Ele tinha o sorriso mais bonito que já vira. O jeito que os lábios dele se abriam para rir, para dizer as coisas, os lábios mais bonitos que poderiam existir. Era seu melhor amigo e amor e ele podia passar tanto tempo encarando a beleza do outro que ficava perdido no dia.

Os dias se passavam e Scorpius podia ver que sentia tanta saudade dos momentos em que não estavam juntos que chegava incomodar de modo absurdo, o queria do seu lado o tempo todo, sorrindo o sorriso mais bonito do mundo. E a saudade que sentia, seu coração pulava quando o via, no momento que os olhos verdes de Albus encontravam os seus era como se tudo fosse ficar definitivamente bem. Era como se a proximidade fosse a única coisa que precisassem, o toque das mãos, os dedos entrelaçados timidamente. Os olhos baixos e um pouco de vergonha.

Sentiam-se envergonhados dos olhos um do outro, mas as mãos sempre juntas, aquele carinho necessário para os dias.

Tinha apenas quatorze anos quando decidiu isso, apenas quatorze anos quando Scorpius caminhou decididamente até Albus pouco antes de descer do trem, pouco antes do verão.

As mãos suadas, o corpo tenso. Entrou na cabine e Albus estava comendo como se não houvesse mais comida no mundo. Scorpius pensou que havia alguma coisa errada com ele por achar até mesmo aquilo adorável, mas ignorou o pensamento. Se aproximou do amigo, o coração aos pulos e educadamente entregou um bilhete para Albus que o olhou com curiosidade.

Os olhos verdes nos dele por um momento. Os olhos que faziam seu coração saltar. Ele parou e respirou mais um momento, enquanto o amigo lia o bilhete.

Albus ficou vermelho e passou alguns momentos olhando para o chão antes de pegar uma pena e rabiscar o pergaminho também. Os olhos cinzentos de Scorpius tentando descobrir o que ele escrevia, mas Albus não permitiu que ele visse até terminar. Os segundos enquanto ele escrevia pareciam eternos para o jovem loiro.

"Tudo bem."

Ele sorriu e esticou a mão para alcançar a do outro e então o beijou de leve nos lábios enquanto corava fortemente.

Tinha apenas quatorze anos, mas sabia o que queria, sabia quem queria. Os olhos verdes estavam fechados e a cabeça encostada levemente no ombro do rapaz loiro que segurava sua mão. Eram muito jovens, mas estava tudo bem, era muito amigos e estava tudo bem, seus pais não ficariam tão felizes, mas isso ficaria bem também eventualmente.

"Tudo bem se eu for seu namorado?"