The man's war
(1x2 au)
Nenhum dos personagens de Gundam Wing me pertecem.
Temas Yaoi e Lemon pesado, quem sabe futuramente Mpreg, contudo, se não é de seu agrado se abstenha da leitura.
Um anjo revelou que o mundo é mundo mesmo quando a morte é morte e o tempo é o tempo.
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Há dois dias a chuva não findava de cair tornando os pântanos ainda mais tenebrosos e as florestas mais perigosas; as encostas ainda mais escorregadias e todo o vale mais mortífero.
-Abram as portas do palácio! Heero Yui vem vindo com sua tropa! – vozes gritaram urgentes, enquanto um quase terremoto vinha dos cascos ferozes de uma tropa de eqüinos montados por homens ainda mais ferozes.
Heero desmontou seu alazão branco. E os olhos desse homem pareciam desafiar os Deuses. Eram de um azul turquesa profundo, olhos frios como o vento da noite e indomáveis como as marés dos oceanos; A bota de sua armadura de aço estrondou contra o chão de pedra quando ele saltou. –Levem meus animais para as melhores baias de seus estábulos, quero os melhores domadores os alimentando. – falou friamente aos soldados que lhe recebiam.
-Heero Yui, senhor da arte das guerras! – um homem veio lhe receber sorridente.
-Zechs Merquise. – Heero o avaliou. –E quanto a meus homens cansados e ensopados!? – o soldado recém chegado praticamente intimidara seu anfitrião.
-Desabrigarei os próprios soldados de meu rei se preciso for para dá a acolhida perfeita a sua tropa. – Zechs era um homem jovem e diferente do que se esperaria de um comandante de guarda real. Era loiro, de olhos azuis e rosto macio. Mantinha no corpo e nos atos a masculinidade esperada de um soldado, mas ainda assim tinha uma beleza fora de questão; E com um gesto de cabaça ele pediu que os homens de Yui fossem guiados para os aposentos.
Heero embora molhado não aparentava cansaço. Seu nome era sinônimo de força nos quatro cantos do reino, conhecido por lutar até não restar esperanças para seus adversários.
–Seu rei já me espera? – perguntou a Zechs com frieza. Era coisa sua esse modo de agir. Como se no dia representasse um papel frio e impessoal.
-Evidentemente, senhor. – Zechs sorriu lhe prestando uma reverência elegante.
-Devo elogiar suas instalações, contudo, não vão ganhar quaisquer batalhas com tanta cordialidade. – o homem da guerra rosnou quando percorria o longo corredor com Zechs em seu encalço. –E seus príncipes, apreciam as batalhas? Senão quando seu rei morrer terão no trono um borra botas. – falava com seus olhos rudes e frios a observarem os detalhes da decoração do lugar enquanto marchava para o encontro com o rei.
Zechs tomou a dianteira pelo corredor. Por onde passavam curiosos olhos os seguiam. Então aquele era o famoso guerreiro da guerra? Eles se perguntavam intrigados. Heero Yui fizera fama por suas conquistas, e agora estava bem ali diante deles.
-Eis, Heero Yui, senhores! – Zechs se antecipou quando entraram na sala real aonde os conselheiros velhos os esperavam. O salão iluminado a archotes entrou no mais vistoso silêncio e pares de olhos aos montes se centraram no homem recém chegado.
-Senhores! – Yui meneou com a cabeça em um cumprimento breve.
Ele era um soldado bem sucedido. Alguns lhe chamavam de mercenário, outros de herói, e assim sua fama seguia correndo pelo reino. Vendia suas técnicas e conhecimentos a quem pudesse lhe pagar a quantia necessária e por isso estava ali naquele reino, convidado pelo rei para ensinar seus soldados a lidarem em uma batalha.
Os conselheiros, na sua maioria antigos senhores de barbas e olhos cansados, por um breve e silencioso tempo avaliaram o homem a sua frente. Os cabelos revoltos numa cor marrom-chocolate, o corpo rude de músculos altos, os traços firmes e o olhar que impunha medo. Aquele era Heero Yui.
-Discordo do rei com essa convocação. Esse homem me inspira medo. – um dos velhos falou baixo para seu companheiro ao lado.
-Eu sei, amor. Mas somos voto vencido. – o outro lhe sorriu brevemente voltando sua atenção ao rapaz no centro do salão. –Ele pode ser como dizem: um mercenário, traidor de pátrias, mas ainda tem de mim tamanha admiração. – completou esse conselheiro.
-A mim um homem sem pátria é um homem pela metade. Sei que ele é importante para você, mas deixou de ser um homem honrado há muito tempo. – sentenciou o outro finalmente voltando seus olhos para Heero.
-Heero vai ter o prazer de compartilhar algumas experiências conosco e assim venceremos nossos inimigos na luta eterna que com eles travamos. – Zechs tomou a palavra.
-Não vencerão enquanto seu conselho for formado por velhos amedrontados! – Yui lhe cortou a voz silenciando o lugar dos murmurinhos. A saleta era ampla e redonda. Os cercando havia uma arquibancada alta, onde se dispunham os conselheiros. Ao centro havia o que Heero acreditava ser o rei sentado em uma poltrona de espaldar.
-Mas nosso reino não tem a cultura da luta. Somos tão antigos quanto a floresta que nos cerca e esses senhores dominam a técnica dos olhos que há muito viram o mundo se formar, trazem nos anos o que seus pais e mães viram no passado e nos contam... Se não respeitarmos a experiência daqueles que já estavam aqui quando chegamos o que vamos ter aprendido? – uma voz firme tomou o local reverberando pelas paredes.
-Hum. – Heero resmungou olhando diretamente nos olhos do rapaz que lhe desafiara. Olhos verdes e calmos os encararam. –E você quem é? – o frio soldado rosnou.
-Trowa Barton, nosso jovem príncipe. – Zechs o apresentou e agora todo o conselho parecia girar suas velhas cabeças de Heero para sua alteza.
-Nossa força e juventude é louvável, senhor Yui. Mas a experiência vem com o tempo. – ele falou e naquela sua voz impecável não tinha qualquer medo, apenas a certeza do que falava.
-Alteza. – Heero viu que aquele jovem tinha a nobreza que um rei precisava ter. –Diga-me o que fará quando seu inimigo os invadir matando suas crianças e mulheres e seu conselho, formado de velhos se esconder atrás de vossa capa? – sarcástico ele falou.
-Tomarei minha espada e os enfrentarei e defenderei meu povo. E cada um ajudará como puder. – o jovem falou.
-Bravas palavras, alteza. – Yui olhou o conselho e voltou a falar. –Sua espada... suponho não conhecer o sangue estrangeiro, se é que sua lâmina conhece sangue humano. – chocou a todos com a declaração. –Treinar com velhos não me parece deixar qualquer um, mesmo que seja vossa respeitosa alteza, em forma. – debochou Yui.
-Exatamente por isso contamos com a voracidade de sua lâmina, senhor Yui. – o rei se ergueu, seus olhos médios verdes como os de seu filho traziam um ar de autoridade que fez Yui se calar. –Nosso conselho, Trowa, aceita o senhor Yui, assim com eu aceito. E o senhor Yui saberá respeitar nossa casa, nosso povo e nossas tradições, tenho certeza disso. – falou sabiamente voltando seus olhos para o guerreiro. –Tenho total confiança em seu julgamento, senhor homem da guerra.
-Como quiser, pai. – Trowa se deu por vencido. O fato era que aquele reino antigo não era famoso pela guerra. Muitos do conselho e o jovem príncipe não aceitavam que deviam lutar de mãos armadas para conseguirem seus objetivos, no entanto, os tempos eram outros e se fazia necessário se armar.
-Damos como encerrada essa cúpula. – o rei falou brevemente. –Dentro de duas horas será servido o banquete de boas vindas ao senhor e seus homens, Yui. Esteja lá. – foi formal se retirando e sendo seguindo aos poucos pelos homens velhos do conselho.
-Vou o levar a seus aposentos. – Zechs se aproximou educadamente.
-Seu príncipe é impressionante. – Yui falou olhando Barton que ainda se demorava a conversar com alguns do conselho. –Ele tem fibra. – completou. –Posso o ensinar a ser um guerreiro com mais ações e poucas palavras.
-Ah... Trowa é um jovem que nos enche de esperanças. – Zechs sorriu guiando o homem para fora da sala. –Gostará de sua estadia aqui... Deve conhecer a fama de nossos vales e floresta. – falava.
-Evidentemente. Sou nascido no reino, embora tenha partido bem cedo. – Heero comentou na sua forma fria de agir. –Um lugar encantador aonde a magia dos antigos magos ainda caminha pelos vales. – Yui resmungou.
-De fato. – o loiro assentiu. –Senhor Yui. – o loiro o parou. –Acredita que um dia nosso reino poderá se reunir em torno de uma única espada? – foi sua pergunta. O fato era que há tempos aquele reino estava descentralizado, havia por todos os cantos focos de revoltas e conselhos civis e religiosos.
-Exatamente por isso estou aqui. – Yui o olhou. –Mas não posso ensinar homens e mulheres uma coisa que eles precisam para viver: organização e cooperação.
-Entendo. – Zechs voltou a caminhar pensativamente.
-Fizemos uma viagem tenebrosa através dos pântanos e floresta desse reino, senhor Merquise. E o que ouvimos falar pelo caminho eram as belezas que encontraríamos por aqui. – Heero desconversou. Eu e meus soldados gostaríamos de conhecer outra fama desse lugar. – Yui sorriu friamente. –A beleza de seu povo... A começar por seu príncipe. – não media palavras.
-Ahh... É isso. Somos presenteados pelas belezas naturais de nossos filhos, senhor Yui.
-E eu estou louco para pôr minhas mãos nessa beleza. – Heero comentou mais para si que para Zechs.
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Uma vez instalado no luxuoso aposento reservado para si Heero removeu a armadura lentamente. Suspirou de forma delicada quando passou remover de sobre seus músculos e ossos aquele preso extra. O conforto e calor daquele aposento eram admiráveis, até mesmo para um guerreiro.
Ele fechou os olhos quando entrou na banheira de águas translúcidas e mornas aromatizadas com perfumes florais. Ele se pôs a pensar que os anos o tempo estava lhe trazendo, e que muito melhor seria tomar a pequena fortuna que já havia juntado, comprar um rancho e arrumar mãos macia a lhe massagearem os pés. Há muito pensava nisso. Talvez já fosse hora de se aposentar daquela vida enquanto a vida ainda possuía.
Seus músculos firmes relaxaram com a água morna, os nós de seus ombros se amaciando, e por um momento a expressão de seu rosto pareceu menos agressiva que antes, como se uma máscara lhe caísse do rosto deixando somente um homem normal com seus medos e seus sonhos.
-É bom voltar para casa. – ele falou baixo e saudoso. –Quando deixei Albar ainda era menino de colo nos braços de minha mãe e não parei de percorrer reinos, matando e ensinando homens a matar. – falava ainda sozinho olhando a água calma que lhe banhava.
Heero Yui nascera nesse reino, em um tempo conhecido como a Época de Glórias, aonde Albar era um reino de fato e todos se reuniam em torno da coroa, no entanto os anos de guerra trouxeram fome e miséria e o anseio do povo por dias melhores, hoje a liderança estava descentralizada formando uma luta desordenada pela conquista.
Assim o rei atual prevendo sua queda próxima chamara Yui, a peso, de ouro por ele assim ser conhecido: o homem da guerra.
Embora Heero tivesse caminhado sobre todo o tipo de solos e compartilhado a mesa com diversas raças e povos e tribos, ele ainda trazia na lembrança o verde selvagem dos vales de Albar, sua terra natal. Também trazia o cheiro virgem das matas e o gosto das frutas silvestres. Ainda, quando o véu escuro da noite caía, ele sentia-se atraído pelas maravilhas daquele reino. Ouvira em sua andança boatos da decadência de Albar. Ouvia que o reino estava sendo tomado aos poucos e foi apenas por essa saudade, se assim podia chamar o que sentia, que aceitou o convite do rei para ensinar as técnicas de guerra a seu exército e por isso estava ali nesse momento.
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Era bem diferente aquele reino, diferente dos demais que Heero já esteve palestrando sobre suas artes no campo de batalha.
Ele entrou no salão de festas observando as cores e a música animada. As mulheres dançando e cantando alegremente misturadas aos homens com suas crianças no colo e os senhores do conselho a bater o pé ritmicamente conforme tocava a melodia. De fato um povo alegre e festivo.
-Aqui, Heero. Comida e bebida e mulheres! Não quero mais sair daqui! – um de seus homens o puxou animadamente.
-Treize. – Yui o olhou. O homem nem lembrava um soldado quando trazia no rosto um sorriso jovial e os olhos num castanho-mel, brilhantes de alegria.
–Mulher!! – sorriu abraçando uma alegre moça que lhe servia a bebida. –São gostosas demais essas mulheres! – o soldado gritou saindo do campo de visão de Heero.
As mesas apinhadas de comida eram atrativas para Yui, não mais que as mulheres que o olhavam atrevidas e risonhas, mas não ousavam aproximar-se. Estava de fato agradado com a recepção, de fato aquelas mulheres eram as mais belas entre todos os reinos. Ele tomou um cálice nas mãos saboreando a doçura do vinho até seus olhos se perderem do outro lado do salão. Os sinos tocaram, os pássaros cantaram, as flores desabrocharam para aquele homem quando seus olhos o encontraram.
Ele viu um manto azul cintilante flutuar delicadamente como alguém se movia, Heero piscou apurando a visão querendo ver cada vez mais, assim foi seguindo, esbarrando em um ou outro conselheiro, evitando alguma moça ou alguma bebida até ver mais claramente.
Ele viu então. Sorrindo lindamente para todos e naquele momento Heero teve um forte desejo. Seus olhos se arregalaram como todo seu corpo se manteve rígido, como se não pudesse respirar por um momento. O que era aquilo que em todos os seus sonhos ainda não tinha sonhado igual? Que ser de beleza extrema seria aquele que desafiava a própria natureza?
-Ôuh! – Zechs puxou Heero pelo ombro quando o soldado estava seguindo cego por aquele sorriso. –Beba. – lhe passou uma caneca de cerveja quente. –Beba e relaxe. – o loiro falou sabendo que Yui estava impressionado. –É assim mesmo. Todos ficam assim por causa dele. O chamamos de Pequeno Milagre. – explicou em tom de brincadeira.
-Pequeno Milagre!? – Heero repetiu dando uma golada considerável na sua bebida. –Quem é ele, Zechs? Quem é ele que nunca vi igual nos quatro cantos do mundo?
-Contam que o próprio Sol se pôs envergonhando quando ele nasceu. – contou o soldado loiro seriamente. –O conhecerá mais tarde. Agora vamos aproveitar a festa...
-Agora! – Heero deu outra golada na bebida.
-Depois. – Zechs o admoestou.
-Agora. Por Deus, homem. Sabe quanto tempo estou sem um agrado? – Yui com urgência soprou pesaroso.
-Acalma-te, homem. Aquele é Duo, nosso príncipe mais jovem. – explicou calmamente. –Ainda é jovem demais para está no conselho por isso não o viu quando chegou.
-Príncipe ou não eu vou agora e...? – Heero piscou.
-Nem pensar. Eu prometo que arrumo um jeito de lhes apresentar depois. – Zechs falou sério. –Está vendo ali no canto? – ele apontou para o mesmo rapaz que havia desafiado Heero no conselho. –Príncipe Trowa. E no centro da mesa principal, o rei. – mostrou seu rei. –Ambos não tiram os olhos dele e sabe porque? Simplesmente porque Duo é o brilho da vida deles, Yui. Então pode imaginar o que pode acontecer com quem não respeita nosso pequeno milagre? – sorriu. –Vamos! Vou te mostrar os jardins.
Heero o seguiu. Mas a imagem de Duo não mais lhe deixou a cabeça. O sorriso lindo e infantil, o ar de leveza, o rosto de anjo na pele clara como a neve, aqueles cabelos longos numa trança cheia marrom-dourada. E o corpo que era um trejeito de curvas perfeitas. De fato sua estadia ali seria estupenda... Ele sorriu respirando o ar daquele reino, os céus naquela noite pareciam mais estrelados que o normal com a lembrança do belo príncipe lhe enchendo a mente.
À todos grande abraço.
Talento não tem correlação com sorte e sim trabalho árduo e fé. Descubra o seu e seja feliz...
Lincy.
