Incontinência

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(Sobre desejos lascivos e sentimentos – mesmo que esse último não fosse planejado)

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Sasuke!

Levantou-se de súbito. Passou as mãos pelo cabelo negro com os olhos ainda fechados enquanto a voz feminina ainda ecoava em sua cabeça. Esses sonhos estranhos estavam ficando cada vez mais realistas. Exceto uma coisa – a mais importante: quem, afinal, era ela?

Como poderia sonhar tantas vezes seguidas com a mesma pessoa, se nem sabia ao certo como essa pessoa era? Ouvia a voz melodiosa chamar o seu nome minutos antes de acordar e ia para a cama durante a noite esperando que a ouvisse de novo e, além disso: que ele, finalmente, descobrisse quem era ela.

Parou por um instante, abrindo os olhos e levantando-se da cama, deixando o cobertor branco escorregar por entre as pernas, revelando o corpo totalmente desnudo. Estaria ele ficando louco? Estava apaixonado por uma mulher que não conhecia sequer a face.

- Ou se ela ao menos existe – concluiu em um sussurro, colocando-se debaixo da água fria.

Bufou, olhando para baixo, observando o estado lastimável que o seu corpo ficara por causa de um sonho. Ainda teria coisas mais importantes para fazer. Se tudo desse certo fecharia negócio com os Hyuuga's e, nesse momento, não gostaria de ter nada em sua cabeça. Hyuuga Hiashi era conhecido por ser um homem difícil.

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Ouvia uma música familiar em seu subconsciente. E cantava-a com os olhos fechados ainda deitada em sua cama. Percebeu alguns segundos depois que era o alarme do seu celular. Levantou-se ainda com os olhos fechados em direção ao banheiro. Seu último ano no colegial.

Abriu os olhos assim que a porta do banheiro foi empurrada, a torneira da banheira fez um barulho que Hinata achava um tanto irritante e deixou a água morna enchendo a mesma enquanto se encarava no enorme espelho que tinha naquela parede. Despiu-se devagar, sentindo o toque do pijama de seda em sua pele, fechando os olhos com o contato. Desceu as mãos junto com o mesmo, tocando o lado dos seios e seguindo a curva da cintura.

Parou de súbito, ao ouvir alguém batendo em sua porta, e mordendo os lábios, colocou um roupão, lavou o rosto e seguiu para a porta. Abriu-a.

Era Neji. Ela sorriu. Parecia que ele sentia.

Em seus dezessete anos e meio de vida, Hinata não sabia de muita coisa da vida. E tinha certeza que Neji, com os seus vinte e dois também não era lá um sábio.

Mas ela tinha certeza que ele lhe ensinaria mais coisas...

Puxou-o pela manga do kimono para dentro do quarto, trancando a porta em seguida.

[...] Mais do que ele já havia ensinado.

Melhor do que as suas mãos, somente as dele. Não tinham muito tempo, e logo sentiu as mãos calejadas tocarem sua pele e levantá-la para levá-la para a cama.

E daí que fossem primos? Ninguém saberia mesmo.

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Andava com passos lentos. Não precisava ir andando. Mas gostava disso. Ter um tempo apenas seu. Sem seu pai lhe ditando ordens ou Neji em seu encalço afastando qualquer garoto que tentasse se aproximar.

Neji... Sua primeira vez fora com ele. Sua primeira paixão foi ele.

Estão "juntos" há 3 anos. Neji declarou seus sentimentos, e foi retribuído. Com a mesma intensidade. Não diria que o que eles tinham era um namoro... Seu próprio pai ao perceber os sentimentos de Neji, deixara bem claro que não queria que ele se envolvesse com sua filha. Tanto pela idade quanto pelo parentesco. Não houve nenhum pedido de namoro, muito menos encontros românticos no início e, agora, muito menos.

Na verdade, Hinata descobriu mais tarde que o que um dia nutriu pelo primo tornou-se apenas atração. Mas não podia dizer o mesmo do primo. Neji ficara mais ciumento em relação à prima, principalmente depois que esta entrou no colegial: ele sabia que ela chamava muita atenção. Hinata seduziu-o sem querer quando tinha apenas 14 anos... Neji sabia muito bem o que Hinata poderia fazer se quisesse, e não gostava de pensar nisso... No que aconteceria se ela quisesse outro homem.

O tilintar do sinal da escola levou-a para dentro de sua sala. Sentou-se em seu lugar próximo à janela e pôs-se a observar o movimento dos alunos apressados entrando na escola. As unhas tocando na superfície de madeira fazendo algum barulho, este que não podia ouvir por causa dos fones no ouvido.

Esperava que este ano passasse rapidamente e que, novamente, passasse despercebida pelos inúmeros alunos da escola.

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Notas da autora: Estou aqui depois de muuuito tempo! E ando com esta fanfic na cabeça há algum tempo. Espero que tenham gostado do prólogo. Minha primeira rated M aqui no FF, gente. Acho que vocês entenderam que a Hinata não vai ser aquela garotinha tímida e frágil como sempre, né? Gostaria de saber, também o que acharam antes que eu continue a estória. Não estou com muito tempo livre mas sinto falta daqui e, quando estava imaginando algumas cenas da fanfic, pensei no "por que não postar?".

Os capítulos serão bem maiores do que eu costumo fazer, e eu realmente tenho muita dificuldade em fazer capítulos grandes, então além do meu pouco tempo livre, demorará um pouco mais por causa disso. De todo modo... Agradeço por lerem até aqui. E, se possível...

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