Falling for you.
"De repente, estávamos cercados de murmúrios de adeus e eu te amo.
- Se sobrevivermos a isso – Garrett sussurrou para Kate – eu a seguirei a qualquer lugar, mulher.
-Agora é que ele me diz isso – ela murmurou".
Amanhecer, página 544, capítulo 37, por nossa musa, Stephenie Meyer.
Apenas alguns olhares, talvez algumas ofensas seriam suficientes para construir um sentimento. Inesperado, inusitado. Até mesmo na hora errada, como continuava se dizendo a cada segundo. Mas era inevitável não se prender àquele sorriso de perfeito paspalho, ou moleque. O seu moleque. Era estranho pensar que pertencia a alguém agora, depois de tanto e tanto tempo sem ninguém. Ainda mais agora, quando deveria se portar como uma guerreira e não uma adolescente apaixonada. Tempos difíceis, momentos de desespero, um futuro que se estendia como um véu negro à frente e só o que ela queria saber era de passar mais e mais tempo ao lado daquele homem tão diferente e tão comumente apaixonável.
'Um nômade...' – pensava.
Sempre seguiu o padrão "vegetariano", seguindo o correto à risca, sendo a mais racional do clã Denalli. A 'certinha', a fria, a inatingível. Poderosa, era como suas irmãs a viam. Suas irmãs... Uma delas havia colocado a todos naquela situação, com certeza por sua enorme cabeça dura. Não acreditava que Irina estava fazendo aquilo com a própria família, simplesmente era complicado acreditar.
- Posso? – a voz que tanto fazia sua cabeça girar sem encontrar uma saída se fez presente, tirando-a do momento de devaneio.
Deu de ombros. Sua vontade era gritar que sim, ele podia sentar ali, podia abraçá-la, confortá-la e niná-la para toda a eternidade. Mas seu orgulho, como sempre, era muito mais alto. E dominante.
- Está tudo bem, Kay?
- Eu já lhe pedi para não me chamar assim, Garrett – falou entre dentes. Incrível como tinha ganas de beijá-lo e ao mesmo tempo vontade de arrancar seus braços fora.
- Eu sei que te balança – cruzou os braços atrás da cabeça, sorrindo de maneira marota e provocante. Tudo por sua Kate.
- Você sabe que me enoja, na verdade – ia se levantar, mas ele segurou seu pulso.
- E você sabe que me ama, Kay. Pare de resistir – olhou sério, com os olhos vermelhos borbulhando.
- Eu não me apaixono por estranhos, desculpe – puxou o pulso – Desista Garrett, eu não sou mais um desafio.
Saiu, deixando-o só.
- Você nunca vai ser um desafio, minha Kay.
O homem se levantou também, indo conversar com os outros integrantes daquela família tão diferente. Logo se aproximou da irmã de sua Kate, e ficaram um bom tempo conversando. Ela era uma pessoa encantadora, realmente muito amigável, aquela vampira de olhos claros. Não tão claros e vivos como os da irmã, óbvio, mas ainda assim muito amigáveis. Tânia. Esse era o nome de sua futura cunhada. Kate passou olhando-os com certa frustração, feito um furacão. Garrett riu. Estava tão óbvio que ela estava perdidinha por ele que a casa não comentava outra coisa. Emmett e Edward chegaram a apostar quando ela se renderia aos encantos do vampiro. Este com certeza era o momento de descontração no meio de tanto caos e Garret se orgulhava por saber que o motivo de algumas risadas era ele. Afinal, adorava ser e fazer as pessoas felizes.
- Já conseguiu? – perguntou-lhe Tânia.
- Ainda não. Que irmã difícil hein?
- Não é o senhor que adora desafios?
- Será que ninguém entende que ela não é um desafio? – se irritou.
- Eu entendo Garrett, eu entendo – ela se levantou, seguindo o caminho da irmã. Duplinha dura na queda, pensou o vampiro.
Tânia não entendia porque Kate não cedia logo. Mais do que ninguém, ela conhecia a irmã, a melhor amiga. E com certeza Garret havia conquistado cada cantinho daquele coração durão.
- Com ciúme da própria irmã, Kay? – perguntou, escorando-se no batente da porta do quarto que dividia com Kate.
- Até você Tânia? Francamente! – indignou-se. Escondeu a face, com medo da irmã ler em seus olhos o óbvio.
Era um caminho sem volta. E ela estava no final. Era, sem dúvidas, o caminho do amor.
I don't know but
I think I may be
Fallin' for you
Dropping so quickly
Maybe I should
Keep this to myself
Waiting 'till I know you better
[Bridge]
I am trying
Not to tell you
But I want to
I'm scared of what you'd say
So I'm hiding
What I'm feeling
But I'm tired of
Holding this inside my head
[Chorus]
I've been spending all my time
Just thinking 'bout you
I don't know what to do
I think I'm fallin' for you
I've been waiting all my life
And now I find you
I don't know what to do
I think I'm fallin' for you
I'm fallin' for you
Com muita rapidez chegou a noite que antecederia a luta. Volturis, o maior pesadelo de Kate. E sua irmã, sua querida irmã lá, enfiada no meio daqueles indignos. E amanhã, todos eles correndo perigo, Tânia em perigo, Garret...
- Ora vamos Kate, se preocupar com quem não merece? – bufou. – Kay boba!
Paralisou ao se ouvir murmurando o apelido que ele havia lhe dado. Permitiu-se dar um leve sorriso. Graças aos céus estava isolada num dos quartos, enquanto todos estavam caçando, ou por aí, com seu par. Um relance dela e Garret andando por aí, juntos, como um casal, lhe invadiu a cabeça, pensamento que ela logo expulsou. Não deveria. Aquela, afinal, poderia ser sua última noite.
- A última da minha eternidade…- pensou.
Ela não passaria sozinha. Não agora que precisava tanto de um abraço, de um consolo. Um bolo enorme se formou em sua garganta e ela percebeu a realidade. Poderia ser a última noite de todos ali. Isso a desesperou, deixou-a sem chão como nunca. Não poderia ser real. Arfou segurando o peito. Seria possível estar chorando agora, depois de tantos anos? Estaria voltando a sentir, a ter um coração, embora o mesmo estivesse morto há tempos? Sua mãe sempre lhe dizia que embora não tivessem um coração, quem sentisse como um humano sente, estaria tão ou mais vivo. Sim, ela estava sentindo de novo. Medo. Desespero. Angústia. Amor.
Abriu a porta do quarto e correu para fora. Passou por várias pessoas, por animais, por muitas coisas. E então estava frente a frente com a pessoa que a fizera voltar a sentir.
- Garrett – soluçou.
Não foram mais necessárias palavras. Logo estavam abraçados. Kate chorava, Garret a confortava, tentava a todo custo tranqüilizar a dona de seu coração. Lhe doía como nunca havia doido vê-la daquela maneira, fragilizada, sofrendo, angustiada.
- Fica comigo essa noite?- ela perguntou, quando ficou mais calma, sem se soltar daquele aperto aconchegante.
- Fica comigo, simplesmente? – ele rebateu, lhe arrancando um risinho.
- Só por essa noite – disse, antes de trilhar um caminho de doces beijos até a boca que tanto desejava.
Não tinham a menor pressa, não tinham o menor desespero em se descobrir aos poucos. Exploravam-se com cuidado, às vezes aumentando o ritmo, por pura gula. Gula de ter um ao outro. Desejo. Vontade incontrolável de amar e ser amado.
- Minha Kay – sussurrou antes de tê-la para si, de vez, com amor, com vontade, com a alma e o corpo.
Quando o sol já nascia no horizonte, selaram o último amanhecer com um beijo apaixonado.
- Um estranho – sussurrou, ainda deitada sobre o peito daquele que a fizera feliz, ao menos uma última vez.
- Seu estranho. Sempre – beijou-lhe os cabelos.
- Primeira e última vez?
- Darei a minha vida hoje para que não seja. O mundo não pode perder olhos tão belos.
- Não dê uma de herói hoje. Apenas mantenha-se vivo! – pediu, olhando-o nos olhos, segurando com força suas mãos.
- Assim que puder, fuja, corra. Mantenha-se viva!
Sorriram e levantaram-se, pegando o que sobrara de suas roupas. Foram se preparar para a batalha. Antes, porém, de regressarem à casa dos Cullen, Garrett segurou-a pela cintura uma vez mais, apenas para murmurar:
- Minha eterna Kay.
As I'm standing here
And you hold my hand
Pull me towards you
And we start to dance
All around us
I see nobody
Here in silence
It's just you and me
[Bridge]
[Chorus]
Oh I just can't take it
My heart is racing
Emotions keep spinning out
[Chorus]
I think I'm fallin' for you
I can't stop thinking 'bout it
I want you all around me
And now I just can't hide it
I think I'm fallin' for you
I'm fallin' for you
Fallin' for you
Alívio. Corações leves e livres, enfim. A paz preenchia cada espaço dali, enquanto viam os Volturi rumar para mais longe e mais longe. Kate, porém, ainda tinha motivos para chorar. Irina. Sua amada Irina. O que mais queria era brigar, massacrar e torturar a todos aqueles filhos da mãe. Pro inferno aqueles Volturi. Chegara a machucar Garret em seu ápice de ódio. Agora, só o que fazia, era abraçar quem estava ao seu redor. Tânia. Carlisle. Rose. Bella. Nessie. Edward. Enfim, Garrett, o qual a tirou do chão. Teve certeza dos risinhos de todos ali, ainda mais quando ele lhe disse que a seguiria onde fosse. Ela lhe devolveu a brincadeira.
- Você me conquistou, meninão.
- Eu te amo, Kay.
- Eu também te amo, Garrett – sussurrou olhando em seus olhos, para logo depois selar aquele momento com o mais doce dos beijos já vistos.
E assim, como sempre, era bom admitir o amor à vida. Afinal, só ele faz-nos seguir em frente.
Kate&Garrett.
