Flashback
— Cale a boca bundão. Já estou cansado de seu nazismo – disse um garoto com blusa laranja, luvas verdes, calça verde escuro, botas negras e ushanka verde-limão. Um garoto de oito anos magro, estatura média, nariz pouco torto, cabelos ruivos, tendo um tom de pelo mais moreno que um ruivo tradicional, olhos verdes e com muita pouca sarna. Ele nesse momento está irritado com outra criança de sua idade.
— Isso é verdade que falei. Judeus e hippies estão na mesma laia – falou um garoto acima do peso que está usando um blusão vermelho, calça marrom, luvas amarelas e um gorro azul claro com as bordas e topo amarelo. Cabelos castanhos, um rosto redondo por causa da obesidade e bochechas rosadas.
— Cara os dois começaram novamente – disse um terceiro garoto que está olhando junto com um quarto os outros dois discutindo, enquanto coloca uma mão de frente aos olhos e aperta, demonstrando um desconforto.
O primeiro garoto está vestido semelhante ao garoto gordo, mas com blusa marrom, calça azul, luvas vermelhas e no seu gorro azul com detalhes vermelho. Caucasiano americano, altura média, um físico mais atlético entre os quatros, cabelos negros e lisos e uma leve cicatriz perto da sobrancelha direita (que só dá pra ver se olha de perto e com atenção).
O segundo garoto está usando um conjunto de roupas inverno laranja sendo que se mais destaca é o casaco de inverno com toca. A única coisa visível do garoto são os olhos azuis e as sobrancelhas douradas. É o mais magro entre os quatros e está quieto só olhando a briga dos outros dois garotos.
— Você não sabe nada da minha religião – disse o garoto magro.
— Ah é, vou prova que hippies e judeus são semelhantes.
Oito anos depois, Eric Cartman está morando sozinho em um apartamento localizado numa cidade próxima de Orlando na Califórnia. No momento em questão está deitado no chão com os olhos fechados (estava fazendo uma serie de abdominais alguns minutos atrás). E mais uma vez estava lembrando quando tinha oito anos, quando estava falando com um antigo amigo cujo nome não está recordando. Um momento simbólico que foi para sua mudança de vida, mas isso é uma longa história.
Daqueles seus amigos de sua recordação só lembra do seu melhor amigo, Kenny, mas infelizmente ele faleceu. Outra longa história.
Cartman está atualmente com 16 anos, estatura média, com um físico de quem frequenta academia regulamente (diferente do obesidade que tinha quando era criança), sua face tem expressão firme de uma pessoa decidida, seu cabelo penteado quase igual quando era criança. Está vestindo um short preto com listras vermelhas no lado e uma camisa sem mangas branca. Nem parecendo em nada com o garoto mais bagunceiro ou mau criado anos atrás em uma cidade montanhosa chamada South Park.
Está esperando que um amigo chegue em seu apartamento para sair de casa e curti um pouco o dia de domingo. Abre os olhos peculiares, um de cada cor (direito castanho e esquerdo azul) e levanta para se arruma. Enquanto olha para sua sala.
A televisão de quarenta polegadas led, os quadros de fotos dele com sua mãe, a estante cheia de livros, os dois sofás vermelhos perto da tv, um Playstation 4 pro, Xbox one Scorpion abaixo do primeiro videogame, uma garota loira sentado no sofá. Parece que tudo está no conformes.
Espera um pouco, uma garota do seu apartamento? Cartman pula para trás pelo susto quase perdendo o equilíbrio. A garota também se assusta pulando do sofá.
— Ai hambúrguer – disse a loira.
A garota bem longos cabelos loiros longos, feições suaves infantis, olhos azuis, estatura pouco abaixo da média, os seios não são volumosos dando impressão de quase ausência, os quadris são largos, a cintura fina. A garota está usando uma camisa azul sem manga justa azul bebe, uma saia justa verde, tamanco simples e dois laços no cabelo fazendo um penteado 'Maria Chiquinha'.
— Que diabo é você? – disse Cartman já se recuperando do susto.
— Eu sou sua colega de quarto, sua mãe não falou que eu viria? – responde a garota loira.
— Colega de quarto? – lembra que sua mãe já tinha falado que chegaria um colega de quarto que era um amigo de infância. Vendo a foto que recebeu de sua mãe do 'amigo' uma coisa era certa: não se lembrava nenhum pouco dele – ah sim, minha mãe tinha falado sobre você. Por acaso você é Leo Butters Stotch?
— Sou eu mesma. Você deve ser Eric Theodore Cartman, correto?
— Sim.
— Há quanto tempo – Butters se levanta subitamente e abraça o garoto deixando o mesmo envergonhado – fazia anos que não te via.
— Ei acalma-se – disse Cartman meio sem jeito – também não é tanto assim.
— Tenho muita coisa pra te conta, mas primeiro eu preciso de um banho – Butters desfaz o abraço – eu não estou com cheiro muito bom.
'Pra mim está bem cheirosinha' pensa o rapaz, mas amarra seus instintos hormonais e mantem o foco.
— Ah sim, primeira porta a direita – Cartman aponta o banheiro.
— Obrigada – ver a garota indo em direção do banheiro. O rapaz não deixa de reparar da bunda da garota.
Cartman vai em seu quarto para vesti uma roupa mais formal. Uma calça jeans, tênis branco e uma camiseta vermelha. Enquanto está se vestindo, mesmo de forma rápida, não deixa de pensa de sua colega de quarto. Leo Butters Stotch: nome exótico para um nome de uma garota. É raro garotas chamadas Leo, já que o nome normalmente é apelido de nomes masculinos. Butters Stotch é um jogo de palavras bem interessante já que butterscotch significa caramelo.
De repente o seu celular toca, revelando um número desconhecido. Quem será que está ligando pra ele?
— Alo? – diz Cartman.
— Eric Cartman – disse no outro lado da linha, uma voz feminina.
— Sim, sou eu.
— Boa tarde. Eu sou a mãe do Butters. Tudo bem?
— Tudo bem.
— Butters está lhe dando trabalho?
— Não. Não está. Acabou de chega e está tomando banho agora.
— Que bom.
— Senhora...
— Linda. Pode me chama de Linda
— Sim, Linda. Acha prudente deixa sua filha morar sozinho com um homem?
— Mas do que está falando? Butters é um homem.
— O que? – o moreno fica branco. 'Butters é um homem?' é o pensamento que tem na cabeça – mas e a aparência?
— Ele tem esse jeito. Espero que isso não seja problema.
— De forma nenhuma.
— Que bom. Obrigado por receber meu filho – Linda desliga o telefone.
Cartman massageia sua cabeça assimilando a informação que sua colega de quarto na verdade é um cara.
— Minha mãe ligou? – Butters entra no quarto do Cartman chamando atenção do rapaz.
O rapaz ver Butters enrolado na toalha com cabelo úmido. O loiro está amarrado do peitoral para baixo como uma mulher faz. Mesmo com a revelação, Cartman ainda ver uma mulher. Tenta encontra traços masculinos, mas o loiro se parece muito com uma loira. Usando seu autocontrole tenta toma atitudes racionais para tenta lida com o problema do seu companheiro de quarto.
— Butters. Gostaria de conversa com você para acertamos alguns detalhes. Vou te esperar na sala. Tudo bem?
— Sim Eric.
Saindo do quarto Cartman não deixa de sorri por um detalhe. Muitos colegas e amigos sempre preferem chama-lo de Cartman em vez do seu primeiro nome. São poucos amigos que ele teve que chamaram de 'Eric'.
"Até que a loirinha é gostosinha" disse uma voz interior na mente do Cartman.
— Você gosta de uma 'mulher de pacote'? – pergunta pra si mesmo sussurrando.
"O que tem? Afinal cu é tudo igual".
— Mesmo com esses anos você não toma jeito – disse esfregando os olhos.
'Ola sou Jennifer Lopez' disse outra voz dentro do Cartman.
— Cale a boca você também – Cartman sussurra mais uma vez para si mesmo.
Indo para sua sala para encontra com Butters, que está sentada no sofá, senta na sua poltrona. Respira profundamente para manter a calma e escolhe palavras certas e começa a falar:
— Certo. Aonde posso começa – o rapaz pensa pergunta seu o sexo biológico de Butters, mas não conhece o grau de sensibilidade desse assunto da loira – ah sim, pode me mostra sua identidade?
— Sim. Vou pega – Butters sai correndo pra pega. O moreno repara que a loira não teve nenhum constrangimento ou receio.
Não demora muito para Butters entrega identidade na mão do Cartman e senta de novo. Verificando pode confirma que o nome Leo Butters Stotch bate e principalmente ver que estava querendo ver: na identidade o sexo está masculino.
— Certo – Cartman se levanta e devolve a carteira de identidade do Butters – enfim você se sente mulher ou só gosta de se vesti como uma mesma?
— Bem – Butters coloca as mãos entre as pernas e olha para baixo – eu sei da minha condição de nascença e sei que pra muitos isso não... normal. Mas é vestido assim eu posso finalmente ser o que sou, apesar das minhas limitações.
Cartman fica tranquilo com sua companheira de quarto que ela aparente não tem um discurso voltado para os Democratas. O que deixa aliviado, afinal não quer morar junto com um... militante... radical 'algumas causas'... mais 'delicadas'.
— Compreendo. Outra pergunta: Leo é de que? Leonardo, Leandro, ou outro nome?
— Leo de Leopold. Parece que quando fui registrado no cartório só escreveram Leo e daí ficou.
— Por que quis morar comigo?
— Por dois motivos – disse Butters sorrindo e agora olhando para o Cartman – eu me lembro da gente quando eramos crianças. Eu tenho muitas recordações de como você me protegia por ser tão frágil e ingênua. Eu nunca tive um amigo que nem você no presente. Gostaria de renova amizade mais uma vez. Enquanto busco ser quem realmente eu sou.
— Qual escola que você vai estuda?
— A mesma que você está frequentando.
— Ta legal. Você pode morar aqui comigo de boa – Butters se anima – pode ser o que você quiser, não vou condena ou interferi. Agora preciso advertir algo.
— O que?
— Quando era criança eu não era nada amigável. Eu era um diabo encarnado como muitos diziam e dificilmente fiz algo de bom para alguém.
— Isso não é exagero?
— Na minha antiga cidade rolava umas fofocas que tinha tacado fogo em uma professora quando ainda está na pré-escola.
— Nossa. Você fez isso?
— Não. Se tivesse estaria preso, porem se teve uma fofoca é que não era uma criança comportada. Se você tem recordações boas comigo eu aviso que você está enganada ou está me confundido com outra pessoa ou sua memória está fazendo uma peça pra ti – Cartman uma pausa e suspira lembrando um pouco da menção de seu passado – agora imagino que você vai querer usar roupas femininas no colégio. A questão que o colégio é bem tradicional ao ponto da gente usar uniformes escolares, mas pode se consegui uma autorização especial pra você usa uniforme feminino. Eu me comprometo em ajuda-la – Cartman se levanta e oferece a mão para um aperto de mão.
— Obrigada Eric – Butters abraça
— Cartman, porque está demorando... opa – de repente chega meu amigo, Romper Stomper.
Cartman fica em um dilema: como explica para seu melhor amigo do ensino médio a confusão?
CONTINUA
