E aeeee, povo!
Quanto tempo...
Bem, eu sei, eu sei que tenho muitas histórias em andamentos e fanfics de aniversário atrasadas...
Mas minhas férias estão me sendo muito inspiradoras
E faz tempo que eu estava com uma idéia meio sem sentido pra uma fanfic de Ano Novo. Só o Prólogo está completo, e não sei quando conseguirei terminá-la. Bem, ela não é bem uma fanfic de Ano Novo. Mas começa em uma virada de ano.
E eu realmente queria compartilhar o prólogo com vocês, saber se merece ou não que seja levada em frente... Não será bem uma história romântica... Decidi deixar o romance um pouco de lado...
Mas ainda assim, acho que vale a pena compartilhar com vocês.
Aproveitem, e espero sinceramente que gostem!
Dedicada à todos aqueles que conheço aqui no fanfiction, mesmo que não converse muito com a maioria, e a gente que admiro mesmo não tendo lido tudo, mas gostei do que li.
Margarida, Pure-Petit Cat, Krika Haruno, Metal Ikarus, Nube, Isis Silvermoon, Carol Coldibeli, Nahanara Yukina, e tantos outros cujos nomes me fogem ao momento: essa fanfic é para todos vocês e para quem quiser ler.
Um abraço!
Um em Treze
Prólogo
Athena observava seus cavaleiros com um semblante triste. Eram unidos numa falsa união, pois bastava a mais leve provocação para dividirem-se em tantos partidos que era impossível chegar-se a um acordo antes que um deles se ferisse, psicologicamente ou fisicamente. Aquela ceia de Ano Novo devia ser um momento de paz e confraternização, mas estava virando uma guerra.
Suspirou, sentindo-se derrotada ou cansada, não sabia direito, talvez fosse ambos, enquanto lembrava-se dos primeiros guerreiros que tinham ocupado as doze casas. Eram tão unidos, tão amigos, que nada os abalava. Ares tentara possuir todos, no mínimo inspirar-lhes a vontade de matá-la, mas era impossível, mesmo que um deles fosse meio "da pá virada". Ao se aproximar de um, os outros sentiam e expulsavam Ares. Porém, com o passar das eras, essa união, essa amizade, foi perdendo-se, até o ponto que Ares conseguiu possuir um dos cavaleiros.
Eram treze – Gêmeos sempre possuia dois guardiões, gêmeos, mesmo que somente um aparecesse – mas nesses treze, ela enxergava apenas um, mais poderoso do que se eles estivessem sozinhos.
Um ano atrás, por um momento fugaz, eles compreenderam o sentido da união, mas já haviam se esquecido.
O relógio antigo no salão começou a badalar. Todos pararam de brigar, de discutir, de falar, de comer, e silenciaram, contando as badaladas.
Uma...
Duas...
Três...
Quatro...
Cinco...
Seis...
Sete... Seus corações batiam rápido em seus peitos, ansiosos...
Oito...
Nove... Seus olhos marejavam-se. Era mais um ano de paz...
Dez...
Onze...
Doze...
Treze...
Treze badaladas?
As portas pesadas de carvalho abriram-se lentamente, deixando uma neblina estranha, cor de lua, entrar no salão e espalhar-se pelo chão.
Os quinze presentes levantaram-se, olhando para as portas atentamente. Não sentiam cosmos, mas uma estranha energia, pacífica, que eles não definiram o que era.
Treze pessoas entraram, usando mantos e capaz brancas, com os capuzes das capas ocultando os olhos, deixando ver apenas parte do rosto, que denunciava pertecerem a mulheres de peles pálidas e lábios azulados. Andavam de um jeito suave, mal movendo o corpo, parecendo que deslizavam pelo chão. Estavam organizadas num círculo.
Pararam e afastaram-se, deixando a vista uma décima quarta pessoa, uma menina de no máximo oito anos, de cabelos longos e ondulados caindo em refulgentes ondas de prata pelos ombros até a cintura, com a pele pálida como se jamais tivesse tomado sol, olhos de lua, claros, como se fosse cega, lábios azulados, usando uma longa túnica branca com a barra azul, deixando ver os pés pequenos e descalços. Seus braços finos eram cheios de marcas azuladas em forma das fases da lua. Segurava nas mãos, firmemente, uma ânfora de prata com desenhos azuis, de onde escapava uma luz prata.
- Olá, Athena. – disse com voz suave, refletindo sabedoria e alguém de tantos anos que era impossível contar, contrariando a aparência de infante.
- Selene. – a deusa murmurou, antes de aproximar-se da menina. – Está tudo bem? – seu tom de voz era preocupado quando abaixou-se para que seus olhos ficassem na altura dos da menina. Ela sorriu suavemente, oferecendo a ânfora para a deusa.
- Tudo seguindo a ordem que está definida desde o início dos tempos. – Athena olhou para a ânfora, cheia de um líquido prateado e brilhante, mas logo voltou a olhar para os olhos de lua de Selene. – Vamos, ponha as mãos na ânfora, Athena. Você ficou cinco gerações sem abençoar as almas dos cavaleiros com Lágrimas de Estrelas e orações, não me surpreende que o espírito de união entre os treze de Ouro tenha se perdido! – disse séria, esticando mais os braços.
Athena suspirou antes de levantar-se e dar as costas para Selene. Decidira não mais fazê-lo para que eles tivessem total liberdade sobre si, não com aquela sutil influência de suas bençãos.
Os olhos de Selene escureceram, como se fosse lua minguante, e de fato, do lado de fora, de repente metade da lua sumiu. A névoa rodeou-lhe e alongou, e no lugar de uma menina de oito anos, agora havia uma jovem de cerca quinze anos, a face séria. Os cavaleiros observaram aquilo, pasmos.
- Por quem me toma, Athena? Sei que não quer influenciar em suas decisões, mas não abençoar e proteger suas almas é como entregar a Terra aos seus inimigos! Sabes que só quero o seu bem! Sabes que só quero ajudá-la à proteger a Terra como teu pai Zeus pediu e meu pai Hipérion apoiou! – Selene deixou a ânfora em cima da mesa, avançando em direção a Saori de um jeito feroz. Os cavaleiros ameaçaram avançar, mas Saori os olhou de um jeito que os fez ficar onde estavam, enquanto as mulheres vestidas de branco bloquearam-lhes o caminho e sacavam armas diversas das mangas das vestes, os lábios crispados de um jeito ameaçador.
Athena ficou calada, apesar de virar-se para olhar Selene.
Selene segurou Saori pelos ombros, balançando-a.
- Sua alma está tão triste assim, Athena, de forma que queres se abandonar e deixar que os deuses lutem pela posse da Terra? Está tão desesperada por encontrar descanso que pouco lhe importa o que aconteça com o mundo, com os inocentes recém-nascidos e as crianças tão puras? – Selene berrou, em seguida soltando Athena.
Saori olhou para baixo de um jeito culpado, surpreendendo seus cavaleiros, a franja do cabelo roxo cobrindo-lhe o rosto.
Selene ofegou quando Saori não respondeu, os olhos arregalados, uma mão sobre o peito e a outra procurando apoio. Quando não encontrou, uma das jovens foi em seu auxílio, apoiando-a, enquanto o capuz escorregava pelos cabelos. Seus olhos eram de um azul-límpido como um lago, mostrando o passado para quem olhasse fundo neles. Seus cabelos eram brancos, da cor das estrelas, brilhantes e cacheados. Seus traços eram finos e elegantes. E suas orelhas, estranhamente pontudas. Brincos de prata em forma de estrelas adornavam suas orelhas, e enfeites de prata também adornavam seus cabelos.
- Mestra... – murmurou, preocupada. O som de sua voz era como o som do sussurro do vento sobre prados verdejantes.
- Estou bem, Aysel... – murmurou Selene em resposta, firmando-se sobre as pernas.
Aysel crispou os lábios em preocupação, colocando o capuz novamente e escondendo sua estranha beleza.
A névoa novamente cobriu Selene, encurtando, e novamente era uma menina de oito anos que estava ali, seus olhos eram novamente luas cheias e a lua do lado de fora estava cheia. Pegou novamente a ânfora.
- Athena... Rhamla viu os Titãs libertando-se e destruindo a humanidade. Tudo porque... Porque você trocou proteger a Terra para tê-lo de volta, Athena... Tudo porque você permitiu que sua alma se quebrasse... – Uma lágrima de prata escorreu pelo rosto de Selene e pingou no chão, e já não era mais líquida, mas sim prata pura e sólida. – Não permita que sua alma continue quebrada, Minha Amiga. O mundo irá quebrar-se ao seu lado... – Selene murmurou, estendendo a ânfora mais uma vez. Athena ignorou e deu-lhe as costas, saindo do salão.
Lágrimas de prata cairam abundante pelo rosto de Selene, enquanto a ânfora escorregava de seus dedos, espalhando o líquido prateado pelo chão. Seus olhos escureceram tal qual um eclipse, a névoa cobriu-lhe e partiu e agora havia uma mulher de cerca trinta anos, com o rosto tão triste que qualquer um choraria ao seu lado. E agora a lua escurecera como um eclipse. Os cavaleiros perceberam que lágrimas de prata escorriam pelos rostos das jovens que acompanhavam a deusa. Umas caíram de joelhos, cobrindo os rostos com as mãos pálidas, outras apoiaram Selene, cujas pernas tinham cedido. A deusa murmurava coisas desconexas enquanto prata sólida em forma de lágrimas abundava pelo chão.
- Perdi... Tentei e perdi... Está tudo perdido... A Terra se consumirá em fogo... A traição novamente penetrará entre aqueles que deviam proteger a Justiça... O Um dividiu-se em Treze... E jamais voltará a ser Um... A alma da Protetora quebrou-se... E não irá unir-se... – as lágrimas deixaram de ser gotas de prata para se tornarem gotas de ônix, e os cabelos de prata de Selene tornaram-se negros como a escuridão.
- Não, Mestra. Nós iremos unir os Treze... Tomaremos seu lugar, se preciso for... – Aysel dizia numa língua que os cavaleiros não compreendiam. A jovem acariciava os cabelos de sua deusa. – Mas não desista, Mestra Selene. – murmurou, apertando a deusa contra si.
- Não desisto, Aysel... Apenas... Vou descansar. – Selene sorriu. A névoa cobriu-lhe, e então, Selene não estava mais ali.
