JOHN WINCHESTER

Por Chantall

Disclaimer: John Winchester não me pertence! Nem Dean e Sam, ou qualquer outro personagem de Supernatural aqui citado. Pra começar, John ainda estaria vivo se eu fosse a roteirista oficial!

Sinopse: O que você sabe sobre John Winchester? O que os filhos dele acham que sabem? Você sempre quis saber o que John Winchester estava fazendo durante toda a primeira temporada? Eu tenho uma teoria!

Beta: A Rainha (unofficial)

Shipper: John Winchester, um pouco de Dean e Sam –Linguagem imprópria, violência, Slash e incesto. Pode ser que você ache que não tenha, mas vai por mim, terá! Não gosta, não leia.

N/A: Reviews, plizz... A intenção é que a história fique mais quente conforme as reviews venham!

Capítulo I

"As esporas.

Como estrelas de cinco pontas, empoeiradas, enegrecidas pelo tempo. Desta vez ele não caminhava, e o vulto de quem eu nunca via a face estava estranhamente quieto, e desta vez com estranheza eu percebia que ele não era o mal. Apenas parado no escuro, e como sempre, eu só via as esporas destacando-se de sua silhueta."

O "homem da espora" era só um dos meus sonhos recorrentes, e normalmente significava que eu teria problemas ao revê-lo. Grande coisa. Uma caneca de café amargo e duas aspirinas afastaram meus pensamentos do sonho que tive pela manhã. Era sempre um santo remédio.

Ali em Jericho era só mais um caso de um espírito sem descanso. Apesar de alguma confusão no início, depois que compreendi o padrão foi mais fácil entender a causa das mortes: nem sempre é fácil evitar a tentação de uma mulher aparentemente disponível. Eu mesmo não seria exceção.

Nas paredes, espalhados numa ordem que somente eu entenderia, ou meus rapazes, estavam o material dessa pesquisa. Sem a ajuda de Dean, e de Sam, acabo levando mais tempo para estas coisas. Sam sempre teve uma mente mais analítica, e Dean sabe acelerar os acontecimentos. Infelizmente, nenhum dos dois estava comigo agora.

Descobrir quem tinha sido a atual mulher de branco, ou mulher chorosa, como também é conhecido este tipo de aparição, poderia ter sido mais fácil se eu entendesse melhor de computadores e de internet. Mesmo assim cheguei em Constance Welch. Seu marido Joseph ainda estava vivo. Fui visitá-lo me passando por repórter para descobrir onde ele enterrou sua esposa. Seria só desenterrar, salgar e queimar seus restos corpóreos e o espírito seria destruído. Mas havia outra pista, o espírito repetia "NUNCA VOLTAR PRA CASA". Decidi descobrir que tipo de enigma era esse. Quando ouvi alguém parar diante de minha porta e bater uma única pancada tímida e incerta. Engatilhei minha pistola e abri um pouco a porta. Era uma garota, com uma bolsa de viagem pequena e rosa.

- O que você quer?

- Senhor Winchester? Por favor, me deixe entrar. – Ela tentou passar, eu não me movi e ela recuou surpresa.

Antes que ela pedisse novamente, saí e tranquei a porta. O fato de ela saber meu nome me deixou em alerta e bastante incomodado.

- Por favor, não posso ser vista com o senhor. – ela implorou, sem orgulho. Era realmente bonita. E apesar de não ser baixa, olhava para mim como se eu fosse um gigante na sua frente.

Tangi a garota para a caminhonete.

- Quem é você?

- Sou uma caçadora. – Mentiu, entrando no carro e sentando-se no banco do carona.

Dirigi para perto do rio, se fosse uma armadilha, ficaria mais fácil me livrar do corpo. O fato de uma garota como ela se denominar caçadora seria até engraçado se não fosse indício de que alguém aqui estava encrencado. No caso, ou eu, ou ela.

A garota misteriosa me encarou o caminho todo em silencio. Estacionei e desliguei a caminhonete, com calma o suficiente para deixá-la perceber que eu não estava disposto a mais mentiras. Virei-me para ela e insisti no tom de voz mais neutro possível:

- O que você quer e quem é você?

-Sou Lisa. Vim contar sobre a coisa que matou sua esposa e contaminou seu filho. – senti meu sangue gelar.

Ela realmente ia ter mais um minuto da minha atenção com sua frase.

- Ele é um demônio. Alem de sua família, ele fez isso em outras casas também. Aqui, - ela abriu sua mala rosa.

– Tenho fotos de um dos aliados desse demônio, apagando suas pistas depois de ter destruído mais um lar. – ela me passou duas fotos de Matt, um caçador que eu tenho amizade há anos.

– Quando o demônio esta para aparecer formam-se violentas tempestades eletromagnéticas, e gatos morrem. – Ela falava respirando pesado, estava ofegante. Sua excitação a fazia tremer. Ela não estava mentindo, mas escondia informações.

Eu me controlava. Estava diante de mim uma garota saída do nada, colocando em palavras, tudo o que eu juntei em vinte e dois anos de muito trabalho. Isto era muito estranho e eu tinha medo de deixar escapar alguma coisa do meu interesse se a interrompesse agora.

- Ele entra na casa da criança no seu aniversário de seis meses. Às vezes, ele mata os pais. Outras vezes, ninguém percebe que um demônio veio visitar a criança. Eu tenho uma teoria. – ela me olhou dentro dos olhos:

- O que eu acho é que em todos os lares que ele matou alguém, as pessoas eram felizes. Eram casais que se gostavam. É como se não bastasse para o demônio contaminar o bebê. Ele tem que ter certeza que a criança crescerá solitária. – Ela me passou a mala.

Seus olhos estavam brilhantes, úmidos de lágrimas. Senti o desejo de abraçá-la, e dizer que eu cuidaria dela. Mas o bom senso prevaleceu.

- Você é uma dessas crianças, Lisa?

- Eu não sei.

– Então como você sabe de tudo isso?

- John Winchester, eu preciso de ajuda. Preciso saber se sou uma dessas crianças, preciso descobrir quem é meu pai.

Fiquei em silencio. Poderia me livrar dela com uma simples recusa, afinal, não sou detetive particular e não tinha interesse em desviar-me de minhas pesquisas para fazer algo que qualquer um poderia fazer. Lisa, entretanto, tinha trazido para mim tudo o que eu já sabia e uma coisa a mais: alguém que chegara às mesmas conclusões que eu. Além do quê, ela estava insinuando que um dos meus amigos era na verdade um filho da puta que só me sacaneava fazia mais de uma década. Enquanto eu ficava olhando fixo em frente, para a estrada, pensando nisso, a garota apelou, atraindo meu olhar para o dela:

_Eu te proponho um acordo, senhor Winchester. Você me ajuda a descobrir quem é meu pai, e eu conto tudo o que sei sobre este demônio. Aceita?- Ela me olhava dentro dos olhos, desafiadora.

Eu sabia que ela me escondia informações, mas decidi aceitar o acordo. Era a primeira vez que alguém afirmava saber sobre o demônio. Mesmo que eu já soubesse dessas informações, descobrindo sozinho, a duras penas. Decidi aceitar para ver se ela sabia alguma coisa que eu ainda não tivesse encontrado e por ter ficado curioso sobre quem ela era afinal. Lisa poderia ser mais uma das crianças que o demônio de olhos amarelos contaminou.

Ela ao perceber que eu aceitaria, estendeu sua mão pequena e macia. No pulso uma grossa pulseira de prata com vários amuletos de proteção. Lembrou-me uma pulseira que Mary usava sempre.

- Aceito. Vou ajudá-la a descobrir quem é seu pai em troca do que você tem a me dizer sobre este demônio que contamina bebês.

- Ótimo, ótimo John. Acho melhor dizer agora que eu sou Lisa, filha de uma caçadora. O nome dela é Charlene Delamar. – Ela sorriu satisfeita consigo mesma.

Um sorriso de vitória. Essa praga sabia perfeitamente que eu e sua mãe não somos amigos. E ela me manipulou na maior cara de pau para conseguir que eu a ajudasse.

Vendo meu olhar duro, a safada encolheu os ombros.

- Você prometeu John. Temos um acordo.

- Que você manipulou.

- Desculpe, mas eu preciso muito saber quem é meu pai. – Respirando fundo ela continuou:

- John, eu tenho dezenove anos. Nasci em maio de 90. Você e minha mãe foram namorados por um bom tempo... vocês estavam juntos em 89? Você é meu pai?

''Maldita Charlene!'' pensei.

_Não foi tanto tempo assim, e nem foi tão sério. Desculpe Lisa, mas eu não tinha mais nada com sua mãe nessa época.

A garota murchou na minha frente.

Apesar de me solidarizar com sua dor, liguei o carro e voltei para o motel, combinando então encontrar-me com Lisa à noite, para começarmos nossa pequena missão. Com certeza seria mais fácil do que ela imaginava, embora aparentemente, eu fosse à primeira opção de pai para ela. Devo dizer que foi com alívio que disse a ela que em 89 eu e sua mãe já praticamente éramos inimigos jurados.