Nota do Autor: Eu não possuo a marca "Harry Potter" nem nenhum dos nomes com ele relacionados.
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Capítulo 1: Um Verão Calmo
Um invulgar clima de desconforto era vivido no número 4 de Private Drive. Desde que soubera que a sua mulher, Petúnia, estava mais ciente do mundo feiticeiro do que esperava, Vernon Dursley olhava com desconfiança para ela. Tinha medo que a sua vida aparentemente perfeita, a mais muggle das vidas diga-se de passagem, se virasse de pernas para o ar de um momento para o outro se descobrisse que afinal a sua mulher era também uma feiticeira.
"Essa seria uma reviravolta engraçada…" pensava um rapaz de cabelo negro despenteado e olhos cor de esmeralda enquanto se encontrava deitado na sua cama a olhar para o tecto. Harry Potter, ou "O Rapaz que Sobreviveu" como era conhecido por todos os feiticeiros, tentava afastar da sua cabeça más lembranças do ano que passou, o ano em que ele perdeu umas das pessoas pelas quais mais importava. Sirius Black o seu padrinho caíra através de um véu, que na verdade era um portal para o mundo dos mortos, enquanto lutava contra um Devorador da Morte. "Tem piada… eu nem o conhecia há assim tanto tempo…" pensou Harry tristemente, voltando ao assunto que tentava evitar. Ele sentiu um grande nó na garganta formar-se, e tentou conter as lágrimas mas não conseguira. Olhou para o espelho que Sirius lhe tinha dado, e começou a castigar-se mentalmente por não o ter usado. "Ele disse-te para o usares quando quisesses contactá-lo! Porque é que não o usaste? Seu estúpido! PORQUÊ?" disse ele entre dentes enquanto tentava controlar a sua fúria. Não queria ter de ouvir os Durlseys a chateá-lo a meio da noite, ou ainda podia fazer algo que se arrependeria. Hedwig estava empoleirada na sua jaula a dormir descansadamente soltando um pio de vez em quando como se de um suspiro se tratasse. "Quem me dera dormir tão bem quanto tu…"
Os Dursleys já deixavam, embora relutantemente, Harry ver os noticiários porque Petúnia sabia quão grave era o facto de Voldemort ter voltado. "Como se alguma vez a tua gente tivesse alguma hipótese contra os agentes da lei Britânicos, os melhores do mundo!" dizia o tio Vernon com total confiança. Mal sabe ele que poderes terríveis existem no mundo da feitiçaria. Mas para alívio (ou talvez não…) Voldemort ainda não se tinha virado para os muggles, embora já tenha feito estragos consideráveis no mundo mágico. Segundo o Profeta Diário, alguns Devoradores da Morte que renunciaram a Voldemort tinham sido encontrados mortos, com uma expressão vazia nos olhos, característica de quem tenha sido atingido pela maldição assassina. E o próprio Harry sonhara com alguns deles, dos quais o que se lembrava mais era o de Igor Karkaroff, um dos juízes do Torneio dos Três Feiticeiros. Sempre que tinha estes sonhos, a cicatriz doía-lhe de tal maneira, que parecia que a cabeça ia rachar ao meio. No entanto ele recusava tomar a poção que a Madam Pomfrey lhe tinha dado para ter noites sem sonhos, porque ele pensava que podia evitar mortes como fez com o Mr.Weasley na altura em que este fora atacado por uma serpente. Ainda estava envolto nos seus pensamentos, quando Harry fora distraído por um algo a bater na janela. Era uma coruja castanha que trazia uma carta amarrada à pata direita. Harry apressou-se a abrir a carta, e entretanto a coruja saiu.
Harry,
Dumbledore autorizou-me a ir buscar-te mais cedo a casa dos Dursleys. Estarei aí amanhã ás 10 em ponto da manhã. O Moody, a Tonks e o Kingsley também vão, para termos a certeza de que nada te acontece. Prepara as tuas coisas. Abraços,
Lupin
"Finalmente uma boa notícia!" disse Harry baixinho, um pouco mais animado. Depois olhou para as horas. Eram 1 e meia da manhã. "Bom…" começou, virando-se para Hedwig que havia acordado na chegada da outra coruja "…é melhor ir dormir, para que a manhã chegue depressa!" disse com um grande sorriso, ao que a Hedwig respondeu com um pio de consentimento. E pela primeira vez naquele Verão, Harry tomou a poção de Madam Pomfrey.
*
Na manhã seguinte, Harry fora acordado por alguém a bater fortemente na porta do seu quarto.
"Harry! Abre já esta porta!" dizia o tio Vernon do outro lado.
"Já vai, já vai…" respondeu Harry ainda meio zonzo. Procurou os óculos na mesa-de-cabeceira e olhou para o relógio. Já eram 10 horas e 3 minutos. "Merda!" Harry deixou escapar quando se apercebeu de que se esquecera de arrumar a mala na noite anterior devido ao seu entusiasmo de sair de Private Drive. Ele correu para a porta e abriu-a para se deparar com o tio vermelho de raiva.
"Porque é que não me avisaste que os teus amigos freaks, principalmente aquele com o olho esquisito, vinham?!" o tio Vernon perguntava quase a cuspir as palavras. Era óbvio que ele se sentira extremamente intimidado pelo Moody Olho-Louco.
"Eu não tenho culpa. A coruja deles chegou quando vocês já estavam a dormir." O tio Vernon estremecera ao ouvir a palavra "coruja".
"Corujas… Têm que ser sempre corujas!" O tio Vernon parou por um pouco para limpar com um lenço o suor que se havia formado na sua testa. "Bom está bem. Vê lá se te despachas. Eu não quero aquela gente a entrar na minha casa, e nem quero arranjar problemas com eles."
"Não os convidou para entrar? Que rude…" disse Harry sarcasticamente.
"Não abuses da tua sorte rapaz" rematou o tio Dursley com um olhar zangado antes de sair.
Harry correra para a janela para avisar os outros de que ia demorar só mais uns minutos.
"Então Harry? Eu disse-te que estaria cá às 10 em ponto!" disse Lupin um pouco impaciente.
"Desculpa lá. É que a tua mensagem chegou muito tarde ontem à noite..." Harry respondeu.
"Hum… Porque será?" Lupin disse sarcasticamente enquanto se virava para Tonks, que naquele dia estava loira e de rabo-de-cavalo.
"Bem, eu… Huh… Pois…" Tonks respondeu atrapalhada. Harry riu-se enquanto voltava para dentro para arrumar a sua mala.
Cinco minutos depois descia com a mala numa mão e com a jaula com Hedwig na outra. Os Dursleys olhavam para ele com desprezo. "Bom, ao menos este ano não houve nenhuma criatura maligna a perseguir o Dudley" disse Harry para quebrar o silêncio. Dudley estremeceu com a memória dos Dementors a atacá-lo numa rua não muito longe dali. Petúnia, que se encontrava atrás dele, apressou-se a envolvê-lo nos braços para o consolar. "Se há uma razão que te mantenho aqui…" Petúnia começou com a voz um pouco trémula "…é o compromisso idiota que fiz com aquele velhote, Dumbledore"
"Oh por favor, não pensem que sou mal agradecido!" disse Harry com falsa cordialidade enquanto saía e batia com a porta do número 4. "Bem, essa foi a única vez que saí daqui com o consentimento deles… Dia histórico" disse Harry com um sorriso. Lupin retribuiu o sorriso, mas este era triste. "Tu tas com um aspecto horrível Lupin!" disse Harry após reparar no tom cada vez mais grisalho do cabelo e nas enormes olheiras do seu ex-professor.
"Não te preocupes. Eu estou bem" Lupin mentiu.
Harry olhou para Tonks e esta mordia o lábio de preocupação. Embora ele quisesse falar com Lupin sobre Sirius, isso podia esperar pois aquela não era definitivamente a altura certa. "Hum… Então onde vamos? E como vamos?" disse Harry para mudar o tema de conversa.
"Temos um botão de transporte lá atrás," foi Kingsley que falou "uma meia nas traseiras daquela casa. As pessoas de lá foram de férias."
"Conseguiram a autorização do Ministério? Já não era sem tempo que tomassem consciência da verdade e dessem à Ordem espaço de manobra" desabafou Harry enquanto começavam a dirigir-se para a casa que Kingsley apontara.
"Depois do incidente lá no Departamento dos Mistérios, só verdadeiros tolos é que diriam que aquilo não era nada" dizia Moody com a sua voz carrancuda enquanto desatarraxava a tampa do cantil para depois dar um enorme gole.
Quando chegaram à casa, deram a volta a ela e Lupin apontou "Lá está ela." Era uma meia cinzenta, com uma lista azul e outra vermelha, um pouco rota no lugar do dedo grande. Moody apontou a varinha para a meia e disse "Portus!" Lupin virou-se para Harry. "Ouve com atenção. Este botão de transporte funciona ao mínimo toque, por isso vamos ter que tocar nele todos ao mesmo tempo. Entendido?" Harry acenou.
"Como aquele que te levou a ti e ao teu amigo enquanto aquele paspalho se fazia passar por mim" disse Moody, um pouco irritado com a memória enquanto guardava a varinha.
"Moody! Mas que coisa mais bonita para se dizer… Francamente!" Tonks exclamou, indignada.
"Pessoal! Vamos mas é pôr-nos a andar. Não temos tempo a perder" Harry estranhou a pressa de Lupin. Ele estava preocupado com alguma coisa…
Rodearam a meia, ajoelharam-se e puseram as mãos para a frente. "Prontos?" Lupin começou. "Um… dois… três." Ao três todos tocaram em simultâneo na meia, e Harry sentiu-se a ser puxado pela altura do umbigo, e os pés abandonaram o chão. Fora envolvido pelo remoinho colorido que era habitual nos botões de transporte. Finalmente sentiu-se a pousar, mas Harry não controlou bem a "aterragem", e estatelou-se no chão. Deitado no solo verdejante, viu onde tinha ido parar. Levantou ligeiramente a cabeça para endireitar a imagem e confirmou onde estava. "A Toca?!"
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Nota do Autor: Eu sei que este capítulo é pequenino, mas o próximo será maior. Espero que estejam a gostar da leitura, mesmo sendo só o primeiro capítulo. Por favor façam este autor feliz e mandem reviews!!!!
