While I bleed...
Tímidos raios solares já tentavam tomar o lugar de algumas estrelas remanescentes. Estava começando um novo dia. Robin fora o primeiro a levantar e seguir, ou melhor, rastejar até a cozinha e preparar um café. Mutano, desperto com o cheirinho vindo da cozinha, acompanhou o amigo no café da manhã. Não demorou muito para que Ravena também se juntasse aos amigos. Era uma manhã comum para todos na torre. Bem, nem todos...
Robin olhou para o lugar vago que Estelar costumava ocupar e estranhou a demora da garota em descer.
- Alguém viu a Estelar?
- Ela deve estar cansada, Robin, até porque, essa semana foi longa pra caramba...
- Eu sei... Mas, ela nunca se atrasa...
Vendo a preocupação desnecessária do amigo, Ravena levantou da cadeira e começou a andar em direção ao quarto de Estelar. Ela sabia que não havia nada de errado com ela, mas era impossível terminar o café tranquilamente com Robin discutindo com Mutano o estado da garota. Será que era tão difícil assimilar que Estelar não era humana e, sendo assim, possuía hábitos diferentes de todos? Aquilo era tão obvio... Ela mesma, muitas vezes ficara trancada no quarto tentando atingir um ponto fixo em sua concentração e nenhum deles se preocupou em perguntar o porquê do seu confinamento. Ravena detestava pensar nessas coisas, ainda mais quando se tratava de sua eterna busca pelo controle de seus poderes. Não fazia aquilo por obrigação. Muito pelo contrário. Não saberia ao certo o que seria de sua vida se não tivesse que fazê-lo. Mas... Qual será o motivo de tanta preocupação com Estelar? Ravena fora tirada de seus pensamentos quando chegara em frente ao quarto de Estelar. Batera algumas vezes na porta e para confirmação de sua tese, Estelar atendeu a porta com seu habitual sorriso.
- É melhor descer logo antes que o Robin tenha um ataque de nervos...
- Ravena? Oh... Eu... Ah... Já vou descer... Eu só quero fazer... Bem, eu tenho que fazer uma coisa antes... – Logo que terminou a frase, Estelar bateu a porta do quarto, deixando uma Ravena tendo um misto de raiva e curiosidade do lado de fora.
No quarto, logo que fechara a porta, o sorriso forçado logo dera lugar a uma expressão preocupada. Estelar abraça-se como uma tentativa de confortar-se a si mesma e tentar afastar os pensamentos que vêem invadindo suas noites e a impedindo de dormir.
"Será mesmo verdade? Será que o que vejo em meus sonhos está mesmo acontecendo? Não... só pode ser um pesadelo... Por que logo comigo, eu sempre tentei fazer tudo certo, tentei seguir tudo o que me ensinaram... O que eu fiz de errado?"