Existe Um Lugar Para Nós
Sinopse: As coisas nem são o que parecem ser. A maior vitória de Harry tornou-se sua pior condenação: amar intensamente. Enclausurado na própria solidão e angustia, brilhara uma luz que o fará ter uma pequena centelha de esperança de que nem tudo estava perdido. Ou, como pensava já há quase quatro anos: Gina poderia não estar morta.
Título: Existe Um Lugar Para Nós
Pedida por: Serena Bluemoon
Escrita por: Nani Potter
Betada por: Serena Bluemoon
POV: Terceira pessoa.
Shipper: Harry & Gina
Gênero: Drama - Dark - Mistério
Censura: NC-17
Data do Pedido: 25.06.07
Data da Postagem: Prévia: 25.07.07
TRAILER
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Ele acreditava que nada poderia ser mais perfeito...
- Eu tenho milhares de desculpas para pedir a você, e apenas um agradecimento. – notando-a franzir o cenho, explicou: - Me desculpe por ter sido um completo idiota e não ter percebido antes que você é a mulher da minha vida. Me desculpe por não ter estado sempre ao seu lado. Me desculpe por ter ignorado o nosso amor... E obrigado por ter me ensinado a amar.
Abrindo a caixinha de veludo, revelou um lindíssimo anel de ouro branco, no qual havia três pedras cravejadas: um magnífico diamante realçava-se como um rei entre dois rubis, que pareciam serem banhados por puro fogo. As pedras brilhavam, cheias de promessas e segredos.
- Ah, meu Deus... – Gina exclamou, levando a mão ao peito. O coração estava disparado como um cavalgar desenfreado, a respiração o acompanhava tornando-se entrecortada.
- Quero mudar o meu presente e o meu futuro, e quero você ao meu lado. Ginny, você aceitaria se casar comigo?
Estava mais feliz do que imaginara ser capaz... Não havia mais Voldemort... Apenas o seu amor por aquela ruiva...
– Você que vinha devargazinho, me estimulando, colocando essas... Idéias na minha cabeça. E, naquele dia, quem tomou a iniciativa foi você, Harry!
- Eu? – repetiu sarcasticamente. – Quando me dei conta, já estava deitado na sua cama e com a camisa toda aberta e com você sobre mim.
Gina colocou as mãos na cintura, incrédula.
- Francamente, Harry James Potter! Você me beijou daquela maneira! – acusou com o dedo em riste. - Sempre o faz quando quer alguma coisa. E suas mãos já tinham começado a fazer todo o percurso pelo meu corpo, antes mesmo que eu piscasse! E... - ela estava vermelha como um tomate por causa da timidez e também do leve nervoso ao vê-lo tão tranqüilo e, até mesmo, parecendo estar se divertindo com seu embaraço.
- E...? – perguntou de forma tranqüila.
- Eu estou pensando! – Gina respondeu sem se dar de conta, passando as mãos pelos cabelos. – Ah, sim! Você que se jogou na minha cama!
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- Harry... – chamou-o com a voz sufocada.
Ele deslizou a boca pelo seu pescoço, a pontinha da língua formando um caminho úmido por onde passava lentamente.
- Nosso casamento é depois de amanhã, Ginny. – disse a ela. A voz soando ao pé de seu ouvido numa melodia rouca e fazendo-a compará-la com creme batido. - Que mal há em acelerar um pouco a lua-de-mel? Já fizemos isso antes. Deixe, meu amor. – mordeu-lhe a pontinha do queixo. - Deixe-me ter você.
Mas as coisas tomaram um rumo diferente do que esperava...
- Amo você. – declarou na soleira da porta.
- Eu sei. – Harry respondeu com divertida arrogância.
Gina colocou as mãos na cintura.
- Não vai dizer nada? – Harry negou com um gesto de cabeça.
- Eu direi tantas vezes que a amo no momento em que ordenar seu dedo com a minha aliança, que você não agüentara mais ouvir. Será desde o momento em que abrir os olhos, até os fechá-los para dormir, claro, após fazermos amor.
- Espero que cumpra sua promessa, Potter. – Gina avisou com uma firmeza marota.
Harry caminhou até ela e colocou uma madeixa rubra atrás de sua orelha.
- Até amanhã, meu amor. – murmurou rouco, marcando de forma profunda em sua mente, como se fosse uma fotografia; os olhos azuis brilhantes, os intensos cabelos vermelhos e o lindo sorriso dela que o fazia comparar com um raio de sol.
Gina deu-lhe um último beijo de despedida e começou a ir embora, caminhando calmamente pela calçada.
Harry observou-a até onde seus olhos foram capazes de alcançar, sem saber que aquela seria a última vez que a veria.
E ele viu tudo o que mais amava; desaparecer.
Passou a mão pelos cabelos rebeldes ao entrar em seu quarto, já descalço e com a sua jaqueta de couro jogada por cima de um ombro.
Merlin! Não se lembrava de que a festa de solteiro de Rony houvesse sido tão badalada. Estava esgotado!
Jogou-se na cama e fechou os olhos, não dando a mínima importância que ainda estivesse vestido, cheirando a bebida, cigarro e perfume barato. Apenas queria dormir por umas doze horas até seu casamento no dia seguinte.
O pensamento o fez sorrir e suspirar profundamente. Em questão de horas, ele e Gina estariam casados e usando suas alianças na mão esquerda, voando para uma ilha isolada no Caribe, onde ele lhe faria mais uma surpresa; comprara uma casa para eles numa praia deserta, como ela havia comentado certa vez que sempre sonhara em ter uma casa de verão com vista para o mar.
Ninguém os incomodaria. Seriam apenas eles, a natureza e o amor.
Mergulhando quase no fantástico mundo dos sonhos, Harry foi atormentado pelo som irritante de alguma coisa batendo em sua janela. Abrindo os olhos, deparou-se com um corvo negro batendo suas longas asas freneticamente. Ele trazia um pequeno envelope negro preso em suas patas.
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- Harry, você precisa manter a calma. – Rony falou num timbre tenso, abraçando Hermione pela cintura. A esposa o olhava assustada. – O que aconteceu?
A resposta veio numa explosão do outro lado da linha:
- OS COMENSAIS SEQUESTRARAM A GINA!
Quatro anos não foram suficientes para esquecê-la...
- A Gina está morta Harry. Você tem que aprender a lidar com isso.
O ódio nas irís verdes era quase palpável, assim como sua frieza e revolta que parecia vibrar por todos os poros do forte corpo de Harry.
- Como você ficaria se encontrasse o corpo de Rony completamente deformado pelo fogo, com apenas os cabelos ruivos intactos? Como você ficaria se tivesse que enterrar a pessoa que mais ama? Diga-me, Hermione! – pegando os óculos escuros, que jogara sobre a mesa da amiga e colocando-os, caminhou até a porta do escritório, mas antes de sair, voltou-se para a morena e disparou: - Gina era a minha vida! O amor é uma palavra que significa muito, mas nem metade do que eu ainda sinto por ela.
E talvez, nem 100 anos fossem.
Harry lembrava-se muito bem daqueles cabelos. Sempre brilhantes, sedosos e com um cheiro indescritível de flores. A lembrança era ainda mais doce, quando se recordava daquelas madeixas cacheadas espelhadas por seu travesseiro após uma longa e incrível noite de amor. Sentindo-se completo e saciado, ele abraçava a jovem já adormecia e puxava-a de encontro ao seu peito num gesto protetor. Aspirava profundamente o aroma sensual, único dela que desprendia de sua pele lustrosa, e dormia logo em seguida. Com um sorriso incontrolável pairando sobre seus lábios.
Os dias de felicidade, onde pensara que tudo estava acabado e que, finalmente, poderia viver em paz ao lado da mulher que amava duraram tão pouco, que lhe fazia ter a sensação de uma simples piscada. Na verdade, tudo desabou sobre si um dia antes de seu casamento. O que deveria ser um dos dias mais incríveis de sua vida, acabou sendo o pior de toda sua existência.
Suspirando, olhou para sua mão esquerda; jamais se casara com Gina, mas a aliança estava ali, ordenando seu dedo anelar como se o matrimonio houvesse sido consagrado perante a Deus e a toda população do Mundo Mágico.
Quatro malditos anos já haviam se passado, mas ainda era capaz de sentir todo o terror, o desespero e a sensação de perda o cercando como um animal predador.
Jamais conseguiria apagar a cena do enterro de sua mente, e muito menos da forma em que Molly e Arthur Weasley o olharam quando o caixão começou a ser enterrado. Havia pena nos olhos dele, como se estivessem dizendo; "Sentimos muito por mais uma perda, Harry querido". De tudo, compaixão era a última coisa que estaria precisando.
Ele necessitava de Gina!
Mas o destino lhe sorri...
- Como está a Senhora Potter? – o Comensal riu friamente. – Ou deveria chamá-la de Weasley ainda?
- Ela está morta. – Harry respondeu de forma inabalável. Era como se fosse apenas uma muralha de pedra; inatingível e intocável.
- Você sempre foi muito lerdo, Potter. – o sorriso do homem fez com que Harry se aproximasse novamente da mesa de interrogatório.
- O que quer dizer com isso?
- Ora, você demorou demais para se casar com ela. Mas foi extremamente ágil para levar aquela piranha para cama, não é mesmo? – umedeceu os lábios com a língua. – Sim, ela era realmente muito gostosa. – notando a frieza cortante dos olhos do Auror, o Comensal tornou a sorrir e, curvando-se para frente, murmurou: - Tem certeza de que a pobretona está morta, Potter?
De uma forma estranha...
"Harry... Me ajude!"
Harry despertou de seu sono de modo brusco, corcoveando o tronco para frente como se houvesse recebido um choque, e sentando-se em sua cama com a respiração acelerada.
Os lençóis estavam amarrotados em seus pés e os travesseiros caídos no chão.
Com um suspiro cansado, levou as mãos ao rosto áspero pela barba ainda para ser feita, e tentou controlar seus instintos nervosos. Estava trêmulo e sentindo calafrios, que abraçavam seu corpo como braços vindos do submundo.
Já haviam se passado quase quatro anos, por que apenas agora aquelas malditas visões estavam o atormentando?
Mas lhe faz ter esperanças que nem tudo está perdido...
- O que você está querendo dizer, Harry? – Rony perguntou, sentando-se ao lado da esposa no sofá. Hermione procurou-lhe a mão e apertou-a firmemente.
Rony percebeu como a esposa estava abalada com aquelas novas informações.
Harry estava parado em frente à janela, o sobretudo estático entre suas pernas e as mãos enfiadas no bolso de sua calça preta.
- Se o que aquele filho da mãe disse for verdade, Rony, a Gina pode estar viva... – voltou-se para os amigos. – E os Comensais que matei no passado não eram as pessoas certas.
Hermione engoliu em seco.
- Você não parece arrependido se esse erro for confirmado.
O sorriso de Harry não poderia ter sido mais debochado.
- E por que estaria? Eles faziam parte da escória da Terra mesmo. Apenas fiz um trabalho à toa.
Ou que amor de sua vida estivesse morta.
- Havia apenas duas pessoas que ainda acreditavam que Gina pudesse estar viva. – Fred comentou estranhamente sério. – Harry e minha mãe.
- Para uma mãe perder um filho nunca é fácil. O tempo pode até cicatrizar as feridas, mas não consegue apagar a cicatriz. – Senhor Weasley retrucou num tom rouco, colocando uma mão sobre o ombro da esposa, que ainda mantinha os olhos fixos em Harry.
- E para um grande amor também não. – Molly falou emocionada. – Você era capaz de sentir a presença da minha filha.
Harry assentiu.
Ela caminhou até ele, as passadas lentas e frágeis e com os braços abertos. Harry percorreu a curta distância com longos passos e a segurou-a pelos cotovelos num toque gentil.
- Traga a Gina para casa, Harry.
Para a surpresa geral, Harry sorriu calorosamente, um gesto que não fazia há anos. E todos viram que naqueles incríveis olhos verdes ainda havia sentimentos de uma pessoa humana.
Uma nova caçada começa...
- Você vai me dizer onde minha mulher está. – Harry falou num timbre calmo.
O Comensal riu sonoramente e aquilo fez seu corpo, que estava suspenso no ar, balançar lentamente. Seus braços estavam erguidos, enquanto correntes de ferro, presas ao teto, abraçavam-lhe os pulsos. As paredes daquele calabouço eram escuras, e podiam-se ver gotículas de sangue seco esguichadas por elas.
- Você não pode fazer nada comigo, Potter! – notou com certo tremor o Auror abrir uma maleta médica de couro e tirar luvas cirúrgicas. – Eu tenho direitos! Estou protegido pela lei judicial do Ministério.
- Ninguém sabe que você está aqui. – Harry respondeu sem parecer abalado: na verdade, mostrava-se quase divertido pelo desespero do Comensal.
Começando a tirar alguns aparelhos metálicos de dentro da maleta, colocou-os sobre a mesa como se fossem postas para uma exposição.
- Eu não direi nada sobre a sua vagabunda, Potter. – o homem cuspiu. – Nada!
Harry não se deu ao trabalho de dizer coisa alguma, muito menos de direcionar um olhar de canto para o Comensal.
Começou a colocar a primeira luva branca calmamente.
- Você está blefando! Se quisesse saber de alguma coisa, teria me dado a poção Veritasserum!
Sim, ele poderia, Harry pensou, colocando a segunda luva. Mas sempre achou que os métodos físicos, que raramente usava, muito mais charmosos. Além do mais, fazendo parte do DEME, tivera treinamentos especiais para obter técnicas de torturas trouxas.
- Quando eu sair daqui, todos vão saber o que você fez comigo! – o Comensal exclamou, tentando chamar a atenção do outro de alguma forma.
O desespero começou a tomá-lo com intensidade quando viu o Auror virar-se para ele com um bisturi na mão.
- Como você pode ter tanta certeza de que saíra daqui? – Harry perguntou, encostando o quadril na mesa e fitando-o com uma sobrancelha erguida. Sorriu de canto quando viu o homem engolir em seco. – Você já ouviu falar sobre algumas lendas trouxas?
- Claro que sim.
- Ótimo. – Harry assentiu, começando a se aproximar. – Então você deve ter conhecimento sobre os métodos de um famoso serial killer.
- Qual? – os olhos verdes tornaram-se frios e sanguinários.
- Jack, O estripador.
Harry não irá desistir... Até encontrá-la.
Com um chute, escancarou a porta do calabouço e o que viu fez seu coração quase saltar de alivio para fora de seu peito.
Ela estava ali, encolhida num canto completamente nua e suja. Mas Harry jamais a vira tão linda quando Gina ergueu a cabeça e os olhos azuis encontraram os seus.
Ela respirou fundo, tentando conter as emoções de finalmente estar livre, e com lágrimas escorrendo pela face, murmurou:
- Eu sabia que você viria.
E tê-la novamente em seus braços.
- Vamos para casa, Gina? – Molly perguntou, com as mãos unidas sobre o peito.
Os olhos da ruiva vagaram lentamente por cada membro de sua enorme família, acolhida naquela pequena sala de espera do hospital como se estivesse memorizando cada um. Até que se fixaram na face que procurava.
Colocando as mãos sobre o apoio da cadeira de rodas começou a se levantar, lentamente, o corpo tremendo ainda pela fraqueza.
Quando deu um passo a frente e notando que já estava com as pernas mais firmes, ela começou a caminhar, devagar, como uma criança que dava os primeiros passos em toda sua vida.
Gina olhava para o chão e aos poucos foi erguendo a cabeça.
Harry notou que todo o seu mundo parou de ter importância quando Gina sorriu com aquela mesma ternura que o fazia perder o fôlego e abraçou-o pelo pescoço.
Numa voz entrecortada e rouca, ela murmurou:
- Eu estou em casa. E estou exatamente onde devo... Ao seu lado.
EM BREVE!
Nota da Autora: Está quase pronta, estou dando uns retoques nos capítulos e encerrando o ultimo, depois só me restará escrever o epilogo. Mas, por enquanto, eu os presenteio com esse trailer. Sim, sou uma moça muuuuuito bondosa.
Espero que tenham gostado dessa prévia.
Até em breve, onde lhes trarei o primeiro capitulo dessa minha mais nova, short-fic.
Não esqueçam de, comentar, por favor! :D
Beijos, N.P.
