_Dean?

_Hum?

_Você tá bem?

_Oque?

_Eu perguntei se você tá bem?

_Sammy, o doido fugido do hospicio é você! Porque eu não estaria bem?

_Cas.

_Oque?

_Você sabe cara. O Cas!

_Que tem o Cas, Sam?

_Olha Dean, eu sei como é, tá?

_Caralho, Sam! Sabe como é oque?

Sam revirou os olhos.

_Quando a Jess morreu, eu só ficava pensando em tudo que eu queria ter dito pra ela e não disse sabe? Eu queria ter dito um milhão de vezes por dia que a amava.

Dean fechou a cara e encheu o copo com wisky de novo, bebeu de um gole só e tornou a encher.

_Eu queria ter dito mais vezes que eu a amava e que ela era a melhor coisa da minha vida. Se eu pudesse voltar no tempo, não perderia nem um segundo com aquelas discussões bobas de casal. Nunca diria não pra nada que ela me pedisse, nunca.

_É Sam! Lamento por você, mas não sei do que você tá falando, cara!

_Eu tô falando do Cas, Dean.

Dean levantou da cadeira segurando a garrafa de wisky pelo gargalo.

_Vou te levar de volta pro hospício. Acho que seu lugar é lá mesmo.

_Dean...não precisa ficar aí fingindo que tá tudo bem.

_Cala a boca Sam e não me enche!

_ Vai dizer que você não sonhou com essa segunda chance. Poder rever o Cas e dizer pra ele tudo o que você sente?

Dean jogou o copo contra a parede com raiva e partiu pra cima de Sam segurando-o pelo colarinho e batendo o corpo dele com força contra a parede.

_Tudo o que eu sinto? Que porra é essa? Eu não sinto nada, entendeu!

Largou Sam e pegou a garrafa do chão, entornando o resto direto do gargalo.

Sam continuou calmo, seus dias de confronto com Lucifer tinham-no ajudado muito em manter seu auto controle e Dean precisava desabafar.

_Dean, eu sei! Bobby também, acho que até a Ellen sabia.

_Co-como?

_Tava na sua cara Dean. Acho que só o Cas mesmo que não tinha sacado ainda.

Dean esfregou o rosto com a mão.

_Deve ser dificil ter uma segunda chance para se dizer tudo para quem se ama e no segundo seguinte, ver essa chance se quebrar.

Dean se arrastou até a cadeira que ocupava, batendo a garrafa vazia no tampo da mesa, pensando em Castiel, preso naquele hospício alucinando com o Diabo. Para um anjo oque poderia ser pior? Cruzou os braços sobre a mesa e apoiou a cabeça, escondendo o rosto.

Ficaram assim por longos minutos em silêncio. Sam se aproximou de Dean e tocou-o no ombro apertando ligeiramente só para demonstrar seu apoio.

_Não é justo, Sammy!

_Não, Dean, não é!

Finalmente Dean se permitiu chorar.