Um Brinde ao Amor
Sinopse: Podiam ser melhores amigos, mas o seu maior erro fora nunca deixar de amá-lo. Ele tinha todas as garotas aos seus pés, mas algo na irmã de seu melhor amigo parecia lhe chamar a atenção, mas ele se recusava a enxergar.
Capitulo 1: Apenas Amigos?
- POTTER! – Ela gritou no momento em que passou pelo retrato da mulher gorda e o viu sentado na confortável poltrona vermelha em frente à lareira na Sala Comunal da Grifinória – Só me responda uma coisinha... – Passando a mão pelo cabelo em busca de um pouco de paciência divina, perguntou entre os dentes: - Você se faz de burro ou é um problema de nascença mesmo?
Harry ergueu os olhos de modo que pudesse fitar o severo semblante da melhor amiga.
- Por favor, Ginny... - Pediu, encolhendo os ombros num gesto que mostrava seu desconforto com a situação. – Não estou com paciência para aturar uma de suas crises moralistas.
A ruiva riu com desdém antes de fazer um gesto impaciente com as mãos.
- Não me venha com esse papo. – Vendo-o deslizar um pouco pelo sofá e abaixar a cabeça de modo que a longa franja negra lhe cobrisse um dos olhos, Gina suspirou. – Harry, por favor, você consegue qualquer garota que quiser...
- Menos a que eu realmente quero.
- Porque você é burro o suficiente para se encantar por uma garota comprometida.
- Mais eu não me importo. – Harry protestou com indiferença. – Nunca fui ciumento.
Okay, as coisas daquela fez iam ser mais complicadas do que o normal.
Gina considerou rapidamente entre dar um tapa na cabeça de Harry, deixá-lo sozinho para remoer o próprio orgulho ferido ou simplesmente sentar-se ao seu lado e o consolar.
Com o coração aos pulos e ansioso para tocá-lo, Gina girou os olhos e decidiu-se por sentar-se.
- Harry, há algumas garotas em Hogwarts que você ainda não destroçou o coração com esperanças falsas, ou hipnotizou com seu charme ou a iludiu com as palavras bonitas.
- Você está tentando me animar?
Ela sorriu e prosseguiu num tom suave:
- Estou querendo dizer que essas meninas estão mais do que dispostas a aceitar o seu convite para o baile. Na verdade, não me espantaria em vê-las começarem a se estapear nos corredores para chamar sua atenção. Eu até poderia ganhar algumas galeões extras com as apostas.
A cena soou tão absurda que Harry não conseguiu conter uma sonora gargalhada. Impulsionado pelo desejo de tê-la contra seu corpo, esticou os braços e a abraçou com força. Afundou o rosto na suave curva do pescoço dela, aspirando o maravilhoso aroma adocicado que sempre o fazia se lembrar de lírios.
- Gina, Gina... – Murmurou, deliciando-se com o prazer que começou a esquentá-lo. Um calor aconchegante e que lhe trazia paz. – O que seria de mim sem você.
- Nada.
A ênfase dela o fez rir mais uma vez.
- Só você para me fazer rir.
- Que bom que eu sirvo para algo mais do que tentar colocar um pouco de juízo nessa sua cabeça.
Erguendo a cabeça, Harry a fitou com uma intensidade de tirar o fôlego.
Tinha que admitir que Gina não era uma verdadeira beleza, mas também não fazia parte do esquadrão dos horrores da escola. O cabelo que sempre estava amarrado mostrava madeixas lisas, onde tinham uma rica tonalidade de vermelho; Os fios mesclavam-se entre os variados tons de cobre até o alaranjado do fogo. Suas sardas eram pintinhas minúsculas salpicadas sobre o arrebitado nariz, quase imperceptíveis, mas que Harry sempre considerou um verdadeiro charme e alimentava a secreta curiosidade de descobrir se o resto de seu corpo também era coberto por elas.
De pele clara e macia, seu semblante realçava-se diante das bochechas levemente coradas, onde faziam um conjunto tentador com os lábios cheios e pintados naturalmente por uma cor carmesim irresistível. Gina seria uma deusa flamejante se realçasse sua beleza com alguns toques femininos e o mais diminuto impulso de vaidade.
Mas ela nunca foi uma garota que mostrou preocupação com esses assuntos. Na verdade, Gina sempre os considerou bastante fúteis para alguém que mostrava mais apreço em sujar-se na lama numa emocionante partida de Quadriboll.
E essa beleza natural era apagada pelas exuberantes garotas que gostavam de passar horas em frente ao espelho apenas para decidir a cor do batom que melhor combinava com seu esmalte. Os rapazes não a notavam, não mostravam interesse ou se esforçavam para serem agradáveis. Nem mesmo os amigos mais próximos de Gina a convidavam para ir ao baile, e em vários ocasiões ela só havia dançado porque ele mesmo a arrastara para a pista sob a ameaça de estuporá-la.
Gina era uma garota especial. Talvez a mais incrível e formidável pessoa que conhecia. Era engraçada, delicada e com um brilho tão intenso no olhar que às vezes o hipnotizava completamente, e lhe acobreava os sentidos com um arrematante desejo de beijá-la.
Sua amizade com ela desenvolveu-se de modo inesperado. Apegou-se a ela rapidamente, de um jeito que nem mesmo havia sentindo com Rony e Hermione. Ter Gina ao seu lado passou de algo agradável por uma necessidade.
Precisava dela. De modo indescritível.
Com o namoro de Rony e Hermione, Harry sabia que ficaria para segundo plano. O Trio Maravilha continuaria, mas não seria mais o mesmo, já que o casal precisava de espaço e momentos juntos que Harry não podia compartilhar.
Todavia, Gina sempre esteve ao seu lado, e a aproximação dos dois o fez sentir-se um completo idiota por tê-la ignorado por anos. Ao passar do tempo foi conhecendo a caçula dos Weasleys, e quanto mais a conhecia, mais a queria ao seu lado.
Foi com total surpresa que abriu os olhos para ver a menina tímida e introvertida, tornar-se uma adolescente radiante e cheia de vida.
- Me responda... - Gina o cutucou, fazendo-o piscar e voltar ao presente. – O que vai fazer neste sábado?
Harry franziu o cenho, e o gesto foi o suficiente para denunciá-lo e fazer a ruiva passar a mão pelo rosto num gesto que mostrava sua impaciência.
- Eu não acredito que você esqueceu.
- Não esqueci exatamente... Sei que tem algo importante.
- Ora, nem comece a tentar me enrolar. Eu te conheço bem o suficiente para saber quando está mentindo apenas olhando para essa sua carinha falsa de santo virgem.
- Eu não tenho...
- Silêncio! – Gina mandou, erguendo um dedo. – Não irei iniciar uma discussão com você, onde já sabemos quem vai sair ganhando. – O sorriso prepotente dele a fez crispar os lábios. – Potter, estou quase te dando um chute.
- Só por que sempre ganho nossas brigas? Não tenho culpa de ser mais sensato, racional, coerente...
Merlin, ela iria esganá-lo com a gravata se não o fizesse calar aquela maldita boca!
- Não! – O interrompeu bruscamente. - Por ter esquecido que neste fim de semana iremos a Hogsmeade.
- Como já disse, eu não esquec...
- Harry!
- Sabia que você está linda hoje, meu bem?
Aproximando-se dele perigosamente, segurou-lhe o queixo e o fez encará-la. As íris de um tom primoroso de verde a fitou com carinho e um gracejo irritante. Ela odiava quando Harry divertia-se a suas custas, principalmente quando estava irritada.
Ele umedeceu os lábios antes de dar-se por vencido.
- Está bem! Estive tão ocupado essa semana que acabei me esquecendo da visita.
Divertida com aquela pequena vitória, Gina começou a abrir um belo sorriso. Um gesto tão encantador que fez Harry perder o fôlego.
Por que está sorrindo como boba? – Atirou sadicamente, fazendo-a ergueu uma sobrancelha.
- Estava pensando a respeito das coisas importantes que teve de fazer que o deixaram tão ocupado.
- Snape mandou que lêssemos um livro de quase oitocentas páginas e depois fichássemos cada capitulo. E ainda por cima, teve as tarefas das outras matérias e o exame de Feitiços.
- Oh. – Ela mostrou-se sinceramente surpresa. – Você estava insinuando a grade curricular.
- Claro que sim. No que você imaginou?
Afastando-se dele e o fazendo lembrar-se da importância de respirar, Gina deu de ombros.
- Pensei que você estava ocupado em ficar fazendo malabarismos com as suas amantes na Sala Precisa. Da última vez você não conseguiu sair da cama por três dias por estar cansado demais sequer para mastigar... Pensei que morreria por inanição.
Com isso, ela começou a rir. O som cristalino fez com que Harry se esquecesse do motivo que o levou para a sala comunal e de seu desanimo. Gina abraçou uma almofada e continuou a contagiar toda sala com seu divertimento enquanto deitava-se no sofá. Alguns fios de seu cabelo se desprenderam do frouxo coque, onde alguns ficaram presos em seu lábio.
A simples idéia dos fios acariciando seu rosto ou sua boca fez as mãos de Harry começar a pinicar; Ansiosas por também desejar tocá-la.
Sem saber o que estava fazendo exatamente, Harry inclinou-se para frente. Sua mão deslizou pela perna de Gina até encontrar a dobre de seu joelho e assim puxá-la para si, fazendo-a deitar-se sobre o sofá. Satisfeito com a posição e a surpresa dela, deitou-se por cima de seu pequeno corpo, prensando-a contra as almofadas.
- O que você... Está fazendo... Harry James... Potter?!
Com o sangue circulando rapidamente por seu corpo, Gina percebeu que estava começando a estremecer diante do olhar quente e selvagem de Harry. Ele a fitava como se fosse uma deliciosa presa, os lábios contorcidos num sorriso voraz enquanto colocava uma mão ao lado da cabeça dela para apoiar o corpo e a outra fez com que os dedos vagassem por seu pescoço e deslizassem suavemente por sua corrente de ouro branco até que roçou tentadoramente na abertura de sua camisa.
Um arrepio percorreu-lhe a espinha. Gina arfou quando Harry abaixou a cabeça e depositou um úmido beijo em sua clavícula, antes de passar a pontinha da língua por sua pele, parecendo sentir seu gosto.
Gina cerrou as mãos, estática sob o corpo de Harry, apenas fechou os olhos e tento conter um longo gemido quando usou a boca para brincar com seu pescoço; Molhando, marcando, mordiscando...
O corpo dele parecia uma fogueira, onde lhe passava todo o calor, incendiando-a em labaredas ardentes de puro desejo.
- Eu nunca faço malabarismos. – Harry falou, um tom arrastado. Sua boca subiu, encontrando a charmosa covinha que ela tinha no queixo. Sua mão deslizou entre os seios dela, fazendo-a soltar um gritinho de surpresa por sua ousadia.
- Você leva uma garota diferente todos os dias para a sala precisa, Harry. E a faz acreditar que estão namorando. Se o que você faz para nenhum descobrir a existência da outra não é malabarismo, arrisco dizer que pode ser chamado de safadeza.
- Eu não as iludo. Elas que chegam a essa idéia absurda sozinhas.
- Você nunca fez nada para concertar esse pensamento errôneo.
- Nossa... - Ele arfou contra seu ouvido, a mão livre aconchegando-se na curva de sua cintura. – Eu adoro quando você fala difícil.
- É o presente magistral que se ganha quando lemos bons livros.
- Está insinuando que não tenho cultura? – Ele a provocou, mordendo seu lóbulo com força e arrancando um sobressalto dela.
- Claro que não. Você é um poço de sabedoria.
Harry ergueu a cabeça e a fitou com os olhos errados.
- Que tipo de sabedoria?
- Eu preciso mesmo esclareceu? – Gina girou o rosto e fechou os olhos, envergonhada. Harry abriu um radiante sorriso ao observá-la com atenção.
- Você está vermelha. – Comentou o óbvio, deixando-a ainda mais sem graça e tentadoramente encantadora com sua timidez. – E parece quente. Eu gosto disso.
Gina amaldiçoou por ser horário do almoço e todos estarem no refeitório. A sala comunal estava fazia, dando a eles a privacidade necessária para que aquele joguinho de sedução continuasse.
Respirando profundamente para tentar acalmar seus nervos, pediu com fria condescendência:
- Saia de cima de mim.
- Por que a pressa de livrar-se de mim, Ginny? – Harry perguntou, colocando mais pressão sobre o corpo dela. – Eu nem comecei.
Aquilo a fez olhá-lo com os olhos arregalados.
- O... O quê?
- Vou te mostrar as minhas safadezas. – Informou seriamente, seus olhos prendendo os dela. – E no que sou realmente sábio.
O que por todos os demônios do inferno ele estava fazendo? Sua mente gritou. Harry tentou conter o impulso de mergulhar dentro da boca de Gina e apenas permanecer contemplando-a por mais alguns instantes.
Seus sentimentos a respeito dela eram indescritíveis. Não sabia descrevê-los e muito menos entender o que se passava com ele quando estava ao lado dela. Era algo forte, quente e único. Jamais havia sentido essas emoções com nenhuma outra garota.
Era assustador... E maravilhoso.
O ruivo cabelo havia se desprendido do coque e estava espalhado pelas almofadas vermelhas do sofá, perdendo-se nelas. A mão no corpo dela o fazia sentir-lhe a temperatura e suas bocas tão próximas, o presenteava com seu hálito fresco e sua respiração pesada.
Tudo aquilo estava deixando-o completamente louco.
- Harry... - Gina o chamou sedutoramente. Ela deslizou uma mão por suas costas, fazendo seus músculos retesarem ao toque. Os delgados dedos se enroscaram em seu cabelo e as unhas lhe arranharam a nuca.
Mordeu o lábio para controlar um gemido e fechando os olhos, Harry inclinou a cabeça e encostou sua testa na dela. Sabia que o que estava acontecendo podia levá-los para um lugar que mais tarde se arrependeriam. Mas não conseguia parar.
Gina esperava que despertasse do sonho a qualquer momento. Aquilo não podia ser real. Simplesmente era algo irracional demais para ser verdadeiro. Já havia perdido as contas de quantas noites acordou suada por sonhar com o contato do corpo de Harry contra o seu, a boca devorando a sua enquanto as mãos marcavam sua pele com seu toque ousado e hábil.
Oh Merlin! Tinha que terminar com aquilo o mais rápido possível, antes que perdesse a pouca sensatez que ainda lhe restava. Quando seus olhos se encontraram novamente com as íris esmeraldas dele, tudo em sua mente pareceu se desfalecer. O que ela tinha que fazer mesmo?
Harry roçou seu nariz contra o dela, causando-lhe uma adorável emoção que lhe encheu o peito de amor.
Pros diabos. Ela o queria. Agora, amanhã... Para sempre.
Enlaçou-lhe o pescoço, num abraço cheio de paixão e fechou os olhos. A respiração dele era quente e o hálito febril parecia penetrar sobre sua pele. O aroma cítrico poderia deixar qualquer mulher louca, e os olhos verdes feiticeiros, mostravam tanta autoconfiança e sensualidade que seria impossível alguma alma feminina com menos de oitenta anos não desejá-lo. Implorando para que ele a pegasse com aqueles braços fortes e a amasse até os primeiros raios de sol aparecerem no horizonte, iluminando seus corpos suados e exaustos.
Harry, por sua vez, teve que cerrar os punhos com força nas almofadas para segurar o impulso de viajar as suas mãos por aquele corpo que se escondia sempre por debaixo das vestes folgadas com mais ousadia.
Soltou uma leve exclamação quando sua boca tocou levemente na da melhor amiga e se afastou como se tivesse levado um choque elétrico, fora um toque calmo, ameno, caloroso... Mas que para ele, fora completamente excitante. Queria mais, muito mais. Queria sentir a língua dela em sua boca, enquanto suas mãos tocavam cada recanto misterioso daquele corpo coberto.
Gina sentiu tudo ao seu redor girar quando os lábios de Harry tocaram nos seus num toque gentil, fazendo-a se agarrar mais a ele, a espera de algo mais ardente.
Esperar por algo que nunca aconteceu...
Vozes pareceram brotar no ar, e a porta da Sala Comunal começou a abrir.
Sua sensatez voltou como um vento enfurecido, e num gesto rápido, Gina pegou uma das almofadas que estava em cima de sua cabeça e as atirou de encontro à cabeça de Harry, que cambaleou pro lado caindo no chão a levando junto, fazendo-a ficar por cima dele.
Harry olhou-a atordoado.
- Não fala nada. – Ela falou num sussurro, ainda segurando a almofada amarela na mão – Só ria. – Vendo que ele não entendeu o que dissera, voltou a repetir com mais ênfase. – Ria, desgraça!
E assim, começou a rir descontroladamente, seguida pela gargalhada forçada de Harry.
Logo, puderam avistar uma cabeça vermelha e outra com cabelos volumosos os encarando como se fossem loucos.
Gina voltou a fitar Harry, e pode ver que ele finalmente entendera o motivo da almofadada da cabeça, saindo de cima dele, sentou-se ao seu lado.
- Ai Harry... - Rindo ainda mais, lhe atirou uma almofada – Você é um idiota.
Ele pegou a almofada nas mãos e a atacou de volta para o sofá, se sentando logo em seguida.
- Será que eu poderia saber o que está havendo? – Rony perguntou com o cenho franzido enquanto largava a cintura da namorada e assim poder cruzar os braços em frente ao peito.
- Eu também gostaria de saber o motivo de tanta risada. – Mione disse, com um sorriso doce nos lábios.
Harry passou a mão pelos cabelos desalinhados, e ainda rindo levantou-se, para logo em seguida estender a mão e ajudar Gina a se levantar. Por alguma razão, quando sua mão tocou a dela, suas pernas tremeram.
- Vocês nunca entenderiam. – Gina respondeu, passando as mãos pelas vestes amassadas, e lançando um olhar significativo a Harry.
- É... é... – ele concordou – Coisas de melhores amigos. – Mione pareceu chocada.
- Mas também somos seus melhores amigos. – o sorriso doce desapareceu num passe de mágica e Rony pareceu ainda mais aborrecido.
- Eu não quero saber o motivo das gargalhadas histéricas – ironizou, fitando intensamente os olhos verdes do amigo – Quero saber o que estava fazendo com a minha irmã? – deu um passe à frente, ameaçadoramente – E ainda mais, em cima de você.
Harry engoliu em seco e enfiou as mãos dentro do bolso do casaco de modo que ninguém pudesse vê-lo cerrar os punhos com força.
Gina sentiu uma raiva atingi-la como uma onda, em cheio. Rony poderia muito bem ser seu irmão, mas não era seu dono.
Suspirando fundo, passou a mão pelos cabelos ruivos. Encarou cada um fundo nos olhos, dando a volta nos calcanhares pegou sua mochila que estava jogada ao lado do sofá, alguns cadernos e foi em direção a escada que levava ao seu dormitório, mas antes de sumir por esta, falou calmamente:
- O que eu faço ou deixo de fazer com o Harry, é somente da minha conta e da dele. – crispou os lábios. – Eu não sou mais uma criança e já tenho idade suficiente para saber o que posso e o que não posso fazer. – ela abaixou o tronco, de modo que pudesse ver as caras de espanto do trio pelo vão da escada – E outra, Roniquinho... – sorriu maliciosa – Você está tão cego me vendo ainda como criança que nem se deu conta que estou numa idade perfeita para perder a minha... – e erguendo-se novamente continuou a subir a escada – virgindade. – fez uma pausa - Se eu já não a tenha perdido. – riu alto, a tempo de escutar um grito nervoso do irmão, antes de entrar em seu dormitório e fechar a porta de madeira atrás de si.
- VOCES OUVIRAM ISSO? – Rony disse escandalizado, fuzilando Harry com um olhar – O QUE VOCÊ ANDOU FAZENDO COM A MINHA IRMÃ?
Harry riu e deu os ombros.
- Relaxa Rony, eu e sua irmã somos melhores amigos. – olhou para Mione num gesto de socorro.
- É verdade, meu amor. – ela tentou ajudar, abraçando o namorado – Eles são amigos é normal que tenham segredos. Além do mais... – encarou os olhos castanhos do ruivo e sorriu carinhosa, acariciando o rosto dele com a pontinha dos dedos. – Gina só falou aquilo para te provocar . – virou o rosto e com uma das sobrancelhas erguidas fitou com severidade o moreno ao seu lado, e pelo jeito que ela o olhou, Harry teve certeza que ela também queria acreditar nas próprias palavras.
Rony suspirou fundo e relaxou.
- Está bem. – beijou a namorada – Agora vou dormir, amanhã temos um longo dia. – olhou para Harry – você vem?
- Claro! – foi até a amiga e lhe deu um beijo no rosto, para logo sussurrar – Obrigado pela ajuda, Mione.
Ela nada disse, simplesmente lhe sorriu e balançou a cabeça para logo seguir o seu caminho até o quarto de Monitora Chefe.
Harry estava subindo as escadas quando se deparou com Rony no alto desta o esperando.
- Você e minha irmã...não ... – pareceu desconcertado.
- Não Rony. – respondeu revirando os olhos. – Sua irmã ainda é pura. – ironizou. "Pelo menos, pelas minhas mãos" Pensou, sentindo um aperto no peito. Só de imaginar que algum desgraçado havia tocado naquele corpo delicado, beijado-lhe os lábios doces e sensuais, uma raiva tomou conta de si, fazendo-o bater a porta do quarto com força, sem se importar com os amigos que acordaram por causa do barulho.
- Tudo bem Harry? – Neville perguntou, sonolento.
- Volta a dormir, Nev. – respondeu grosso, jogando a gravata em cima de seu malão e começando a desabotoar sua camisa.
Sua cabeça estava a mil. Andou até a janela de vidro e apoiou-se na batente desta, observando céu brilhante e a lua cheia. Fechou os olhos e uma brisa fria tocou-lhe os lábios, fazendo-o estremecer. A sensação da boca morna de Gina voltou a apossar-se da sua mente. Imagens eróticas começaram a fluir o fazendo suar frio.
O inferno. O que era aquilo? Gina era sua melhor amiga, e fora somente um toque ingênuo de lábios. Um beijo de amigos. Mas então, por que uma avalanche de sensações selvagens o possuiu quando o corpo da jovem ruivinha estava sobre o seu.
Passou a mão pelos cabelos rebeldes que brincavam com o vento.
Os corpos se encaixaram perfeitamente um no outro, e não podia negar que gostara de acariciá-la daquela forma ousada.
Sorriu ao se lembrar que ela também correspondera os carinhos.
"O que será que iria acontecer se estivessem num quarto, sozinhos e deitados numa..." Balançou a cabeça bruscamente, de modo que a continuação de seus pensamentos desapareceu.
Respirou fundo. Ele tinha todas as garotas aos seus pés, e já se divertira com algumas delas. Mas nenhuma sensação poderia ser comparada com o que sentira naquele momento intímo que passou com Gina.
Pareceu que outra pessoa entrara em seu corpo e o obrigara a fazer isso.
"Você agiu com o seu coração" Uma voz ecoou na sua mente, fazendo-o engolir em seco. Sua saliva desceu pela garganta como água ardente.
Estava ficando doido, tinha que parar com esses pensamentos que não o levariam a nada. Amanhã seria um novo dia, iria passá-lo ao lado de sua amiga como sempre e eles agiriam como se nada tivesse acontecido.
Foi até o banheiro e entrou debaixo da ducha morna, sentindo a água relaxar seus músculos tensos.
- Como seria se a Gina estivesse aqui comigo e... – parou bruscamente. Abaixou a cabeça e olhou para baixo – Oh, droga. – lamentou, colocando a mão sobre o registro e o virando para o lado mais gelado.
Era melhor parar com aquilo antes que ele fosse obrigado a atacar a primeira menina que visse pela frente e saciar-se.
Mas nada seria comparado se mergulhasse pelo corpo da irmã de seu melhor amigo.
E foi com aqueles pensamentos que saiu do banheiro, vestiu o pijama e se deitou em sua cama, para logo adormecer.
Para sua sorte – ou azar – a brisa da noite trouxe consigo não somente aquela misteriosa chama da paixão, mas também sonhos que o atormentaram a noite inteira e que o fizeram murmurar o nome da garota que nunca imaginou algum dia desejar daquela forma tão ardente: Gina...
- Vocês quase, o que? – Natalie perguntou pela terceira vez atônica, pulando em cima da cama de Gina, como se fosse uma criança prestes a ganhar o seu doce. – Mas como pode dar aquela almofadada na cara do Harry? – chegando mais perto murmurou – O garoto é um dos mais lindos de Hogwarts e você faz isso? – colocou as mãos na cintura – O que estava pensando, criatura?
Gina sorriu e abraçou com mais força o travesseiro no seu colo.
- Era isso ou ver meu irmão matá-lo. - Naty fez uma cara pensativa, colocando o cotovelo sobre o joelho e coçando o queixo.
- Verdade! Melhor essa paulada do que ver o Harry mortinho. – se jogou para trás na cama – Seria um baita desperdício.
Gina olhou-a horrorizada.
- Natalie McBride, controle-se. – censurou-a num tom brincalhão.
A amiga voltou a sentar-se na cama e encarou-a dum jeito como se fosse sua mãe.
Gina suspirou fundo, sabia o que ela iria perguntar e pela primeira vez não saberia se seria capaz de responder.
- Gi... – a morena falou, a abraçando – Você ainda gosta dele não é mesmo?
Gina retribuiu o abraço e mordeu o lábio inferior, na tentativa de conter as lágrimas que já começavam a embasar sua visão. Uma fumaça nebulosa pareceu cobrir seus olhos, e aquele brilho antes alegre desapareceu dando lugar a uma magoa que a corroia por dentro a cada dia que se passava. Doía estar ao lado de Harry sem poder sequer tocá-lo como gostaria, beijá-lo e dizer que o amava. Doía mais ainda ajudá-lo a ficar com alguma das garotas fúteis de outras casas, enquanto ela ficava no lado de fora da sala restrita vigiando para ver nenhum professor passava. Sentia-se horrível e acima de tudo, usada.
Suspirou fundo e abaixou a cabeça. Agora que seu coração voltou a reerguer aquela chama do amor pelo menino que sobreviveu, sentia-se como fosse um papel que usavam, amassavam e jogavam fora sem importância alguma.
Podia ser tudo tão simples...
- Cada dia mais. – respondeu num sussurro e permitiu que uma lágrima deslizasse pelo seu rosto fazendo um rastro de tristeza por onde passava e assim penetrar em seus lábios trêmulos. Naty a segurou pelos ombros e com as costas da mão limpou o caminho úmido que a lagrima fizera.
- Isso está te matando por dentro. Não vê que com essa amizade você vai se machucar ainda mais? – olhou-a por inteiro – Você não tem se alimentado. Está magra e fraca. – colocou uma mecha ruiva atrás da orelha da amiga que lhe sorriu com carinho – Você acha que eu não tenho percebido essas suas tonteiras do nada... – Gina arregalou os olhos. - Falou com a Madame Ponffrey?
- Não. – Gina deu um sobressalto – Eu estou bem, é o Snape que está pegando no meu pé, e nesses últimos dias minhas notas abaixaram muito. É só isso. – encarou os olhos azuis preocupados da morena – Eu estou bem.
Gina tinha que admitir que Natalie era uma amiga entanto, além de ser belíssima. Os cabelos negros e compridos contrastavam com a pele delicada e branca, junto com os grandes olhos cor de água marinha.
No dedo anelar da mão direita podia-se ver, perfeitamente um anel de brilhantes.
- Como anda o namoro com, Paul?
A amiga revirou os olhos e bufou.
- Que ele queime no inferno. – Gina oprimiu um riso – Você acredita que o desgraçado preferiu passar esse fim de semana na casa da priminha dele – ironizou – Do que com a própria namorada.
Gina riu.
- Isso ria das desgraças alheias. – Naty virou o rosto, mas logo se voltou rindo também.
- Naty, só você para me fazer rir.
- Mas me diga... – ajeitando-se sobre a cama fofa, perguntou com os olhos azuis brilhando de uma forma divertida – Com quem você pretende ir ao baile a fantasia?
Gina ergueu uma das sobrancelhas.
- Naty, minha querida amiga. – respondeu baixinho num tom perigoso – o baile é daqui um mês.
A amiga revirou os olhos e lhe deu um tapa na cabeça de levinho.
- E daí? Gina acorda pra vida. Ta na hora de você lutar pelo cego do Potter.
- Ele é o meu amigo. – respondeu com os olhos cerrados, tentando esconder a mágoa estampada neles, mas isso não passou de despercebido pela melhor amiga.
- Oh Merlin, você o ama. – fazendo uma cara de tristeza, suspirou fundo – Gina, você tem que olhar ao seu redor e ver que o Harry não é o único garoto bonito na face da terra.
A ruiva se encolheu mais e abaixou a cabeça a afundando no travesseiro.
- Mas é ele que meu coração clama. É por ele que minha mente pensa. É por ele que meu corpo deseja. – Naty colocou uma mão em seu ombro de forma calorosa e lhe deu um sorriso meigo.
- Então esta na hora de você mudar.
No momento que escutou aquelas palavras, Gina estremeceu. Mudar? Gostava de seu jeito, e era assim que Harry gostava dela. Não do jeito que gostaria, mas já era um começo.
Seu coração bateu mais rápido, e uma forte ventania abriu a janela, jogando seus cabelos ruivos em frente ao seu rosto. Levou sua mão até o seu pescoço, segurando com força a corrente de ouro branco com um pingente de uma lua minguante que ganhara de sua mãe em seu aniversario de quinze anos.
- Não quero mudar. – reclamou baixinho.
- Então nunca conseguirá ter o grande Harry Potter para você. – Naty fechou os olhos por um breve momento, e quando voltou os a abri-los, fixou-os no porta-retrato ao lado da cabeceira da amiga, aonde continha toda a família Weasley, junto com Mione e Harry. O rapaz sorria encantadoramente e os olhos verdes brilhavam intensamente como os raios de Sol daquela tarde quente, o vento ameno balançava os cabelos rebeldes que caíam como ondas em frente ao rosto firme de pele bronzeada – Tem muitas meninas que estão a fim dele, e dariam de tudo para estar em seu lugar.
Gina levantou a cabeça e fitou-a com o cenho franzido.
- No meu lugar? – Naty confirmou com um gesto de cabeça.
- Sabe o que elas dariam para estarem sempre ao lado de Harry? Você é a melhor amiga dele, são inseparáveis.
Gina passou a mão pelos cabelos e virou o rosto para contemplar a Lua cheia que era tampada por uma nuvem cinzenta.
- Amiga dele, Naty... Amiga... – uma nova lágrima escorreu por sua face – Nada mais que uma simples amiga que o ajuda a ficar com garotas fúteis oferecidas, enquanto essa aqui – apontou para si mesma – Fica babando e se corroendo de ciúmes.
Naty sem hesitar, pegou-a pelo braço e a trouxe de encontro ao próprio peito, de forma protetora.
- Se você soubesse como me machuca vê-la sofrer dessa forma. – afagou-lhe o cabelo ruivo. Pôde sentir lágrimas grossas molharem a blusa de seu pijama.
Gina abraçou-a com mais força, tentando agora, abafar os soluços.
- Você não imagina o que eu daria para uma única vez ver ele olhar para mim não como uma amiga ou a irmã de seu melhor amigo, mas... – soluçou – como mulher.
Naty apoiou o queixo no topo da cabeça de Gina, esperando que ela se acalmasse e os soluços cessassem. Então se levantou da cama, a cobriu e lhe deu um suave beijo na bochecha.
- Então esta na hora de você começar a agir. – disse por fim, antes de dar a volta nos calcanhares e ir deitar em sua própria cama.
Gina virou-se de lado, e esperou que o sono chegasse.
A lua voltara a brilhar, iluminando a sua cama e o caminho de tristeza que as lágrimas fizeram por seu rosto.
As cortinas vermelhas balançavam graças ao vento gelado da madrugada, fazendo-a estremecer e se aconchegar melhor sobre as cobertas.
Suspirando fundo, deitou de bruços e enterrou a cabeça no travesseiro.
O sono logo chegou e antes de dormir murmurou:
- Está na hora de mostrar que você pode ser muito mais do que uma simples amiga. – e assim adormeceu, com os pensamentos que amanhã seria um novo dia. Que a vida continuava, mas que para ela seria como se nascesse de novo e agora para a melhor. Chegara o momento certo para mostrar a Harry Potter que ela era uma garota, bonita, sexy e... desejável.
E no sonho que a acompanhou a noite inteira, ela sonhou como seria as sensações de estar nos braços do moreno e dos lábios dele saírem as palavras que por tanto ansiava escutar: eu te amo.
E assim, fazerem um brinde ao amor.
Continua...
Nota da Autora: Sim, sim, sim. Um Brinde ao Amor retorna a sua posição. :D
Esta versão é a original, antiga e a primeira que escrevi, por isso peço que perdoem meus erros, minhas discordâncias e trechos sem muito sentindo, mas está é uma fanfic que foi escrita por uma garota de 16, 17 anos.
A estou colocando no por inúmeros pedidos que recebi pedindo por seu retorno, e atendendo ao desejo de vocês, aqui está ela.
Quero esclarecer uma coisinha; Esta versão permanecerá aqui, mas a nova Um Brinde ao Amor, terá se ajuntado com a trama da Uma Promessa Para a Eternidade e o titulo da nova UBA será exatamente o da Promessas... Okay? :)
Em breve, ela estará no ar, juntamente com uma fanfic nova que já está em desenvolvimento.
Obrigada por tudo e pelo carinho de vocês.
Beijos
N.P
