhar do que ajudar, mas eu realmente gostaria de participar ativamente do casamento da minha única irmã. Fréya é a única que esteve comigo durante todo esse tempo, nem mesmo Fréya e Freyr são tão importantes para mim como minha irmã; ela falou veemente.
-Entendo; Shun falou dando um pesado suspiro. –Compreendo que seja estranho para você ter passado dois anos longe da irmã e agora ela ainda vai se casar;
-...; Hilda assentiu.
-Não vou lhe privar disso, prometo; o cavaleiro falou pousando a mão suavemente sobre a dela, que jazia em seu colo. –Sei que não é nada fácil essa situação; ele comentou num murmúrio. Ele mais do que ninguém sabia disso, afinal, seu irmão era o próximo dali a alguns meses.
-Ouvi dizer que seu irmão também vai se casar em breve; ela comentou, sentindo-o imediatamente ficar tenso.
-Sim, eu e Ikki sempre fomos muito unidos apenar do tempo que estivemos separados, com ele na Ilha da Rainha da Morte e eu em Andrômeda; Shun falou inclinando-se um pouco sobre a jovem.
Instintivamente Hilda recuou, prendendo a respiração surpresa com sua própria reação ao sentir a respiração quente do cavaleiro roçar-lhe agradavelmente a face, enquanto ele puxava algo da porta, que não viu bem o que era.
O coração disparou e recriminou-se por ficar tão tensa com isso, ouviu um clique baixo e ao abaixar os olhos viu-o passar uma fita preta sobre si e prendê-la num suporte ao lado do banco. Voltou-se para ele com um olhar interrogativamente.
-Cinto de segurança; Shun explicou. –As normas de transito dizem que não podemos dirigir ou sair de carro sem ele;
-Entendo; ela murmurou um pouco confusa.
-Ainda não me acostumei com a idéia de justamente meu irmão que se dizia o eterno "Lobo Solitário" se casar; ele falou um pouco melancólico. –É lógico que quero ver ele feliz, mas...;
-Você ainda vai ter de dividi-lo com outra pessoa para o resto da vida; Hilda falou, enquanto o carro começava a andar.
-...; Shun assentiu silenciosamente, enquanto dava a seta.
Embora reclamasse daquela loucura de ter de cuidar do casamento de Hyoga e Fréya, de alguma forma usava isso para manter a cabeça ocupada para o que viria três meses após o casamento do casal, quando o próprio irmão subiria ao altar e ele, bem... Seria "O" padrinho de novo.
Mas era interessante conversar sobre isso com alguém que agora, via estar passando pela mesma coisa, afinal, Hilda passara os últimos dois anos lutando para reerguer Asgard, enquanto a irmã vivia no Japão com o noivo.
Na época em que Athena e os demais foram para Asgard, conhecera dois lados da princesa, um era a mulher guerreira implacável e até mesmo cruel dominada pela influência ruim do Anel de Nibelungo. Depois a jovem doce que amava seu povo e daria a vida por seu país.
Mais depois de passar dois anos após o termino das guerras aprendera a ver algo a mais nas pessoas, ou melhor, aprendera que o que elas mostravam nunca era suficiente e que elas sempre tinham mais escondido por baixo de uma couraça de auto-preservação.
Com ela não era diferente, podia apostar que sob a mascara de moça comportada, havia alguém com cede de viver, se não... Diante da primeira crise em Asgard, agora que os guerreiros deuses não mais estavam lá, ela teria sucumbido.
Embora a dor da perda fosse enlouquecedora, ela vencera mais uma batalha e estava ali não, como "A" madrinha. Suspirou pesadamente ao notar que estava em silêncio a tempo de mais e que isso poderia de alguma forma deixá-la desconfortável.
-Pelo que eu entendi, Fréya disse que as madrinhas poderiam escolher as roupas, contanto que não fosse branco; Shun explicou, chamando-lhe a atenção. –No final de semana, Kiki vai com a gente até a Champs, para que você possa escolher as roupas que irá usar;
-Roupas? –Hilda perguntou confusa.
-Sim! –ele falou com um sorriso complacente, afinal, passara por aquilo há menos de dois dias antes. –A roupa que você irá usar no chá-de-cozinha, no ensaio do casamento, na sexta antes da festa. No dia do casamento na igreja e depois a roupa da festa, para a recepção;
-Porque tudo isso? -Ela perguntou chocada.
-Coisas da sua irmã; Shun falou dando de ombros.
-E o que é essa Champs? –a jovem indagou confusa, já começando a fazer os cálculos em sua mente do tempo que levariam para fazer tudo isso e cuidar das demais pendências.
-Champs Élysses, uma rua famosa em Paris que possui os melhores estilistas e também o lugar onde Fréya mandou fazer o vestido de noiva; Shun explicou. –Dizem que o casamento é o dia mais feliz da noiva, então sua irmã não esta poupando nada para esse dia ser perfeito, ainda mais que Saori que deu carta branca;
-Entendo; Hilda murmurou antes de virar-se para a janela.
Agora Fréya teria outra vida, bem... Já começara a aceitar isso quando ela se mudara para o Japão, não fez objeções porque sabia que ela seria feliz ao lado de Hyoga, mas não era fácil ver sua irmãzinha casando-se e criando uma nova vida onde ela era apenas coadjuvante.
Deu um baixo suspiro, vendo a respiração quente chocar-se contra o vidro da janela e formar um pequeno circulo esbranquiçado, as coisas ali eram bem diferentes de Asgard. Agora compreendia porque Fréya disse que talvez fosse difícil ajudar Shun com as coisas, mas mesmo assim iria tentar.
Fechou os olhos por alguns segundos, sentindo apenas o movimento do carro pela pista, o barulho dentro do veiculo seria nulo se comparado às respirações tranqüilas de ambos. Sentiu-se sonolenta e aos poucos foi relaxando.
O primeiro vôo fora um pouco estressante, embarcar em Moscou, fazer o check-in e tudo o mais foi cansativo, durante o vôo não conseguiu descansar, mas não entendia porque justamente agora estava se sentindo tão calma a ponto de adormecer.
.II.
Parou o carro em frente à mansão, pela hora a maioria dos moradores estava trabalhando na fundação, enquanto os noivos deveriam estar em algum lugar da cidade de divertindo, sem levar em conta todo o estresse que os padrinhos iriam passar; ele pensou, soltando o cinto.
Voltou-se para a jovem e surpreendeu-se ao ver que ela dormira, soltou-lhe o cinto e saiu do carro. Pegaria a mala depois, sua prioridade agora era tirá-la dali sem acordá-la. O que lhe lembrava de esganar a noiva do amigo depois, ao fazer a irmã vir de Asgard sozinha, sem nem ao menos prepará-la para todas as novidades que veria no caminho e a desgastariam.
Abriu a porta do passageiro e com cuidado, passou os braços por baixo das pernas da jovem e de suas costas. Tirou-a do carro e surpreendeu-se ao notar que ela era tão leve quanto uma pluma e instintivamente aconchegou-se entre seus braços.
Sentiu a face aquecer-se levemente, mas procurou distrair-se, fechando a porta do carro sem fazer barulho e subiu as escadas.
Antes que chegasse a porta, Yume a jovem governanta da mansão a abriu e veio recepcioná-lo, notou que ela pretendia dizer algo, mas estancou quando notou a jovem em seus braços.
-Yume está é a irmã de Fréya, o quarto dela esta pronto? –Shun perguntou, ignorando o olhar curioso dela.
-Sim, por favor, venha comigo, Shun-sama; ela pediu numa reverencia respeitosa, dando-lhe passagem.
Cruzou o hall com passos calmos e silenciosos, para não acordar a jovem. Subiu as escadas da mesma forma não foi nada difícil. Embora a fragrância suave de madressilvas o deixasse embriagado, procurou manter sua atenção nas paredes e nos degraus a sua frente, quem sabe assim não tropeçasse.
.III.
Sorriu alegremente, enquanto movia o pé de um lado para o outro, vendo o resultado final de seu trabalho. Fechou a tampinha do esmalte vermelho que usara e jogou-o dentro de uma caixa de unha no chão, antes de deixar-se cair sobre a cama e animada, balançar as pernas para fora, como uma criança.
-Você parece muito animada; Hyoga comentou saindo do banheiro, com uma toalha enrolada na cintura, o peito desnudo e os cabelos dourados colados às costas pela unidade.
-Ah você não faz idéia; a jovem de intensos orbes azuis falou sorrindo. –Hilda acabou de chegar com Shun, vi da janela; ela comentou.
-Não vai descer e falar com ela? –ele perguntou arqueando a sobrancelha, quando viu que a noiva não pretendia levantar da cama.
-Sim, quando ela acordar; Fréya respondeu.
-Como? –o cavaleiro indagou confuso.
-Ela deve estar exausta por conta do fuso, lembra quando cheguei, fiquei um dia inteiro dormindo; ela comentou, vendo-o assentir. –Vi o Shun tirá-la do carro e ela estava dormindo, provavelmente ele a levou para o quarto;
-Uhn! E esse seu sorriso, quer dizer o que? –ele indagou intrigado, mas engoliu em seco ao ver o sorriso nos lábios dela aumentar ainda mais.
Desde que começara a namorar com Fréya dois anos atrás, uma regra bem simples fora estipulada entre o casal. Nunca tentar arrumar alguém para algum amigo. Isso era desleal, mesmo que o fizessem quando ninguém estava vendo e por uma boa intenção, mas o que sua adorável noiva estava pretendendo, não iria dar certo; ele pensou preocupado.
-Fréya, eu prometi ao Shun que não iria tentar arrumar uma namorada para ele desde o que aconteceu com a June; ele falou cauteloso.
Sabia que o amigo poderia dizer que estava tudo bem, mas em seu intimo sabia que ele estava emocionalmente abalado por saber que a jovem amazona iria em breve, casar com seu irmão.
-Ele já superou isso, alem do mais, ele nunca viu June como uma mulher em potencial; Fréya falou gesticulando casualmente. –Shun precisa de uma mulher de verdade na vida dele, de irmão mais velho já tem o Ikki;
-E essa mulher, por coincidência seria sua irmã; ele falou arqueando a sobrancelha, enquanto aproximava-se do guarda roupa e começava a buscar as peças que iria vestir.
-Se for, digamos que o destino deu um empurrãozinho... Uau; a jovem falou dando um alto assovio, quando ele jogou a toalha de lado e começou a se vestir. –Enfim; ela murmurou, gesticulando displicente.
Se visse algo do tipo há alguns anos atrás, teria saído correndo e gritando "Tarado", mas não agora, definitivamente... Não agora!
-Talvez Hilda também não esteja querendo ninguém no momento; Hyoga sugeriu.
-Minha irmã não olha para homem nenhum desde que Siegfried se foi; ela falou um pouco triste. –Ela o amava muito, mas esperou tempo demais para dizer e notar que era correspondida;
-Já se passou muito tempo; o cavaleiro murmurou pensativo, lembrando-se do tempo que esperara até poder ter a jovem consigo, das vezes em que fora chamado apenas de amigo e de tantas outras que a pegava chorando por alguém que não iria voltar.
Precisara de paciência e muita fé para não desistir, mas a espera foi compensadora, em breve estaria subindo no altar com sua bela noiva e seria o homem mais feliz do mundo, isso poderia soar piegas, mas era a pura verdade.
Sentia-se um homem realizado, trabalhava na fundação, fazia o que gostava, tinha a mulher que amava a seu lado, uma boa casa e tudo que era necessário para uma vida confortável. Sem contar os amigos intrometidos, mas inseparáveis.
Era obvio que queria compartilhar esse tipo de felicidade com os outros, principalmente com seu melhor amigo, mas achava um pouco desleal fazê-lo cair de cabeça em um relacionamento que poderia ter mais um Titanic em sua vida; ele pensou.
-Eles só precisam de um tempo para verem que tem muito em comum; a noiva falou sorrindo, antes de colocar a cabeça sobre o colo dele, assim que ele sentou-se na cama.
-Alem de nós, o que mais eles tem em comum? –Hyoga perguntou, afagando-lhe os cabelos dourados.
-Um futuro juntos meu amor... Um futuro; ela falou distraidamente deixando as unhas finas arranharem a parte interna da coxa dele.
Ouvir a respiração tornar-se pesada e riu graciosamente, não seria difícil convencer o noivo a participar de seus planos, precisava apenas ser um pouco persuasiva e dali a três meses os irmãos Amanya estaria comemorando um casamento duplo; ela pensou.
Continua...
