Disclaimer: Os personagens dessa estória não me pertencem, e blábláh q vcs já sabem.

Conteúdo: Drama/Angst – Slash

Beta: Taxxti, e ela é culpada por tudo, não importa o que digam.*corre*

Sinopse: Triângulo amoroso Misha-Jensen-Jared. Os três vão descobrir em que uma relação tão conturbada, uma das partes sempre vai acabar se machucando. Fic com PoV diferente à cada cap., e obviamente narrativa diferente(por favor, não estranhem a bosta q eu escrevi! :X).

Link: Leiam o primeiro cap. ao som de ''Stones'', do Barbarossa ( HTTP :/www. youtube. com/ watch?v=i63A2i-MFy8&feature=related ), e isso é uma ORDEM.*risada evil*

Nota: Muito angst ao longo da fic, já avisando os mais sensitivos.

Nota 2: Eu procurei tentar agradar os fãs de Jensha e de Padackles, então a fic tende a ir pro lado de cada uma das shippers ao longo dos caps.

Nota 3: Essa fic foi escrita à zilhões de anos luz, mas depois da fic Jensha da Shi eu criei vergonha na cara para postá-la.

CAPÍTULO 1: Moreno

O loiro gemeu, se confortando no meu peito, dormindo.

Em outras circunstâncias, eu apertaria mais o abraço que o envolvia e sorriria. Mas, droga! Eu não faria isso dessa vez... Porque seria a última vez em que eu aceitaria dormir com ele. A última vez que eu aceitaria toda aquela palhaçada.

Ele me fazia essas coisas, como um parasita venenoso. Chegava muitas vezes no mês, aos prantos. Dizia que tinha brigado com o namorado, que a coisa ficara feia e ele fora obrigado a fugir. Por muitas vezes, soluçava em meus braços, dizendo que o amava. O puto dizia na minha cara que amava o de cabelos castanhos. Logo depois, sem eu perceber, ele já estava me beijando, as lágrimas sumindo da face. Eu correspondia, tonto apaixonado que sou, e quando me dava por mim, já estava fazendo amor com ele. Ele sempre me deixava no comando, sempre era o passivo, como se para tentar ganhar a minha confiança novamente. Depois que tudo terminava, depois que eu gozava, e na maioria das vezes ele também, ele deitava sobre mim, me cobria de beijos e dizia que me amava. O desgraçado, que se derretia no meu colo com declarações a outro homem, se declarava para mim, como se outro homem não existisse entre nós. O pior de tudo era que eu acreditava.

Droga, como eu gostaria de poder não ser apaixonado por aquele loiro. Como eu gostaria de poder não acreditar nas promessas dele, de que ele nunca mais se envolveria com o outro. Mas eu sempre acreditava. Sempre me entregava de corpo e alma para ele, e ele sempre voltava para o namorado.

Toda vez era assim, eles brigavam, ele chorava para mim, eu o acolhia, ele me largava e voltava para os braços do outro.

Teve uma vez, se eu bem me lembro, que a coisa toda fora diferente, uma única vez:

GB & GL

-Fico feliz que você e o Jared tenham voltado a se falarem. - Eu disse, deitado na cama e nu. Havíamos acabado de ter outra transa. - Eu sei que o casamento dele com a Cortese foi um golpe duro pra você, mas fico feliz que você tenha superado isso.

-Yeah, yeah. - Ele resmungou, vestindo uma blusa em um canto.

Desde que o outro anúnciara o casamento, ele não passara uma semana sem me visitar no Hotel. Ora com um buquê de flores, ora com uma caixa de bombom. Sempre me mimava. Acho que, no fundo, ele estava com medo de me perder, como perdera o outro.

-Vai a algum lugar? - Perguntei. Eu devia ter notado que ele estava estranho naquela tarde.

-Vou sair pra beber com um pessoal do set. - Ele disse, indo até um canto e recolhendo a cueca que eu jogara ali, minutos antes. Vê-lo andando só de camisa e com as partes à mostra realçou meu desejo. Droga, eu deveria tê-lo agarrado ali, e o impedido de ir aquele estúpido bar. - Quer ir também?

Eu me espreguicei.

-Hum, não, obrigado. - Recusei, me arrependendo amargamente depois. - Eu preciso é de um bom banho. Vou jantar com a Vicky hoje.

-Hum, ok. - Ele disse, vestindo a cueca e procurando sua calça. Talvez tenha sido apenas minha imaginação apaixonada, mas eu senti uma espécie de tristeza e uma ponta de ciúmes na voz dele. Mas, droga, ele deveria entender! Nossas esposas... bem, depois eu conto sobre elas, antes que eu me perca. - Vou levar a chave do Hotel. Se acontecer alguma coisa, a sua chave ta em cima da mesa da cozinha.

Concordei com um aceno de cabeça, me levantando.

Ele terminou de vestir a calça. Eu o ajudei com as meias e o sapato, me focando para não despi-lo novamente, o que eu deveria ter feito.

-Então, até mais tarde. - Ele disse, um pouco rude. Acho que ainda estava bravo com o lance do meu jantar com Vicky.

Ele já estava saindo, quando segurei em seu braço e o virei para mim. Depositei um selinho longo em seus lábios.

-Até mais, amor. - Eu disse, acariciando sua bochecha.

As feições dele suavizaram, seu olhar se tornou meigo.

-Até, amor. - Ele respondeu, me dando uma bitoca.

O meu loiro saiu pela porta, mas antes de fechá-la, eu o chamei.

-Sim? - Ele perguntou, colocando a cabeça para dentro do quarto novamente.

-Eu te amo. - Disse, carinhoso.

-Eu também te amo. - Ele sorria, faceiro.

Fechou a porta.

Eu comecei a me vestir, tinha muito que fazer aquela noite.

Corri na loja de incensos mais próxima e comprei uma dúzia de velas vermelhas, grandes.

Passei na adega e escolhi um vinho nobre, caro.

Passei na joalheria, com sacola na mão, e comprei a aliança que tinha encomendado.

Voltei ao apartamento. Arrumei tudo. Meu loiro, presumindo que eu fora jantar fora com minha esposa, iria ter uma surpresa aquela noite, quando me encontrasse nu, com uma aliança na mão e um pedido na ponta da língua, à luz de velas. O vinho serviria para adocicar a nossa primeira noite como namorados.

Acendi as velas. Repeti o discurso inflado e romântico ao extremo, que tentava ilustrar toda a imensidão do meu amor por ele, de frente ao espelho do banheiro.

Coloquei duas taças e o vinho estrategicamente no criado-mudo.

Tomei um bom banho, passando do meu melhor e mais caro perfume. O esperei, nu, em cima da cama.

As horas passavam, e nada dele chegar. A noite já caía, e nenhum sinal dele. Comecei a me preocupar. Tentei ligar no seu celular, mas estava desligado.

Abri o vinho, tomei uma taça inteira. Nada melhor do que o álcool para inibir a aflição e o desespero que começavam a tomar conta de mim. Tomei outra taça, e outra, e mais outra.

Deitei na cama novamente, já embriagado. Brinquei com a aliança que colocaria no dedo dele com minhas mãos. O sono veio, e eu não resisti.

Dormi, babando no travesseiro, enquanto o esperava. Mas ele não voltara àquela noite, e tão pouco aparecera no meu Hotel por uns bons dois ou três meses.

Aquela noite ele bebera além da conta no bar. O de cabelos castanhos estava junto. Os dois dormiram juntos àquela noite. Fizeram totalmente as pazes, reatando o namoro secreto.

Mais uma vez, eu era deixado de lado.

Guardei a aliança mais ou menos por um mês. Quando minha fixa caiu, quando percebi que eu nunca passaria de um caso qualquer para ele, e que, pelo jeito, seu coração não me pertencia, eu atirei a aliança no bueiro mais próximo, possesso de raiva e angústia.

Eu nunca seria seu namorado. Eu nunca passaria de um amigo, um homem para satisfazer seus desejos e passar a mão em sua cabeça quando brigasse com o namorado.

GB & GL

-No que estava pensando? - A voz dele me desperta. Percebo que ele estava me observando fazia certo tempo, o queixo apoiado em meio peito.

-Jensen. Eu te amo. - Eu sussurro, encarando a perspectiva de que talvez essa seja a última vez que eu falarei isso para ele.

-Eu te amo também, seu bobo. - Ele brinca, me puxando para um beijo. Um beijo que eu retribuo sem pensar.

Droga! Ele estava me domando novamente! Talvez seja o excesso de contato corporal por estarmos aninhados na cama.

-Hm, quer fazer de novo? - Ele sorri maroto, eu não respondo.

Ele se levanta, começa a procurar um preservativo. É a minha chance. Se aquele homem me encostar de novo, eu acabarei dormindo com ele novamente.

-Jensen, nós precisamos conversar. - Eu digo sem entonação. Ele não liga, ou não ouve. Eu continuo. - Nós não vamos fazer isso de novo. Não precisa perder seu tempo procurando uma camisinha.

Ele para, abrupto, em frente à cama. Me olha por um momento, curioso. Por fim, solta um daqueles sorrisos angelicais e ao mesmo tempo perversos que destroem toda a minha sanidade.

-Acho que já sei aonde você quer chegar, docinho. - Ele passa a língua pelos lábios, os olhos tentando procurar algum aumento de volume entre minhas pernas, cobertas pelo lençol.

-Não, Jensen, nós não vamos fazer nenhum tipo de sexo. - Eu prossigo, para seu espanto. - Nós... acho que nós devíamos terminar.

A boca se abre, ele fica mudo por um momento.

-Mi, o que está falando? - Ele diz, um nervosismo entoando na voz.

-Eu cansei dessa balbúrdia Jensen. - Eu digo, me abrindo e lhe contando o que ficara preso em minha garganta por meses a fio. - Cansei de ser usado e abusado como um mero objeto sexual quando você briga com o seu namoradinho.

-Isso não é verdade. - A entonação de voz dele aumenta. Desespero? Talvez. - Não é assim que eu te vejo...

-Jensen, eu não quero ser seu vibrador, não quero ser um objeto que você só usa para desejo.

-Não! - Ele grita. - Não é assim que eu te vejo! Eu te amo, Misha!

-Ama, é? - Eu pergunto sarcástico. - Então porque você sempre volta para o Jared? Porque ele é o seu namorado, e eu tenho que ser o amante? Porque eu não posso ser seu namorado? Porque sempre tenho que ser o outro, o amante, o destruidor de lares, a sobra pro sexo? Hein, Jensen?

-PORQUE EU AMO O JARED! - Ele berra. Espero que eu não tenha problemas com os outros moradores do Hotel.

-Você não pode amar verdadeiramente, de todo o coração, duas pessoas ao mesmo tempo, Jensen. - Eu continuo, com a mesma entonação de voz que comecei.

Ele desata a rir. Ri de nervosismo, eu espero.

-Olha só quem fala! - Ele ainda gargalha. - Larga a mão de ser hipócrita, Misha! Você também ama a sua esposa, não é? Como você acha que eu me sinto quanto a isso, hein?

-Com Victoria é diferente. - Eu argumento.

-Diferente como? - Ele para, finalmente, de rir.

-A diferença é que eu abro o jogo com uma das partes, ao menos, Jensen. Eu sempre te disse que a amava, sempre. Eu não finjo que ela não existe quando estou com você. E eu não durmo com você só porque tive uma briga com ela, e depois tenho remorso e volte para os braços da minha mulher.

-E quem disse que eu tenho, hein? - Ele volta a aumentar o tom de voz. - Quem disse que eu me arrependo das vezes que dormi com você?

-Se você não se arrependesse, não voltaria para o Jared na manhã seguinte. - Percebo que estou fazendo força para não desabar em lágrimas.

-Porque ele é meu namorado, porra! - Ele grita novamente. - Eu não consigo ficar longe dele. Não dá!

-Então foi por isso que você voltou com ele, aquela vez em que vocês brigaram por ele ter marcado o casamento com a Cortese? - Eu pergunto, percebendo que não agüentarei segurar as lágrimas por muito tempo. Está sendo mais difícil do que eu esperava. - Foi por isso que você me iludiu aquelas semanas, vindo aqui me visitar quase todo dia? Foi por isso que eu tive que mudar minha antiga suíte para um quarto de casal e te dar uma chave reserva? Foi por isso que você posava aqui quase toda noite?

-Misha, o que aconteceu aquela vez... - Ele tenta se explicar, a voz se tornando mais baixa do que a minha. Graças, parece que eu estou virando esse jogo novamente!

-Foi por isso que você me deixou plantado aqui na noite em que se embriagou e foi pra cama com ele? - Eu prossigo, uma veia latejando no pescoço. - Foi por isso que a noite que eu planejava ser perfeita foi pro ralo? Foi por isso que eu enchi o quarto de velas, que se derreteram esperando você vir? Foi por isso que eu virei a taça de vinho caro que eu havia comprado? Foi por isso que eu me odiei por ter comprado aquela aliança e me iludido achando que, um dia, você seria meu namorado?

-O quê...? - Ele se surpreende.

-E pior, foi por isso que você não deu nem satisfação depois daquilo, e fingiu que aquelas semanas em que passamos juntos nunca acontecera?

-Eu... eu... eu estava confuso. - Ele tentou se desculpar. -Eu... Misha... se eu soubesse sobre as velas, o vinho, a aliança e o pedido, que eu aceitaria sem pensar duas vezes, eu juro, eu nunca teria ido aquele bar idiota... eu nunca...

-Mas você foi, Jensen. - Eu o corto. - Não tem como mudar isso agora, e se tivesse, eu juro que tentaria mudar. Eu juro que tentaria fazer você voltar pra cá, aceitar o pedido, ter uma transa mais do que espetacular comigo e ser meu namorado. Porque eu te amo, Jensen. Eu, sim, realmente, amo nessa história.

-Então pra que esse draminha todo? - Percebo que os olhos dele estão marejados, assim como os meus. Talvez eu tenha pegado pesado demais com ele. - Se você me ama, porque quer terminar comigo?

-Porque eu quero um amor que seja correspondido, Jensen. - Uma lágrima escorre da minha face. - Eu não quero continuar te dando um amor que você não está correspondendo a altura, e nunca corresponderá! Eu não quero continuar servindo só como um consolo, uma transa e um abraço amigo!

-Mas que coisa Misha! Eu já disse que te amo, o que mais você quer que eu faça, hein? - Ele está prestes a se debulhar, eu tenho certeza.

-Eu quero que você volte para o Jared, Jensen. - Eu digo, lutando contra parte da minha mente para dizer aquilo. - Você o ama, merece ficar com ele. Não o engane mais, seja feliz com ele. Quanto a mim? Eu voltarei pra Victoria, minha esposa que eu amo, e para o meu filho, que também amo.

Ele se cala. Veste as roupas jogadas pelo quarto rapidamente, sem olhar para o meu rosto.

Droga. Seria tão mais fácil se eu fosse como ele. Se eu não amasse a minha esposa, ou ao menos não do jeito que um marido deve amar. Talvez se eu amasse apenas ele, as coisas seriam melhores. Eu ficaria satisfeito com uma transa casual e continuaria vivendo naquela tentadora e doce ilusão. Vicky poderia ser minha conselheira, minha melhor amiga, assim como Danneel Harris é para ele. E, por deuses, como eu precisava de uma boa conselheira naquele momento!

Ele para, já na entrada da porta. Me olha e nega com a cabeça, repetidas vezes. Morde os lábios daquele jeito tão dele.

-Não. - Ele me diz. - Não, não, não. Essa história ainda não acabou aqui, Misha. Conversaremos mais tarde, quando eu voltar.

-Jensen. - Eu o chamo, de um modo frio que consegue assustar até a mim mesmo. - Por favor, não volte.

Ele fecha a porta, sem responder.