Título: Diga a ele
Autora: Bélier
Categoria:Romance Yaoi
Retratação: Eu não possuo Saint Seiya/Cavaleiros do Zodíaco. Infelizmente (ou felizmente) eu não os possuo, pois do contrário eles teriam namorado mais do que lutado... De qualquer forma, eles são propriedade de Kurumada, Toei e Bandai.
Resumo: Eles são jovens, bonitos, bem sucedidos e estão apaixonados. Mas palavras não ditas e promessas vãs podem causar dúvidas e mágoas. E se não houver tempo para provar que o amor é verdadeiro?
Capítulo 1
Mu fechou a porta do carro, segurando com cuidado na outra mão o café da manhã que havia comprado numa cafeteria ali perto. Olhou para o relógio delicado em seu pulso: nem nove horas. Não se conformava com aquilo.
Caminhou até o prédio suntuoso, as janelas de vidro espelhadas refletindo sua imagem esbelta. Adentrou o saguão da empresa, gelado àquela hora da manhã devido ao ar condicionado.
- Bom dia, Senhor Mu.
- Bom dia! – Mu respondeu com um sorriso à recepcionista, mas no fundo ficou encabulado. Sentia-se envergonhado pelo fato de todos ali o conhecerem. Será que ele freqüentava tanto assim aquele lugar? Precisava se resguardar um pouco... – Ele está aí?
- Está sim, pode subir.
- Obrigado. – Com um aceno de cabeça, Mu seguiu para o elevador. Apertou o botão do último andar e aproveitou que estava sozinho para observar sua imagem refletida no enorme espelho atrás de si. Ajeitou os longos cabelos, comprimindo algumas mechas atrás da orelha e alisou algumas rugas imaginárias em sua blusa.
O elevador parou no quinto andar, aquele que Mu sabia ser o destinado à contabilidade da empresa. Empertigou-se, escondendo estrategicamente as caixinhas com as guloseimas e os dois copos de café que havia comprado atrás de si e preparou-se para encontrar com algum contador mau-humorado.
A porta se abriu e Mu desviou o olhar para cima, fingindo analisar a câmera de segurança. – Está subindo. – Declarou, sem graça.
- Oh, sim! Com certeza, está...
Surpreso, Mu baixou os olhos até encarar o homem loiro sorridente parado diante dele. Aguardou que as portas se fechassem, antes de dar-lhe um sonoro tapa no ombro.
- Seu pervertido! – Mu ralhou.
O homem se aproximou mais de Mu, abraçando-o. – Você ainda não viu nada!
- Shaka, a câmera! – Mu empurrou sem muita convicção o loiro, tentando ao mesmo tempo não derrubar os copinhos de isopor cheios de café quente sobre ambos.
- E daí? Depois eu peço uma cópia para mim! – Shaka riu junto ao pescoço alvo de Mu. – "Encontros eróticos no elevador"...
- Seu prepotente! Acha que pode tudo? – Mu deixou-se abraçar pelo outro homem, escondendo o rosto corado entre os cabelos loiros longos.
- Eu sou presidente da empresa... Eu POSSO tudo. – Shaka passou os dedos pelos cabelos macios do namorado, acariciando-os.
- Não estou falando da empresa. Estou falando de mim! – Mu ergueu o rosto, recebendo um beijo rápido nos lábios. Fingiu-se irritado. – Você não me respeita, mesmo!
Shaka ergueu uma das mãos, escovando com o polegar a pele suave e levemente tingida de vermelho com carinho. – Não diga tolices! Claro que eu o respeito!
Mu separou-se do abraço ao notar que o elevador finalmente havia chegado ao último andar. – Então, porque não me esperou? Eu lhe disse que passaria na sua casa cedo para tomarmos café da manhã juntos!
- Mu... – Shaka saiu do elevador, indo diretamente para a sua sala, seguido pelo namorado que novamente foi cumprimentado com familiaridade, agora pela secretária pessoal do loiro. – O meu "cedo" é sete e meia. Tomar café da manhã às nove vai contra todos os meus princípios!
- Workaholic! – Mu resmungou, enquanto colocava as coisas que carregava sobre a lustrosa mesa escura de Shaka. – Porque vem para a empresa tão cedo? Você não pode relaxar um pouco, não?
- De forma alguma... – Shaka retirou o paletó escuro que compunha seu terno sóbrio, colocando-o sobre o encosto da sua cadeira e sentou-se, enquanto Mu assumia um lugar do outro lado da mesa. – Nem bem cheguei e a minha presença já foi solicitada na contabilidade e...
- Ah, não quero falar sobre serviço logo cedo! – Mu apoiou as mãos atrás do pescoço e espreguiçou-se na cadeira, num gesto extremamente sensual, que foi prontamente notado pelo namorado. – Ainda nem acordei direito!
- Preguiçoso! – Shaka mexeu em alguns papéis sobre a mesa, e encarou o que o namorado havia trazido. – E isso, agora, o que é?
- Corrigindo o seu comentário, eu não sou preguiçoso, apenas trabalhei até tarde ontem! E respondendo a sua pergunta, isso é o nosso café da manhã, ora essa! - Mu apoiou-se sobre a mesa, estendendo um dos copos ao loiro e partindo, em seguida, para a tarefa de abrir as caixas. – Nós não combinamos de tomar café juntos?
- Mas Mu, eu já...
- Já tomou café, eu imagino. Comeu alguma coisa? – Mu inquiriu, confiante.
- Não, só um cafezinho. – Shaka confirmou, vencido. Era impossível esconder as coisas do outro.
- Eu sabia, viu? – Mu sorriu, terminando de abrir as caixas. – Falta de tempo não é desculpa para ficar sem comer. Isso não é saudável. Vamos, pegue!
Shaka observou atentamente, e escolheu uma torta folhada salgada. – E isso, por acaso, é saudável?
Mu voltou a se sentar, depois de pegar uma tortinha de morango. – Não seja estraga prazeres.
Shaka parou com a torta a meio caminho da boca, vendo o namorado morder com gosto a sua. – Como você pode comer isso logo de manhã? – O loiro nunca se acostumaria com os hábitos alimentares do namorado, que adorava doces.
- Hn? – Mu indagou, com a boca cheia.
Shaka não teve alternativa a não ser rir. – Esqueça.
O loiro mordeu o salgado, pensativo. Apesar de tomarem um tempo precioso, ele definitivamente gostava das visitas do namorado à empresa. Como Mu quase não conseguia encontrá-lo em casa, ia sempre até lá com algum pretexto, como tomar café da manhã ou arrastá-lo para almoçar fora. Depois de vários meses de namoro, todos ali já conheciam o "namorado do chefe". A princípio, aquilo o incomodara um pouco, não gostava de expor sua vida pessoal aos seus subalternos, ainda mais uma declaração aberta das suas preferências sexuais. Mas depois de ouvir várias conversas de corredor em que todos elogiavam a beleza exótica e a simpatia de Mu, passou a se sentir lisonjeado com as visitas. E ciumento, também.
Felizmente era acionista majoritário e presidente da empresa de construção civil mais solicitada do Japão. Caso contrário, poderia ter sofrido algum tipo de represália com relação ao seu relacionamento com Mu. Gostaria de apenas dirigir os negócios, mas como era também engenheiro bem formado, muitas vezes fazia questão de acompanhar as obras pessoalmente, o que acabava lhe tomando boa parte do tempo.
- Ei. – Mu chamou-o de volta à realidade. O loiro observou com uma pontada de culpa que o olhar feliz havia desaparecido dos olhos verdes.
Shaka levou o copo aos lábios, provando o café. – Desculpe, eu...
- Uma vez que eu venho até você, o mínimo que pode fazer é me dar atenção. – Mu reclamou, a mágoa presente em sua voz.
- Eu sinto muito... – Shaka cogitou se Mu acreditaria que ele era o alvo dos seus pensamentos. – O que você perguntou, mesmo?
Mu suspirou, aborrecido. – Eu lhe perguntei se você ainda se lembra do seu compromisso de hoje à noite, mas pelo visto, foi perda de tempo...
Shaka franziu as sobrancelhas, fazendo força para se lembrar, sem ter que recorrer à agenda. Sexta-feira, sexta-feira... Felizmente, sua memória foi generosa para com ele. – Ah, sim! O vernissage!
- Ainda bem que se lembra! – A fronte de Mu se desanuviou um pouco. – Você sabe como é importante para mim, Shaka!
- Sei sim, Mu... – Shaka deu mais uma dentada na sua torta. Já há várias semanas o namorado se via as voltas com a organização daquele vernissage. Dono da mais famosa galeria de arte da cidade, Mu há muito queria trazer para o Japão a exposição de um famoso artista indiano, que pela primeira vez estaria expondo no país. Se tudo corresse bem, Mu estaria levando uma gorda comissão pelos trabalhos vendidos, mas não era só por esse motivo que ele se dedicava tanto aquele projeto. O namorado tinha muita sensibilidade e venerava as artes; tinha vários trabalhos daquele artista em particular em seu apartamento. Mu era indiano e a arte daquele país o encantava.
Mu terminou de comer a sua tortinha e lambeu os dedos, tentando tirar a geléia que ficara neles. – A que horas você vai?
Shaka tomou mais um gole de café, tentando adiar a resposta. Ele não gostava muito de artes que não fossem as arquitetônicas, mas faria o sacrifício pelo namorado.
- Shaka... – Mu proferiu, em tom acusatório. – Você vai, não vai?
- Vou sim, Mu, pode ficar tranqüilo! – Shaka sorriu, apaziguador. – Eu vou tentar sair cedo daqui, vou dar uma passada em casa para trocar de roupa e te encontro na galeria às oito horas, está bem?
- Oito está bom. – Mu respondeu, levantando-se. – Bom, preciso ir, tenho muita coisa a fazer ainda. – Shaka sorriu quando Mu roubou outro doce da caixa. – Vou levar este, se você não se importar.
O loiro levantou-se e foi até o namorado. – Não me importo. Afinal, você precisa de muita energia para organizar os detalhes finais da exposição...
Ao chegar mais perto, Shaka notou uma mancha pequena de geléia vermelha no canto dos lábios de Mu. – Está sujo...
- Onde? – Mu passou o dedo esbelto pelo canto errado da boca, enquanto Shaka observava o gesto, encantado.
- Aqui... - Sem aviso, Shaka desceu seus lábios sobre a boca doce, roubando um beijo. Mu, pego de surpresa, demorou um pouco a responder, mas logo devolveu à mesa o doce que estava em sua mão e enlaçou o pescoço do loiro.
Trocaram um beijo apaixonado, sua línguas mornas se encontrando e se tocando, a geléia já completamente esquecida. Shaka trouxe Mu para mais perto de si, cheio de saudades, seu desejo o lembrando que já há quase uma semana não faziam amor. Recriminou-se, sabendo que era o único culpado por não terem estado juntos de forma mais íntima durante os últimos dias. Mu o havia convidado várias vezes para o seu apartamento, mas desde domingo não havia encontrado tempo.
Separaram-se, ofegantes. Shaka analisou o rosto bonito do amante, os olhos fechados e os lábios ligeiramente entreabertos, demonstrando toda a sua entrega. – Pronto, já está limpo... – Sussurrou.
Mu abriu um dos olhos, maroto. – Tem certeza?
- Pensando bem... – Shaka aceitou a sugestão do namorado. – Acho que ainda tem um pouco de geléia aqui...
Mu não conseguiu evitar um sorriso, que logo foi desfeito pelos lábios afoitos do loiro. Sabia que Shaka era difícil e sistemático, mas também sabia exatamente como obter o melhor dele. Enroscou os dedos nos cabelos loiros, acariciando a nuca sensível do namorado, e pressionou os quadris de leve contra os dele, insinuante.
Shaka gemeu discretamente, e baixou as mãos da cintura de Mu, apertando sem pudor os músculos firmes. Separou sua boca da dele e cutucou com a ponta do nariz o pescoço do namorado. – Você me tira do sério... – Sussurrou, seus lábios roçando a pele sensível e provocando um arrepio em Mu.
O marchand respondeu com um ronronar e tombou mais o pescoço, oferecendo mais pele ao loiro.
Súbito, Shaka lembrou-se de algo importante. – Espero que as suas mãos no meu cabelo não estejam meladas...
Mu brindou o loiro com seu riso cristalino e este o apertou mais firme contra si. – Provavelmente estão... Me desculpe!
Shaka desceu uma das mãos pelo tórax esbelto do namorado, acariciando-o sob o tecido sedoso da camisa. – Você sabe que eu adoro essa roupa, não? Faz isso para me provocar...
- Eu? – Mu se fez de inocente, no entanto sabendo muito bem que havia escolhido as calças jeans escuras que se ajustavam perfeitamente ao seu quadril esbelto e a bata de seda verde de estilo chinês que combinava com seus olhos e da qual Shaka tanto gostava.
Shaka beijou o pescoço de Mu logo abaixo da orelha delicada e afastou um pouco a gola alta da bata, tentando descobrir um pouco mais da pele alva do namorado, mas não obteve sucesso. – Pensando bem, acho que não gosto tanto dela assim...
Mu sorriu; afastou-se do loiro a contra gosto. – Tenho que ir. Hoje eu realmente estou ocupado.
- Que novidade. Sou sempre eu o atarefado aqui! – Shaka ajeitou a gravata sóbria, enquanto Mu pegava suas coisas.
- Sim, isso é verdade... – Mu concordou. – Mas não se esqueça de que, mesmo ocupado, eu ainda tenho tempo para estar com você...
Mesmo que lhe fosse dada com extrema delicadeza, Shaka não pôde negar que havia recebido uma repreensão. Achou melhor não discutir e aceitou resignado a sua culpa. - Eu o acompanho até o elevador.
- Não precisa. – Mu deu um último beijo rápido no namorado, voltou a pegar o doce sobre a mesa e saiu apressado. – Não se esqueça, te espero às oito!
- Eu estarei lá, não se preocupe!
- Acho bom! – Mu gritou, já quase no elevador.
Shaka voltou para a mesa, sentindo-se feliz por ter alguém como Mu ao seu lado. Mas ficou desolado ao ver a bagunça que o outro havia deixado em sua mesa, sempre tão organizada.
- x –
Mu cumprimentou um casal que freqüentemente vinha a sua galeria com um sorriso forçado. Tomando o cuidado para ver se não era observado, olhou novamente para o relógio, talvez pela centésima vez naquela noite.
Apesar da galeria estar lotada de gente, Mu sentia-se sozinho. Sozinho e traído. Já passava das dez horas e Shaka ainda não havia chegado. Perambulou pelos espaços da galeria mais uma vez, na esperança de que talvez houvessem se desencontrado naquele mar de gente, mas já sem muita esperança. No fundo, sabia que Shaka ia acabar fazendo aquilo. Novamente. Já não tinha mais motivos para acreditar que o namorado honraria algum compromisso assumido com ele.
Tomou mais um gole de champanhe, tristeza e indignação brigando por espaço em seus pensamentos. Obrigou-se a parar e conversar animadamente com algumas pessoas que também eram freguesas habituais da galeria e com o artista dono da exposição. Sem dúvida o vernissage estava sendo um sucesso, vários críticos haviam comparecido e elogiado bastante as obras expostas.
Tudo parecia perfeito e Mu tinha vários motivos para estar feliz. Era um dos marchands mais prestigiados da cidade, sua galeria de arte era um sucesso e lhe rendia excelentes dividendos; e ele ainda tinha a satisfação de apresentar um artista que lhe aprazia muito.
Fugiu discretamente de uma cantada, uma das várias que havia recebido durante a noite. Amava demais Shaka para sequer cogitar algo do tipo; sabia que não se sentiria bem ao lado de qualquer outra pessoa, tendo o loiro em sua mente. Mesmo que às vezes ele não fizesse por merecer esse amor...
- Grande noite, Mu!
O marchand voltou-se e sorriu ao se deparar com o primo. Devia sua vinda ao Japão a Shion, que fora um dos primeiros da sua família a sair do continente e vir estudar nas ilhas japonesas. Como obtivera muito sucesso depois que se formou arquiteto, Shion convidara o primo para ir morar com ele e assim Mu pôde fazer a faculdade de Belas Artes que ele tanto desejava. – Sim, Shion. Perfeita, não?
Shion rodou a taça de champanhe entre os dedos esbeltos, analisando a face tristonha de Mu. – Quase perfeita, não precisa mentir.
Mu baixou os olhos para que o primo não visse sua tristeza. – Por que não haveria de estar tudo bem, primo? A galeria está cheia de gente e várias pessoas já demonstraram interesse pelas obras do nosso conterrâneo! – Mu ergueu o rosto e sorriu docemente. – Viu só como existe espaço para a arte neste país, também?
- Nunca duvidei de que faria sucesso, Mu... Sempre acreditei no seu bom gosto. Só prefiro outro tipo de arte! – Shion provou o champanhe, enquanto observava os quadros à sua frente.
Mu não se sentiu desrespeitado pelo comentário de Shion. Há muito tempo já se acostumara à arrogância moderada do primo. Pelo menos Shion se dignava a visitar sua galeria e demonstrava interesse pelo seu trabalho...
No Japão, devido a toda aquela busca incessante por progresso, arquitetos e engenheiros eram muito necessários. Os arquitetos que se destacavam por seu arrojo e criatividade eram disputados a altos preços, enquanto que aos engenheiros que gozavam de confiabilidade não faltavam ofertas de serviço. Shion se enquadrava no primeiro time, enquanto Shaka fazia parte do segundo.
Súbito, Shion apoiou uma das mãos nos ombros do primo mais novo, obrigando Mu a encará-lo. – Ouça, Mu... Não deixe que aquele imbecil doido por trabalho estrague a sua noite! Prometo que assim que eu o encontrar passarei uma descompostura naquele loiro metido!
- Shion... – Mu fungou de leve, finalmente demonstrando ao primo o que o aborrecia. – Eu agradeço, mas não precisa. Ele não está fazendo falta!
Shion notou a mágoa e o rancor na voz do primo e suspirou, desanimado. – Está bem, vou fingir que acredito em você. Vou dar uma volta, se precisar de mim, estarei por aí... E tome cuidado para não beber demais.
- Não precisa se preocupar, Shion, você sabe que eu não sou disso...
Mu observou Shion se afastar. Curiosamente, ele também devia o seu relacionamento com Shaka ao primo mais velho. Logo que Mu começou a agenciar alguns artistas locais e começou a pensar em abrir a galeria, Shion o convidava para vários eventos ligados à área de arquitetura e engenharia. Um pouco a contra-gosto, Mu o acompanhava. Foi num desses eventos que Shion o apresentara a Shaka.
Mu, a princípio, não imaginou que se apaixonaria pelo loiro quieto e de aparência severa, apesar de ter ficado encantado com o dourado dos cabelos do outro homem, que depois descobrira terem sido herdados da mãe, que era inglesa. Naquela primeira noite, trocou algumas palavras com o engenheiro, que era conhecido de Shion. Ficou surpreso quando, na segunda vez que o encontrou, numa exposição de obras arquitetônicas, Shaka lembrou-se dele. Conversaram animadamente durante todo o evento e Mu sequer viu as horas passarem.
Mu comentara com Shaka seus planos de abrir a galeria, explicando que tipo de espaço desejava e em que local. Shaka não lhe dissera nada na ocasião, mas depois de alguns dias, Mu recebeu um telefonema do engenheiro, dizendo-lhe que havia encontrado um local que talvez fosse do seu interesse. Mu ficou admirado ao ver que o loiro havia prestado atenção ao que ele dissera e mais impressionado ainda com o fato de ter procurado algo!
Encontraram-se então no salão onde hoje era a galeria e Mu havia se maravilhado com o lugar. Shaka, sem dúvida, tivera muito tato: soubera exatamente captar o ambiente que Mu desejava.
Foi então que soube que não haveria mais como escapar daquele sentimento.
Shaka intermediou o aluguel da galeria para Mu e ele o agradeceu convidando-o para um almoço. Dali a convites para encontros mais privados, foi um pequeno passo. Logo estava tão apaixonado pelo loiro que não conseguia mais ficar sem vê-lo, mesmo que para isso tivesse que burlar a agenda lotada do engenheiro, como fizera hoje pela manhã.
Mu buscou refúgio em mais uma taça da bebida borbulhante.
Ele era mesmo um tolo.
Continua
Comentários da autora:
E lá vamos nós de novo!
Nossa, eu havia prometido a mim mesma não fazer mais fics em capítulos... Isso acaba comigo! Mas esta estava tão grande, que não teve como não dividi-la... Bem, se serve de consolo, a história está praticamente pronta, só faltam alguns ajustes. Err... e o lemon Esse está difícil, acho que perdi o jeito.
Bem, espero terminar logo. Eu não posso colocar essa fic on-line sem agradecer imensamente a minha querida amiga Vera, que um dia me mostrou uma fanart maravilhosa (vide blog), que foi o ponto de partida dessa fic. Começamos a discutir o que estava acontecendo ali naquela imagem, naquele momento. Surgiram várias hipóteses para aquela cena, e sinceramente até hoje não descobrimos de onde veio aquela fanart, nem o que ela significa. Mas de todas as conversas, surgiu essa história... Também contribuiu muito uma música (sempre a minha querida Verinha),Tell him, um belo dueto entre Barbra Streisand & Celine Dion. Infelizmente não vou poder colocar a letra aqui, mas vou postar no blog, e a versão da fic no Sweet Surrender vai vir completa, com certeza. O meu muito obrigada também para a Madame Verlaine, que betou a fic! Beijos para as duas, que me ajudaram tanto com idéias e dicas!
Espero que gostem. Depois de tanto tempo sem escrever, sei não se ficou bom! Ah, sim, não fiquem bravas com o Shaka, ele não é tão ruim assim, só está meio confuso, ainda não definiu as prioridades dele, como eu citei no blog. Aliás, não esqueci da promessa de dedicar essa fic ao loiro, uma vez que não fiz nada no aniversário dele...
- Hn. Ainda bem que se lembrou!
- Claro, eu lhe disse que esta seria para você!
- Porque a dele tem capítulos? (Vozinha magoada no canto do quarto)
- Tá, essa é maior, mas... mas... você é a estrela dessa fic, não percebeu?
- Como assim, ele é a estrela? (Inconformado)
- Ops... Escuta, Shaka, porque você não foi no vernissage, mesmo? (Mudando de assunto)
- Eu... eu...
