Um Favor para Watanuki -- Chapitre 1.
Já estava chovendo há algum tempo. O céu ficou encoberto no meio daquela tarde de verão num piscar de olhos. A chuva era tão grossa que mal se podia ver dois palmos à frente do nariz. Um serviço de mestra!
– Vamos logo, ou senão ele já terá ido embora!
– 'Tá... 't-tá... – respondeu quase tropeçando.
Corriam por uma rua escura, sendo protegidas da grossa chuva por apenas um grande guarda-chuva azulado (N/A: acho que a cor seja essa).
– Vamos! – disse impaciente.
– Mas... mas... e se ele... e se ele não aceitar?
Então parou de supetão e encarou a outra à sua frente com a cara emburrada que sempre fazia para tudo. – Eu aceitei te ajudar nessa e não vai ser agora que eu vou desistir! E mesmo que ele não aceite, a bruxa dará um jeito e ponto final! Ouviu, Zashiki?!
A menina olhou para baixo, tímida. – O-obrigado, Ame.
Ame-Warashi bufou e olhou para qualquer outro lado. – De nada.
Mas então, uma sombra apareceu e um som muito abafado de passos começou a ecoar naquela rua escura e vazia. Ame se inclinou para frente, aguçando a visão, querendo saber quem era o ousado que se atrevia a ir à direção delas naquela maior cara de pau.
– Boa noite. – disse assim que se aproximou o suficiente para que pudesse ser ouvido.
Um guarda-chuva típico de donos de templos protegia seu jeito indiferente da forte tormenta.
– Ah, Doumeki-kun! – as duas gritaram na mesma hora, uma corando violentamente e a outra, abrindo um enorme sorriso no rosto.
– Essa chuva é sua, Ame-Warashi? – ele perguntou olhando para cima e colocando uma mão para fora da proteção para que sentisse as gotas da chuva entre os dedos.
– Ah, sim! – a mesma sorriu e chegou perto o suficiente dele para que cheirasse o ar em sua volta. – Ah... mas que energia mais límpida...! – exclamou juntando as mãos em frente ao peito. Ela então voltou a ficar séria. – O que faz numa chuva dessas?
– Vim fazer compras de urgência. – E levantou uma pequena sacola branca com a mão direita. – E as hortênsias?
Ame sorriu novamente. – Estão ótimas! A cada dia que se passa, elas vão perdendo a coloração vermelha devido às impurezas daquele cadáver.
Doumeki então desviou sua atenção para a outra menina atrás de Ame que vinha sorrateiramente em sua direção.
– Eu.. e-eu... – ela o encarou, gaguejando e corando ainda mais. – Eu preciso da sua ajuda!! – exclamou assim que conseguiu juntar coragem o suficiente para falar com alguém que era amigo dele.
Tanto Doumeki quando Ame a olharam, o primeiro curioso, e a segunda emburrada.
– É aqui.
Doumeki apontou para um terreno vazio entre vários prédios altos.
– Vocês conseguem ver a casa? – perguntou.
– Sim. – as duas responderam firmes.
– O senhor, não? – Zashiki não o encarou.
– Não. Mas pelo que ele me disse, é aqui. E sempre foi.
Doumeki, então, se retirou sorrateiro e até que meio solitário. – Até mais.
Assim que colocaram o pé para dentro do jardim da casa, a porta da frente se escancarou e por ela apareceram duas meninas baixinhas e magrelas. Uma de cabelos azuis-claros tão compridos que se arrastavam no chão, e a outra, com um penteado meio esquisito de cabelos rosas.
– Sejam bem-vindas! – disseram em coro e bem animadas.
– Ame-Warashi trouxe uma amiga! – Maru disse.
– Ame-Warashi trouxe uma amiga! – Moro repetiu.
E então entraram saltitantes casa adentro, levando as duas pelas mãos. Elas abriram a porta de correr num estalo e deixaram o grande guarda-chuva azulado num canto.
– Mestra! Clientes! – exclamaram.
E então uma outra porta de correr se abriu. Maru e Moro saíram por ela enquanto uma mulher alta e bonita, de enormes cabelos negros, adentrou a sala.
– Boa noite. – ela disse. – Vocês querem chá? – perguntou mesmo não havendo nenhuma xícara, bandeja ou mesinha com alguma coisa que pudesse oferecer.
– Olá, Yuuko. – Ame disse olhando ao redor e tentando olhar trás da bruxa. – E... não, obrigada.
Zashiki abriu a boca para agradecer e aceitar o chá, mas logo foi interrompida pela inquietação da outra ao lado
– Procura por algo, Ame-Warashi? – perguntou ficando curiosa.
– Onde ele está?! – Ame perguntou impaciente.
– Tenha calma, ele já vai chegar. – e então, a bruxa sentou-se no sofá que havia na sala, logo acendendo mais um pouco de fumo (N/A: não sei o nome do trequinho que ela usa p'ra fumar e coisa e tal). – Sentam-se. – pediu.
Maru e Moro entraram com uma almofada e um tablado e os colocaram no chão, logo depois se retirando saltitantes. As duas sentaram-se no mesmo instante. Após uma longa tragada, Yuuko apontou para Zashiki (com aquele trequinho); a menina corou novamente assim que percebeu.
– E como estão os Karasu-Tengu? Continuam não gostando dele?
– Ah... ah, s-sim... – e completou. – M-mas... mesmo eu pedindo para que eles parassem... eles continuam a querer machuca-lo e--
– ... ai... calma... cuidado, pode derrubar!... – vozes vinham dos fundos da casa.
– Derrubou! Derrubou! – um coro soou.
– Mokona Modoki vai ajudar! Puu!!
– Não precisa mais!! – e o grito de raiva ofuscou as outras vozes
– Chegou. – Yuuko se virou para a porta de correr que se abriu num estalo.
– Desculpe-me a demora... – um garoto alto e magricela adentrou a sala suspirando, cabisbaixo, olhando o atento o chão para que não tropeçasse. Estava sendo seguido para Maru e Moro numa rodinha e Mokona pulando de um lugar para o outro. A Kuda-Kitsune estava enroliçada em um de seus braços. Ele trazia uma bandeja com quatro xícaras de chá e um bule.
– Temos visitas, Watanuki. – Yuuko sorriu.
E assim que Watanuki levantou o rosto ao colocar a bandeja em cima de uma pequena mesinha ao lado do sofá onde Yuuko estava, ele e Zashiki se viram...
To be continued...
