Prefácio.

O que me fez pensar nesse tema? Sinceramente, não lembro (risos). Acho no final das contas, que não há exatamente uma fonte específica, um ponto definido de partida para eu tentar escrever sobre esse tema, e nem mesmo um motivo para ter escolhido exatamente esses personagens dentro desse contexto.

Na verdade, na verdade, há alguns anos (quando era possível), eu acompanhava um programa, estrelado pelo psiquiatra forense Michael Stone, da Universidade de Columbia (na cidade de Nova Iorque), que fala justamente sobre transtornos psicopáticos. Ele criou, depois de estudos, um índice, ordenando casos conhecidos de assassinos e condenados em geral por algum tipo de conduta fora dos padrões (psicológicos, talvez) estipulados pela sociedade.

É interessante (não legal) ver como no mundo há pessoas realmente capazes de matar, torturar, machucar por inúmeros motivos, uns sem mesmo demonstrarem remorsos de suas atitudes. E o pior: muitas vezes para ser um psicopata (ou apenas um sociopata), não é necessário você ser um serial killer, como muitos acham.

Hoje é mais fácil de compreender esses tipos de transtornos, saber as suas fontes e esse é o objetivo do índice criado pelo doutor: saber onde a causa tem origem e talvez evitar que ela ocorra.

Gostaria de falar, então, por fim, que eu não sou estudante de psicologia, e nem mesmo tenho relação com essa área biológica. Tudo o que eu pesquisei tem como base a internet e só Deus sabe como foi difícil para mim achar algum texto bem estruturado e aparentemente verdadeiro. Eu devo ter passado por umas dez páginas que falassem sobre o assunto e estavam com exatamente o mesmo texto.

Mas eu garimpei até achar algo que me satisfizesse. Achei até alguns artigos, alguns documentos que, aos poucos irei disponibilizar a vocês. Portanto, uma coisa que aprendi com o desafio GW foi a manter alguma coerência. Como não sou especialista no assunto, o máximo que eu posso fazer é ser fiel às ideias que me propuser nessa história e também ao que eu compreendi ao ler meus materiais de pesquisa.

Gostaria, antes de mais nada, informar os motivos da classificação dessa fanfic. Pelo nome, você é capaz de perceber que o tema não é muito agradável, que é notavelmente sério, e deve também ter ligado os pontinhos e tido uma luz, te informando que o enredo não será leve.

Se foi isso, você acertou em cheio.

A minha intenção inicial é escrever certas cenas de forma a causar nojo, ou simplesmente repulsa, "nervoso" e outros sentimentos desse tipo. Não sei se consegui atingir a meta, mas como essa é a intenção, então a classificação será exatamente essa.

Me aproveitando da classificação, vou me esforçar em utilizar palavras, situações e vocabulários próprios e adequados à situação. Traduzindo: palavrões, ou palavras que geralmente a gente não fala nas calçadas em tom de voz elevado. Engraçado, pois o brasileiro tem uma forma meio engraçada de demonstrar pudor: usando-se de palavras "menos agressivas" para amenizar tudo aquilo que pensamos. Palavras mais doces ou menos diretas são usadas com esse intuito. O ruim é que com o tempo, isso vira vocábulo e aí alguém começa a procurar um atenuante para o atenuante... Vai se entender, não é?

Bem, espero que estejam avisados, OK? Depois não venham dizer que é muita crueldade não, pois a intenção É ESSA!

Eu adoraria escrever tudo o que eu já encontrei sobre psicopatas (e durante minhas pesquisas descobri que há também sociopatas, que são diferentes dos psicopatas), mas eu realmente não gostaria de entregar de bandeja assim a minha fanfic (risos). Sendo bastante sincera, não creio que escrevendo tudo o que eu encontrei sobre psicopatia vá dar a você leitor todo o enredo da história (até por causa do disclaimer, que já dá muita informação), mas prefiro superestimar você a subestimá-lo, afinal, você me acompanha e deve imaginar o meu modo de pensar e de escrever. Como eu não sou um José Saramago da vida, não vou supervalorizar a minha escrita, mas quero ser justa e dizer que tanto você como eu estamos em pé de igualdade, assim, eu apenas informarei o mínimo possível.

Ah, mas então porque essa página de bate papo super furado? – você me pergunta. Simples. Ao participar do último concurso "Desafio Amores Possíveis GW 2010", eu percebi uma coisa muito importante: a necessidade de contato entre aquele que escreve e aquele que lê. Sim, o escritor que fala que não liga para o que as pessoas pensam de seus textos, ou que dizem que não publicam para os outros, mas para si mesmo, está mentindo. E muito. Respeito as opiniões das inúmeras pessoas que pensam dessa forma, até porque, as pessoas tem o direito de serem diferentes e expressarem aquilo que ela pensam. E é por isso que estou falando o que eu estou falando.

"Leitor: co-autor do texto."

Lêdo Ivo

Não sei o que passa pela mente dos outros autores (e na minha singela opinião, não me interessa), mas foi aí que eu entendi a necessidade de autores consagrados, como Sabino entre outros de escreverem cartas entre si e troar cartas com os leitores. Não trocar cartas exatamente, mas em muitos textos eles deixam claro que já perderam dias e noites de sono às vezes, com comentários de pessoas simples e desconhecidas do público. Ou se vocês preferirem, eu posso citar nomes como Maneco, Glória Perez e autores de mangás que gostam daquelas conversas intermináveis de uma página (risos).

Eu sei que escrevo, que recebo reviews e que na medida do possível, eu respondo as reviews. É o mínimo que eu posso fazer. Ou podia. Não que a partir de agora, todas as minhas fanfics terão um prefácio, mas na medida do possível, talvez, esses diálogos apareçam com maior freqüência. Até porque, eu acho que dessa forma, você poderá perceber que eu estou interagindo de verdade com você. Oras, se eu escrevo e coloco num lugar público, significa que eu quero que veja! E quanto a receber comentários, é apenas a conseqüência, não é mesmo? Ter o retorno significa que alguém se importa, não é? Que você se importa! Então por que não me importar também?

Mesmo sabendo tudo isso, ainda achava tudo muito impessoal. Acho que muitas pessoas já notaram que eu sou absurdamente reservada, mas eu acho que dá pra separar as coisas, e era necessário sim mais contato. Aliás, mais contato não, apenas precisava demonstrar que, mesmo gostando de escrever uma história, mesmo escrevendo-a para mim, ao postar na internet, eu também estou escrevendo para você que me lê e dá um tempo de seu dia para se ocupar com o que eu escrevo.

"Um romance é como um arco de violino, a caixa que produz os sons é a alma do leitor."

Stendhal

Não adianta nada eu ignorar você que lê minhas histórias. Isso seria a maior demagogia da qual eu poderia me usar. Minhas fanfics recebem elogios, ou simplesmente me dão dicas e falam o que não gostaram aqui; minha história fica conhecida por ter bastante review, fico de certa forma conhecida e creditada e no fim, eu desvalorizo exatamente aquilo que me fez ser o que eu sou.

Acho que já falei (quase) tudo do que eu realmente queria falar. Mas foi já dito anteriormente: se eu falar mais, vocês sacam logo o que eu vou fazer aqui (risos) e eu quero prender vocês de um jeito ou de outro.

Talvez apareça um novo capítulo por aí, parecido com esse, mais um fala-fala. Se eu achar que não é necessário, eu vou então apenas adicionando as referências e disponibilizando-as para vocês.

A você, desejo uma boa leitura.

"Ler um livro é para o bom leitor conhecer a pessoa e o modo de pensar de alguém que lhe é estranho. É procurar compreendê-lo e, sempre que possível, fazer dele um amigo."

Hermann Hesse